ESCOLA
DOMINICAL BETEL - Conteúdo da Lição 5
Revista Betel
30 de
outubro de 2016
Texto
Áureo
“Eu te
louvarei, Senhor, de todo o meu coração; contarei todas as tuas maravilhas.” Sl
9.1
Verdade
Aplicada
Louvar ao
Senhor não é apenas a emissão de sons, mas a entrega incondicional de tudo
aquilo que somos em tributo ao Seu nome.
Textos de
Referência.
Salmos
22.22-26
22 Então
declararei o teu nome aos meus irmãos; louvar-te-ei no meio da congregação.
23 Vós
que temeis ao Senhor, louvai-o; todos vós, descendência de Jacó, glorificai-o;
e temei-o todos vós, descendência de Israel.
24 Porque
não desprezou nem abominou a aflição do aflito, nem escondeu dele o seu rosto;
antes, quando ele clamou, o ouviu.
25 O meu
louvor virá de ti na grande congregação; pagarei os meus votos perante os que o
temem.
26 Os
mansos comerão e se fartarão; louvarão ao Senhor os que o buscam; o vosso
coração viverá eternamente.
Introdução
A Bíblia,
a Palavra de Deus é um livro de louvores e, no contexto da espiritualidade,
revela ângulos magistrais da natureza relacionado Eterno Deus – o Deus das
melodias perfeitas (2Cr 20.19-20).
1.
Louvor: expressão da alma.
É
interessante notar o quanto os poetas utilizam a música para revelar o que
ocorre nas sombras de sua intimidade. O salmista Davi escreve: “Sara a minha
alma, porque pequei contra Ti.” (Sl 41.4). O mesmo Davi também exclama:
Bendize, o minha alma, ao Senhor.” (Sl 103.1) O louvor é utilizado (seja em
poesia ou em lágrimas) como expressão da profundidade da alma.
1.1.
Alegria: presença de Deus gerando festa na alma.
Muitas
pessoas associam o louvor somente à alegria. Poucos conseguem compreender o
louvor que nasce da crise. Contudo, é realmente bom louvar na alegria (Tg
5.13). A alegria, que o apóstolo Paulo coloca esplendida lista do fruto do
Espírito (Gl 5.22), é o ingrediente mais incentivador do louvor. É ótimo poder
louvar na alegria, pela alegria, com alegria e para gerar alegria. A alegria é,
na realidade, o que deve distinguir a vida cristã das outras que não conhecem a
Deus.
1.2.
Quando o louvor enfrenta a dor.
O hino
126 da Harpa Cristã, de autoria de Frida Vingren, “Bem-aventurança do crente”,
tem uma frase emblemática: “Os mais belos hinos e poesias foram escritos em
tribulação e do céu as lindas melodias se ouviram na escuridão”. O louvor que
enfrenta a dor parece rasgar a alma. Ele vem das profundezas de uma
interioridade inflamada, e, na contramão da alegria, produz salmos. Vivemos
numa sociedade (e igreja) viciada em sucesso, que conspira contra a ideia da
dor. Parece ser proibido sofrer, na atualidade. Contudo, são nessas crises,
noites assustadoras, que o louvor se levanta como triunfo. Por isso é que o apóstolo
Paulo louvou de forma tão bela: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação
produz para nós um peso eterno de glória mui excelente.” (2Co 4.17).
1.3. O
louvor como testemunho das grandezas de Deus.
No texto
bíblico de Atos 4.32, há um detalhe interessante: “E era um o coração e a alma
da multidão dos que criam”. A mesma alma, mesmo sentimento, mesma motivação,
mesma direção. Quando isso acontece, o louvor se transforma num poderoso
testemunho da ação e das grandezas de Deus. Principalmente hoje, nessa
sociedade do egoísmo, onde o individualismo cega e acirra o processo doentio
das competições, ter a mesma alma é quebrar padrões, apregoar a verdade do Deus
que nos une, mantém e sustenta em Seu amor. Uma das mais poderosas formas de
louvor a Deus é a comunhão honesta, sincera, desinteressada e plena. As festas
de Israel tinham esse alvo: louvar ao Deus em comunidade, gratos por Sua
atuação e cuidado.
2. A
atualidade e a crise do louvor.
Infelizmente,
a atualidade enfrenta uma séria crise no louvor. Deslizes teológicos, pobreza
artística, hermenêutica frágil, ausência de vida com Deus. Louvar não é apenas
misturar rimas e sons, é o produto do caráter, da autêntica vida com Deus, da
verdadeira espiritualidade.
2.1. O
perigo da sedução da grandeza.
A maioria
das pessoas hoje vive um dilema: o louvor também pode acontecer no anonimato? A
ideia que impera é de que o chamado “ministro de louvor” é aquele que lidera um
grande “ministério”, com orquestra profissional, badalação e mídia suficiente
para lotar estádios. É a adoração corporativista. Aquele irmão da congregação
na periferia, com um violão inferior e uma voz pouco privilegiada, do ponto de
vista dessa geração corporativista, não é um ministro de louvor. Essa sedução
da grandeza é perigosa porque tira o foco de Deus dos nossos olhos.
2.2.
Culto show?
A ideia
secularizada dos templos/shoppings e dos cultos/shows tem sido altamente
negativa para a espiritualidade hodierna. Muitos vão aos “cultos” em busca de
entretenimento religioso e não de uma oportunidade para prestar (e não
assistir) um culto ao Senhor. Ao invés de adoradores, temos consumidores, gente
atrás da antiga política dos romanos (pão e circo), ao invés das grandes
realidades da graça. Uma espiritualidade sacrificada no altar do sucesso está
mais próxima dos ideais de um certo querubim (Ez 28.14-15), do que de um
carpinteiro que pregava a humildade (Mc 6.3).
2.3.
Celebridades ou servos.
Algumas
pessoas costumam atribuir esse crescimento dos tais “ministérios de louvor” a
um avivamento, contudo, não há avivamento sem três coisas fundamentais:
humildade, quebrantamento e renúncia. O número de “celebridades” cristãs
aumentou imensamente. Nossos “artistas” disputam espaço na mídia, convivem como
iguais entre os artistas seculares, que, por sua vez, quando começam a cair no
esquecimento, correm para o meio “gospel”. È questionável esse nome “artista”,
Pois artista é quem produz arte, e, no meio evangélico atual, há uma pobreza
artística gritante. Letras medíocres, teatro sempre procurando incutir medo ao
invés de amor.
3. A
presença de Deus e o louvor.
Por
incrível que pareça, vivemos um tempo onde a presença de Deus é pouco desejada
(quando não é descartada). O louvor, seja ele na música ou na oração, celebra a
presença santa do Eterno e Maravilhoso Deus.
3.1.
Louvando sem palavras.
Quando a
presença de Deus é real em nosso meio, as palavras somem. Ficamos numa dimensão
sagrada, flutuando na graça, deixando o vento do Espírito nos levar. Em João
3.8, Jesus diz a Nicodemos: “o vento assopra onde quer.” Essa capacidade do
Espírito de Deus de ser livre, de soprar sem pedir licença, na vida dos que
estão dentro e fora dos “padrões” oficiais, alegra nossa alma e é o combustível
máximo da espiritualidade. È o vento que vem para nos levar às altura, ao
encontro do Pai.
3.2.
Refletindo Deus no louvor.
Uma das
dimensões mais tremendas da presença de Deus é que ela pode se manifestar
através de nós. O irmão pode ver Deus em meu rosto e eu posso sentir os braços
do Pai ao abraçar o irmão (Rm 8.29). Quando louvamos com sinceridade de coração
refletimos Deus ao mundo, pregamos um Evangelho sem palavras, gesticulamos a
graça para uma sociedade surda.
3.3. Uma
presença que não abandona.
Outras
presenças se cansam. No entanto, Deus nos garante: “todos os dias” (Mt 28.20).
Não é uma presença que aparece somente no domingo ou no “louvorzão”. É uma
presença que nos faz louvar na hora da agonia, da cruz. É a presença que
desafia o caos. Na passagem bíblica de 2 Reis 13.20-21, há um acontecimento
magistral: o profeta Eliseu foi sepultado; quando um grupo de invasores chega,
alguém lança um cadáver na sepultura de Eliseu e a Palavra de Deus diz: “E,
caindo nela o homem e tocando os ossos de Elizeu, reviveu e se levantou sobre
os seus pés.” Até mesmo na morte, na sepultura fria a presença que não abandona
produz motivos de louvor.
Conclusão.
O louvor
verdadeiro está muito além de verbalizações musicais, de danças e coreografia
rasas, gritos e convites a demonstrações de poderio numérico. O louvor
verdadeiro nos conduz à intimidade com Deus, a uma espiritualidade sem
máscaras, face a face, louvamos ao Deus Onisciente.
Questionário.
1. Qual é
a expressão da profundidade da alma?
2. Qual é
o ingrediente mais incentivador do louvor?
3. Qual é
uma das mais poderosas formas de louvor a Deus?
4. Qual é
uma das dimensões mais tremendas da presença de Deus?
5. O que Deus nos garante?
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