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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Ministério do ensino biblico Doutor (1)


                    MINISTERIO DO ENSINO DOUTOR (1)



                         COMENTÁRIO INTRODUÇÃO

                                       Professor Mauricio Berwald

Entre os dons ministeriais, concedidos por Deus para edificação e “aperfeiçoamento dos santos”, nas igrejas locais, está o de “doutor” ou “mestre”. Não é um dom muito reconhecido em geral, nas comunidades cristãs, por falta de entendimento acerca do seu valor, ou até por preconceito contra esses termos. As pessoas não têm qualquer receio de tratar um obreiro como “pastor”, “evangelista”, “bispo” ou até “apóstolo”, nos dias presentes. Mas não é comum um obreiro, que tem o dom de mestre ser chamado de “mestre” ou “doutor”. Isso se deve à visão que se tem do que é ser dotado de capacidade para o exercício desse dom ministerial, tão importante quanto os demais dons de Deus. Ou pelo “ar de superioridade” que alguns demonstram no exercício desse dom.

Em parte, também, percebe-se que, em muitos casos, os mestres ou doutores não têm a devida humildade no exercício do dom que Deus lhes concedeu. Alguns, ressaltamos, portam-se com diletantismo ou soberba, pelo fato de serem intelectualmente mais galardoados do que outros. Há até os que cobram “cachê” para ensinar, seguindo o exemplo de cantores ou pregadores, que só servem por dinheiro, e mercantilizam os dons e talentos que são concedidos por Deus. Não se deve generalizar em caso algum o comportamento dos obreiros. Há os mestres ou doutores que, a despeito de seu elevado grau de conhecimento bíblico, teológico e secular, são humildes e sinceros, colocando-se como servos a serviço das igrejas.

Os bons mestres ou ensinadores são muito úteis às igrejas locais. Muitas vezes, os pastores, assoberbados com as atividades administrativas, construindo templos, cuidando do patrimônio, em viagens pastorais, e tantas atividades, próprias dos que realmente trabalham em prol da obra do Senhor, não têm tempo de preparar estudos e mensagens substanciais, para alimentar a igreja local. E recorrem aos mestres ou ensinadores, para que lhes ajudem nessa imensa tarefa de edificar o rebanho. Quando o pastor também é mestre pode suprir a igreja com o ensino da Palavra. Mas nem todo pastor tem esse dom. Assim como nem todo mestre tem o dom de pastor.

A atividade primordial do mestre, doutor ou ensinador é cuidar do ensino fundamentado da Palavra de Deus. É tão importante que a Bíblia requer que haja dedicação ao exercício desse dom. “...se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino ’ (Rm 12.7 — grifo nosso). Talvez seja uma das grandes falhas em muitos ministérios, nas igrejas, a falta de dedicação ao ensino. Há pessoas que querem ensinar sem o mínimo preparo para essa atividade. Nos tempos pós-modernos, mais do que nunca, existe a necessidade de bons ensinadores. Há questionamentos e problemas que não havia há alguns anos. E muitos pastores não estão preparados para dar respostas adequadas ao rebanho.

O avanço das ciências, das tecnologias, as questões da bioética, as mudanças rápidas no comportamento social provocam questões que exigem, não só o conhecimento bíblico e teológico, mas também secular.O mestre, doutor ou ensinador precisa ter o cuidado de não se considerar superior ao pastor ou dirigente de uma congregação, pelo fato de ter mais conhecimento que a média dos obreiros. Humildade, modéstia, sabedoria e equilíbrio são qualidades indispensáveis aos que são dotados por Deus de mais capacidade para se dedicarem ao ensino. Mais cuidado ainda deve ter o mestre, pois deles será requerido mais, como diz Tiago: “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo” (Tg 3.1).Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 118-119.

ENSINO
A importância do ensino Cristão

1. Ensinemos por meio de palavras, pela mensagem dos hinos, pela força do exemplo. O ensino faz parte da Grande Comissão (ver Mat. 28:20).
2. Os dons espirituais existem para servir de auxilio no ministério do ensino, e o alvo de tudo é a maturidade espiritual, o crescimento e o aperfeiçoamento dos santos (ver Efé. 4:11 e ss).
3. Os verdadeiros mestres são dádivas divinas à igreja, para seu beneficio (ver Efé. 4:11). E o dom do «conhecimento. é dado especialmente aos mestres, a fim de que sejam eficazes em seu ministério (ver I Cor. 12:8).
4. O ensino tem um efeito edificador. Portanto, é importante, se a igreja tiver de ser edificada. O ensino é vital para esse propósito.
5. As Escrituras Sagradas nos foram transmitidas nessa forma escrita a fim de que o ministério do ensino fosse facilitado e se tomasse mais eficaz.
6. Acima de tudo o mais, Cristo foi o Mestre Suprem o. Se seguirmos o exemplo que nos deixou, sem dúvida haveremos de ensinar.
7. Aqueles que somente evangelizam, negligenciando o ensino cristão, terão de contentar-se com uma igreja infantil, carnal, com disputas e cisões na igreja local. Um povo faminto espiritualmente, será um povo infeliz.
8. A ausência de ensino cristão arma o palco para a apostasia. (ver Heb. 6:1 e ss).
9. Chega um tempo, na vida de cada crente, que se espera que ele se tome um mestre, e não um aprendiz (ver Heb. 5:12).
10. Observemos a importância emprestada por Paulo à necessidade de haverem homens bons que sejam mestres de outras pessoas na fé cristã, para que esta possa passar de uma geração à outra (ver 11 Tim, 2:2).CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 2. Editora Hagnos. pag. 390.

No Novo Testamento

Terminologia. Alguma forma da palavra "ensinar" é usada em várias versões para traduzir cinco termos gregos, quatro dos quais são precisamente traduzidos pela versão RSV em inglês.
1. O grego matheteuo, "ser" ou "fazer um discípulo" (Mt 28.19; At 14.21).
2. O grego paideuo, "educar" ou "treinar" (At 22.3; Tt 2.12).
3. O grego katecheo, "instruir" (1 Co 14.19; Gl 6.6 duas vezes).
4. O grego kataggello, "proclamar" (At 16.21; RSV "advogar").
5. O grego sophronizo, "encorajar", "aconselhar" (Tt 2.4).
A versão RSV em inglês traz o termo "ensino" em Lucas 10.39 como a tradução do termo logos.

A ideia transmitida pela palavra "ensinar", por seus cognatos e compostos reside inteiramente sobre alguma forma do verbo didasko.

Deus como mestre.

 Paulo afirmou que sua pregação não consistia de palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas pelo Espírito (1 Co 2.13). O apóstolo absteve-se de falar sobre o amor fraterno aos tessalonicenses, porque afirmou que eles foram instruídos por Deus a amarem-se uns aos outros (1 Ts 4.9). O Senhor Jesus encorajou seus discípulos a não se preocuparem com o que deveriam dizer nas ocasiões de perigo e perseguição, porque naquela mesma hora o Espírito Santo lhes ensinaria o que deveriam dizer (Lc 12.12). O Espírito Santo, disse o nosso Senhor, viria como um Paracleto e ensinaria todas as coisas aos seus discípulos (Jo 14.26). A unção do Espírito é o tutor perpétuo do crente (1 Jo 2.27).
O Senhor Jesus como mestre. O ministério de Jesus por toda a Palestina é descrito como sendo essencialmente de ensino, seja para as multidões casuais ou para os seus próprios discípulos; quer nas sinagogas, nos lugares públicos, ou na audiência dos líderes religiosos (Lc 5.17). O efeito sobre suas reuniões era impressionante e reforçava a convicção de que Ele ensinava não como os escribas, mas como alguém que possuía autoridade (Mt 7.28ss.; 13.54; Mc 1.22; 6.2; cf. Lc 4.32). Veja Autoridade. O Senhor Jesus afirmou que as palavras que Ele falava lhe haviam sido ensinadas por Deus Pai (Jo 8.28), e que seu ensino vinha do Pai (Jo 7.16ss.). Seu ensino foi caracterizado pelo uso frequente de parábolas (Mc 4.2).
Nicodemos reconheceu que Jesus era um mestre vindo de Deus, e que isto fora atestado por obras poderosas (Jo 3.2). Os principais dos sacerdotes e escribas o interrogaram quanto à fonte de sua autoridade de ensino (Mt 21.23; cf. Jo 18.19). Até mesmo os seus adversários admitiram francamente que o Senhor ensinava o caminho de Deus imparcialmente, independente do temor ou do favor do homem (Mc 12.14; Lc 20.21; Mt 22.16; cf. Jo 18.19). Certamente, todos estavam admirados com seu ensino (Mt 7.28; 13.54; 22.33; Mc 1.22; 11.18) e perguntaram se era um novo ensino (Mc 1.27). Em seu circuito inicial na Galileia, Cristo foi glorificado por todos devido ao seu ensino (Lc 4.15). Nos últimos dias de seu ministério, Ele estava diariamente no templo ensinando (Lc 19.47; 20.1; cf. Mc 14.49; Jo 18.20). Seu ministério foi caracterizado pela ativi-dade que os judeus - entendendo mal algumas de suas declarações - questionavam, não sabendo se Ele iria ensinar a Diáspora e os gentios (Jo 7.35).
A reputação do Senhor Jesus Cristo como mestre rapidamente lhe trouxe o respeitoso título de rabi (q.v.), ou raboni ("meu senhor", um extraordinário título para um mestre distinto) por parte de seus discípulos (Mc 9.5; 11.21; Jo 1.49), daqueles que o ouviam (Mc 12.14; Jo 3.2), e até mesmo de seus inimigos (Lc 10.25; 11.45; 19.39; 20.28). Este título aramaico às vezes é deixado sem uma tradução, às vezes é interpretado, porém é mais frequentemente traduzido pela palavra grega didaskalos ("mestre" ou "professor"), que embora não seja uma tradução literal é verdadeira no sentido do contexto original. O Senhor Jesus aceitou este título como indicativo do verdadeiro relacionamento existente entre si mesmo, como mestre, e os seus seguidores, como discípulos (Jo 13.13; Lc 6.40; Mt 10.24ss.). O tema central no ensino do Senhor Jesus era
o reino de Deus (Mt 5.2; 9.35). Lucas descreveu o relato de seu Evangelho como pertencendo a tudo o que Jesus começou tanto a fazer como a ensinar (At 1.1). Dentre as muitas lições que o Senhor Jesus ensinou aos seus discípulos, os evangelistas escolheram várias para as suas menções particulares; por exemplo, o Sermão do Monte (q.v.); o pedido de seus discípulos para que lhes ensinasse a orar (Lc 11.1): sua rejeição, morte e ressurreição em Jerusalém (Mc 8.31; 9.31); e sua segunda vinda (Mt 24-25; Mc 13; Lc 17.20-27; 21). Os apóstolos como mestres. Durante seu ministério, o Senhor Jesus enviou os seus discípulos para ensinar (Mc 6.30). Mais tarde, o Senhor mandou que fizessem discípulos de todas as nações, e ensinando-os a observar tudo o que Ele havia ordenado (Mt 28.20). Depois do Pentecostes, que ocorreu após a ascensão, os apóstolos ensinaram ao povo que o Senhor Jesus ressuscitou dos mortos (At 4.2).

O concílio judeu mandou que Pedro e João desistissem de ensinar no nome de Jesus (At 4.18), uma ordem que eles não atenderam, e foram presos no templo enquanto continuavam a ensinar (At 5.21, 24ss.). Apesar de uma outra severa advertência das autoridades, os apóstolos continuaram a ensinar e pregar a Jesus Cristo (At 5.42) até que toda Jerusalém estivesse repleta de seu ensino (At 5.28). Barnabé e Paulo ensinaram durante um ano inteiro na igreja que estava em Antioquia (At 11.26; cf. 15.35). O procônsul Sérgio Paulo ficou admirado com o ensino de Paulo sobre o Senhor Jesus (At 13.12). Quando os atenienses ouviram Paulo, eles o levaram ao Areópago para que pudesse lhes expor seu novo ensino (At 17.19). Paulo passou dezoito meses em Corinto ensinando a Palavra de Deus (At 18.11), e mais tarde lembrou aos presbíteros efésios que ele lhes havia ensinado publicamente e de casa em casa durante sua estada em Éfeso (At 20.20). Apolo, embora conhecendo apenas o batismo de João, ensinou diligentemente em Éfeso as coisas do Senhor (At 18.25). Os discípulos judeus acusaram Paulo diante de Tiago e dos presbíteros em Jerusalém, de ter ensinado os gentios a abandonar as leis de Moisés, a deixar a prática da circuncisão, e a abandonar os costumes judeus (At 21.21). Esta mesma acusação foi lançada pelos próprios judeus quando descobriram Paulo no templo e exclamaram contra ele como alguém que havia ensinado os homens em toda parte contra os judeus, a lei, e o templo (At 21.28). Pela palavra falada e escrita, os apóstolos ensinaram a mensagem do cristianismo aos seus contemporâneos. Mestres na igreja. Paulo refere-se repetidamente à sua designação como mestre dos gentios na fé e na verdade (1 Tm 2.7; 2 Tm 1.11) e de sua doutrina (2 Tm 3.10; 1 Co 4.17). Ele negou que o Evangelho que ele pregava tivesse sido ensinado por um homem; antes.

ele declarou que o recebeu pela revelação de Jesus Cristo (Gl 1.12). O ensino de Paulo foi dirigido a todos os homens em toda a sabedoria para que todo homem pudesse tornar-se maduro em Cristo (Cl 1.28; cf. Hb 6.1,2). Entre os dons e a capacitação do Cristo que subiu aos céus a fim de equipar e treinar os membros de seu Corpo, estavam a capacitação para se tornarem pastores e doutores (ou mestres; Efésios 4.11). Uma vez que os apóstolos, profetas e evangelistas tinham a princípio uma grande mobilidade, é provável que muitos dos mestres na igreja primitiva tenham tido um ministério de viagens, visitando os crentes em uma certa cidade por um período mais curto ou mais longo. É provável que a maioria ou todos os cinco homens citados em Atos 13.1 não estivessem residindo permanentemente em Antioquia. O papel do mestre na igreja era designado e desempenhado através da indicação Divina e da capacitação do Espírito (1 Co 12.28). A integridade e a fidelidade para com a tarefa do ensino são enfaticamente ordenadas (Rm 12.7; 1 Tm 4.11,13,16), tanto em sua preparação como em seu conteúdo (Tt 2.1,7; 2 Tm 4.2). Aqueles que ensinam devem ser considerados dignos de duplicada honra (1 Tm 5.17), e merecem o apoio daqueles que são ensinados (Gl 6.6). O aspirante a mestre é solenemente advertido de que esta ativida-de, em última instância, o envolverá em um julgamento mais rigoroso (Tg 3.1). Mas embora existam aqueles que são especialmente selecionados para ensinar na igreja, cada crente deve envolver-se neste ministério (Cl 3.16; 1 Co 14.6,26; Hb 5.12). Este deve ser para o benefício de todos, e não deve ser complacente com desordem na adoração da igreja (1 Co 14.6,19,26). O servo do Senhor deve ser apto para ensinar e evitar contendas (2 Tm 2.24). Embora as mulheres sejam proibidas de ensinar os homens na igreja (1 Tm 2.12), Paulo ordena que as mulheres idosas ensinem o que é bom enquanto educam as mulheres mais jovens (Tt 2.3). 

O ensino na igreja. Há uma referência no NT a uma tradição cristã apostólica denominada diferentemente de sã doutrina (Tt 2.7) ou de palavra fiel (Tt 1.9), que havia sido entregue à igreja (Rm 6.17; 16.17; Ef 4.21; Cl 2.7; 2 Ts 2.15; 2 Tm 2.2; Tt 1.9). Os primeiros discípulos em Jerusalém dedicaram-se ao ensino dos apóstolos (At 2.42). Parte desta tradição era o AT, que é proveitoso, diz Paulo, para o ensino (Rm 15.4; 2 Tm 3.16; cf. 1 Tm 1.8-10). O ensino cristão, e somente ele (1 Tm 1.3), deve ser confiado aos homens que crêem, que por sua vez serão capazes de ensinar aos outros também (2 Tm 2.2; cf. 1 Tm 4.11). O presbítero, portanto, deve ser apto para ensinar (1 Tm 3.2), e deve permanecer firme na palavra fiel que lhe foi ensinada, para que possa dar instrução na sã doutrina e oferecer uma apologia eficaz para
a fé (Tt 1.9). A obediência ao padrão da doutrina é creditada com o poder moral para libertar o crente da escravidão do pecado (Rm 6.17). A doutrina está de acordo com a piedade (1 Tm 6.3) e fornece o alimento espiritual necessário ao crente (1 Tm 4.6). Outros usos. O menino Jesus foi encontrado por sua família sentado entre os doutores da lei no templo (Lc 2.46), Nicodemos foi chamado, por nosso Senhor, de mestre de Israel (Jo 3.10 etc). João Batista ensinou a seus discípulos como orar (Lc 11.1). O Senhor Jesus adverte que aquele que infringe o menor mandamento e assim o ensina aos homens, será o menor no reino; e, ao contrário, aquele que observa e ensina corretamente aos homens será grande no reino (Mt 5.19). Jesus censurou os escribas e os fariseus por adorarem a Deus de forma vã, ensinando como doutrinas os preceitos dos homens (Mt 15.9; Mc 7.7; cf. Is 29.13). Falso ensino. Entre os cristãos na Judeia havia aqueles que ensinavam a necessidade da circuncisão para a salvação, uma doutrina mais tarde repudiada pelo Concílio de Jerusalém (At 15.1). 

Paulo faz menção dos preceitos e ensinos humanos que prescrevem regulamentos rituais aos quais os cristãos não devem submeter-se (Cl 2.20-22). Ele adverte Timóteo que nos anos futuros alguns iriam afastar-se da fé dando ouvidos a doutrinas de demónios (1 Tm 4.1), enquanto outros reuniriam em torno de si mestres que se adequassem aos seus próprios desejos (2 Tm 4.3). Em outras passagens está previsto que os falsos mestres trarão heresias destrutivas à igreja (2 Pe 2.1). 

rogou a Timóteo que ensinasse as sãs palavras de Jesus, e que rejeitasse aqueles que ensinam de outra maneira (1 Tm 6.2ss.). O apóstolo ensinou que havia aqueles que deveriam ser silenciados visto que estavam perturbando famílias inteiras ensinando basicamente o que não tinham o direito de ensinar (Tt 1.11), e também adverte Timóteo contra os judaizantes que desejavam, em vão, se tornar mestres da lei (1 Tm 1.7). O mesmo apóstolo exortou os efésios à integração espiritual e à participação vital de todos dentro da igreja, para que eles não fossem agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina (Ef 4.14). O autor da epístola aos Hebreus adverte seus leitores a não se deixarem envolver por doutrinas várias e estranhas (Hb 13.9), enquanto João ordena aos seus leitores que não se associem a alguém que não permaneça na doutrina de Cristo (2 Jo 9,10). A igreja em Pérgamo é criticada por ter alguns que aderiram ao ensino de Balaão e à doutrina dos nicolaítas (Ap 2.14), enquanto a igreja em Tiatira é censurada por tolerar o ensino de Jezabel (Ap 2.20,24). Veja Castigo; Discípulo; Educação; Liderar, Líder; Parábola; Parábolas de Jesus; Rabi.PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 647-650.

Os versículos 7-8 acrescentam: Se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em exortar. Colocada ao lado de ensinar, a palavra exortar sugere pregação. Sobre o significado de exortação (dom de exortar), veja os comentários sobre o versículo 1. No entanto, Barrett nos lembra que precisamos evitar fazer uma distinção muito precisa entre ensinar e exortar. “Cada um destes termos significa uma comunicação da verdade do evangelho ao ouvinte, efetivada de diversas maneiras: em uma delas, é explicada - em outra, é aplicada. Contudo, esta comunicação nunca deve ser explicada sem ser aplicada, nem aplicada sem ser explicada”.
William M. Greathouse. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 164.

E um belo dom,

que o use e ocupe-se dele. “...se é ensinar, haja dedicação ao ensino”; assim alguns o complementam, ho didaskon, en te didaskalia. Que ele seja regular, constante e diligente no ensino; que permaneça naquilo que é a sua própria função, e esteja nela como em seu ambiente natural (veja 1 Tm 4.15,16, onde isso é explicado por duas palavras: em toutois isthi e epimene autois, estar nessas coisas e continuar nelas). Em segundo lugar, que aquele que exorta sirva na exortação. Que ele se dedique a isso. Esse é o trabalho do pastor, como o anterior é o do mestre; aplicar as verdades e as regras do evangelho mais próximas à situação e à condição das pessoas e inculcar nelas aquilo que for mais prático. Muitos que são muito hábeis em ensinar podem, no entanto, ser muito frios e inábeis em exortar; e vice-versa. De um se requer uma cabeça esclarecida, de outro, um coração aquecido. Agora, onde esses dons estiverem claramente separados (de modo que um sobressaia em um e outro em outro) gera edificação dividir o trabalho adequadamente e, qualquer que seja a tarefa de que nos encarregamos, vamos nos dedicar a ela. Cuidar do nosso trabalho é entregar o melhor de nosso tempo e pensamentos a ele, aproveitar todas as oportunidades para ele e não apenas refletir em como fazê-lo, mas fazê-lo bem.HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 389.

Nas páginas do N.T., o vocábulo «...ministério...»

geralmente aparece vinculado a alguma forma de ministração física, como no caso do serviço prestado por Marta (ver Luc. 10:40), embora também possa indicar alguma forma de serviço espiritual, como 0 serviço prestado pelos anjos aos herdeiros da salvação, conforme lemos em Heb. 1:14. No trecho de II Cor. 3:7, essa mesma palavra é usada para falar sobre o ministério geral de Moisés. Pode significar uma destas coisas:
1. O serviço geral, físico ou espiritual, relativo às coisas temporais ou às realidades eternas.(Ver I Cor. 12:5; Efé. 4:13 e II Tim. 4:11).
2. Pode aplicar-se a ofício apostólico com suas diversas administrações. (Ver Atos 20:24; II Cor. 4:1 e I Tim. 1:12). Isso é vinculado ao ministério da reconciliação. (Ver II Cor. 5:18; Atos 6:4 e II Cor. 3:8,9).
3. Não é palavra especificamente usada para indicar o ofício diaconal, embora este seja referido por uma palavra cognata (proveniente da mesma raiz), isto é, «diakonos», que ocorre nesse sentido em Fil. 1:1 e I Tim. י . 3:8,12.
Vê-se, portanto, que a palavra «ministério» se aplica tanto ao serviço físico como ao serviço espiritual, os serviços mais chãos e mais elevados que podem ser realizados na igreja. (Ver Atos 6:1,4). Por conseguinte, é difícil nos decidirmos com certeza sobre o seu significado preciso, neste versículo do décimo segundo capítulo da epístola aos Romanos. 

O que se sabe é que essa palavra é distinguida da profecia, da exortação e do ensino, favorecendo a interpretação que pensa em um «serviço físico», como se se tratasse de atos de magnanimidade, em que aos necessitados são providos alimentos e em que se presta socorro aos necessitados em geral, segundo caiba por dever aos diáconos originais, no que tange à sua função na igreja local, não visando 0 seu ministério de modo geral; porquanto muitos dos diáconos eram quase apostólicos quanto ao caráter de suas funções espirituais. (Quanto a isso, basta-nos considerar os exemplos de Estêvão e Filipe, os quais haviam sido numerados entre os diáconos originais. Ver as notas expositivas sobre os «diáconos originais», bem como seu ofício, em Atos 6:2,5,6. Quanto à importância das «esmolas», para o judaísmo e para o cristianismo primitivo, ver Atos 3:2 e os comentários ali existentes. A leitura desses comentários dará ao leitor uma boa idéia dos motivos pelos quais Paulo salientou especificamente esse suposto serviço braçal, um tipo de ministração puramente física, como importante. E possível que a igreja cristã primitiva, seguindo os padrões práticos do judaísmo, fosse mais sensível para as necessidades físicas do povo, ao mesmo tempo que não negligenciava as necessidades espirituais dos homens).

Moule (in loc.) observa acerca desse «ministério» como segue: «Quase que cada trabalho, diferente das declarações inspiradas ou das operações miraculosas, pode ser incluso aqui». Assim também manifestou-se Godet (in loc.): «Uma atividade de natureza prática, exercida por meio de ação, e não de palavra».Alguns estudiosos pensam que está aqui em foco o ofício específico dos «diáconos»; porém, apesar desse ofício estar naturalmente incluído, as funções aludidas neste versículo parecem ser muito mais amplas que aquelas que cabem aos diáconos.
Sanday e Headlam comentam (in loc.) concordando de forma geral com a interpretação apresentada acima: «...(palavra) usada ou geralmente, para indicar todas as ministrações cristãs (conforme se vê em Rom. 11:13; I Cor. 12:5 e Efé. 4:12), ou, mais especialmente, para indicar a administração de esmolas e socorros às necessidades físicas dos outros (segundo se vê em I Cor. 16:15 e II Cor. 8:4). Neste caso, a distinção com ‘profecia’, ‘ensino’ e ‘exortação’ parece exigir 0 sentido mais limitado».
«...dediquemo-nos ao ministério...» Essa «dedicação» não aparece no original grego, embora seja corretamente suprida na tradução. Literalmente, o trecho original diz: «...se serviço, no nosso servir». Se porventura o nosso dom consiste do humanitarismo, isto é, do elevado senso sobre as necessidades materiais alheias, devemos então dedicarmo-nos ao cumprimento dessa missão. Com esse tipo de ação cristã podemos comparar o trecho de Tia. 2:14-20, que fala sobre a comprovação da fé cristã, através dessa ministração. Vemos em Tiago a menção ao «alimento cotidiano» (versículo quinze), bem como à carência de «roupa». Sem esses cuidados para com os irmãos, a fé é declarada «morta».
Tudo isso serve para mostrar-nos quão importantes eram essas questões aos olhos da primitiva igreja cristã, o que também fica demonstrado pela própria nomeação dos diáconos originais. Não podemos ocultar o fato de que essa forma de ministração ocupa um lugar de muito menor destaque e importância, até mesmo nas chamadas igrejas evangélicas. Mas Deus certamente se agrada com aqueles que cuidam de seus irmãos na fé, ainda quando isso não envolve nenhum dom «espiritual» especial, como o do ensino ou o da profecia. Aqueles que possuem o espírito humanitário são o sal da terra, ainda que seu trabalho não pareça tão glorioso como 0 daquele que usa de palavras elevadas e de forma bela, a fim de persuadir aos homens sobre as verdades bíblicas.
«...o que ensina, esmere-se no fazê-lo...» (Ver as notas expositivas acerca da importância do «ensino», em Atos 20:20). Uma vez mais, o original grego diz tão-somente, «...aquele que ensina, no seu ensino...», deixando subentendida a ideia de «dedicação» ou «diligência». 

Aquele cujo ofício consiste em ensinar, deveria esforçar-se por aprimorar os seus conhecimentos, por melhorar a eficácia dos seus métodos de ensino, aumentando 0 seu interesse pessoal por aqueles que são os seus alunos. Um dos mais graves escândalos das modernas igrejas evangélicas é que a grande maioria dos seus mestres em nada melhora com a passagem dos anos, incluindo-se nisso tanto o conhecimento como os métodos empregados, como também não demonstram crescente interesse pessoal pelo bem-estar de seus alunos. Pois não é verdade que muitos pastores e outros ministros, depois de terminarem algum curso bíblico, em um instituto bíblico ou em um seminário qualquer, nunca mais envidam esforço para melhorarem, mas de ano após ano não apresentam qualquer mudança para melhor, dizendo sempre as mesmas coisas e da mesma maneira? Ponderamo-nos admirar, portanto que, neste nosso mundo moderno, onde 0 conhecimento geral aumenta de forma assustadora, tantos se sintam enfadados das igrejas, até que finalmente se desviam de todo? Não é suficiente proferir dogmas contínuos, sem variação e sem imaginação. Ninguém pode tolerar esse tipo de ministério para sempre. Esse tipo de ministério não corresponde aos problemas de nossa complexa sociedade contemporânea. No entanto, que o ensino bíblico é importante se toma imediatamente evidente através do fato que a Grande Comissão ordena-nos não somente evangelizar, mas igualmente ensinar, e ensinar «todas as coisas» que ele nos ordenou.

Ensinar mediante o «exemplo» também é importante, embora se trate de um aspecto olvidado por tantos mestres cristãos. (Há notas expositivas sobre essa questão em Atos 12:25. Ver também a distinção entre «profetas» e «mestres», em Atos 13:1 e Efé. 4:11). A distinção é que os mestres, apesar de serem-no por dom celestial, não se encontram sob inspiração imediata, de modo que lhes permita revelar alguma coisa nova, embora tenham à sua disposição certa forma de inspiração, que empresta autoridade àquilo que dizem. A inspiração dos mestres, entretanto, é muito mais sutil que a inspiração dos «profetas», pois a inspiração dos «mestres» vem mais por meios naturais, e não tanto por meios mais obviamente sobrenaturais e externos. Os mestres não precisam possuir quaisquer habilidades «psíquicas», o que sempre assinala o ofício dos «profetas».
Deveria tornar-se evidente, com base neste texto da epístola aos Romanos, que o ensino é um dom e ministério, e que somente os indivíduos assim dotados deveriam ensinar. E os crentes possuidores desse ministério deveriam procurar aprimorar-se na aplicação de sua chamada. O mestre cristão que espera pelo Espírito Santo, para que o Senhor o guie em suas pesquisas e em seus pensamentos, poderá expor aos seus ouvintes muitos tesouros, alguns antigos e outros novos, mas todos proveitosos e expressos de maneira tão convincente que possam transformar as vidas dos homens, porquanto as suas palavras podem ser usadas pelo Espírito de Deus visando exatamente a essa função.CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 3. pag. 814.

I - JESUS, O MESTRE POR EXCELÊNCIA
1. O mestre da Galileia.

1. O SIGNIFICADO DE MESTRE

A palavra Mestre, nas escrituras, tem o sentido de designar “uma pessoa que é superior às outras, em poder, autoridade, conhecimento ou em algum outro aspecto”. No hebraico, a palavra 'adon que dizer “soberano” ou “senhor”. A palavra “rab” designa um “professor comum”. Com relação a Jesus, foi usada a palavra “rabi” (cf. Jo 4.31), indicando que ele era um mestre superior. As pessoas chamavam de “meu mestre”, “meu Senhor”, a quem tinha esse título. Jesus recebeu esse tratamento diversas vezes (Jo 1.38,49; 3.2,26). Quando Jesus ressuscitou, Maria usou a palavra “Rabon?, quando o reconheceu. “Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, disse-lhe: Raboni (que quer dizer Mestre)!” (Jo 20.16). Em seus ensinos, “O Senhor Jesus proibiu o uso deste termo entre os discípulos por causa do orgulho e da exaltação pessoal com que era utilizado entre os fariseus (Mt 23. 7,8).

2. O MESTRE DA GALILEIA

Jesus era o Mestre perfeito. Além de Pastor, pregador, missionário e evangelista, exercia com excelência a missão de ensinar. Evangelizava e discipulava de maneira eficaz. Era o Mestre perfeito; o Doutor incomparável (Mt 4.23-25).
Seus ensinos, seus sermões ou discursos e suas aulas eram eloquentes e profundamente convincentes aos que o ouviam. Ele não ensinava teorias abstratas ou acadêmicas que impressionassem pela retórica. Seu ensino era bem recebido pelas multidões, porque Ele vivia o que ensinava e ensinava o que vivia.
O Mestre dos mestres fazia diferença em seus ensinos perante as multidões. O povo estava descrente das mensagens dos escribas e fariseus, que proferiam discursos eloquentes e legalistas, mas vazios de autenticidade e poder. Não foi por acaso, que as multidões que seguiam Jesus aumentavam a cada dia. A diferença dos ensinos de Jesus e os dos fariseus, era que Jesus falava com autoridade (Mt 7.28,29). Ele era incomparável, como Rabi da Galileia (Jo 3.2).
O Mestre dos Mestres deixou-nos grandes exemplos de sua pedagogia.

1) Conhecia a matéria que ensinava (Lc 24.27);
2) Conhecia seus alunos (Mt 13; Lc 15.8-10; Jo 21);
3) Reconhecia o que havia de bom em seus alunos (Jo 1.47);
4) Ensinava as verdades bíblicas de modo simples e claro (Lc 5.17- 26; Jo 14.6);
5) Variava o método de ensino conforme a ocasião e o tipo de ouvintes (Parábolas, perguntas, discursos, preleção, leitura, demonstração, etc.).Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 120-121.

MESTRE Nas Escrituras, essa palavra está geralmente designando uma pessoa que é superior a outras, em poder, autoridade, conhecimento ou em algum outro aspecto. Várias palavras são traduzidas como "mestre" nas várias versões da Bíblia Sagrada. A palavra hebraica mais frequente, 'adon, significa "soberano" ou "senhor". O significado literal de várias palavras gregas varia de "instrutor" ou didaskalos, como em Mateus 10.24, até "déspota" ou despotes, como em 1 Pedro 2.18. Outra palavra grega traduzida como "mestre", epistates, significa "alguém nomeado sobre" outros, como em Lucas 5.5. Ainda outra palavra grega é, na verdade, hebraica - "rabbi" que significa "meu mestre" ("superior" ou "professor"), como em João 4.31. Uma quinta palavra grega para "mestre" é kurios que geralmente foi traduzida como "senhor" ao longo de todo o NT e significa "supremo" (em autoridade). No sentido mais elevado, o título se aplica apenas ao Senhor. Ainda existem outras palavras gregas e hebraicas com diferentes aspectos de significado que foram traduzidas como "mestre". Duas palavras gregas para "mestre" ocorrem em Mateus 23.8-10, "Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi [rhabbi, "meu mestre", ou "professor"], porque um só é o vosso Mestre [kathegetes, "líder" ou "professor"], a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos. E a ninguém na terra chameis vosso pai porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres [kathegetes, "líderes"], porque um só é vosso Mestre, que é o Cristo". Veja Rabi; Educação; Ensinar.

fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com


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