COMENTÁRIO INTRODUÇÃO
Entre os
dons ministeriais, concedidos por Deus para edificação e “aperfeiçoamento dos
santos”, nas igrejas locais, está o de “doutor” ou “mestre”. Não é um dom muito
reconhecido em geral, nas comunidades cristãs, por falta de entendimento acerca
do seu valor, ou até por preconceito contra esses termos. As pessoas não têm
qualquer receio de tratar um obreiro como “pastor”, “evangelista”, “bispo” ou
até “apóstolo”, nos dias presentes. Mas não é comum um obreiro, que tem o dom
de mestre ser chamado de “mestre” ou “doutor”. Isso se deve à visão que se tem
do que é ser dotado de capacidade para o exercício desse dom ministerial, tão
importante quanto os demais dons de Deus. Ou pelo “ar de superioridade” que
alguns demonstram no exercício desse dom.
Em parte,
também, percebe-se que, em muitos casos, os mestres ou doutores não têm a
devida humildade no exercício do dom que Deus lhes concedeu. Alguns,
ressaltamos, portam-se com diletantismo ou soberba, pelo fato de serem
intelectualmente mais galardoados do que outros. Há até os que cobram “cachê”
para ensinar, seguindo o exemplo de cantores ou pregadores, que só servem por
dinheiro, e mercantilizam os dons e talentos que são concedidos por Deus. Não
se deve generalizar em caso algum o comportamento dos obreiros. Há os mestres
ou doutores que, a despeito de seu elevado grau de conhecimento bíblico,
teológico e secular, são humildes e sinceros, colocando-se como servos a
serviço das igrejas.
Os bons
mestres ou ensinadores são muito úteis às igrejas locais. Muitas vezes, os
pastores, assoberbados com as atividades administrativas, construindo templos,
cuidando do patrimônio, em viagens pastorais, e tantas atividades, próprias dos
que realmente trabalham em prol da obra do Senhor, não têm tempo de preparar estudos
e mensagens substanciais, para alimentar a igreja local. E recorrem aos mestres
ou ensinadores, para que lhes ajudem nessa imensa tarefa de edificar o rebanho.
Quando o pastor também é mestre pode suprir a igreja com o ensino da Palavra.
Mas nem todo pastor tem esse dom. Assim como nem todo mestre tem o dom de
pastor.
A
atividade primordial do mestre, doutor ou ensinador é cuidar do ensino
fundamentado da Palavra de Deus. É tão importante que a Bíblia requer que haja
dedicação ao exercício desse dom. “...se é ministério, seja em ministrar; se é
ensinar, haja dedicação ao ensino ’ (Rm 12.7 — grifo nosso). Talvez seja uma
das grandes falhas em muitos ministérios, nas igrejas, a falta de dedicação ao
ensino. Há pessoas que querem ensinar sem o mínimo preparo para essa atividade.
Nos tempos pós-modernos, mais do que nunca, existe a necessidade de bons
ensinadores. Há questionamentos e problemas que não havia há alguns anos. E
muitos pastores não estão preparados para dar respostas adequadas ao rebanho.
O avanço
das ciências, das tecnologias, as questões da bioética, as mudanças rápidas no
comportamento social provocam questões que exigem, não só o conhecimento
bíblico e teológico, mas também secular.O mestre,
doutor ou ensinador precisa ter o cuidado de não se considerar superior ao
pastor ou dirigente de uma congregação, pelo fato de ter mais conhecimento que
a média dos obreiros. Humildade, modéstia, sabedoria e equilíbrio são
qualidades indispensáveis aos que são dotados por Deus de mais capacidade para
se dedicarem ao ensino. Mais cuidado ainda deve ter o mestre, pois deles será
requerido mais, como diz Tiago: “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres,
sabendo que receberemos mais duro juízo” (Tg 3.1).Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 118-119.
ENSINO
A
importância do ensino Cristão
1.
Ensinemos por meio de palavras, pela mensagem dos hinos, pela força do exemplo.
O ensino faz parte da Grande Comissão (ver Mat. 28:20).
2. Os
dons espirituais existem para servir de auxilio no ministério do ensino, e o
alvo de tudo é a maturidade espiritual, o crescimento e o aperfeiçoamento dos
santos (ver Efé. 4:11 e ss).
3. Os
verdadeiros mestres são dádivas divinas à igreja, para seu beneficio (ver Efé.
4:11). E o dom do «conhecimento. é dado especialmente aos mestres, a fim de que
sejam eficazes em seu ministério (ver I Cor. 12:8).
4. O
ensino tem um efeito edificador. Portanto, é importante, se a igreja tiver de
ser edificada. O ensino é vital para esse propósito.
5. As
Escrituras Sagradas nos foram transmitidas nessa forma escrita a fim de que o
ministério do ensino fosse facilitado e se tomasse mais eficaz.
6. Acima
de tudo o mais, Cristo foi o Mestre Suprem o. Se seguirmos o exemplo que nos
deixou, sem dúvida haveremos de ensinar.
7.
Aqueles que somente evangelizam, negligenciando o ensino cristão, terão de
contentar-se com uma igreja infantil, carnal, com disputas e cisões na igreja
local. Um povo faminto espiritualmente, será um povo infeliz.
8. A
ausência de ensino cristão arma o palco para a apostasia. (ver Heb. 6:1 e ss).
9. Chega
um tempo, na vida de cada crente, que se espera que ele se tome um mestre, e
não um aprendiz (ver Heb. 5:12).
10.
Observemos a importância emprestada por Paulo à necessidade de haverem homens
bons que sejam mestres de outras pessoas na fé cristã, para que esta possa
passar de uma geração à outra (ver 11 Tim, 2:2).CHAMPLIN,
Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 2. Editora
Hagnos. pag. 390.
No Novo
Testamento
Terminologia.
Alguma forma da palavra "ensinar" é usada em várias versões para
traduzir cinco termos gregos, quatro dos quais são precisamente traduzidos pela
versão RSV em inglês.
1. O
grego matheteuo, "ser" ou "fazer um discípulo" (Mt 28.19;
At 14.21).
2. O
grego paideuo, "educar" ou "treinar" (At 22.3; Tt 2.12).
3. O
grego katecheo, "instruir" (1 Co 14.19; Gl 6.6 duas vezes).
4. O
grego kataggello, "proclamar" (At 16.21; RSV "advogar").
5. O
grego sophronizo, "encorajar", "aconselhar" (Tt 2.4).
A versão
RSV em inglês traz o termo "ensino" em Lucas 10.39 como a tradução do
termo logos.
A ideia
transmitida pela palavra "ensinar", por seus cognatos e compostos
reside inteiramente sobre alguma forma do verbo didasko.
Deus como
mestre.
Paulo afirmou que sua pregação não consistia de palavras ensinadas pela
sabedoria humana, mas pelo Espírito (1 Co 2.13). O apóstolo absteve-se de falar
sobre o amor fraterno aos tessalonicenses, porque afirmou que eles foram
instruídos por Deus a amarem-se uns aos outros (1 Ts 4.9). O Senhor Jesus
encorajou seus discípulos a não se preocuparem com o que deveriam dizer nas
ocasiões de perigo e perseguição, porque naquela mesma hora o Espírito Santo
lhes ensinaria o que deveriam dizer (Lc 12.12). O Espírito Santo, disse o nosso
Senhor, viria como um Paracleto e ensinaria todas as coisas aos seus discípulos
(Jo 14.26). A unção do Espírito é o tutor perpétuo do crente (1 Jo 2.27).
O Senhor
Jesus como mestre. O ministério de Jesus por toda a Palestina é descrito como
sendo essencialmente de ensino, seja para as multidões casuais ou para os seus
próprios discípulos; quer nas sinagogas, nos lugares públicos, ou na audiência
dos líderes religiosos (Lc 5.17). O efeito sobre suas reuniões era
impressionante e reforçava a convicção de que Ele ensinava não como os
escribas, mas como alguém que possuía autoridade (Mt 7.28ss.; 13.54; Mc 1.22;
6.2; cf. Lc 4.32). Veja Autoridade. O Senhor Jesus afirmou que as palavras que
Ele falava lhe haviam sido ensinadas por Deus Pai (Jo 8.28), e que seu ensino
vinha do Pai (Jo 7.16ss.). Seu ensino foi caracterizado pelo uso frequente de
parábolas (Mc 4.2).
Nicodemos
reconheceu que Jesus era um mestre vindo de Deus, e que isto fora atestado por
obras poderosas (Jo 3.2). Os principais dos sacerdotes e escribas o
interrogaram quanto à fonte de sua autoridade de ensino (Mt 21.23; cf. Jo
18.19). Até mesmo os seus adversários admitiram francamente que o Senhor
ensinava o caminho de Deus imparcialmente, independente do temor ou do favor do
homem (Mc 12.14; Lc 20.21; Mt 22.16; cf. Jo 18.19). Certamente, todos estavam
admirados com seu ensino (Mt 7.28; 13.54; 22.33; Mc 1.22; 11.18) e perguntaram
se era um novo ensino (Mc 1.27). Em seu circuito inicial na Galileia, Cristo
foi glorificado por todos devido ao seu ensino (Lc 4.15). Nos últimos dias de
seu ministério, Ele estava diariamente no templo ensinando (Lc 19.47; 20.1; cf.
Mc 14.49; Jo 18.20). Seu ministério foi caracterizado pela ativi-dade que os
judeus - entendendo mal algumas de suas declarações - questionavam, não sabendo
se Ele iria ensinar a Diáspora e os gentios (Jo 7.35).
A
reputação do Senhor Jesus Cristo como mestre rapidamente lhe trouxe o
respeitoso título de rabi (q.v.), ou raboni ("meu senhor", um
extraordinário título para um mestre distinto) por parte de seus discípulos (Mc
9.5; 11.21; Jo 1.49), daqueles que o ouviam (Mc 12.14; Jo 3.2), e até mesmo de
seus inimigos (Lc 10.25; 11.45; 19.39; 20.28). Este título aramaico às vezes é
deixado sem uma tradução, às vezes é interpretado, porém é mais frequentemente
traduzido pela palavra grega didaskalos ("mestre" ou
"professor"), que embora não seja uma tradução literal é verdadeira
no sentido do contexto original. O Senhor Jesus aceitou este título como
indicativo do verdadeiro relacionamento existente entre si mesmo, como mestre,
e os seus seguidores, como discípulos (Jo 13.13; Lc 6.40; Mt 10.24ss.). O tema
central no ensino do Senhor Jesus era
o reino
de Deus (Mt 5.2; 9.35). Lucas descreveu o relato de seu Evangelho como
pertencendo a tudo o que Jesus começou tanto a fazer como a ensinar (At 1.1).
Dentre as muitas lições que o Senhor Jesus ensinou aos seus discípulos, os
evangelistas escolheram várias para as suas menções particulares; por exemplo,
o Sermão do Monte (q.v.); o pedido de seus discípulos para que lhes ensinasse a
orar (Lc 11.1): sua rejeição, morte e ressurreição em Jerusalém (Mc 8.31;
9.31); e sua segunda vinda (Mt 24-25; Mc 13; Lc 17.20-27; 21). Os apóstolos
como mestres. Durante seu ministério, o Senhor Jesus enviou os seus discípulos
para ensinar (Mc 6.30). Mais tarde, o Senhor mandou que fizessem discípulos de
todas as nações, e ensinando-os a observar tudo o que Ele havia ordenado (Mt
28.20). Depois do Pentecostes, que ocorreu após a ascensão, os apóstolos
ensinaram ao povo que o Senhor Jesus ressuscitou dos mortos (At 4.2).
O
concílio judeu mandou que Pedro e João desistissem de ensinar no nome de Jesus
(At 4.18), uma ordem que eles não atenderam, e foram presos no templo enquanto
continuavam a ensinar (At 5.21, 24ss.). Apesar de uma outra severa advertência
das autoridades, os apóstolos continuaram a ensinar e pregar a Jesus Cristo (At
5.42) até que toda Jerusalém estivesse repleta de seu ensino (At 5.28). Barnabé
e Paulo ensinaram durante um ano inteiro na igreja que estava em Antioquia (At
11.26; cf. 15.35). O procônsul Sérgio Paulo ficou admirado com o ensino de
Paulo sobre o Senhor Jesus (At 13.12). Quando os atenienses ouviram Paulo, eles
o levaram ao Areópago para que pudesse lhes expor seu novo ensino (At 17.19).
Paulo passou dezoito meses em Corinto ensinando a Palavra de Deus (At 18.11), e
mais tarde lembrou aos presbíteros efésios que ele lhes havia ensinado
publicamente e de casa em casa durante sua estada em Éfeso (At 20.20). Apolo,
embora conhecendo apenas o batismo de João, ensinou diligentemente em Éfeso as
coisas do Senhor (At 18.25). Os discípulos judeus acusaram Paulo diante de
Tiago e dos presbíteros em Jerusalém, de ter ensinado os gentios a abandonar as
leis de Moisés, a deixar a prática da circuncisão, e a abandonar os costumes
judeus (At 21.21). Esta mesma acusação foi lançada pelos próprios judeus quando
descobriram Paulo no templo e exclamaram contra ele como alguém que havia
ensinado os homens em toda parte contra os judeus, a lei, e o templo (At
21.28). Pela palavra falada e escrita, os apóstolos ensinaram a mensagem do
cristianismo aos seus contemporâneos. Mestres na igreja. Paulo refere-se
repetidamente à sua designação como mestre dos gentios na fé e na verdade (1 Tm
2.7; 2 Tm 1.11) e de sua doutrina (2 Tm 3.10; 1 Co 4.17). Ele negou que o
Evangelho que ele pregava tivesse sido ensinado por um homem; antes.
ele
declarou que o recebeu pela revelação de Jesus Cristo (Gl 1.12). O ensino de
Paulo foi dirigido a todos os homens em toda a sabedoria para que todo homem
pudesse tornar-se maduro em Cristo (Cl 1.28; cf. Hb 6.1,2). Entre os dons e a
capacitação do Cristo que subiu aos céus a fim de equipar e treinar os membros
de seu Corpo, estavam a capacitação para se tornarem pastores e doutores (ou
mestres; Efésios 4.11). Uma vez que os apóstolos, profetas e evangelistas
tinham a princípio uma grande mobilidade, é provável que muitos dos mestres na
igreja primitiva tenham tido um ministério de viagens, visitando os crentes em
uma certa cidade por um período mais curto ou mais longo. É provável que a
maioria ou todos os cinco homens citados em Atos 13.1 não estivessem residindo
permanentemente em Antioquia. O papel do mestre na igreja era designado e
desempenhado através da indicação Divina e da capacitação do Espírito (1 Co
12.28). A integridade e a fidelidade para com a tarefa do ensino são
enfaticamente ordenadas (Rm 12.7; 1 Tm 4.11,13,16), tanto em sua preparação
como em seu conteúdo (Tt 2.1,7; 2 Tm 4.2). Aqueles que ensinam devem ser
considerados dignos de duplicada honra (1 Tm 5.17), e merecem o apoio daqueles
que são ensinados (Gl 6.6). O aspirante a mestre é solenemente advertido de que
esta ativida-de, em última instância, o envolverá em um julgamento mais
rigoroso (Tg 3.1). Mas embora existam aqueles que são especialmente
selecionados para ensinar na igreja, cada crente deve envolver-se neste
ministério (Cl 3.16; 1 Co 14.6,26; Hb 5.12). Este deve ser para o benefício de
todos, e não deve ser complacente com desordem na adoração da igreja (1 Co
14.6,19,26). O servo do Senhor deve ser apto para ensinar e evitar contendas (2
Tm 2.24). Embora as mulheres sejam proibidas de ensinar os homens na igreja (1
Tm 2.12), Paulo ordena que as mulheres idosas ensinem o que é bom enquanto
educam as mulheres mais jovens (Tt 2.3).
O ensino na igreja. Há uma referência
no NT a uma tradição cristã apostólica denominada diferentemente de sã doutrina
(Tt 2.7) ou de palavra fiel (Tt 1.9), que havia sido entregue à igreja (Rm
6.17; 16.17; Ef 4.21; Cl 2.7; 2 Ts 2.15; 2 Tm 2.2; Tt 1.9). Os primeiros
discípulos em Jerusalém dedicaram-se ao ensino dos apóstolos (At 2.42). Parte
desta tradição era o AT, que é proveitoso, diz Paulo, para o ensino (Rm 15.4; 2
Tm 3.16; cf. 1 Tm 1.8-10). O ensino cristão, e somente ele (1 Tm 1.3), deve ser
confiado aos homens que crêem, que por sua vez serão capazes de ensinar aos
outros também (2 Tm 2.2; cf. 1 Tm 4.11). O presbítero, portanto, deve ser apto
para ensinar (1 Tm 3.2), e deve permanecer firme na palavra fiel que lhe foi
ensinada, para que possa dar instrução na sã doutrina e oferecer uma apologia
eficaz para
a fé (Tt
1.9). A obediência ao padrão da doutrina é creditada com o poder moral para
libertar o crente da escravidão do pecado (Rm 6.17). A doutrina está de acordo
com a piedade (1 Tm 6.3) e fornece o alimento espiritual necessário ao crente
(1 Tm 4.6). Outros usos. O menino Jesus foi encontrado por sua família sentado
entre os doutores da lei no templo (Lc 2.46), Nicodemos foi chamado, por nosso
Senhor, de mestre de Israel (Jo 3.10 etc). João Batista ensinou a seus
discípulos como orar (Lc 11.1). O Senhor Jesus adverte que aquele que infringe
o menor mandamento e assim o ensina aos homens, será o menor no reino; e, ao
contrário, aquele que observa e ensina corretamente aos homens será grande no
reino (Mt 5.19). Jesus censurou os escribas e os fariseus por adorarem a Deus
de forma vã, ensinando como doutrinas os preceitos dos homens (Mt 15.9; Mc 7.7;
cf. Is 29.13). Falso ensino. Entre os cristãos na Judeia havia aqueles que
ensinavam a necessidade da circuncisão para a salvação, uma doutrina mais tarde
repudiada pelo Concílio de Jerusalém (At 15.1).
Paulo faz menção dos preceitos
e ensinos humanos que prescrevem regulamentos rituais aos quais os cristãos não
devem submeter-se (Cl 2.20-22). Ele adverte Timóteo que nos anos futuros alguns
iriam afastar-se da fé dando ouvidos a doutrinas de demónios (1 Tm 4.1),
enquanto outros reuniriam em torno de si mestres que se adequassem aos seus
próprios desejos (2 Tm 4.3). Em outras passagens está previsto que os falsos
mestres trarão heresias destrutivas à igreja (2 Pe 2.1).
rogou a Timóteo
que ensinasse as sãs palavras de Jesus, e que rejeitasse aqueles que ensinam de
outra maneira (1 Tm 6.2ss.). O apóstolo ensinou que havia aqueles que deveriam
ser silenciados visto que estavam perturbando famílias inteiras ensinando
basicamente o que não tinham o direito de ensinar (Tt 1.11), e também adverte
Timóteo contra os judaizantes que desejavam, em vão, se tornar mestres da lei
(1 Tm 1.7). O mesmo apóstolo exortou os efésios à integração espiritual e à
participação vital de todos dentro da igreja, para que eles não fossem agitados
de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina (Ef 4.14).
O autor da epístola aos Hebreus adverte seus leitores a não se deixarem
envolver por doutrinas várias e estranhas (Hb 13.9), enquanto João ordena aos
seus leitores que não se associem a alguém que não permaneça na doutrina de
Cristo (2 Jo 9,10). A igreja em Pérgamo é criticada por ter alguns que aderiram
ao ensino de Balaão e à doutrina dos nicolaítas (Ap 2.14), enquanto a igreja em
Tiatira é censurada por tolerar o ensino de Jezabel (Ap 2.20,24). Veja Castigo;
Discípulo; Educação; Liderar, Líder; Parábola; Parábolas de Jesus; Rabi.PFEIFFER
.Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 647-650.
Os
versículos 7-8 acrescentam: Se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que
exorta, use esse dom em exortar. Colocada ao lado de ensinar, a palavra exortar
sugere pregação. Sobre o significado de exortação (dom de exortar), veja os
comentários sobre o versículo 1. No entanto, Barrett nos lembra que precisamos
evitar fazer uma distinção muito precisa entre ensinar e exortar. “Cada um
destes termos significa uma comunicação da verdade do evangelho ao ouvinte,
efetivada de diversas maneiras: em uma delas, é explicada - em outra, é
aplicada. Contudo, esta comunicação nunca deve ser explicada sem ser aplicada,
nem aplicada sem ser explicada”.
William
M. Greathouse. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 164.
E um belo
dom,
que o use
e ocupe-se dele. “...se é ensinar, haja dedicação ao ensino”; assim alguns o
complementam, ho didaskon, en te didaskalia. Que ele seja regular, constante e
diligente no ensino; que permaneça naquilo que é a sua própria função, e esteja
nela como em seu ambiente natural (veja 1 Tm 4.15,16, onde isso é explicado por
duas palavras: em toutois isthi e epimene autois, estar nessas coisas e
continuar nelas). Em segundo lugar, que aquele que exorta sirva na exortação.
Que ele se dedique a isso. Esse é o trabalho do pastor, como o anterior é o do
mestre; aplicar as verdades e as regras do evangelho mais próximas à situação e
à condição das pessoas e inculcar nelas aquilo que for mais prático. Muitos que
são muito hábeis em ensinar podem, no entanto, ser muito frios e inábeis em
exortar; e vice-versa. De um se requer uma cabeça esclarecida, de outro, um
coração aquecido. Agora, onde esses dons estiverem claramente separados (de
modo que um sobressaia em um e outro em outro) gera edificação dividir o
trabalho adequadamente e, qualquer que seja a tarefa de que nos encarregamos,
vamos nos dedicar a ela. Cuidar do nosso trabalho é entregar o melhor de nosso
tempo e pensamentos a ele, aproveitar todas as oportunidades para ele e não
apenas refletir em como fazê-lo, mas fazê-lo bem.HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição
completa. Editora CPAD. pag. 389.
Nas
páginas do N.T., o vocábulo «...ministério...»
geralmente aparece vinculado a
alguma forma de ministração física, como no caso do serviço prestado por Marta
(ver Luc. 10:40), embora também possa indicar alguma forma de serviço
espiritual, como 0 serviço prestado pelos anjos aos herdeiros da salvação,
conforme lemos em Heb. 1:14. No trecho de II Cor. 3:7, essa mesma palavra é
usada para falar sobre o ministério geral de Moisés. Pode significar uma destas
coisas:
1. O
serviço geral, físico ou espiritual, relativo às coisas temporais ou às
realidades eternas.(Ver I Cor. 12:5; Efé. 4:13 e II Tim. 4:11).
2. Pode
aplicar-se a ofício apostólico com suas diversas administrações. (Ver Atos
20:24; II Cor. 4:1 e I Tim. 1:12). Isso é vinculado ao ministério da
reconciliação. (Ver II Cor. 5:18; Atos 6:4 e II Cor. 3:8,9).
3. Não é
palavra especificamente usada para indicar o ofício diaconal, embora este seja
referido por uma palavra cognata (proveniente da mesma raiz), isto é,
«diakonos», que ocorre nesse sentido em Fil. 1:1 e I Tim. י . 3:8,12.
Vê-se,
portanto, que a palavra «ministério» se aplica tanto ao serviço físico como ao
serviço espiritual, os serviços mais chãos e mais elevados que podem ser
realizados na igreja. (Ver Atos 6:1,4). Por conseguinte, é difícil nos
decidirmos com certeza sobre o seu significado preciso, neste versículo do
décimo segundo capítulo da epístola aos Romanos.
O que se sabe é que essa
palavra é distinguida da profecia, da exortação e do ensino, favorecendo a
interpretação que pensa em um «serviço físico», como se se tratasse de atos de
magnanimidade, em que aos necessitados são providos alimentos e em que se
presta socorro aos necessitados em geral, segundo caiba por dever aos diáconos
originais, no que tange à sua função na igreja local, não visando 0 seu
ministério de modo geral; porquanto muitos dos diáconos eram quase apostólicos
quanto ao caráter de suas funções espirituais. (Quanto a isso, basta-nos
considerar os exemplos de Estêvão e Filipe, os quais haviam sido numerados
entre os diáconos originais. Ver as notas expositivas sobre os «diáconos
originais», bem como seu ofício, em Atos 6:2,5,6. Quanto à importância das «esmolas»,
para o judaísmo e para o cristianismo primitivo, ver Atos 3:2 e os comentários
ali existentes. A leitura desses comentários dará ao leitor uma boa idéia dos
motivos pelos quais Paulo salientou especificamente esse suposto serviço
braçal, um tipo de ministração puramente física, como importante. E possível
que a igreja cristã primitiva, seguindo os padrões práticos do judaísmo, fosse
mais sensível para as necessidades físicas do povo, ao mesmo tempo que não
negligenciava as necessidades espirituais dos homens).
Moule (in
loc.) observa acerca desse «ministério» como segue: «Quase que cada trabalho,
diferente das declarações inspiradas ou das operações miraculosas, pode ser
incluso aqui». Assim também manifestou-se Godet (in loc.): «Uma atividade de
natureza prática, exercida por meio de ação, e não de palavra».Alguns
estudiosos pensam que está aqui em foco o ofício específico dos «diáconos»;
porém, apesar desse ofício estar naturalmente incluído, as funções aludidas
neste versículo parecem ser muito mais amplas que aquelas que cabem aos
diáconos.
Sanday e
Headlam comentam (in loc.) concordando de forma geral com a interpretação
apresentada acima: «...(palavra) usada ou geralmente, para indicar todas as
ministrações cristãs (conforme se vê em Rom. 11:13; I Cor. 12:5 e Efé. 4:12),
ou, mais especialmente, para indicar a administração de esmolas e socorros às
necessidades físicas dos outros (segundo se vê em I Cor. 16:15 e II Cor. 8:4).
Neste caso, a distinção com ‘profecia’, ‘ensino’ e ‘exortação’ parece exigir 0
sentido mais limitado».
«...dediquemo-nos
ao ministério...» Essa «dedicação» não aparece no original grego, embora seja
corretamente suprida na tradução. Literalmente, o trecho original diz: «...se
serviço, no nosso servir». Se porventura o nosso dom consiste do humanitarismo,
isto é, do elevado senso sobre as necessidades materiais alheias, devemos então
dedicarmo-nos ao cumprimento dessa missão. Com esse tipo de ação cristã podemos
comparar o trecho de Tia. 2:14-20, que fala sobre a comprovação da fé cristã,
através dessa ministração. Vemos em Tiago a menção ao «alimento cotidiano»
(versículo quinze), bem como à carência de «roupa». Sem esses cuidados para com
os irmãos, a fé é declarada «morta».
Tudo isso
serve para mostrar-nos quão importantes eram essas questões aos olhos da
primitiva igreja cristã, o que também fica demonstrado pela própria nomeação
dos diáconos originais. Não podemos ocultar o fato de que essa forma de
ministração ocupa um lugar de muito menor destaque e importância, até mesmo nas
chamadas igrejas evangélicas. Mas Deus certamente se agrada com aqueles que
cuidam de seus irmãos na fé, ainda quando isso não envolve nenhum dom
«espiritual» especial, como o do ensino ou o da profecia. Aqueles que possuem o
espírito humanitário são o sal da terra, ainda que seu trabalho não pareça tão
glorioso como 0 daquele que usa de palavras elevadas e de forma bela, a fim de
persuadir aos homens sobre as verdades bíblicas.
«...o que
ensina, esmere-se no fazê-lo...» (Ver as notas expositivas acerca da
importância do «ensino», em Atos 20:20). Uma vez mais, o original grego diz
tão-somente, «...aquele que ensina, no seu ensino...», deixando subentendida a
ideia de «dedicação» ou «diligência».
Aquele cujo ofício consiste em ensinar,
deveria esforçar-se por aprimorar os seus conhecimentos, por melhorar a
eficácia dos seus métodos de ensino, aumentando 0 seu interesse pessoal por
aqueles que são os seus alunos. Um dos mais graves escândalos das modernas
igrejas evangélicas é que a grande maioria dos seus mestres em nada melhora com
a passagem dos anos, incluindo-se nisso tanto o conhecimento como os métodos
empregados, como também não demonstram crescente interesse pessoal pelo
bem-estar de seus alunos. Pois não é verdade que muitos pastores e outros ministros,
depois de terminarem algum curso bíblico, em um instituto bíblico ou em um
seminário qualquer, nunca mais envidam esforço para melhorarem, mas de ano após
ano não apresentam qualquer mudança para melhor, dizendo sempre as mesmas
coisas e da mesma maneira? Ponderamo-nos admirar, portanto que, neste nosso
mundo moderno, onde 0 conhecimento geral aumenta de forma assustadora, tantos
se sintam enfadados das igrejas, até que finalmente se desviam de todo? Não é
suficiente proferir dogmas contínuos, sem variação e sem imaginação. Ninguém
pode tolerar esse tipo de ministério para sempre. Esse tipo de ministério não
corresponde aos problemas de nossa complexa sociedade contemporânea. No
entanto, que o ensino bíblico é importante se toma imediatamente evidente através
do fato que a Grande Comissão ordena-nos não somente evangelizar, mas
igualmente ensinar, e ensinar «todas as coisas» que ele nos ordenou.
Ensinar
mediante o «exemplo» também é importante, embora se trate de um aspecto
olvidado por tantos mestres cristãos. (Há notas expositivas sobre essa questão
em Atos 12:25. Ver também a distinção entre «profetas» e «mestres», em Atos
13:1 e Efé. 4:11). A distinção é que os mestres, apesar de serem-no por dom
celestial, não se encontram sob inspiração imediata, de modo que lhes permita
revelar alguma coisa nova, embora tenham à sua disposição certa forma de
inspiração, que empresta autoridade àquilo que dizem. A inspiração dos mestres,
entretanto, é muito mais sutil que a inspiração dos «profetas», pois a inspiração
dos «mestres» vem mais por meios naturais, e não tanto por meios mais
obviamente sobrenaturais e externos. Os mestres não precisam possuir quaisquer
habilidades «psíquicas», o que sempre assinala o ofício dos «profetas».
Deveria
tornar-se evidente, com base neste texto da epístola aos Romanos, que o ensino
é um dom e ministério, e que somente os indivíduos assim dotados deveriam
ensinar. E os crentes possuidores desse ministério deveriam procurar
aprimorar-se na aplicação de sua chamada. O mestre cristão que espera pelo
Espírito Santo, para que o Senhor o guie em suas pesquisas e em seus
pensamentos, poderá expor aos seus ouvintes muitos tesouros, alguns antigos e
outros novos, mas todos proveitosos e expressos de maneira tão convincente que
possam transformar as vidas dos homens, porquanto as suas palavras podem ser
usadas pelo Espírito de Deus visando exatamente a essa função.CHAMPLIN,
Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Candeias. Vol. 3. pag. 814.
I -
JESUS, O MESTRE POR EXCELÊNCIA
1. O
SIGNIFICADO DE MESTRE
A palavra
Mestre, nas escrituras, tem o sentido de designar “uma pessoa que é superior às
outras, em poder, autoridade, conhecimento ou em algum outro aspecto”. No
hebraico, a palavra 'adon que dizer “soberano” ou “senhor”. A palavra “rab”
designa um “professor comum”. Com relação a Jesus, foi usada a palavra “rabi”
(cf. Jo 4.31), indicando que ele era um mestre superior. As pessoas chamavam de
“meu mestre”, “meu Senhor”, a quem tinha esse título. Jesus recebeu esse
tratamento diversas vezes (Jo 1.38,49; 3.2,26). Quando Jesus ressuscitou, Maria
usou a palavra “Rabon?, quando o reconheceu. “Disse-lhe Jesus: Maria! Ela,
voltando-se, disse-lhe: Raboni (que quer dizer Mestre)!” (Jo 20.16). Em seus
ensinos, “O Senhor Jesus proibiu o uso deste termo entre os discípulos por
causa do orgulho e da exaltação pessoal com que era utilizado entre os fariseus
(Mt 23. 7,8).
2. O
MESTRE DA GALILEIA
Jesus era
o Mestre perfeito. Além de Pastor, pregador, missionário e evangelista, exercia
com excelência a missão de ensinar. Evangelizava e discipulava de maneira
eficaz. Era o Mestre perfeito; o Doutor incomparável (Mt 4.23-25).
Seus
ensinos, seus sermões ou discursos e suas aulas eram eloquentes e profundamente
convincentes aos que o ouviam. Ele não ensinava teorias abstratas ou acadêmicas
que impressionassem pela retórica. Seu ensino era bem recebido pelas multidões,
porque Ele vivia o que ensinava e ensinava o que vivia.
O Mestre
dos mestres fazia diferença em seus ensinos perante as multidões. O povo estava
descrente das mensagens dos escribas e fariseus, que proferiam discursos
eloquentes e legalistas, mas vazios de autenticidade e poder. Não foi por
acaso, que as multidões que seguiam Jesus aumentavam a cada dia. A diferença
dos ensinos de Jesus e os dos fariseus, era que Jesus falava com autoridade (Mt
7.28,29). Ele era incomparável, como Rabi da Galileia (Jo 3.2).
O Mestre
dos Mestres deixou-nos grandes exemplos de sua pedagogia.
1)
Conhecia a matéria que ensinava (Lc 24.27);
2)
Conhecia seus alunos (Mt 13; Lc 15.8-10; Jo 21);
3)
Reconhecia o que havia de bom em seus alunos (Jo 1.47);
4)
Ensinava as verdades bíblicas de modo simples e claro (Lc 5.17- 26; Jo 14.6);
5)
Variava o método de ensino conforme a ocasião e o tipo de ouvintes (Parábolas,
perguntas, discursos, preleção, leitura, demonstração, etc.).Elinaldo Renovato.
Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 120-121.
MESTRE
Nas Escrituras, essa palavra está geralmente designando uma pessoa que é
superior a outras, em poder, autoridade, conhecimento ou em algum outro
aspecto. Várias palavras são traduzidas como "mestre" nas várias
versões da Bíblia Sagrada. A palavra hebraica mais frequente, 'adon, significa
"soberano" ou "senhor". O significado literal de várias
palavras gregas varia de "instrutor" ou didaskalos, como em Mateus
10.24, até "déspota" ou despotes, como em 1 Pedro 2.18. Outra palavra
grega traduzida como "mestre", epistates, significa "alguém
nomeado sobre" outros, como em Lucas 5.5. Ainda outra palavra grega é, na
verdade, hebraica - "rabbi" que significa "meu mestre"
("superior" ou "professor"), como em João 4.31. Uma quinta
palavra grega para "mestre" é kurios que geralmente foi traduzida
como "senhor" ao longo de todo o NT e significa "supremo"
(em autoridade). No sentido mais elevado, o título se aplica apenas ao Senhor.
Ainda existem outras palavras gregas e hebraicas com diferentes aspectos de
significado que foram traduzidas como "mestre". Duas palavras gregas
para "mestre" ocorrem em Mateus 23.8-10, "Vós, porém, não
queirais ser chamados Rabi [rhabbi, "meu mestre", ou
"professor"], porque um só é o vosso Mestre [kathegetes,
"líder" ou "professor"], a saber, o Cristo, e todos vós
sois irmãos. E a ninguém na terra chameis vosso pai porque um só é o vosso Pai,
o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres [kathegetes,
"líderes"], porque um só é vosso Mestre, que é o Cristo". Veja
Rabi; Educação; Ensinar.
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com
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