O livro
de Daniel encerra descrevendo um tempo de angústia, sofrimento, engano,
genocídios e atrocidades perpetradas por ímpios que não conhecem a Deus e não
respeitam a dignidade humana. Mas em meio a esse tempo de angústia há promessa
de intervenção divina na história (12.10).
Três
versículos devem nos chamar atenção: "E tu, Daniei, fecha estas palavras e
sela este livro, até ao fim do tempo" (v.4); "Vai, Daniel, porque estas
palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do fim" (v.9); "Tu,
porém, vai até ao fim; porque repousarás e estarás na tua sorte, no fim dos
dias" (v. 12). Estes versículos demonstram o conselho de Deus para o
profeta Daniel. Diante da visão que ele recebera era natural o profeta ter uma
atitude de medo acerca do futuro. Mas a palavra de Deus encorajou o profeta,
que por certo estava no final da vida, a "ir" até ao fim da
existência vivendo em confiança em Deus.
A
Escatologia Bíblica não pode paralisar a vida. Quando as profecias concernentes
ao futuro foram escritas Deus inspirou os autores com o objetivo de nos trazer
esperança. A escatologia não pode fazer terrorismo às pessoas. Quando João
recebe a revelação mediante Jesus triunfante, era para lembrar as igrejas que
apesar do mal aparente o Senhor nosso Deus é o dono da história e nunca será
pego de surpresa, A vida é dom de Deus! Por isso, temos de vivê-la alegremente.
Enquanto o nosso Senhor não vem, vivamos a vida com fé, amor (amando a Deus e o
próximo) e esperança no aparecimento glorioso do Senhor e Salvador Jesus
Cristo!
Revista
Ensinador Cristão. Editora CPAD. pag. 42.
COMENTÁRIO INTRODUÇÃO
Uma
descrição do fim do mundo (Daniel 12.1-13)
O
capítulo 12 de Daniel é uma seqüência cronológica do capítulo 11. O anjo ainda
está revelando a Daniel uma brilhante descrição do tempo do fim. Deus levanta a
ponta do véu e revela o fim da história com nuanças gloriosas. As cortinas se
fecham e o fim desse drama é a vitória gloriosa do povo de Deus. Vários eventos
são descritos nesse capítulo 12. Eles são como balizas que nos direcionam no
entendimento do fim da história. De acordo com o sermão profético do Senhor
Jesus, o fim do mundo pode ser compreendido por meio do cumprimento de vários
sinais: engano religioso, guerras, terremotos, pestilências, apostasia,
perseguição, esfriamento do amor, a pregação do evangelho em todo o mundo e o
aparecimento do anticristo. Esses sinais proclamam fortemente que estamos
vivendo uma espécie de afunilamento da história. Especialmente, no século 20 e
no começo deste século assistimos a uma grande intensificação desses sinais.
Recentemente, o mundo ficou chocado com o tsunami, as ondas gigantes que
invadiram o sul da Ásia, no dia 26 de dezembro de 2004, varrendo do mapa várias
vilas e provocando a morte de aproximadamente duzentas mil pessoas.LOPES.
Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 147-148.
O autor
não tinha idéia da grande expansão de tempo que estaria envolvida entre Antioco
e o fim de nossa era. Alguns intérpretes fazem Dan. 11.40-45 referir-se ao
futuro anticristo e, assim, saltam muitos séculos para chegar ao fim, que agora
é descrito.
“Com a
morte de Antioco Epifânio, começa a consumação final e está em vista a
iminência do fim, e Miguel, o anjo guardião dos judeus, se agita. A Grande
Tribulação torna-se realmente grande, nos espasmos finais de agonia de um mundo
moribundo, que são, ao m esmo tempo, as dores de parto do reino messiânico. A
questão inteira term ina em uma ressurreição geral, a grande separação entre os
salvos e os condenados, e a inauguração do Reino dos santos.
Nesse
ponto, term ina a visão (vss. 1-4), e o vidente recebe ordens para selar o
livro. Esse é o fim do apocalipse original, mas a isso foram adicionados três
suplementos (vss. 5-13): a) Em uma visão, Daniel viu dois anjos à beira de um
rio e perguntou-lhes quanto tempo se passaria até o fim. Ele é informado de que
a tribulação se prolongaria por mais três anos e meio. Mas quando ele pede por
mais explicações, é convidado a partir, b) Outro cálculo da duração da
abominação fala em 1.290 dias. c) Um cálculo final transform a isso em 1.335
dias” (Arthur Jeffery, in loc.).
Seja como
for, o capitulo 12 passa de coisas temporais para coisas eternas, sendo, assim,
uma digna continuação do capítulo 11.
Epílogo:
Coisas Pertencentes à Consumação das Eras (12.1 -13) Temos aqui duas divisões
principais: vss. 1-3 (Israel é libertado) ou vss. 1-4 (fim da tribulação e a
ressurreição); e vss. 4-13 (conclusão).
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 3428.
Depois de
predizer as aflições sob o governo de Antíoco, prefigurando as aflições da
igreja cristã sob o poder do Anticristo, temos aqui: I. Consolações muito
preciosas, prescritas como estímulos para o apoio do povo de Deus naquele tempo
de angústia. E elas são de tal forma que podem servir indiferentemente tanto ao
tempo de angústia sob o governo de Antíoco, como também ao tempo de futura
angústia que foi prefigurado por elas (w. 1-4). II. Uma conferência entre
Cristo e um anjo a respeito do tempo da continuação desses eventos, e que
visava a satisfação de Daniel (w. 5-7). III. A indagação de Daniel para sua
própria satisfação (v. 8). E a resposta que ele recebeu a essa indagação (w.
9-12).HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora
CPAD. pag. 902.
I - O
TEMPO DA PROFECIA (12.1)
1. Qual é
o tempo? (v.1)
“E haverá
um tempo de angústia”. Dois pontos focais devem ser analisados no presente
versículo: 1) O período sombrio da Grande Tribulação. 2) O grande livramento de
Deus para todo aquele que se encontrar “escrito no livro da vida”.
Observemos
o primeiro ponto: "... tempo de angústia”. O texto em foco deve ser
confrontado com Marcos 13.19, onde lemos: “Porque naqueles dias haverá uma
aflição tal, qual nunca houve desde o princípio da criação, que Deus criou, até
agora, nem jamais haverá”. Todos os estudiosos das profecias sabem claramente
que período está em foco.
- E o da
Grande Tribulação. Este período de sete anos, que chamamos de contagem
regressiva, é um período de acontecimentos singulares. Há mais profecias
concernentes a este período do que a qualquer outro descrito em toda a extensão
da Bíblia.
Todos
sabemos que a Grande Tribulação será um tempo de angústias sem precedentes na
história humana; o seu centro será Jerusalém e a Terra Santa, mas, de um certo
modo, envolverá todo o mundo (Ap 3.10). A sua duração será de sete anos,
ocupando, assim, a última semana profética da visão de Daniel, conforme cap.
9.24-27. Esse termo “tribulação” é citado com referências escatológicas, como
são vistas em Mt 24.21; Mc 13.19; Dn 12.1. (Ver 2 Ts 1.6 e ss.; Ap 7.14). O
“Dia do Senhor” que, em 2 Ts 2.2 se traduz também por “dia de Cristo” em outras
versões, e refere-se exclusivamente a esse tempo do fim. Todos esses
acontecimentos aqui narrados, terão lugar, logo após o arrebatamento da igreja
do Senhor aqui deste mundo (1 Ts 4.17). A vinda da Grande Tribulação sobre a
terra será de repente, inesperada; virá sobre todos os moradores da terra, num
tempo em que disserem: “Há paz e segurança”. Aquele dia virá como uma
destruição do Senhor; isso está em toda a extensão profética, tanto dos
profetas como dos apóstolos do Senhor; ele virá como um fogo devorador; será um
dia de angústia, de aflição; será o dia da vingança do nosso Deus, conforme
está escrito; será um dia de ira e de nuvens, um dia de tristeza e de
escuridão, de negrura e de trevas. As estrelas e as constelações do céu não
darão a sua luz. O sol escurecerá ao nascer (Is 13.10; Zc 14.7; Ap 19.17).
A
lua se tornará em sangue. Os céus e a terra serão abalados e a terra será
removida do seu lugar (Is 24.20). A indignação do Senhor cairá sobre todos os
povos. Ele castigará o mundo pela maldade existente e os ímpios, pela sua
iniqüidade. Trará aflição sobre os homens, porquanto pecaram contra Deus. 2)
“Mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no
livro”. O apóstolo João, em sua visão futurística, faz referências
especificadas ao “Livro da Vida”. Ele estará presente no Juízo Final do Grande
Trono Branco (Ap 20.13). Mas ali João observa que, além do livro das obras, à
direita do Juízo, “... abriu-se outro livro, que é o da vida”. O Livro da Vida
vem citado nas Escrituras, nas seguintes passagens: Ex 32.33; SI 69.28; Lc
10.20; F14.3. Em Isaías 4.3 e Daniel 7.10 e 12.1 (o texto em foco), deve ter o
mesmo sentido. Este livro é chamado de “O Livro da Vida” porque, do ponto
divino de observação, é o que ele é (Ap 3.5; 5.13; 8.17; 20.12, 15). No Livro
da Vida constará o nome da nação israelita. Por essa razão, a Grande Tribulação
não apagará o seu nome da face da terra. (Ver Mt 24.34).
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 227-229.
A Grande
Tribulação e o Grande Triunfo (12.1-3). Haverá um tempo de angústia (1). O
reino do Anticristo está em toda parte nas Escrituras retratado como uma crise
do mal. As palavras de Gabriel sucintamente o descrevem como um tempo “quando a
rebelião dos ímpios tiver chegado ao máximo” (8.23, NVI). Um tema recorrente
nas Escrituras é o ensino que um tempo de grande angústia será o clímax da era
da rebeldia do homem contra Deus e conduzirá ao ponto culminante do Reino de
Deus. Jeremias se refere ao “tempo da angústia para Jacó” (Jr 30.7). Jesus em
seu discurso descreve esse tempo de angústia como “dias de vingança” (Lc 21.22)
e “grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo [...] nem
tampouco haverá jamais” (Mt 24.21; Mc 13.19-20). A interpretação futurista
considera uma boa parte do livro de Apocalipse um retrato desse período, especialmente
os capítulos 6—19.Roy E.
Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 543.
Jesus
Cristo se mostrará como defensor e protetor da sua igreja: naquele tempo,
quando a perseguição estiver no seu maior ardor, Miguel se levantará (v. 1). O
anjo havia dito a Daniel como Miguel era um amigo firme da igreja (cap. 10.21).
Desde o princípio ele demonstrou essa amizade no mundo superior. Os anjos
sabiam disso. Mas agora Miguel se levantará em sua providência, e operará o
livramento para os judeus, quando vir que o poder deles desapareceu (Dt
32.3,6). Cristo é o grande príncipe, pois Ele é o príncipe dos reis da terra
(Ap 1.5). E se ele se levantar por sua igreja, quem será contra ela? Mas isso
não é tudo. Naquele tempo (isto é, logo depois) Miguel se levantará para
cooperar com o Messias em benefício de nossa eterna salvação. O Filho de Deus
será encarnado, e se manifestará para destruir as obras do diabo. Cristo
defendeu tanto a nós como aos filhos do nosso povo quando foi feito pecado e maldição
por todos. Ele ficou em nosso lugar como um sacrifício, suportou a maldição por
nós, para livrar-nos dela. Ele intercede por nós dentro do véu, nos defende, e
permanece como nosso amigo. E depois da destruição do Anticristo, de quem
Antíoco era um tipo, Cristo estará no último dia sobre a terra. Ele se
manifestará para a completa redenção de todos os seus.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora
CPAD. pag. 902.
2. A
libertação de Israel.
Mas a
Grande Tribulação traz consigo muito mais do que o clímax do mal; ela introduz
o triunfo de Deus. Um dos aspectos importantes que o livro de Daniel ensina é
que os poderes do mundo celestial estão profundamente interessados e engajados
nos afazeres dos homens na terra. E, naquele tempo, se levantará Miguel, o
grande príncipe, que se levanta pelos filhos do teu povo. Esse é o arcanjo
convocado para socorrer o Ser glorioso em 10.13. Vemos o clímax dramático em
Apocalipse 12.7-8: “E houve batalha no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam
contra o dragão; e batalhavam o dragão e os seus anjos, mas não prevaleceram”.
Fica
claro que o povo de Israel está envolvido no clímax da história. Seguidas vezes
encontramos em Daniel as seguintes expressões: o teu povo ou os filhos do teu
povo. Ao mesmo tempo é necessário guardar uma perspectiva. Deus tem uma
preocupação com toda a humanidade. Os eventos que marcam o clímax das eras são
cósmicos; seu impacto é internacional e mundial. A Palestina é, sem dúvida, um
estágio da ação divina. Mas toda a terra e os céus constituem a cena da
operação final de Deus nessa era. O ponto para o qual a história está se
movendo é a culminação do Reino de Deus.Roy E.
Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 543.
"Miguel,
o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo" (v. 1). Aqui neste
mundo, às vezes, dizemos que alguém é grande, segundo a nossa medida e nosso
modo de ver as coisas, mas quando Deus diz que alguém é grande, quão grande não
é esse alguém! Que anjo poderoso e glorioso não é esse arcanjo? É ele quem vai
expulsar Satanás da esfera celestial (Ap 12.7-9). E certamente será ele o anjo
que segurará e prenderá Satanás por mil anos, lançando-o no abismo, antes do
reino milenial de Cristo (Ap 20.1-3). É esse o anjo de Deus, protetor da nação
israelita.
Antônio
Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de Deus Para os últimos
dias. Editora CPAD.
12.7-9
Este é o primeiro desenvolvimento das imagens descritas em 12.1-6. O que Joáo
viu a seguir fornece aos leitores mais detalhes sobre o que foi descrito em
12.4, a respeito da expulsão de Satanás do céu.
A
expulsão de Satanás do céu teve início como uma batalha no céu entre Miguel e
os seus anjos e o dragão (Satanás) e os seus anjos. Miguel é um anjo de elevada
posição (chamado arcanjo). Por toda a üteratura judaica, Miguel é citado como
aquele que vem em auxílio do povo de Deus. Ele era visto como um dos seus
protetores (veja também Dn 10.13,21; 12.1; Jd 9). Observe que a batalha aqui
não era entre Deus e Satanás, ou entre Cristo e Satanás, mas entre Miguel e
Satanás. A batalha foi violenta, e o dragão foi vencido (versão NTLH). Como
resultado. Satanás e seus seguidores foram lançados para fora do céu (versão
NTLH). Tendo perdido o seu lugar, eles já são adversários derrotados. Satanás
foi precipitado na terra e ocupou-se de enganar todo o mimdo — a sua revolta
final antes da sua destruição (20.10).
Aqui o
grande dragão é identificado como a antiga serpente, chamada o diabo e Satanás.
O diabo não é um símbolo nem uma lenda; ele é muito real. O diabo, inimigo de
Deus, tenta constantemente impedir a obra de Deus, mas ele é limitado pelo
poder de Deus e só pode fazer aquilo que lhe é permitido fazer Qó 1.6-2.6). O
nome “Satanás” significa “acusador” (12.10). Ele procura diligentemente pessoas
para acusar e atacar (1 Pe 5.8,9). Satanás gosta de perseguir crentes que sejam
vulneráveis em sua fé, que sejam fracos espiritualmente, ou que estejam
isolados de outros crentes (1 Pe 5.8). Alguns consideram que este versíctdo
descreve a batalha no passado antígo, mas outros opinam que a queda de Satanás
na terra ocorreu na ressurreição ou na ascensão de Jesus e que os L260 dia5
(12.6) são uma maneira simbólica de se referir ao período entre a primeira e a
segunda vinda de Cristo. Outros, ainda, dizem que a derrota de Satanás irá
ocorrer na metade de um período literal de sete anos de Tribulaçáo, depois do
Arrebatamento da igreja e antes da segunda Vinda de Cristo e do início do seu
reinado de mil anos. Seja qual for a interpretação, o ensino claro de Deus é
que Cristo é vitorioso – Satanás já foi derrotado, por causa da morte de Cristo
na cruz (12.10-12). Mesmo que Deus permita ao diabo realizar o seu trabalho
neste mundo. Deus ainda está no controle.
E Jesus tem o poder completo sobre
Satanás; Ele derrotou Satanás quando morreu e ressuscitou. Um dia. Satanás será
aprisionado para sempre, para nunca mais realizar o seu trabalho iníquo
(20.10). Satanás caiu na terra com “os seus anjos” - uma referência aos
demônios. Este mundo é a sua prisão, onde, como inimigos de Deus, eles
trabalham contra o povo de Deus. Satanás náo é onipresente — ele não pode estar
em todas as partes ao mesmo tempo, de modo que os seus demônios trabalham para
ele. Os demônios são anjos caídos, seres espirituais pecadores que têm Satanás
como seu líder (Mt 25.41; Lc 11.15). O livro do Apocalipse destaca três poderes
iníquos que se oporão ao povo de Deus durante o final dos tempos: Satanás,
retratado como tun dragão (Ap 12.9); a besta, mais conhecida como o Anticristo
(13.1-10); e o falso profeta (13.11; 16.13). Os demônios servem como agentes
desta trindade da maldade. Eles seduzem as pessoas, iráo estabelecer o reino
notório da Babilônia, e irão liderar uma ofensiva mundial contra o povo de Deus
(16.1-14).Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol.
2. pag. 878-879.
As tentativas do dragão não somente se mostraram frustradas contra a igreja, mas fatais
para os seus próprios interesses; pois, após o seu esforço de tragar o filho,
ele engajou todas as forças do céu contra ele (v. 7): “E houve batalha no céu”.
O céu vai aderir à disputa da igreja. Observe aqui:
1. O
lugar dessa batalha - “...no céu”, na igreja, que é o reino do céu na terra,
sob os cuidados do céu e com os mesmos interesses.
2. Os
oponentes - “Miguel e os seus anjos” de um lado, contra “...o dragão e os seus
anjos” do outro: Cristo, o grande Anjo da aliança, e seus fiéis seguidores; e
Satanás e todos os seus agentes. Este grupo seria muito superior em número e
força exterior do que aquele; mas a força da igreja está em ter o Senhor Jesus
como capitão da sua salvação.
3. O
sucesso na batalha: “...e batalhavam o dragão e os seus anjos, mas não
prevaleceram”; houve grande empenho nos dois lados, mas a vitória ficou com
Cristo e sua igreja, e o dragão e os seus anjos foram não somente vencidos, mas
expulsos; a idolatria pagã, que era a adoração dos demónios, foi extirpada do
império no tempo de Constantino.HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição
completa. Editora CPAD. pag. 992.
Muitos
historiadores renomados afirmam que esta “ batalha no céu” teve lugar com o
arrebatamento do Filho ao trono de Deu, isto baseados em Daniel 12.1: “E
naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe que se levanta pelos
filhos de teu povo” . Esta interpretação, para nós, está certíssima. Lendo com
atenção Daniel 12.1, compreendemos Êxodo 23.20 e Daniel 10.13-21. Miguel, um
dos príncipes, foi o anjo a quem Deus confiou a guarda de Israel; ele
levantouse várias vezes contra as hostes satânicas em favor do povo de Deus.
Aqui se
explica a visão que teve Jesus, quando disse a seus discípulos: “Eu via
Satanás, como um raio, cair docéu” (Lc 10.18). Essa confirmação encontramos nas
mesmas palavras de Jesus: “Agora é o juízo deste mundo; agora será expulso o
príncipe deste mundo” (Jo 12.31).
Armando
Chaves Cohen. Estudos Sobre O Apocalipse Um comentário versículo por versículo.
Editora CPAD. pag. 185.
Guerra no
Céu (Ap 12.7,8)
Agora a
cena volta-se para o céu, para a grande batalha entre Miguel (cujo nome
significa "quem é como Deus?") e seus anjos de um lado, e o dragão e
os seus anjos de outro. Miguel é chamado de "arcanjo" ou "anjo
chefe" por Judas (v.9). Algumas tradições antigas dizem que havia quatro
arcanjos, e outras falavam em sete. A Bíblia, contudo, identifica somente um:
Miguel.
A batalha
é o esforço supremo e último de Satanás para derrotar os anjos de Deus, e
inutilizar-lhe o plano. Por enquanto, vêm Satanás e seus demônios exercendo sua
autoridade sobre o mundo espiritual, esferas de influência e governantes que
jazem nas trevas do pecado (Ef 6.12 ). Mas as pretensões do adversário não
conhecem limite. O original grego, porém, indica que o ataque será iniciado
pelo arcanjo Miguel. As forças da justiça estão em ação. O domínio de Satanás
está chegando ao fim.
O dragão
é incapaz de vencer o conflito com o céu. Ele tem poder, mas não pode ser
comparado a Miguel. Resultado: qualquer que tenha sido o acesso de Satanás e
seus anjos ao céu, este não estará mais disponível, pois "nem mais se
achou no céu o lugar deles" (v.8). Encorajemo-nos: Satanás já um inimigo
derrotado.
Satanás é
Lançado à Terra (Ap 12.9)
Agora, o
dragão é claramente definido. Ele é "a antiga serpente" por haver
tentado Eva no jardim do Éden. É também chamado "diabo e Satanás".
Ele é o caluniador e nosso adversário (ver 1 Pe 5.8). É também identificado
como o "enganador de todo o mundo". Começou suas trapaças com Eva, e
ainda tenta enganar tanto o mundo como a Igreja (2 Co 11.3). Mas quando Miguel
e seus anjos o derrotarem, ele será lançado à terra juntamente com todos os
seus anjos para enfernizar com mais intensidade e fúria a humanidade, pois o
seu tempo é curto.
Quando os
setenta discípulos retornaram a Jesus, e contaram-lhe que até mesmo os demônios
se lhes submetiam, viu o Mestre que tais vitórias eram uma antecipação de uma
vitória maior. A vitória de Miguel e seus anjos, todavia, não é a derrota final
de Satanás. Apesar de não mais ser capaz de entrar nas regiões celestiais, o
adversário ainda terá poder sobre a terra. Seu tempo, porém, é curto. Assim que
o julgamento se completar, ele será amarrado e lançado no abismo. A terra
estará livre de suas tentações e dos seus ardis e planos maléficos por mil anos
(Ap 20.1-3).HORTON.
Stanley. M. Serie Comentário Bíblico Apocalipse As coisas que Brevemente devem
acontecer. Editora CPAD.
3. Os
anjos no mundo hoje.
No final
da presente era atuarão grandemente
Os anjos
no livro do Apocalipse são proeminentes. Por exemplo, um anjo dirigiu a redação
do livro para João (Ap 11.1; 22.6,16). Cerca de 71 vezes, os anjos são nele
mencionados com missão especial. Não é imaginação, mas realidade, que os anjos
são nossos conservos de mil maneiras. Nenhuma verdade está mais estabelecida
pelas Escrituras do que a declaração de Hb 1.14, que diz "serem estes
seres enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação".
Deus
mandará um anjo para completar a pregação do "Evangelho do Reino". Na
passagem de Apocalipse 14.6, está pintado literalmente a missão deste
mensageiro. "... e vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o
Evangelho Eterno, para proclamar aos que habitam sobre a Terra, e a toda a
nação, tribo, e língua, e povo". Duas pregações deste Evangelho são
mencionadas nas Escrituras, uma passada, começando com o ministério de João
Batista e terminando com a rejeição do seu Rei pelos judeus. A outra ainda é
futura (Mt 24.14), durante a Grande Tribulação, e imediatamente antes da vinda
em Glória de Cristo. Isso será feito pelo anjo do presente texto. Este
Evangelho será pregado logo no fim da Grande Tribulação e imediatamente como já
dissemos acima, antes do julgamento das nações viventes (Mt 25.31-46). Estas
"Boas-Novas" são universais e abrangem "toda a criatura".Vicente
Leite. Angelologia e Antropologia. Faculdade Teológica Ibetel. pag. 64.
O serviço
fiel dos anjos para a raça humana não pode ser explicado com base no próprio
amor deles pela humanidade. Eles estão interessados naquilo que diz respeito ao
Deus deles. Se Ele desse o seu Filho para morrer por uma raça perdida de
homens, eles o seguiriam tanto quanto possível e ao menos prestariam um serviço
imediato, por amor dEle, onde lhes fosse designado. Não é imaginação, mas
realidade, que os anjos são servos dos homens em milhares de maneiras. Nenhuma
verdade é mais estabelecida na Escritura do que aquela que é afirmada em
Hebreus 1.14: "Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para
servir a favor dos que hão de herdar a salvação?"
Com
respeito aos ministérios específicos dos anjos na terra e em favor da raça
humana — especialmente os santos — os detalhes formam um campo muito extenso de
investigação que não pode ser empreendido aqui. Embora os anjos estivessem
presentes na criação, nenhuma referência é feita aos ministérios deles na terra
até o tempo de Abraão. Na companhia do Senhor, eles visitaram o patriarca nos
carvalhais de Manre (Gn 18.1,2), e dali partiram para libertar Ló. Os anjos
apareceram a Jacó e eram familiares a Moisés. Está escrito que a Lei "foi
promulgada por meio de anjos" (Gl 3.19), e foi administrada por
"ministério de anjos" (At 7.53). O cuidado que eles têm pelo povo
eleito de Deus é afirmado em ambos os testamentos. No Salmo 91.11,12 está
escrito: "Porque a seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem
em todos os teus caminhos. Eles te susterão nas suas mãos, para que não
tropeces em alguma pedra"; e em Hebreus 1.14: "Não são todos eles
espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de herdar a
salvação?" È um anjo que permanece com os três homens na fornalha de fogo
(Dn 3.25), e com Daniel na cova dos leões (Dn 6.22).
Em seu
segundo advento, "mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles ajuntarão
do seu reino todos os que servem de tropeço, e os que praticam a iniquidade, e
lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes" (Mt
13.41,42; cf. v. 30).
Também é
dito que Cristo "enviará os seus anjos com grande clangor de trombeta, os
quais lhe ajuntarão os escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra
extremidade dos céus" (Mt 24.31). A presença dos anjos nas cenas do
segundo advento é enfatizada geralmente. Está escrito: "Porque o Filho do
homem há de vir na glória do seu Pai, com os seus anjos; e então retnbuirá a
cada um segundo as suas obras" (Mt 16.27). "E digo-vos que todo
aquele que me confessar diante dos homens, também o Filho do homem o confessará
diante dos anjos de Deus; mas quem me negar diante dos homens, será negado
diante dos anjos de Deus" (Lc 12.8, 9). A estes deve ser acrescentado
Judas 14, contexto a que as palavras milhares de santos são melhor traduzidas
como santas miríades, e podem se referir a anjos.Lewis
Sperry Chafer. Teologia Sistemática. Editora Hagnos. Vol I-II. pag. 444-445.
Porque o
mesmo Senhor (16; cf. “este mesmo Jesus”, At 1.11, NVI), não um anjo, mas
aquele a quem eles amam e servem, aquele que conhece os que lhe pertencem (2 Tm
2.19), descerá do céu (cf. Jo 14.1-3). Certos expositores supõem que os três
fenômenos auxiliares, o alarido, a voz e o trombeta, são três expressões da uma
mesma coisa;17 mas podemos reputar que cada um tem um significado distinto. O
alarido (“grito de comando”, NTLH; cf. CH, RA) é palavra usada no grego para
denotar o brado do comandante aos seus soldados em combate, o grito do cocheiro
aos seus cavalos, ou o comando do mestre de um navio aos seus remadores.18 E
uma convocação superior e autorizada, que empolga e estimula. Fala aqui de
Cristo como Vencedor (cf. Jo 5.25-29). No único outro lugar da Bíblia que
menciona arcanjo (Jd 9), a referência é a Miguel. Nas Escrituras, a trombeta
(“som da trombeta”, AEC, BJ, NTLH; cf. BV, CH) de Deus (cf. 1 Co 15.52)
acompanha caracteristicamente e denota a importância, solenidade ou majestade
de grandes ocasiões religiosas (cf. Ex 19.16,19; J1 2.1; Ap 1.10). Não há nada
nesta passagem que apóie a idéia de arrebatamento secreto.
Com o
grito de comando, dado talvez pelo arcanjo, os que morreram em Cristo serão
chamados da sepultura e ressuscitarão primeiro. Apequena frase os que morreram
em Cristo apresenta de modo brilhante e conciso uma verdade preciosa: não é que
em vida eles estavam em Cristo, mas que na morte eles estão em Cristo e com
Cristo. A declaração ressuscitarão primeiro tem relação direta com o
subseqüente ato de apanhar de supetão os que estiverem vivos (17), e não diz
respeito a uma segunda ressurreição dos demais mortos sobre os quais nada é
dito. Paulo trata da doutrina da ressurreição com alguns detalhes em 1
Coríntios 15.
Enquanto
o Senhor desce, os crentes sobem para encontrar o Senhor nos ares (17). Só nos
resta a entender que, no mesmo ato súbito pelo qual os mortos em Cristo serão
ressuscitados, os que ficarmos vivos (ver comentários em 15) seremos
arrebatados juntamente com eles nas nuvens (17). Os que estiverem vivos não têm
vantagem sobre os que estiverem mortos. Seremos arrebatados é tradução do verbo
grego harpazo, que quer dizer “apoderar-se, reivindicar avidamente para si
mesmo, arrebatar, apanhar, agarrar e levar a toda velocidade, capturar, pegar
de surpresa”.19 Disto derivamos o termo “arrebatamento”. Haverá uma reunião
feliz com os amados falecidos e ressuscitados; os que estiverem vivos serão
arrebatados juntamente com eles. Para realizar isto, o corpo dos que estiverem
vivos terá de ser transformado (cf. Rm 8.23; 1 Co 15.50-53; Fp 3.21).
As nuvens
e os ares significam a atmosfera inferior sobre a terra. Talvez haja sinal de
conquista nas expressões, visto que Paulo diz que os ares são o domínio de
Satanás (Ef 2.2), e outros textos falam que as nuvens estão associadas com a
volta do Senhor em poder (Dn 7.13; Mt 24.30).
Árnold E.
Airhart. Comentário Bíblico Beacon. I e II Tessalonicenses. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 391.
A segunda
vinda irá ocorrer quando Deus determinar. Somente Ele pode fazer isto
acontecer. Cristo, que é o mesmo Senhor, descerá do céu, pois é ali onde Ele
tem estado desde a sua ressurreição (At 1.9-11). A volta de Cristo será
inconfundível. Ninguém deixará de vê-la, pois Eie descerá com alarido, com voz
de arcanjo, e com a trombeta de Deus. Se estas são três maneiras diferentes de
se referir ao mesmo som, se elas acontecerão simultaneamente ou em seqüência,
não se sabe. Mas estes sons iráo anunciar o retorno de Cristo. Paulo usou
imagens diferentes associadas com o final dos tempos. Um arcanjo é um anjo mais
elevado ou santo designado para uma tarefa especial.
Claramente,
os exércitos dos anjos participarão desta celebração da volta de Cristo para
levar seu povo para casa (Mc 8.38). Um toque de trombeta anunciará o novo céu e
a nova terra (Ap 11.15). Os judeus entenderiam o significado disto, porque
sempre se tocavam trombetas para assinalar o início de grandes festas e outros
eventos extraordinários (Nm 10. 10).
Comentário
do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 448.
II -
RESSURREIÇÃO E VIDA ETERNA (Dn 12.2-4).
1.
Ressurreição.
Ressurreição
no NT. No NT, o termo gr. anastasis refere-se à ressurreição do corpo morto à
vida. Somente em Lucas 2.34 a palavra é traduzida de outra forma, e mesmo ali o
termo ressurreição pode ser a tradução correta. Isto não tem de ser um
ajuntamento de parte por parte ou a restituição do antigo corpo de carne, uma
vez que o corpo da ressurreição é um corpo com qualidades completamente
diferentes do antigo corpo, mas significa a constituição de um corpo como
aquele que foi recebido pelo Senhor Jesus Cristo (Fp 3.21), e apropriado para o
estado eterno da alma.
O NT
claramente ensina uma ordem ou série na ressurreição. Paulo revela em 1
Coríntios 15.20-24 que deve ser "cada um por sua ordem. Cristo, as
primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda. Depois, virá o
fim". Isto concorda com o que o próprio Senhor Jesus Cristo havia dito em
João 5.28ss.: "Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos
os que estão nos sepulcros ouvirão sua voz. E os que fizeram o bem sairão para
a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da
condenação". Daniel, como já visto, indica duas ressurreições, e
Apocalipse 20.4-6 fala de uma primeira ressurreição dos santos como distinta de
uma segunda, a dos "outros mortos" ou a do "restante" dos
mortos, os perdidos, e diz que a segunda está separada da primeira por mil
anos. Em 1 Tessa-lonicenses 4.16,17 são apenas os mortos em Cristo que são
ressuscitados em sua vinda, e estes são imediatamente levados, arrebatados, ao
céu (cf. a advertência de Cristo para estarmos prontos para o arrebatamento em
Mateus 24.40-44; Marcos 13.28,29; Lucas 21.29-31).PFEIFFER
.Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1671-1672.
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