1.
Significado da função.
A palavra
presbítero, em sua origem significa “Forma comparativa” depresbys (gr.), que
tem o significado de “mais velho, como substantivo, uma pessoa mais velha;
especialmente um membro do Sinédrio israelita (também figurado, membro do
conselho celestial) ou um “presbítero” cristão — ancião, mais velho, “um título
de dignidade” “Anciãos de igrejas cristãs, presbíteros, encarregados da
administração e governo das igrejas individuais”. Equivale a “episkopos,
supervisor, bispo. Também didaskolos, professor; poimén, pastor”.
Nos
primórdios da Igreja, o presbítero era “o pastor” local, fazendo parte de um
grupo de obreiros, responsáveis pelo cuidado das novas igrejas que surgiam em
decorrência da evangelização intensiva. O apóstolo Paulo, que também era pastor
e presbítero, teve o cuidado de organizar a administração das igrejas por ele
abertas em suas viagens missionárias. Escrevendo a Tito, seu discípulo,
orientou-o quanto ao estabelecimento de presbíteros, nos diversos lugares, onde
havia igrejas, indicando que eles seriam de fato os responsáveis pela liderança
das novas igrejas.Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 130-131.
PRESBITÉRIO,
PRESBÍTERO
Grupo ou ordem de anciãos que consagrou o jovem Timóteo (1 Tm 4.14).
Parece que Paulo, nesta ocasião, liderava este grupo (2 Tm 1.6). Da mesma
maneira que a nação israelita tinha seus anciãos, as Sinagogas também tinham
seus, e o mesmo ocorria com o Sinédrio. Junto com o presbitério havia um
conjunto de sacerdotes e escribas. Na época do NT este grupo tinha como
presidente o sumo sacerdote. Paulo estabeleceu as igrejas sob o governo de um
corpo de anciãos (At 14.23; 16.4; Tt 1.5; cf. At 15.4,6,23; 20.17,28). Nas
igrejas atuais, particularmente naquelas que adotam a forma de administração
presbiteriana, o grupo de anciãos da Igreja local é chamado de sessão, enquanto
aqueles que se reúnem como representantes das igrejas de uma área maior são
chamados presbíteros. E impossível dizer se os anciãos mencionados em 1 Timóteo
eram de uma ou mais igrejas.PFEIFFER
.Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1591.
ANCIÃO NO
NT (literalmente pessoa mais velha ou homem mais velho; algumas vezes
transliterado como presbítero). Este termo designava três grupos diferentes no
NT: (a) indivíduos mais velhos; (b) líderes político-religiosos do Judaísmo e
(c) os primeiros líderes da igreja apostólica.
1.
Formação: AT, Judaísmo Rabínico e a comunidade de Qumrã. De acordo com a
terminologia do AT, o ancião era um termo vagamente definido, designando os
líderes religiosos e políticos, especialmente de Israel. As referências
bíblicas mostram que outras nações, como Egito e Moabe, possuíram tais líderes
(cp. Gn 50.7; Nm 22.7). Embora vários termos hebraicos foram usados para
descrever estes líderes, três termos aparecem com mais frequência que outros: ii?T
sendo o termo técnico para ancião, mas geralmente significando uma pessoa mais
velha (cp. Gn 43.7; Êx 3.16,18; 12.21; 17.5,6); nxw, significando idade
avançada ou uma idade mais velha, do verbo que significa ser muito antigo (cp.
lRs 14.4); e 12?, significando líder, chefe ou governador, e frequentemente
aparecendo em contextos onde é claramente um sinônimo de ancião (cp. Jz 5.15;
6.6-16). Em Isaías 3.2,3 são mencionadas pelo menos onze diferentes posições de
liderança pelo profeta; ancião é uma delas. Particularmente importante é a
ideia dos “setenta anciãos” no AT (cp. Êx 24.1; Nm 11.16).
No
primeiro século d.C., o ofício de ancião era uma posição regular na sinagoga
judaica. No tratado do Sinédrio sobre a Mishná, as obrigações deste ofício são
claramente destacadas. O conselho de anciãos era responsável pelo governo da
comunidade judaica. Em lerusalém, o Sinédrio, que era um conselho composto de
setenta e um anciãos, agia como a corte suprema para todo o Judaísmo. (Cp. Berakhoth4:7;Nedrarim 5:5; Me- ghillah 3:1; Edhuyoth 5:6; Ta’anith
3:8; Middoth 2:2; Ed 10.8; Lc 6.22; Jo 9.22; 12.42.)
As
descobertas de Qumrã têm revelado uma comunidade pactuai, na qual o ofício de
ancião também funcionava quase do mesmo modo que no Judaísmo, e há um consenso
geral de que a comunidade de Qumrã realmente tinha conexões significantes com o
Cristianismo primitivo. Isto não sugere que a Igreja Primitiva adotou sua
estrutura eclesiástica da comunidade de Qumrã. O Manual de Disciplina (1 QS VI)
fala dos anciãos (mebaqqer) como os que estavam em segundo lugar em autoridade,
vindo logo após os sacerdotes.
2. O
significado e a importância para a Igreja do NT. Os termos associados com esta
posição aparecem mais de setenta vezes noNT: (a) quase metade das citações
referem-se ao ofício no Judaísmo (cp. Mt 15.2; 26.47; Mc 8.31; 14.43; At 4.5;
25.15; note: o termo não é usado nenhuma vez no evangelho de João, exceto na
variante textual em 8.9, e isto é particularmente significante à luz do tom
negativo do quarto evangelho para com o Judaísmo em geral); (b) cinco
referências são designações comparativas de idade (cp. Lc 15.25; At 2.17 [RSV
“homens mais velhos”]; Rm 9.12; lTm 5.2 [RSV “mulheres mais velhas”]; Hb 11.2
[RSV “homens de idade”]; (c) as referências restantes são em relação ao ofício
na Igreja Primitiva.
Na
história apostólica de Lucas, o ofício aparece, sem explicações de sua origem,
pela primeira vez em Atos 11.30. A referência aqui é aos presbíteros na Igreja
da Judéia, para quem uma coleta foi tirada na Igreja de Antioquia. Nos é dito
mais tarde que Paulo “designou” (do verbo grego que significa “escolher ou
eleger por meio de mãos levantadas ou indicação”) presbíteros em cada Igreja
(At 14.23). A exata natureza desta ordenação apostólica ou nomeação não é
descrita exceto para sugerir que orações e jejuns faziam parte do ritual. Nós
podemos supor que esta aparição inexplicável, em contraste com a escolha dos
sete em Atos 6, implica numa transição natural, da estrutura da Sinagoga
Judaica para a organização da Igreja Primitiva (cp. At 2.46).
A questão
sobre a qual a Igreja tem se dividido através dos anos é acerca do
relacionamento do ofício de presbítero em relação ao ministério total da
Igreja. Primeiro, deveria ser observado que em muitas passagens eclesiológicas
importantes o ofício de presbítero não é especificamente mencionado. Os ofícios
de diácono, bispo ou pastor assim como ancião são notavelmente omitidos ((ICo
12.4-11, e vv. 28-30). (em ICo 12.28 traduzido como “administradores” que pode
ser uma referência a um tipo de presbítero moderador.) Em uma lista um pouco
mais definida dos ministérios da igreja,
em
Efésios 4.11, “pastores” (Ttotjnjv) e “professores” estão entre os títulos
usados para descrever estes líderes. Segundo, as epístolas pastorais referem-se
somente a dois ofícios: pastores ou presbíteros e diáconos. Em 1 Timóteo
3.1-13,0
texto usa episkopos e diakonos\ enquanto que Tito 1.5-9 parece usar os termos
episkopos e presbuteros quase que de modo permutável: “te deixei em Creta, para
que... em cada cidade, constituísses presbíteros... porque é indispensável que
o bispo (episkopos) . “., Na carta à igreja em Filipo, a saudação menciona
somente “bispos” (episkopos) e “diáconos” (diakonos), e deve ser observado que
ambos termos são plurais.
Duas
questões são levantadas pela evidência do NT. Primeira, qual é a importância da
pluralidade de anciãos na igreja do NT? Segundo, qual é o relacionamento de
bispo ou pastor com o ofício de presbítero?
Em
relação à primeira questão, deve ser observado que duas possíveis explicações
estão disponíveis. Por um lado, a estrutura existente da sinagoga, com sua
pluralidade de anciãos é comparada à organização da Igreja do NT. Deve ser
destacado aqui que, mesmo na sinagoga havia, um “cabeça”. A pluralidade neste
caso não proibiria a liderança predominante de um presbítero, talvez referido
como “presbítero que preside” (lTm 5.17). Há, na história posterior da igreja,
um desenvolvimento que pode ser seguido desde uma pluralidade de presbíteros a
um bispo presidente até uma estrutura episcopal hierárquica. A natureza das
assembleias cristãs primitivas do NT, que geralmente cultuava em lares dos
membros, pode também ajudar a explicar a pluralidade de presbíteros. Em outras
palavras, em uma dada comunidade poderia haver um número de presbíteros
responsável pelo cuidado de uma congregação particular, que se reunia em seu
lar ou no lar de algum outro cristão na congregação. Exemplos claros disto são
encontrados no próprio NT (cp. At 16.11ss.;Rm 16.3-5).
Em
relação à última questão, já se tem observado que na época em que as epístolas
pastorais foram escritas os termos “bispo” e “presbítero” foram usados de modo
permutável (cp. lTm 3; Tt 1). Mas mesmo mais cedo no ministério de Paulo (cp.
At 20.17-38), quando ele se encontrou com os presbíteros da igreja de Éfeso,
ele parece referir-se aos três termos ao mesmo tempo — presbítero, bispo ou
supervisor e pastor. A ideia de presbíteros servindo como pastores do rebanho e
supervisionando a administração da Igreja ajudou a distinguir o título do ofício
de suas funções práticas. Em outras palavras, o termo presbítero,
originalmente, designava aqueles que eram, tanto natural quanto
espiritualmente, mais velhos ou mais maduros. Observe que Paulo faz menção
específica ao fato de que ninguém deveria ser admitido ao ofício de presbítero
ou bispo sendo um “recém convertido” ou noviço (cp. lTm 3.6). Os outros termos
— pastor e bispo ou supervisor — referem-se às funções deste ofício na Igreja.
Um presbítero é, portanto, um homem mais velho, um homem membro da Igreja
espiritualmente mais maduro, que é responsável pela administração da
congregação. Neste último caso, é instrutivo que Pedro refere-se a si mesmo
como um presbítero; “Aos presbíteros, pois, que há entre vós, rogo eu, que sou
presbítero com eles” (IPe 5.1). Nos últimos escritos pós-apostólicos da Igreja,
há uma evidência clara de que o ministério de pastor ou bispo e presbítero eram
o mesmo (cp. Didaquê 10.6).
Finalmente,
deve ser observado que o termo também tem um significado escatológico definido.
Em Apocalipse de João, um grupo selecionado recebe o título de “vinte e quatro
anciãos” e eles são chamados para participar na estrutura escatológica da
redenção. Comentaristas do NT discordam sobre a precisa referência destes
“vinte e quatro anciãos”, mas pode ser sugerido que este título aponta
novamente para origem judaica do ofício (AT e Rabínico), bem como ao
relacionamento dinâmico de Israel com a Igreja. A duplicação do número doze
pode apontar para uma unidade espiritual que será concretizada escatologica e
eclesiologicamente no fim dos tempos! (Cp. Ap 4.4,10; 5.5-14; 7.11-13; 11.16;
14.3; 19.4; Rm 9-11.)MERRILL
C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag.
297-299.
PRESBÍTERO.
No AT.
Os “anciãos do povo” ou os “anciãos de Israel" são frequentemente
associados a Moisés quando este lidava com o povo (Ex 3.16; 4.29; 17.5; 18.12;
19.17; 24.1, 11; Nm 11.16). Posteriormente, administram o governo local (Jz
8.14; Js 20.4; Rt 4.2) e participam dos negócios da nação (1 Sm 4.3) mesmo
depois da instituição da monarquia (1 Sm 8.4; 30.26; 2 Sm 3.17; 5.3; 1 Rs
21.8). Galgam nova preeminência durante o exilio (Jr 29.1; Ez 7.1; 14.1; 20.1)
e depois da volta do exilio, estão associados tanto ao governador nas suas
funções (Ed 5.9ss.; 6.7) quanto à administração local (Ed 10.14). Em si mesmos,
têm certas funções jurídicas (Dt 22.15; 25.7ss.) e associam-se aos juizes, que
provavelmente são escolhidos dentre os “anciãos" (ou “presbíteros”), para
administração e execução da justiça (Dt 16.18; 21.2ss.; Ed 7.25; 10.14). Além
disso, estão associados a Moisés e Arão na transmissão
Presbítero
-175
da
palavra de Deus ao povo (Ex 3.14; 4.29; 19.7) e na representação do povo diante
de Deus nas ocasiões grandiosas (Ex 17.5; 24.1; Nm 11.16). Cuidam dos preparativos
para a páscoa (Ex 12.21).Outras
nações tinham anciãos (cf. Gn 50.7; Nm 22.7), o direito ao título estava ligado
à idade, o respeito de que o indivíduo gozava, ou ao cargo específico ocupado
na comunidade (cf. o alderman saxônico, o senator romano, a gerousia grega). O
ancião em Israel obtinha inicialmente, sem dúvida, sua autoridade e seu status,
bem como seu nome, da sua idade e da sua experiência.
No
período dos macabeus, 0 título “anciãos de Israel" é aplicado aos membros
do Sinédrio judaico que, segundo se considerava, tinha sido estabelecido por
Moisés quando nomeou os setenta anciãos em Nm 11.16ss. No nível local, uma
comunidade de 120 (cf. At 1.15) ou mais, podia nomear sete anciãos (Mishna,
Sanhedrin 1.6). Estes eram chamados os “sete de uma cidade”, e é possível que
os sete que foram nomeados em Atos 6 fossem considerados anciãos desse tipo
(cf. D. Daube, The NT and Rabbinic Judaism, 237). Nos evangelhos, os anciãos
estão associados com os escribas e com os sacerdotes principais que fizeram
padecer Cristo (Mt 16.21; 27.1) e os apóstolos (At 6.12).
No NT. Os
anciãos ou “presbíteros” (presbyteroi) aparecem já no início da vida da igreja,
e assumem posição juntamente com os apóstolos, profetas e mestres. Em
Jerusalém, estão associados a Tiago no governo da igreja local da maneira usada
na sinagoga (At 11.30; 21.18), mas em associação aos apóstolos compartilham,
também, do governo mais amplo, tipo Sinédrio, da igreja inteira (At 15.2,6,23;
16.4). Um apóstolo pode ser um presbítero (1 Pe 5.1).
Os presbíteros
não aparecem em Antioquia durante a estada de Paulo (At 13.1), nem são
mencionados nas primeiras epístolas dele. É possível que o governo eclesiástico
fosse questão de importância secundária naquele período. Mesmo assim, Paulo e
Barnabé, em sua primeira viagem missionária, promoveram a eleição de
presbíteros em todas as igrejas que fundaram (At 14.23).
Os
presbíteros aos quais Paulo dirigiu a palavra em Éfeso (At 20.17ss.) e aqueles
aos quais 1 Pedro e Tlto falam, têm um lugar decisivo na vida da igreja. Além
da sua função de humilde supervisão pastoral, deles depende, em grande medida,
a estabilidade e a pureza do rebanho quando as tentações e crises se aproximam.
Ocupam uma posição de autoridade e de privilégio que pode ser abusada. São
co-participantes do ministério de Cristo entre 0 rebanho (1 Pe 5.1-4; At 20.28;
cf. Ef 4.11)·,
É
asseverado frequentemente que nas igrejas gentias 0 nome episkopos é usado como
substituto de presbyteros, com significado idêntico. Parece que as palavras são
intercambiáveis em At 20.17, 18 e Tt 1.5-9. Mas, embora todos os episkopoi
sejam indubitavelmente presbyteroi, não fica claro se o inverso sempre se
aplica. A palavra presbyteros indica principalmente o status de “ancião”, ao
passo que episkopos denota a função de pelo menos alguns dos anciãos. Mas é
possível que tenha havido “presbíteros” que não eram episkopoi.
Em 1 Tm
5.17, o ensinp é considerado uma função desejável do presbítero, e não somente
a da supervisão. É provável que, quando os apóstolos, mestres e profetas, em
suas viagens, já não podiam ministrar a toda a igreja, a função do ensino e da
pregação recaísse sobre os presbíteros locais, e assim, desenvolver-se-ia o
cargo de presbítero, e as qualificações dos presbíteros. Isso, por sua vez,
pode ter levado a uma distinção dentro do presbiterado. A presidência do grupo
local de presbíteros, tanto na disciplina da congregação, quanto na celebração
da Ceia do Senhor, tenderia a ser um cargo permanente, exercido por um só
homem.
O
“presbítero” em 2 e 3 João refere-se meramente a alguém que gozava de alta
estima dentro da igreja. Os vinte e quatro anciãos que com tanta freqüência
aparecem nas visões do livro de Apocalipse são exemplos de como toda a
autoridade deve adorar humildemente a Deus e ao Cordeiro (Ap 4.10; 5.8-10;
19.4). Deve-se notar que até mesmo esses presbyteroi, segundo parece, ministram
no céu à igreja na terra (Ap 5.5, 8; 7.13).
Na
História da Igreja. Na época da Reforma, Calvino entendeu que o cargo de
presbítero era uma das quatro “ordens ou cargos” que Cristo instituíra para o
governo normal da igreja, sendo que as outras eram: pastores, mestres e
diáconos. Os presbíteros, como representantes do povo, eram responsáveis pela
disciplina, lado a lado com os pastores ou bispos. Na Escócia, posteriormente,
o presbítero recebia uma ordenação vitalícia, sem a imposição das mãos, e tinha
0 dever de examinar os candidatos à comunhão da igreja e de visitar os
enfermos, sendo incentivado a ensinar. Surgiu a teoria, através de 1 Tm 5.17,
de que os ministros e os demais presbíteros eram da mesma ordem, e que os
ministros eram presbíteros quer ensinavam, e os demais, presbíteros que
governavam. De modo global, no entanto, a Igreja Presbiteriana tem sustentado
que há uma distinção entre a ordenação ao ministério e a ordenação ao
presbiterado, sendo que o tipo de ordenação é determinado segundo a sua
finalidade. O presbítero tem sido considerado representante do povo (sem,
porém, ter sido nomeado pelo povo, e sem ser responsável diante deste) na
organização dos assuntos da igreja, e tem cumprido muitas das funções que, no
NT, são próprias do diaconato. O padrão da obra do presbítero dentro da igreja
corresponde estreitamente àquele do “ancião do povo” no AT.WALTER A.
ELWELL. Enciclopédia HISTÓRICO-TEOLÓGICA DA IGREJA CRISTA. Editora Vida Nova.
2. A
liderança local.
O
crescimento das igrejas, como fruto da evangelização e do discipulado, exige a
delegação de atividades a pessoas que tenham condições de liderar o rebanho do
Senhor Jesus (Tt 1.5,7). Os pastores não podem abarcar tudo para si, sob pena
de não darem conta das inúmeras responsabilidades que a igreja local requer.
Como a referência a presbíteros, no NT, sempre é feita no plural “presbíteros”,
“bispos” ou “anciãos”, dá a entender que, em geral, o presbítero não agia
isoladamente, mas como um corpo de ministros, ou de líderes, que cuidava da
igreja local. “Sempre são citados no plural, isto é, não é mencionada uma só
igreja onde houvesse apenas um presbítero (At 11.30; 15.2,4,6; 20.17; Tg 5.l4;
1 Pe 5.1).”
Certamente,
pela inexistência de pessoas qualificadas com o dom ministerial de pastor,
havia a necessidade de uma liderança, formada por um grupo de irmãos mais
idosos, para cuidar da igreja local. Entende-se, assim, que os presbíteros têm
um ministério de grande importância, auxiliando os pastores, designados por
Deus para apascentarem e cuidarem da Igreja do Senhor sob seus cuidados.Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 131.
Tt 1.
4,5,7. Tito, meu verdadeiro filho, segundo a fé comum: graça, misericórdia e
paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador (4). Em
Atos dos Apóstolos, Tito não é mencionado entre os assistentes de Paulo, embora
seja mencionado várias vezes em 1 Coríntios, Gálatas e 2 Timóteo. Ele era grego
e provavelmente foi ganho para Cristo pelo ministério do apóstolo. Quando
surgiu a controvérsia dos judaizantes, Lucas nos informa que os irmãos
determinaram que “Paulo, Barnabé e alguns dentre eles subissem a Jerusalém aos
apóstolos e aos anciãos sobre aquela questão” (At 15.2). Paulo nos fala (G1
2.3) que entre estes “alguns dentre eles” estava Tito (presumindo que se trate
da mesma visita a Jerusalém). Mais tarde, este jovem aparece na segunda carta
de Paulo aos Coríntios, onde há oito referências a ele, que o mostram como
ajudante de confiança do apóstolo. Em 2 Timóteo 4.10, lemos que Tito estava em
missão na Dalmácia. Na época da carta de Paulo a Tito, o jovem é o
representante do apóstolo em Creta (ver Mapa 1), onde era evidentemente pastor
da igreja cristã.
Paulo se
dirige a Tito por meu verdadeiro filho, segundo a fé comum, expressão que é
mais bem traduzida por “meu filho verdadeiramente nascido na fé que
compartilhamos” (NEB). A bênção que se segue é de caráter tipicamente paulino,
conferindo nota adicional de autenticidade a esta epístola: Graça, misericórdia
e paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador.
O
apóstolo passa a tratar imediatamente da razão que o levou a escrever a carta.
Notamos a falta de uma declaração de estima ou gratidão a Tito como ocorre em 2
Timóteo 1.3-5 (embora também não ocorra em 1 Timóteo). Por esta causa te deixei
em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de
cidade em cidade, estabelecesses presbíteros, como já te mandei (5). Os dizeres
dão a entender que fazia pouco tempo que Paulo estivera em Creta acompanhado
com Tito que lhe servia de assistente. Não há registro histórico em Atos que
fale desta campanha cretense. O Livro de Atos termina abruptamente com os
acontecimentos finais da primeira prisão de Paulo em Roma. Nossa tese, que
torna possível a autoria paulina das Epístolas Pastorais, é que o apóstolo foi
liberto do primeiro aprisionamento e continuou o seu trabalho. Embora não haja
relato dos anos finais da vida do apóstolo, teria havido tempo suficiente para
a ampla evangelização da ilha de Creta. O fato de Tito ter sido encarregado de
ordenar presbíteros... de cidade em cidade mostra a extensão dessa atividade. O
ministério de Paulo em Creta havia terminado recentemente; mas o apóstolo
deixou ali Tito, seu assistente, para completar a tarefa de organizar as
igrejas. A linguagem de Paulo dá a entender que nem tudo estava bem nas igrejas
cretenses e que parte da tarefa de Tito era corrigir o que estava errado.
Tito foi
instruído a designar e ordenar presbitérios (ou “pastores”, BV) para as
igrejas. Esta prática estava de acordo com o costume do apóstolo. Já na
primeira viagem missionária, Lucas nos informa que, “havendo-lhes por comum
consentimento eleito anciãos em cada igreja, orando com jejuns, os encomendaram
ao Senhor em quem haviam crido” (At 14.23). Há diferenças nas instruções de
Paulo entre 1 Timóteo e Tito. Na primeira, já havia bispos no exercício do
cargo, ao passo que na última, provavelmente por ser algo novo na igreja
cretense, era a primeira ordenação de presbitérios.
Porque
convém que o bispo seja irrepreensível como despenseiro da casa de Deus, não
soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe
ganância (7). O assunto desta lista adicional de qualificações é o bispo (no
singular) e não os “presbíteros” (no plural). Barrett observa que “a mudança do
plural (presbíteros) para o singular (bispo) é mais bem explicado não pela
suposição de que em cada cidade havia um grupo de presbíteros e só um bispo,
mas pela interpretação [...] de que, enquanto que presbítero descreve o cargo,
bispo descreve sua função: Os presbíteros que você designar devem ter certas qualificações,
pois o homem que exerce a supervisão tem de ser”1 não soberbo, nem iracundo,
nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância.
A
qualidade da irrepreensibilidade — “caráter inatacável” (6) — ocorre novamente,
pois a responsabilidade do bispo é servir como despenseiro da casa de Deus (7).
O termo despenseiro quer dizer, literalmente, “o administrador de uma casa ou
família” (Kelly). O bispo era o gerente financeiro da igreja local e por isso,
se por nenhuma outra razão, deve ser homem de extrema integridade.
O
apóstolo alista cinco defeitos que devem estar visivelmente ausentes no bispo
(7). São falhas de caráter que, caso sejam toleradas em um líder eclesiástico,
lhe causarão ruína certa. O soberbo é alguém propenso a ser “arrogante” (BAB),
opinioso e teimoso. Característica como esta constituiria alta traição do
espírito do Mestre. O iracundo seria indivíduo esquentado, vingativo e
totalmente falto de paciência (“impacientes”, BV), que é tão essencial ao servo
de Cristo. Nem dado ao vinho (“beberrão”, BJ) é expressão que sempre nos deixa
surpresos num contexto como este. Contudo, era um problema muito sério na
igreja do século I. A viticultura era abundante em todos os lugares ao longo da
bacia mediterrânea, e a tentação de beber vinho e, daí, ficar bêbado vinha de
todos os lados. Nem espancador (“violento”, BAB, BJ, CH, NTLH, NVI, RA) indica
a tendência à ação violenta ou arbitrária, que com certeza ocorria
ocasionalmente entre os líderes locais na igreja primitiva. Nem cobiçoso de
torpe ganância (“nem ávido por lucro desonesto”, NVI, cf. BJ, CH) é outra
característica grosseira contra a qual Paulo adverte. Como guardião dos fundos
monetários da igreja esta poderia se tornar fonte de tentação para o bispo.J. Glenn
Gould. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 543-546.
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PAZ DO SENHOR
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