INTRODUÇÃO
Neste capítulo,
analisaremos a missão do evangelista, um dom ministerial ao lado de outros da
maior importância, como o de pastor, apóstolo, profeta ou doutor. A Bíblia fala
muito pouco sobre esse dom. Se compulsamos uma concordância bíblica, só
encontramos três referências a esse termo (At 21.8; Ef 4.11; 2 Tm 4.5). Nem por
isso, o papel do evangelista pode ser considerado de somenos importância, no
contexto dos ofícios ministeriais, que devem contribuir para o crescimento e
para a edificação da Igreja do Senhor Jesus Cristo.
A
tradição do governo da igreja tem levado a entender que o evangelista é um
cargo ou uma função hierárquica, inferior à de pastor, ou de apóstolo ou
doutor, e superior à de presbítero. Porém, à luz da boa hermenêutica ou
interpretação dos textos bíblicos, podemos constatar que não é bem assim. Há
homens, dentre os que se colocam à disposição da obra do Senhor, que têm uma
vocação prioritária para a pregação do evangelho, para a proclamação das
Boas-Novas de salvação, ou do kerigma, numa linguagem mais bíblica ou
teológica. Por isso, o evangelista consta da lista dos “dons-ministeriais”, que
são “dons de Deus”, concedidos por Cristo aos homens, após sua retumbante
vitória sobre a morte (cf. Ef 4.8-11).
E há
homens, que têm a vocação para cuidar do rebanho, que são os pastores, enquanto
há os que são mais usados por Deus na área do ensino da Palavra. Ninguém é
superior a ninguém, no Reino de Deus (Rm 12.5).Nas
últimas décadas, os evangelistas têm sido muito solicitados para participarem
de eventos, nas igrejas evangélicas. Alguns são excelentes pregadores, que
transmitem mensagens na unção de Deus, demonstrando verdades bíblicas com
profundidade, atraindo os pecadores para Cristo. Outros, lamentavelmente, são
verdadeiros “profissionais” da oratória. Que pregam em troca de cachês
polpudos. Preferimos considerar que este tipo é exceção. Graças a Deus, há
homens cristãos, que têm a vocação para serem evangelistas, e prestam excelente
serviço à Igreja do Senhor Jesus. Normalmente, os evangelistas têm ministério
itinerante. Vão buscar as almas, para que elas sejam acolhidas nas igrejas
locais, aos cuidados dos verdadeiros pastores, auxiliados pelos discipuladores.
A evangelização intensa só pode ter êxito se houver um discipulado intensivo
junto aos que se convertem por meio das pregações dos evangelistas. Evangelizar
sem discipular é semear sem cuidar das almas que se convertem.
Os
evangelistas são aqueles que dizem aos pecadores: “Venham para Cristo”, e os
pastores, que cuidam do rebanho, são os que dizem: “Sejam transformados pelo
poder Deus, e se integrem ao Corpo de Cristo, que é a Igreja”. Os ministérios
se complementam. Sem pastores, não faz sentido haver evangelistas. Sem
evangelistas, os pastores não veem o rebanho crescer. Nessa complementaridade
de ministérios, podemos ver a palavra do profeta Isaías: “Um ao outro ajudou e
ao seu companheiro disse: Esforça-te!” (Is 41.6).
Assim,
vamos estudar o papel e a missão do evangelista, com base nos textos bíblicos
que nos permitem avaliar esse importante dom ministerial, tão necessário à
igreja como os demais que constam das listas de ministérios necessários ao bom
funcionamento do Corpo de Cristo, que é a Igreja, da qual Ele é a Cabeça.Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 94-95.
I - JESUS
ENVIA OS SETENTA (LC 10.1-20)
1. São
poucos os que anunciam.
Após a
eleição dos Doze, que constituíam o “Colégio Apostólico”, tempos depois, Jesus
resolveu escolher outros discípulos, em número de setenta, para enviá-los como
evangelistas a “a todas as cidades onde ele havia de ir” e os organizou em
equipes de evangelizadores, “de dois em dois” (Lc 10.1, 2). O texto de Lucas,
referente ao envio dos “outros setenta” é o mais substancial em informações
quanto ao seu desempenho apostólico. Algumas das mais importantes afirmações de
Jesus sobre seus enviados constam desse texto, ainda que não são considerados
participantes do “colégio apostólico”. Para distingui-los dos 12, nesta análise,
são chamados de evangelistas.
OS
OBREIROS SÃO POUCOS
Ao enviar
os setenta, Jesus asseverou que “Grande é, em verdade a seara, mas os obreiros
são poucos” (Lc 10.2a). Diante dessa realidade, Jesus exorta a que devemos
rogar ao Senhor da seara, para “que envie obreiros para a sua seara” (Lc
10.2b).Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 95-96.
SETENTA,
MISSÃO DOS
Ver Lucas
10: 1-24. O evangelho de Lucas, no capítulo 10, apresenta uma grande
complexidade de fontes informativas, e não é fácil traçar as declarações aqui
encontradas em relação à suas respectivas origens. A maior parte desse material
procede da fonte informativa Q, até o vs. 30, embora a aplicação dada por
Mateus, sobre esta seção, diga respeito aos doze, ao passo que Lucas aplica as
mesmas declarações à missão dos setenta. Não há motivos para alguém duvidar que
ambas as missões foram uma realidade, embora somente Lucas mencione a missão
dos setenta. A questão por que Mateus omitiu a narrativa dessa missão não é fácil
de responder, mas resposta menos satisfatória parece ser que realmente não
houve tal missão, como alguns intérpretes declaram.
O melhor que podemos dizer
parece ser que essa missão dos setenta pertenceu ao último período do
ministério de Jesus, onde os registros são comparativamente escassos, tendo
envolvido partes da Peréia e da Judéia embora certamente tivesse sido outra
parte do circuito pela Galiléia. Isso constituiu o terceiro circuito galileu. O
primeiro foi feito por Jesus em companhia de quatro pescadores; o segundo se
compôs dos doze apóstolos, seguidos mais tarde por Jesus, quando eles partiram
de dois em dois. Aqui, igualmente, Jesus também enviou os setenta discípulos de
dois em dois, tendo seguido mais tarde.
Pode-se
salientar, igualmente, que posto os doze não terem feito parte desse circuito,
veio o mesmo a ocupar uma posição menos importante na tradição evangélica. E
bem provável que Lucas soube do fato, incluindo os detalhes oferecidos nesta
seção, mediante as suas investigações pessoais.
O
Simbolismo do Número Setenta
Os judeus
acharam significados importantes nos números.
O número
das nações do mundo (Gên, 10) foi setenta; Moisés designou setenta presbíteros
para o ajudar a governar Israel no deserto (Núm. 11:16,17,24,25); o número do
sinédrio, o corpo governante mais alto de Israel (em tempos posteriores), foi
fixado em setenta; a Septuaginta (LXX), a tradução da Bíblia hebraica, para o
grego, recebeu seu nome da tradição de que setenta tradutores fizeram aquela
tarefa.
É
possível que Jesus tenha escolhido setenta discípulos especiais, seguindo o
exemplo de Moisés. Por conseguinte, parece que o material que é reunido em um
único bloco, no evangelho de Lucas, é disperso em seis diferentes capítulos no
evangelho de Mateus. Tudo isso mostra o desígnio de cada autor no arranjo de
seu material, porquanto cada um deles tinha um propósito diverso ao apresentar
as informações onde e como desejavam fazê-lo.
Problemas
de harmonia não têm nenhum efeito sobre a veracidade da fé cristã, nem anulam a
historicidade dos evangelhos. Somente perturbam os harmonistas restritos que
esperam mais dos evangelhos do que os próprios evangelistas intencionaram
fornecer.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 6. Editora
Hagnos. pag. 190-191.
Designou
o Senhor ainda outros setenta (1). Lucas não quer dizer que Cristo tinha
enviado setenta anteriormente, mas que os setenta eram adicionais aos doze que
haviam sido enviados. Lucas é o único autor de Evangelho que registra este
episódio, mas ele é, também, o único a tratar (em detalhes) o ministério na
Peréia, do qual é parte.
O número
setenta parecia ter um significado especial entre os judeus. Havia setenta
anciãos designados por Moisés, setenta membros do Sinédrio (setenta e um,
incluindo o presidente ou nasi) e, de acordo com a lenda judaica, os setenta
povos ou nações da Terra, além dos judeus. O simples fato de que Jesus tinha
estes muitos discípulos dignos de confiança é significativo. Muitas vezes nos
esquecemos de que Ele tinha muitos seguidores leais.
Mandou-os...
de dois em dois. Para ajuda mútua e encorajamento. A todas as cidades e lugares
aonde ele havia de ir. Estes deveriam preparar a visita dele a essas cidades.
Neste momento, os doze apóstolos estavam com Ele; os setenta foram adiante da
sua face. E possível que cada uma dessas duplas de discípulos fosse a apenas
uma cidade e ficasse por lá, pregando, ensinando e preparando, em outros
aspectos, a visita de Jesus. Isto totalizaria trinta e cinco cidades e aldeias
visitadas por Jesus em seu ministério na Peréia, e Ele dificilmente visitaria
muitas mais em um período de seis ou sete meses, a menos que suas visitas
fossem muito breves.
Do
versículo 2 até o 16, Jesus dá instruções e admoestações aos setenta. Muitas
destas são instruções iguais ou semelhantes às instruções dadas em várias
ocasiões aos doze apóstolos. Alguns críticos tropeçam nesta similaridade entre
as passagens. Porém é mais razoável que Jesus tenha dado as mesmas admoestações
por duas vezes, se as exigências das situações fossem as mesmas. Qualquer líder
da igreja admoestando grupos de obreiros inevitavelmente repetiria vários
pontos, pois todos eles precisariam basicamente das mesmas instruções.
Grande é,
em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos (2).
A metáfora da seara parece
ter sido uma das favoritas de Jesus. A seara das almas humanas sempre foi
grande e os obreiros sempre foram, tragicamente, poucos. É a fatal falta de
interesse do homem pelos seus companheiros que mantém este número tão pequeno.
Mas o Mestre torna claro, através de seu Evangelho, que este interesse é um
teste do discipulado. Seus discípulos estão trabalhando na seara. Aqueles que
não estão trabalhando não merecem ser chamados de discípulos.
Rogai,
pois, ao Senhor da seara que envie obreiros para a sua seara. Levar a seara ao
celeiro é nossa responsabilidade. E conseguir os obreiros necessários é, em
parte, nossa responsabilidade. Devemos enxergar as necessidades e rogar que o
Senhor envie obreiros adicionais, mas nenhum homem tem o direito de orar
pedindo ajuda na seara, até que esteja fazendo o melhor de si. Deus não enviará
obreiros para ajudar um preguiçoso - ele não precisa de ajuda para fazer o que
está fazendo.Charles
L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 409-410.
Temos
aqui o envio dos setenta discípulos, dois a dois, em diversas partes da região,
para anunciarem o Evangelho, e para operarem milagres naqueles lugares que o
próprio Cristo designou que visitassem, para prepararem a sua estada. Isto não
é observado pelos outros evangelistas; mas as instruções aqui dadas a eles são,
em boa parte, as mesmas daquelas que foram dadas aos doze. Observe:
I O
número deles: eles eram setenta. Assim como na escolha dos doze apóstolos
Cristo tinha em mente os doze patriarcas, as doze tribos, e os doze príncipes
das doze tribos, aqui Ele tinha em mente os setenta anciãos de Israel. Muitos
subiram com Moisés e Arão ao monte, e viram a glória do Deus de Israel (Êx
24.1,9), e muitos foram depois disso escolhidos para ajudar a Moisés no
governo, a fim de que o Espírito de profecia viesse sobre eles, Números
11.24,25. As doze fontes de água e as setenta palmeiras que estavam em Elim
eram uma figura dos doze apóstolos e dos setenta discípulos. Êxodo 15.27. Eles
eram setenta anciãos dos judeus que foram empregados por Ptolomeu, rei do
Egito, para traduzir o Antigo Testamento para o grego; desde então esta
tradução é chamada de Septuaginta. O grande Sinédrio consistia deste número.
Agora:
1.
Estamos felizes por descobrir que Cristo teve tantos seguidores qualificados
para serem enviados; o trabalho dele jamais foi em vão, embora o Senhor tenha
encontrado muita oposição. Note que o interesse de Cristo é um interesse
crescente, e os seus seguidores, como Israel no Egito, embora afligidos se
multiplicarão.
Estes
setenta, embora não o servissem de forma tão próxima e tão constantemente
quanto os doze, eram, no entanto, os ouvintes constantes de sua doutrina, as
testemunhas dos seus milagres, e criam nele. Aqueles três mencionados no final
do capítulo anterior poderiam ter feito parte destes setenta, se tivessem se
dedicado com mais fervor ao que deveriam fazer. Estes setenta são aqueles de
quem Pedro fala como “os varões que conviveram conosco todo o tempo em que o
Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós,” e faziam parte dos cento e vinte ali
mencionados, Atos 1.15,21. Podemos supor que muitos destes que foram os
companheiros dos apóstolos, de quem lemos em Atos e nas Epístolas, faziam parte
destes setenta discípulos.
2.
Estamos felizes por descobrir que havia trabalho para tantos ministros, e
ouvintes para tantos pregadores; assim o grão da semente de mostarda começou a
crescer, e o sabor do fermento a se espalhar pela refeição, para a fermentação
do todo.
II O
trabalho e a atividade deles: Ele os mandou de dois em dois, para que pudessem
fortalecer e encorajar um ao outro. Se um cair, o outro o ajudará a levantar-
se. Ele os mandou, não a todas as cidades de Israel, como fez com os doze, mas,
apenas, a todas as cidades e lugares aonde ele havia de ir (v. 1), como seus
precursores; e devemos supor, embora não esteja registrado, que Cristo logo em
seguida foi a todos estes lugares em que agora os enviou, embora Ele pudesse
ficar apenas por pouco tempo em um lugar. Duas coisas eles foram ordenados a
fazer, o mesmo que Cristo fez onde quer que tenha ido: 1. Eles deviam curar os
enfermos (v. 9), curá-los em nome de Jesus, o que faria com que as pessoas
desejassem ver este Jesus, e estivessem prontas a receber aquele cujo Nome era
tão poderoso. 2. Eles deviam anunciar a chegada do Reino de Deus, a sua chegada
até eles: “Dizei-lhes: É chegado a vós o Reino de Deus, e agora sereis
admitidos nele, se apenas olhardes ao vosso redor. Agora é o dia da vossa
visitação, sabei e entendei”. E bom estarmos conscientes das nossas vantagens e
oportunidades, para que possamos aproveitá-las. Quando o Reino de Deus chega
até nós, devemos prosseguir, indo de encontro a ele.HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição
completa. Editora CPAD. pag. 596-597.
10.1
Muito mais que doze pessoas vinham seguindo a Jesus. De acordo com 1 Coríntios
15.6, Jesus tinha pelo menos quinhentos seguidores na época em que concluiu seu
ministério. Um grupo de 120 destes seguidores foi a Jerusalém para dar início à
igreja ali (At 1.15). Aqui Jesus designa um grupo de setenta para preparar
algumas cidades para sua visita posterior.O número
72 é encontrado nos primeiros manuscritos gregos. Este número é significativo
porque era, de acordo com Gn 10, o número de nações do mundo, de acordo com a
Septuaginta.
Outros
manuscritos gregos apresentam o número 70. Esta alternativa pode ter sido
influenciada pelo Antigo Testamento hebreu, que mantinha setenta nomes em Gn
10. Ao escolher e enviar setenta [ou setenta e dois] discípulos, Jesus estava
mostrando simbolicamente que todas as nações do mundo um dia ouviriam a
mensagem. Isto incluiria os gentios um ponto importante para o público de
Lucas.
10.2
Jesus estava enviando trinta e seis [ou trinta e cinco] grupos de duas pessoas
para alcançar as muitas cidades e aldeias que Ele não tinha podido visitar.
Jesus comparou este trabalho com uma seara - o alcance de novos crentes para o
seu reino (veja também Jo 4.35). Para se ter uma seara, no entanto, é
necessário ter obreiros no campo. Assim, muitas pessoas precisam ouvir a
mensagem, mas há poucos obreiros dispostos a reuni-los.
Embora
Jesus tivesse enviado os Doze, e agora mais setenta e dois [ou setenta], Ele
lhes disse: rogai, pois, ao Senhor da seara que envie obreiros para a sua
seara. No serviço cristão, não há desemprego. Deus tem trabalho suficiente para
todos. Nenhum crente deve ficar sentado e olhar os outros trabalhando, porque a
seara é grande.Comentário
do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 392.
2.
Enviados para o meio de lobos.
CORDEIROS
NO MEIO DE LOBOS
No tempo
de Jesus, os evangelizadores, ou evangelistas, enfrentariam situações
comparáveis a cordeiros no meio de lobos (Lc 10.3). Certamente, os setenta
puderam sentir de perto o cumprimento da advertência do Senhor. Devem ter sido
rejeitados, aborrecidos e perseguidos, até com ameaça de morte. Nos dias
atuais, os que são enviados por Cristo, para levarem a mensagem do evangelho a
certas regiões do mundo, vivem em constante risco de morrer. Desde o século
passado, e no presente, de cada três pessoas que morrem por causa de sua fé,
uma é cristã. Mais cristãos foram mortos nas últimas décadas, do que em toda a
história de Igreja de Cristo. Daí, porque a maior parte dos missionários está
radicada onde já existem muitos obreiros. E Smartphone Desbloqueado Tim L4 II
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Cortex A9 de 1.0GHz poucos são os que se destinam a lugares inóspitos e
ameaçadores. E compreensível, até certo ponto, mas Jesus mandou pregar o
evangelho a toda criatura.
E a
tendência da perseguição aos servos de Jesus é de acentuar-se cada vez mais. Na
maioria dos países do Ocidente, o Diabo tem levantado a perseguição
institucional, através de governos, dos legislativos e do Judiciário, mediante
a elaboração e aprovação de leis que dificultam e ameaçam a liberdade para a
pregação do evangelho. São “as portas do inferno”, através das “leis injustas”
(Is 10.1). Elas não prevalecerão, como profetizou Jesus, mas perturbarão e
causarão grandes problemas à missão da Igreja. Mas será por um tempo. Quando
Jesus intervier, na sua Vinda, os “lobos” serão aniquilados.Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 96-97.
Eis que
vos mando como cordeiros ao meio de lobos (3).
Que paradoxo: Cordeiros saindo
para salvar ovelhas de lobos! Aqui está a simplicidade unida ao desamparo:
nenhuma arma carnal como defesa. Mas Deus tem uma maneira de criar a força a
partir da fraqueza, e de usar até a morte como uma arma da vitória e da vida.
Aqui vemos a supremacia de Cristo. Ele é o maior Vencedor do mundo, e ainda
assim as suas forças não foram utilizadas no que se refere à defesa carnal ou
terrena. Os cristãos têm sido assassinados aos milhares, mas o avanço triunfal
continua. A esta altura temos que parar e meditar e ganhar uma nova luz e
inspiração para a tarefa e a batalha dos dias atuais. Não estamos
desprotegidos, pois Cristo está conosco. Uma vez que a própria morte não nos
vence, podemos começar a entender que somos imbatíveis. Mas, se começarmos a
nos equipar com armas carnais, estaremos caminhando em direção à derrota.Charles
L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 410.
Lc 10.3
Estes setenta e dois estavam sendo enviados a um mundo que não era um lugar
agradável. A seara envolveria um trabalho intenso e possíveis perigos. Jesus
ordenou que eles fossem, explicando que eles iriam como cordeiros ao meio de
lobos. O uso da palavra “cordeiros” se refere à sua vulnerabilidade (veja Is
11.6; 65.25). Porém o importante são as três palavras: “eu vos mando”. Se Jesus
não os estivesse enviando, eles estariam tentando ir por seus próprios planos,
por seu próprio poder, de acordo com o seu próprio itinerário, sendo cordeiros
entre lobos, pedindo para serem mortos. Mas como Jesus os estava enviando, eles
poderiam enfrentar o perigo por parte da oposição. A sua própria
vulnerabilidade poderia fazer com que eles dependessem mais de Deus.
Comentário
do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 392.
Junto com
a ordem “Ide!”, o Senhor sinaliza aos setenta (setenta e dois) que se
defrontarão com hostilidades muito severas por parte das pessoas, em cujas mãos
estarão indefesos. É impossível que eles ofereçam a menor resistência às
pessoas hostis. Quando anunciam a mensagem do reino de Deus, eles são iguais a
ovelhas no meio de lobos. Cabe notar que os discípulos não são enviados “aos
lobos”, mas “para o meio de lobos”. Isso ilustra o aspecto indizivelmente
penoso do envio dos mensageiros de Jesus.
Essa palavra anuncia aos mensageiros
a perseguição de sua pessoa e a rejeição de sua mensagem. Isso é muito mais que
“não acolher” ou “não ouvir” a pregação.O envio
das ovelhas para o meio de lobos era proverbial em Israel. Se a penetração dos
lobos em um rebanho de ovelhas já representa um grande perigo, quanto mais
perigoso será enviar e remeter, contrariando todo o bom senso, ovelhas isoladas
para dentro de uma alcatéia de lobos! As indefesas ovelhas devem viver, atuar e
permanecer entre lobos, e até mesmo superá-los. Isto é inimaginável e
inconcebível! Contudo, Deus assim o determinou! Que não esqueçamos isso especialmente
quando os lobos se tornarem cada vez mais numerosos e temíveis nos tempos
finais! Foi o Senhor que o disse!Recordando
Mt 7.15, “lobos” são os falsos pastores e falsos profetas de Israel, cuja
atitude natural é receber o mensageiro do Senhor com ódio mortal. Jesus revela
toda a perspectiva de sofrimento abertamente e sem escrúpulos aos discípulos.
A
segurança para um envio tão perigoso, o equipamento para uma incumbência tão
avessa à sensatez na luta entre ovelhas e lobos não está em levar qualquer tipo
de armamento, mas nas palavras: “Eu vos envio”. E isso basta.
Assim
como, pois, os setenta discípulos não devem estar munidos de armas de defesa
diante dos perigos no meio de lobos, assim eles também não devem equipar-se com
a bagagem usual de viagem. A instrução de que nem sequer levem consigo algo
além da roupa necessária para a caminhada, tem o objetivo de que fiquem única e
exclusivamente atentos ao cumprimento de seu envio.
Interpreta-se
de diferentes maneiras o adendo de não saudar ninguém no trajeto ou a caminho.
Essa instrução de comportamento tem um protótipo no AT (2Rs 4.29). De acordo
com uma das interpretações, a palavra de não saudar representa uma ordem
referente à urgência. Outros comentaristas consideram essa instrução como
proibição de buscar o favor de alguém. Essa segunda explicação, de buscar obter
um favor saudando alguém, por mais cerimoniosa que seja, é bastante
inconcebível. A saudação oriental é muito demorada. Em um encontro desses,
todos os votos costumeiros de bênção, abraços, beijos, pedidos de informação e
discursos podem causar uma parada que consome tempo, e que é indesejável para
quem tem pressa. Esta proibição de forma alguma veta a simples e singela
saudação: “Paz seja contigo!”
Fritz
Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Lucas. Editora Evangélica
Esperança.
3. Os
sinais e as maravilhas confirmam a Palavra.
AUTORIDADE PARA OPERAR SINAIS E MARAVILHAS
Os setenta evangelistas foram autorizados a curar
os enfermos que encontrassem nas cidades por onde haveriam de passar (Lc 10.9).
Receberam o mesmo poder que os Doze receberam da parte do Senhor (Mt 10.8). Nos
tempos apostólicos, a operação de milagres fazia parte integrante da missão.
Evangelização com milagres, sinais e prodígios era a característica da
atividade ministerial. Receberam “poder sobre os espíritos imundos, para os
expulsarem, e para curarem toda a enfermidade e todo o mal” (Mt 10.1). Da mesma
forma, os setenta evangelistas também estavam investidos da mesma autoridade
espiritual. Ao retornarem da missão, deram um relatório positivo e vibrante do
que lhes acontecera, quando saíram, em cumprimento ao mandado de Jesus, de dois
em dois (Lc 10.17).
O MAIOR PRIVILÉGIO DOS EVANGELISTAS
Na palavra aos setenta, Jesus os surpreendeu com
uma declaração desconcertante, ante a alegria e a comemoração pelos milagres
que viram ser realizados por seu intermédio. Curas, libertação de
endemoninhados e outros milagres, não seriam o auge do sucesso ministerial?
Porém Jesus lhes fez saber que maior privilégio do que operar milagres era ter
o seus nomes “escritos nos céus” (Lc 10.20). Discurso semelhante, Jesus
proferiu, em determinada ocasião, quando advertia seus seguidores acerca da
operação de milagres, sem que a vida do obreiro ou do pregador esteja em
consonância com aquilo que prega.No Sermão do Monte (Mt 7.21-23), de forma alguma
Jesus quis decepcionar ou minimizar o valor do trabalho dos evangelizadores.
Mas quis conscientizá-los de que ter o nome nos céus é o maior privilégio que
um servo de Deus pode ter.Elinaldo Renovato. Dons espirituais &
Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora
CPAD. pag. 97.
Lc 10. 17-20. E voltaram os setenta com alegria,
dizendo: Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos sujeitam (17). Eles
estavam maravilhados com o poder miraculoso que lhes fora permitido exercer.
Estavam jubilosos com a lembrança de suas realizações. Mas Jesus lhes mostrou
(20) que sua alegria não era correta, pois tinha o foco errado. Entretanto, Ele
não os repreendeu por sua alegria ao verem o reino de Satanás sofrer perdas.
Eu via Satanás, como raio, cair do céu (18). Aqui
Jesus estava tanto relembrando como profetizando. Satanás havia sofrido algumas
importantes derrotas - especialmente no que se refere à tentação de Cristo. Mas
Jesus aguardava ansiosamente a queda de Satanás; a sua completa derrota nas
mãos do próprio Cristo.
Eis que vos dou poder para pisar serpentes, e
escorpiões, e toda a força do Inimigo (19). Esta escritura tem, de fato, uma
implicação literal,5 mas o contexto parece exigir que o principal significado
seja espiritual. Note como Jesus faz uma analogia entre serpentes, e
escorpiões, e toda a força do Inimigo. Tanto os versículos anteriores como os
posteriores se referem às forças satânicas. A gramática desses versículos
implica, também, que essas serpentes e escorpiões estão incluídos nas forças do
inimigo. O simbolismo é comum para as forças satânicas ou demônios e até para o
próprio Satanás. O significado principal é que os cristãos têm poder para pisar
triunfantemente sobre os exércitos de Satanás, através do auxílio e da graça de
Jesus Cristo.
Mas... (20) mostra que o que se segue não era uma
repreensão. ...não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos;
alegrai-vos, antes, por estar o vosso nome escrito nos céus. Esta é a ênfase
correta, o terreno próprio para alegrar-se. O poder e sua manifestação são
muito deslumbrantes, mas a vida eterna é mais importante. Ter a cidadania do
céu é mais importante do que atemorizar o inferno.Charles L. Childers.
Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 411.
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PAZ DO SENHOR
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