Um Banquete Estragado (5: 6-9)
Somos informados pela arqueologia que as paredes do
palácio eram revestidas de pintura branca, o que lhe dava grande realce face à
luz dos candelabros. Nessa altura, ' já todos meio tontos do vinho, é quando
aparece na caradura da parede a mão de homem
escrevendo, e o rei via os dedos que estavam escrevendo (v. 5). Um pavor e
assombro se apossou de todos os convivas, correndo cada qual para um lado,
procurando esconder-se daquela mão misteriosa, que tinha ido estragar a festa.
Podemos imaginar o que seria o estupor na sala, em gente supersticiosa, e mesmo
em quem não fosse. Teriam perguntado uns aos outros o que seria aquilo. O medo
do rei era tal que as juntas dos seus lombos se relaxaram, e os seus joelhos
batiam um no outro (v. 6); uma viva descrição de quem assistiu de perto à cena
tétrica e pavorosa.
Imediatamente
o rei ordenou em voz alta que se introduzissem os magos e encantadores,
feiticeiros e toda a família de adivinhos, prometendo que aquele que decifrasse
a escrita seria o terceiro no reino. Aqui está uma outra prova da autenticidade
de Daniel, pois o primeiro era Nabonido, o segundo Belsazar e o terceiro o que
decifrasse o enigma. Além disso, receberia uma comenda, constante de uma cadeia
de ouro pendurada ao pescoço, sinal de graduação no governo. Os sábios chamados
ficaram também estupefatos, eles que nada conseguiram entender da escrita nem
do seu significado, Nem com a promessa da recompensa pôde alguém atinar com o
sentido da escritura. Aí a confusão teria tomado conta de todos e cada qual
procuraria ou fugir daquela sala mal-assombrada ou esconder-se daquela mão
misteriosa. Imaginemos a confusão, pois eram mil os comensais e mais os
serventes, num todo de umas 1.500 pessoas, uns correndo de um lado para outro,
outros falando e os magos mudos, olhando a parede e a escrita. O rei de
semblante perturbado, ou mudado, e todos os grandes sobressaltados (V. 9).
Daniel
Entra em Cena (5: 10-30)
A
rainha-mãe, mulher de Neriglissar, ouvindo ou sabendo da confusão (ela não
estava no banquete), entrou na casa do banquete e disse ao rei: Há no teu reino
um homem que tem o espírito dos deuses santos; nos dias de teu pai... o rei
Nabucodonozor...(v. 11 ). Se o livro de Daniel fosse do segundo século a.C.,
nós não teríamos esta linguagem, is já não haveria rainha-mãe nem tradição
alguma a respeito de Daniel. Esta é uma flagrante prova da autenticidade do
livro de Daniel. Esta declaração também nos mostra que Daniel, depois da morte
de Nabucodonozor, entrou em decênio, e só a rainha-mãe ainda conservava
reminiscência das atividades dele. Todos os outros estavam esquecidos ou nunca
teriam ouvido falar nele.Mesquita.
Antônio Neves de,. Livro de Daniel. Editora JUERP.
3. Daniel
entra na presença de Belsazar (Dn 5.13).
Daniel
entra na presença de Belsazar (5.13). Belsazar não via Daniel como um servo do
Deus Altíssimo, mas como um sábio sem serviço no palácio. Mas sua mãe o
conhecia e sabia que Daniel era um homem diferente e que o seu Deus era
Poderoso porque ela mesmo havia testemunhado as proezas desse Deus em outras
situações dentro daquele reino. O juízo divino contra Belsazar foi a
oportunidade que Deus usou para que seu servo Daniel voltasse a ser reconhecido
em uma posição de eminencia dentro do palácio. Na realidade, Daniel era um
homem que fazia diferença. A rainha o identificou como um homem de “luz e
entendimento” por causa da sua sabedoria e revelação de coisas sobrenaturais.
Daniel era um homem que não fazia concessões em relação à sua fé em Deus, por
isso, depois de lhe ter sido oferecido presentes, Daniel rejeitou aos presentes
do rei (Dn 5.17).Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 83.
Dn 5.13
Então Daniel foi introduzido à presença do rei. A sugestão da rainha-mãe foi
bem acolhida. O rei certificou-se de que o homem introduzido à sua presença era
o judeu cativo que tanto subira no reino por causa de suas aptidões especiais.
O texto exalta indiretamente os judeus e seu Deus, à custa dos psíquicos
profissionais e seus deuses. Uma vez mais, Nabucodonosor é chamado de “pai de
Belsazar” . Ver as notas de introdução ao presente capítulo. Daniel é
mencionado como se fosse desconhecido pelo rei Belsazar, o que sugere que o
profeta, ocupado nos negócios do Estado, tinha escapado de ser observado até
por alguns elevados oficiais do governo. Seja como for, é tolice buscar
coerência em tais histórias. Daniel deveria ter, no mínimo, 83 anos de idade, e
talvez até tivesse 90 anos, pelo que, como homem idoso, deixara de circular
pelo palácio real.CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 3393.
Deus
confronta os pecadores por intermédio de servos fiéis (Dn 5.10-17). Daniel é um
homem diferente. Ele tem luz, inteligência, sabedoria e espírito excelente.
Belsazar não o quis ouvir durante os dias de sua vida, mas agora precisa
ouvi-lo na hora de sua morte. Daniel é um homem insubornável. Ele não faz a
obra de Deus por dinheiro. Ele não vende seu ministério. Ele não busca favores
dos poderosos deste mundo. Ele rejeita os presentes do rei. Daniel não
procurava recompensa nem favores.LOPES.
Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 74.
A
apresentação de Daniel ao rei, e o pedido para que ele lesse e explicasse as
palavras escritas na parede. Daniel já havia sido levado à presença do rei
anteriormente (v. 13). Porém, nessa ocasião, ele tinha quase noventa anos de
idade, de modo que seus anos, e as suas honras e promoções anteriores o
habilitavam a ter livre acesso à presença do rei. No entanto ele desejava ser
conduzido pelo mestre de cerimônias como se fosse um estranho. Observe: 1. O
rei perguntou, mostrando um ar de arrogância: “Es tu aquele Daniel, dos cativos
de Judá, que o rei, meu pai, trouxe de Judá?” Como Daniel era judeu, e um
cativo, o rei relutava, pois não queria ser obrigado a recebê-lo, e desejava
que tudo isso pudesse ser evitado.HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora
CPAD. pag. 857.
Dn 5.13:
“Então Daniel foi introduzido à presença do rei. Falou o rei, e disse a Daniel:
És tu aquele Daniel, dos cativos de Judá, que o rei, meu pai, trouxe de Judá?’
“És tu
aquele Daniel?’ O presente versículo nos apresenta uma pergunta do rei, de
singular estranheza: E estranho que o rei Belsazar e seus grandes não
conhecessem a Daniel. Mas isso não é de espantar, pois o mundo também não
conhece os verdadeiros filhos de Deus. Naamã, o comandante sírio, não conhecia
o profeta Eliseu, apesar de ter ele mais glória do que o rei (1 Rs 5.8). O rei
Saul conhecia Davi muito bem, mas, após sua grande vitória “no vale do
Carvalho”, o próprio monarca o desconheceu (1 Sm 17.55-58). Desde os dias da
igreja primitiva, o seu alvo principal era tornar conhecida ao mundo a pessoa
de Deus. Paulo, em seu grande discurso no Areópago, tomou como tema principal a
existência de Deus. O grande sábio, em poucas palavras, declarou a sua grande
missão, pois era fazer conhecido deles esse Deus desconhecido. E argumentou,
então, que Deus não podia ser adorado segundo sistema idolátrico de Atenas e do
mundo pagão em geral.Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 98-99.
III - A
SENTENÇA CONTRA BELSAZAR E A
QUEDA DE
BABILÔNIA (5.22-28)
1. Os
sábios não decifraram as palavras escritas na parede (5.15).
Belsazar
fala a Daniel da sua angústia (5.15,16). Belsazar declara a Daniel que os
sábios do palácio não puderam entender nem decifrar a escritura na parede. O
rei, também, diz ter ouvido da sua mãe acerca de sua pessoa (v. 16) e da sua
capacidade de revelar sonhos e enigmas e de dar a sua interpretação. Belsazar
teve que reconhecer que Daniel fazia diferença dentro do palácio e que ninguém
mais poderia ajudar-lhe com a interpretação daquela escritura na parede.
Sabendo que os seus magos e astrólogos nada podiam fazer, reconheceu que Daniel
era servo de um Deus muito mais poderoso que todos os deuses da Babilônia. Sem
dúvida alguma, a tragédia de Belsazar e da Babilônia foi a oportunidade que Deus
tinha para que seu servo Daniel fosse reconhecido e voltasse a ter a primazia
dentro do palácio.
A atitude
de Daniel na presença do Rei (5.17). Daniel se apresenta com autoridade e
confiança, porque sabia que Deus lhe daria a interpretação da escritura sobre a
parede. Declara ao rei que o faria saber a interpretação, mas a mensagem era
dura contra o rei e contra o seu império. A mensagem continha realidades que se
confirmariam em breve e o rei precisaria estar pronto para recebê-las. O rei
lhe quis dar dádivas, as quais foram rejeitadas por Daniel. Seu papel de
profeta de Deus não lhe dava direitos de negociação com a mensagem divina.
No
versículo 19, Daniel fala da grandeza de seu avô Nabucodonosor, como grande
guerreiro, que tinha mão de ferro contra os seus inimigos. Daniel destacou
ainda que, “quando o seu coração se exaltou e o seu espirito se endureceu em
soberba, foi derribado do seu trono, e passou dele a sua glória”(v. 20). Daniel
queria que Belsazar entendesse que ninguém age desafiando o poder de Deus.
Ninguém tira, nem acrescenta a glória de Deus. Quando extrapolamos os limites
da racionalidade nos tornamos orgulhosos e presunçosos e, por isso, podemos ser
punidos.
Daniel
declara o pecado de Belsazar (5.22,23). O texto diz: “E tu, seu filho Belsazar,
não humilhaste o teu coração, ainda que soubeste de tudo isso”. Belsazar tinha
sido advertido de que não deveria abusar contra a soberania do Único Deus, o
Deus de Israel, mas ele não acreditou nem aceitou a admoestação de Deus. No
versículo 23 está escrito que Belsazar se levantou contra o Senhor do céu ao
profanar os vasos sagrados do Templo de Jerusalém, com mulheres e concubinas do
palácio.
A
história se repetiu (Dn 2:10-13; 4:4-7) quando os conselheiros confessaram-se
incapazes de interpretar a mensagem na parede. Ainda que tivessem conseguido
ler as palavras, não possuíam a chave para decifrar seu significado. Mene podia
ser "mina", uma unidade monetária ou "contado". Tekel podia
significar "sicío" (outra unidade monetária) ou a palavra
"pesado"; e peres (o plural de parsin) podia ser "meio
sido", "meia mina" ou a palavra "dividido". Podia
também ser uma referência à Pérsia! A ignorância dos sábios assustou ainda mais
o rei; aturdidos e confusos, seus nobres não foram capazes de oferecer-lhe
qualquer ajuda. Havia chegado um momento em que a autoridade política, a
riqueza, o poder e a sabedoria humana não podiam fazer nada para resolver o
problema. Mais uma vez, o Senhor tornou evidente a ignorância do mundo e a
futilidade do poder humano para descobrir e explicar a mente e a vontade de
Deus.WIERSBE.
Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. IV. Editora Central Gospel.
pag. 338.
Deus
confunde os sábios do mundo com Seus mistérios (Dn 5.7,8). O rei busca uma
explicação para a misteriosa aparição nos sábios da Babilônia. Mas eles são
impotentes. Eles não podem discernir as coisas espirituais. A sabedoria humana
não pode ajudar um homem aflito, em rebelião contra Deus.LOPES.
Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 74.
5.15: “Acabam
de ser introduzidos à minha presença os sábios e os astrólogos, para lerem esta
escritura, e me fazerem saber a sua interpretação; mas não puderam dar a
interpretação destas palavras”.
O
presente versículo mostra a grande declaração do rei, quanto àqueles seus
súditos. Ele declara a incapacidade deles diante daquele mistério. Pois aquilo
que a mão misteriosa escrevera não se achava inserido em nenhum código deste
mundo. Não é em vão que as Escrituras falam: “O segredo do Senhor é para os que
o temem; e ele lhes fará saber o seu concerto” (SI 25.14). Os magos de Faraó
foram até onde puderam, mas depois não puderam mais prosseguir; o poderio
humano vai até uma certa distância, mas depois, como sempre, estaciona; porém o
poder e a sabedoria de Deus triunfam em qualquer circunstância, tempo ou lugar.
A Bíblia diz que “Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente”. Isso
significa: Que Ele é o mesmo quanto ao tempo e a importância.Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 99.
2. As
quatro palavras “misteriosas” (Dn 5.25).
Uma
mensagem em língua estranha
“Mene,
Mene, Tequel e Parsím” (5.25). Quatro palavras apenas que continham uma
mensagem direcionada ao rei e ao seu reino. Quatro palavras estranhas ao
conhecimento de todos os que estavam presentes naquele salão de festas,
inclusive para os sábios caldeus e astrólogos do palácio que não puderam ler
nem entender aquela escritura. Era, de fato, uma escritura em “língua
estranha”. A expressão “língua estranha” faz lembrar o Dia de Pentecostes,
quando o Espírito Santo veio sobre os discípulos e eles começaram a falar em
“línguas estranhas” ( At 2.1-4). De certo modo, o que aconteceu dentro do
palácio Babilónico foi a manifestação de uma língua desconhecida para os sábios
do Palácio. Além de não poderem ler a escritura, nem entende -la, a escritura
estava escrita na parede na forma de código. A mensagem na parede continha
quatro palavras: MENE, MENE, TEQUEL, PARSIM (Dn 5.25)
A
intepretação da escritura na parede
Alguns
estudiosos e linguistas bíblicos afirmam que as palavras pareciam uma mistura
de língua caldaica e língua do aramaico, mas não há como provar isso. As
palavras escritas eram conhecidas na língua dos caldeus, mas eles não sabiam
interpretar o sentido dessas palavras. Daniel, então, com autoridade de Deus dá
a interpretação sem medo e com segurança. O sentido das palavras da escritura
(5.25-28). “Esta é pois a escritura que se escreveu: MENE, MENE, TEQUEL e
PARSIM”. As duas primeiras palavras se repetiam: MENE, MENE e tinham o sentido
de “contar ou contado”. A palavra TEQUEL significa “pesado”e a última palavra é
PARSIM que significa “dividido” (Dn 5.25). Na interpretação da mensagem, Daniel
usou no versículo 28 a palavra “PERES”, que é palavra correlata de “PARSIM” e
tem o mesmo sentido. Nos versículos 26 ao 28, o profeta explica cada uma das
palavras e diz sem medo a Belsazar o significado de cada uma delas. MENE (v.
26): “Contou Deus o teu reino e o acabou”.TEQUEL (v. 27): “Pesado foste na
balança e foste achado em falta”. PERES ( ou parsim) (v. 28): Dividido foi o
teu reino e deu-se aos medos e aos persas”.Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 85-86.
Dn 5.25
Esta, pois, é a escritura que se traçou. A escrita era simples: MENE, MENE,
TEQUEL e PARSIM, que significa, literalmente: numerado, pesado, dividido. Essas
palavras, em seguida, tiveram de ser interpretadas, o que forma a substância
dos vss. 26-28.
O texto massorético dá o duplo MENE, MENE, mas a Septuaginta, a
Vulgata e Josefo dão apenas um MENE, formando três palavras, e alguns supõem
ser esse o texto original. Algumas vezes as versões, especialmente a
Septuaginta, preservam o texto original contra o texto massorético padronizado.
Os Papiros do Mar Morto, manuscritos hebraicos de mil anos antes que aqueles
usados para a compilação do texto padronizado, têm textos que concordam com as
versões e discordam do texto hebraico padronizado. Talvez a margem de erro do
texto massorético atinja 5% do total.
Devemos
lembrar que as versões foram traduzidas de manuscritos hebraicos muito mais
antigos do que aqueles que formaram o texto massorético padronizado. Portanto,
não é de causar admiração que, algumas vezes, eles sejam melhores do que a
Bíblia hebraico moderna. “Essas são palavras caldaicas, que podem ser
traduzidas literalmente como: numerado, pesado, dividido" (John Gill, in
loc.). Por que os sábios babilônicos não puderam ler essas palavras, é
desconhecido. O que é dito sobre o assunto é dado nas notas do vs. 8. “MENE,
substantivo aramaico que se refere a um peso de 50 siclos (uma mina, igual a
567,5 g de peso). Deriva-se do verbo menah, 'numerar', 'computar'. TEQUEL é um
substantivo que se refere a um siclo (28,35 g). Vem do verbo teqel, 'pesar'.
PARSIM é um substantivo que significa meia mina (25 siclos, ou seja, 283,75 g
de peso). Deriva-se do verbo peras, 'dividir pelo meio'. A palavra uparsin
significa ‘e parsim' (u é a partícula conectiva 'e')” (J. Dwight Pentecoste, in
loc.).
Dn 5.26
Esta é a interpretação. Embora as próprias palavras fossem tomadas para
referir-se a pesos, podendo simbolizar algo como o julgamento político e a
justiça popular, a elas foi dada uma direção inteiramente nova, que se aplicava
diretamente ao próprio rei. Preservada na questão dos pesos está a balança que
pesara o rei e o achara leve demais para poder derrubá-lo. Em outras palavras,
ele era tão leve que o Vento de Deus estava pronto a soprá-lo para longe como
se fosse feito de palha. Ele era apenas um saco de vento profano. Não tinha
substância que atraísse o favor divino.
MENE:
Contou Deus o teu reino. Este versículo aborda a questão da interpretação da
palavra MENE. Deus contou os dias (do reinado de Belsazar) e determinou que
poucos tempo lhe restava. O fim daquele governo tinha chegado. “Deus contou os
dias e o teu reino term inará” (NCV). Aquele reino havia alcançado o número
determinado de seus dias, mas obtemos aqui a idéia de cortar, o reino perdurou
menos tempo do que poderia ter perdurado. O julgamento de Deus decepou o reino
da Babilônia. Fez toda raça humana para habitar sobre toda a face da terra,
havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua
habitação. (Atos 17.26)
Isso pode
parecer determinismo absoluto, mas muitas são as Escrituras que nos mostram que
acontecem aos homens e às nações muitas coisas segundo a Lei M oral da Colheita
Segundo a Semeadura (ver a respeito no Dicionário), que opera conforme os
homens obedecem ou desobedecem às leis morais de Deus. A presente história é,
na realidade, uma ilustração precisa disso.
Pesado foste na balança. Este versículo interpreta a palavra TEQUEL.
Deus pôs o rei na balança de Sua justiça e achou que ele era mais leve do que a
poeira. Para ser aprovado, o homem teria de ser pesado o bastante para fazer o
prato da balança baixar em seu favor — essa é a idéia da metáfora. Um homem tem
de pesar mais do que seus pecados e fracassos, ou seja, mostrar que tem algum
vafor que pese mais do que suas maldades. “Foste pesado na balança e ficou
demonstrado que não és bom o bastante” (NCV). Ou seja, Belsazar não era
suficientemente bom para escapar do julgamento que sobreviria naquela m esma
noite. Esse juízo veio porque as m aldades do rei ultrapassavam suas bondades.
“A noção da conduta humana ser pesada em uma balança é muito antiga e ilustra
lindamente as cenas do Egito antigo, onde os mortos ficavam de pé defronte da
balança, enquanto o registro era feito. Passagens bíblicas como Jó 6.2,3; 31.6
e Pro. 62.9 refletem essa idéia. Cf. também Sal. 5.6; Enoque 41.1; 61.8, bem
como o Quran Sura 21.48” (Arthur Jeffery, in loc.).
“Você foi
pesado na balança da justiça e da verdade, na santa e justa lei de Deus, tal
como o ouro, as jóias e as pedras preciosas são pesados para se determinar o
seu valor... e você foi encontrado em falta, como se fosse ouro adulterado,
escória de prata, moedas falsas e pedras preciosas falsificadas, encontrado
como inútil como homem, príncipe iníquo, a quem faltam as qualificações
necessárias da sabedoria, da bondade, da misericórdia, da verdade e da
justiça" (John Gill, in loc.). Essa citação nos faz sentir o que está
envolvido nos julgamentos divinos, não somente no que diz respeito àquele pobre
homem, mas no que se refere a nós, igualmente. Qual é o peso de nossa
sabedoria, bondade, misericórdia, verdade e justiça?
Dn 5.28
PERES:
Dividido foi o teu reino. Este versículo interpreta a palavra PERES.
Estritamente falando, o reino não foi dividido; simplesmente foi conquistado
pelos medos e persas. Mas talvez a idéia seja que essas duas potências
dividiram entre si o império da Babilônia. De fato, a Média e a Pérsia eram
potências distintas que se uniram mediante a conquista da segunda pela
primeira. O terceiro reino do sonho de Nabucodonosor — o ventre e as coxas de
bronze — é interpretado por alguns como o poder persa, em distinção ao poder da
Média. Portanto, a palavra PERAS pode significar “quebrar”, e, como é lógico, a
Babilônia foi quebrada em dois pela derrota que sofreu. Os medos aparecem em II
Reis 17.6; Esd. 6.2 e nos livros proféticos.
Os medos e os persas são m
encionados juntos aqui, tanto quanto no capítulo 6 deste livro, porque os
judeus, à semelhança dos gregos, consideravam aqueles dois povos iranianos
intimamente associados. Nos escritos gregos, os term os ta Persika e ta Medika
tornaram-se sinônimos virtuais, intercambiáveis.Talvez
haja um jogo de palavras intencional aqui, baseado em peres (quebrar) e Paras
(Pérsia). Os persas foram os instrumentos da quebra do império babílônico.CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 3394,3397.
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PAZ DO SENHOR
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