"MENE,
MENE, TEQUEL e PARSIM." Era o que estava escrito na parede revestida por
estuque do palácio real. Uma imagem assombrosa e amedron- tadora que colocou
ponto final na festa do palácio. Deus estava falando que chegara ao fim o
espetáculo do deboche da fé alheia.
O
capítulo cinco de Daniel retrata a imagem de uma festa no Palácio do Co-Regente
da Babilônia. Belsazar havia ordenado aos seus subordinados que trouxessem os
utensílios de ouro deportados do templo de Jerusalém. Com estes utensílios o
rei promoveria uma festa regada a vinhos para os convivas. Era a festa do
deboche! Do deboche da fé de um povo. Do deboche dos costumes e hábitos de uma
nação. Do deboche da cultura religiosa de um povo. Do deboche do Deus de uma
nação.
A ação
divina
O quinto
capítulo do livro de Daniel demonstra um Deus soberano que perscruta a
motivação do coração humano. Ele fez isso com o rei Belsazar. Este caiu na
mesma tentação do seu avô, Nabucodonozor. E adoeceu de alma pensando fazer com
o poder imperial o que bem entendesse sem ser alvejado pelas suas escolhas.
Belsazar escolheu o caminho mais sórdido e absurdo: o da profanação da
identidade religiosa e cultural de um povo, e das coisas consagradas a Deus.
Somente para mostrar que ele, Belsazar, era mais importante que o Deus de
Israel. Entretanto, o rei mal sabia que estava sob o olhar desse Deus.
Para a
motivação de Belsazar foi dado um xeque mate: MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM.
Estas palavras são a mensagem de Deus revelada a Daniel: "Esta é a
interpretação daquilo: MENE: Contou Deus o teu reino e o acabou. TEQUEL: Pesado
foste na balança e foste achado em falta. PERES: Dividido foi o teu reino e deu-se
aos medos e aos persas". Naquela noite o Deus de Israel acabara com a
festa do deboche das coisas consagradas a Deus e do Seu povo. E Belsazar morreu
ali mesmo.
COMENTÁRIO INTRODUÇÃO
Indiscultivelmente
Nabucodonosor foi o mais importante dos reis da Babilônia. Seus feitos
arquitetônicos construindo cidades e palácios e sua ousadia política, além de
demonstrar uma inteligência espetacular apresentam a sua história.
Depois da
morte de Nabucodonosor em 562 a.C.,Evil-Mero-daque o sucedeu no trono e, dois
anos depois foi assassinado por Neriglissar, seu cunhado, mas quem veio a
assumir o Trono foi Nabonido, genro de Nabucodonosor, o qual gerou o filho
chamado Belsazar. Este, veio a ser corregente com seu pai, três anos depois.
Era um homem blasfemo e não sabia respeitar princípios. Sua história contém
elementos de crueldade e total inclemência com os subordinados do reino. Foi,
também, um homem devasso que não sabia respeitar a história nem aos valores do
reino.
Este
capítulo descreve e registra o reinado de Nabonido por 17 anos (556-539 a.C.).
Quando foi a Arábia, deixou a seu filho Belsazar como corregente na capital do
império. Ele havia sido nomeado por seu pai como seu representante na
Babilônia. Era, portanto, a segunda pessoa mais importante do reino. Alguns
anos haviam se passado e ao fmal de sua corregência, Belsazar não contava com a
invasão dos exércitos da Média e da Pérsia na Babilônia. O império caiu nas
mãos dessa aliança medo-persa e um novo reino se instalou.
O
capítulo cinco relata essa invasão na capital babilónica. Bel- sazar fazia uma
festa regada a vinho e sexo, quando Deus escreveu na parede do palácio a
sentença de morte e queda do império babilónico. Está registrado, também, o
desrespeito com os valores religiosos das nações e como, de forma abusiva e
irresponsável, ele mandou buscar os vasos sagrados do templo de Jerusalém para
em- bebedar-se com vinho nos mesmos, Belsazar ultrapassou a medida da paciência
de Deus e, na noite de sua festa, foi morto e o reino da Babilônia foi ocupado
pelos medos e persas em 539 a.C.
Nesta
história aprendemos que ninguém zomba de Deus. Sua soberania jamais poderá ser
questionada por simples mortais. Na onis- ciência divina os fatos futuros,
presentes e passados são do inteiro conhecimento de Deus. A queda do Império
Babilónico havia sido profetizado pelo profeta Isaías,pelo menos uns 150 anos
antes de acontecer (Is 14.3-5; 47.1,5). O profeta Jeremias também profetizou
sobre tudo o que aconteceria com Israel e as invasões de Jerusalém e Judá, bem
como anunciou a destruição da Babilônia (Jr 50.2; 51.53,58).Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 77-78.
“Belsazar”
(5-1).
Por muitos anos a referência a Belsazar foi utilizada como prova de que
o livro de Daniel carecia de precisão histórica e teria como origem uma data
recente. Foi então que os arqueólogos descobriram evidências não somente de sua
existência, mas também de seu papel de regente de seu pai, Nàbonide! Assim se
explica a promessa de Belsazar de fazer de Daniel “o terceiro no governo do seu
reino”, quando o próprio Belsazar era apenas o segundo mais importante! Os
dados apresentados como prova de que a data do livro seria recente, acabou por
evidenciar que fora escrito centenas de anos antes do que se supunha, antes
mesmo de que os registros históricos da era tivessem sido perdidos.
“Teu pai”
(5.11, 18).
Apesar dessas referências, Nabucodonosor não era o pai biológico de
Belsazar. Este era filho de Nabonide, que assassinara Labashi-Marduk, filho de
Neriglissar, genro de Nabucodonosor que, por sua vez, matara o filho do grande
rei Evil-Merodaque! As expressões “filho de” e “pai de” eram usadas comumente
no mundo antigo para indicar os sucessores e predecessores de reis, tivessem ou
não parentesco de verdade.RICHARDS.
Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. Uma análise de Gênesis a Apocalipse
capítulo por capítulo. Editora CPAD. pag. 517.
Queda do
Império Caldeu, 5.1-31
A
primeira metade do livro de Daniel é o registro de uma série de encontros
cruciais entre o orgulho e poder de homens insignificantes e o grande e bondoso
Deus. Este, em última análise, dirige as ações dos homens quer eles reconheçam
isso, quer não. O incidente desse quinto capítulo serve como clímax da jornada
meteórica ao longo da história do reino Babilónico.
Após a
morte de Nabucodonosor, o seu filho, Evil-Merodaque, o sucedeu no trono. Esse é
o rei que deu honra especial ao rei Joaquim, depois de 37 anos de exílio, ao
soltá- lo da prisão e designar-lhe uma pensão (Jr 52.31-34; 2 Rs 25.27-30).
Depois de
dois anos, Neriglissar, o cunhado de Evil-Merodaque, liderou uma revolta e o
assassinou. Neriglissar tinha se casado com uma das filhas de Nabucodonosor e
reivindicava um certo direito real, especialmente por meio do seu filho,
Labashi-Marduque. Mas o jovem não recebeu apoio e logo foi morto pelos seus
amigos de confiança. Os generais e líderes políticos escolheram Nabonido, outro
genro de Nabucodonosor, um auxiliar experimentado e de confiança durante a
maior parte do seu reinado. Nitocris, filha de Nabucodonosor, deu um filho a
Nabonido. Seu nome era Belsazar. Por causa do seu sangue real, Belsazar, três
anos após a ascensão de Nabonido ao trono, foi feito co-regente com seu pai.
Ele tinha a incumbência de governar a cidade e província da Babilônia. Esse foi
o rei Belsazar descrito por Daniel, como os caracteres cuneiformes têm revelado
após décadas de confusão sobre a sua identidade, mesmo entre estudiosos conservadores.Roy E.
Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 515.
I - O
FESTIM PROFANO DE BELSAZAR
“na
presença dos mil” (5.1). Refere-se aos convidados de Belsazar na frente dos
quais ele bebeu vinho, como uma demonstração libertina diante dos seus
convidados iniciando a bacanal dentro do palácio. Poderia ter sido mais uma
festa palaciana na Babilônia se a festa promovida por Belsazar não tivesse sido
uma festa de escárnio ao Deus dos cativos judeus.
“mandou
trazer os utensílios de ouro e de prata... que seu pai Nabucodonosor tinha
tirado do templo que estava em. Jerusalém” (5.2,3).
Belsazar não teve
escrúpulos nem respeito com os utensílios sagrados trazidos de Jerusalém como
espólio de guerra por seu avô Nabucodonosor. Ele foi um homem sensual e
sacrílogo, pois não tinha o menor respeito por coisas sagradas. Além de
desafiar o poder de Jeová e querer usurpá-lo, Belsazar foi mais longe e fez
escárnio da verdadeira religião para satisfazer seus intentos baixos, frívolos
e profanos. Quando o teor alcóolico subiu à cabeça de Belsazar, então mandou
trazer os “vasos sagrados do templo de Jerusalém” para serem usados em suas
orgias com suas mulheres e prostitutas. A profanação das coisas santas sempre
foi condenada pelo Senhor (Dn 1.3;Am 6.6; Is 52.11).Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 78-79.
Belsazar
(nome que significa “Oh, Bel, protege o reil”) é de origem posterior. A Septuaginta
confunde esse nome com Beltessazar. Tem os em Belsazar um rei para todos os
propósitos práticos, mesmo que ele não tivesse sido um rei no sentido real. As
inscrições nunca o mencionam com o um rei que estivesse governando.
Mas não
há razão alguma para duvidarm os do fato de que seu pai o investiu com poderes
reais, pelo que a palavra rei, que aparece neste texto, pode ser considerada
correta o bastante para não estar sujeita a críticas e censura. Coregente é
termo forte demais para descrever a situação.Aqui se
demonstra que a vontade divina acaba dominando no fim, e que todo sacrilégio
deve ser punido. Ademais, o fim do im pério babilônico foi o início de uma nova
esperança para Judá. Agora os judeus poderiam voltar para reconstruir
Jerusalém, por meio dos graciosos decretos de Ciro.
O “rei”, que era um homem vão, ofereceu um
vasto banquete para mil convidados! O rei continuava a beber vinho na presença
dos convidados, que tam bém continuavam a beber só para fazer-lhe com panhia.
Talvez esteja em vista algum a festividade o ficia l nãoidentificada. Os vss. 30-31 mostram que tudo isso ocorreu
nas vésperas da queda da Babilônia, em 538 A. C. Se supuserm os que Daniel tenha
sido levado para o cativeiro aos 16 anos de idade (em 605 A. C.), chegarem os à
conclusão de que ele tinha cerca de 83 anos por esse tempo. “As inscrições
contem porâneas deixam claro que a Babilônia foi capturada sem que se aplicasse
um golpe sequer, e que Nabonido foi im ediatam ente feito prisioneiro. A
própria inscrição de Ciro sugere que ele foi recebido com alegria pela
população. Uma tradição posterior, entretanto, inform a que a cidade foi
conquistada por m eio de um assalto noturno, enquanto os habitantes celebravam
uma festa. Há traços dessa tradição em Heródoto (Hist. 1.191), bem com o em X
enofonte (C yropaedia, V II.5.15-31)” (Arthur Jeffery, in loc.).A
arqueologia descobriu um vasto salão na cidade de Babilônia, com pouco mais de
50 m de comprimento, cujas paredes eram emplastradas. Esse é um lugar de
dimensões suficientes para que ali tivesse ocorrido o banquete mencionado, com
seus mil convidados.CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 3391.
Vários
fatos marcantes nos chamam a atenção nesse texto de Daniel em primeiro lugar,
Babilônia estava sendo tomada enquanto o rei estava festejando (Dn 5.2-4,30).
Naquela noite, o rei Dario estava desviando o curso do rio Eufrates e marchando
pelo leito do rio para entrar na inexpugnável cidade da Babilônia para tomá-la.
O império estava caindo, e o rei estava se banqueteando. Aquela era sua última
noite, e o rei estava se embriagando.Em
segundo lugar, o rei dá uma grande festa no dia de sua grande ruína (Dn 5.1).
Ele estava fazendo uma festa nababesca no dia mais fatídico de sua vida.
Osvaldo Litz diz que quanto maior a festa, maior a glória do festeiro.
Eles
querem diversão e prazeres.
A maior cidade do mundo estava sendo tomada, e o
rei e os nobres estavam bebendo e se divertindo. Eles estavam à beira de um
abismo e não se apercebiam disso. Muitas pessoas também não se apercebem do
risco que correm. Estão à beira da morte, nas barras do juízo de Deus e
continuam anestesiadas pelos seus pecados.
Em
terceiro lugar, o rei lidera seus nobres em uma festa dissoluta, de embriaguez
e de sensualidade na noite de seu juízo (Dn 5.2,3). Outro erro do rei foi o
abuso da bebedeira. A embriaguez promove a dissolução (Ef 5.18). A bebedeira é
um espetáculo indigno que produz conseqüências desastrosas. Quem bebe está
soltando os freios do domínio próprio à beira de um abismo: acidentes de
trânsito, brigas, assaltos, arrombamentos, delitos sexuais, adultérios e
assassinatos têm muitas vezes sua origem no álcool. O rei deu uma grande festa.
Gostava de pompa. Vivia para o prazer. Usava o poder apenas para corromper-se e
deleitar-se no pecado. Era a festa dos excessos, da embriaguez desavergonhada.
Onde as pessoas se entregam à bebedeira, náo há bom-senso nem equilíbrio. O
caminho da embriaguez é o caminho da ruína. A estrada da embriaguez é o caminho
da vergonha, da derrota e da morte.LOPES.
Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 71-72.
Dn 5.1:
“O rei Belsazar deu um grande banquete a mil dos seus grandes, e bebeu vinho na
presença dos mil.
"...
um grande banquete...”
O presente versículo tem seu paralelo no primeiro
capítulo do livro de Ester, livro que marca também um período do cativeiro. Ali
há um banquete semelhante a este, em que alguém também perdeu sua coroa. Belsazar
era um príncipe caldeu, e, como tal não devia beber, pois a Bíblia exorta a
respeito. (Ver Pv 31.4). A advèrtência divina é mais sublime do que a atitude
deste monarca; ela recomenda a todos: “Melhor é ir a casa onde há luto do que
ir a casa onde há banquete, porque ali se vê o fim de todos os homens” (Ec
7.2). O rei, em sua orgia e devassidão, viu o fim de seu reino e de seus
grandes naquela mesma noite. Os homens sempre falham, mas a Palavra de Deus não
(Jr 1.11,12).
O rei Herodes pereceu ferido pela mão poderosa de um anjo, porque
não deu glória a Deus, quando podia ter dado (At 12.23). A grande advertência
divina é: "... qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado e aquele
que a sí mesmo se humilhar será exaltado”. Belsazar, pelo que fica depreendido
do texto em foco, não se humilhou e por essa razão foi reduzido a nada. Neste
banquete real, podemos observar o extremo descuido daquela gente. O inimigo
estava às portas da cidade, enquanto que todos os grandes do reino se
encontravam reunidos numa bebedeira. O comandante Ciro, já se encontrava
desviando o curso do rio Eufrates, que passava pelo meio da cidade, e após,
entrou pelo leito seco do rio. Ele tomou a cidade de “assalto” naquela mesma
noite. Assim Babilônia foi sacudida pelos dois “tufões de vento do Sul, que
tudo assola” (Dario e Ciro). (Ver Is 21.1). Paulo diz que “os que se embebedam
embebedam-se de noite” (1 Ts 5.7); o rei Belsazar escolheu essa hora sombria da
noite, e nela pereceu.Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 91-92.
2. A
insensatez e a crueldade do autocrata Belsa.
Sua
insensatez era demonstrada pelo pouco caso que fazia do próprio reino sem se
importar com o fato de que seu pai estava fora da Babilônia. Sua insensatez foi
demonstrada nas ações libertinas cuja preocupação era o seu próprio prazer com
bacanais com sexo e bebidas alcóolicas. O sábio Salomão referiu-se a esse tipo
de festa e disse: “Melhor é ir a casa onde há luto do que ir a casa onde há
banquete,porque ali se vê o fim de todos os homens” (Ec 7.2). Foi o que
aconteceu com Belsazar que, em sua orgia e devassidão, acabou por ver o fim do
seu reino e dos seus convidados naquela mesma noite em que a mão escreveu o seu
juízo na parede do salão de festas.
Belsazar
promoveu uma festa de profanação das coisas sagradas (5.3). Na verdade,
Belsazar não tinha o menor escrúpulo com coisas sagradas. Ele era um dissoluto
e soberbo que, não apenas bebeu vinho nos vasos sagrados da Casa de Deus em
Jerusalém, mas encheu a medida do cálice da ira divina. Como era um homem
dissoluto, promovia festanças para se entregar à bebedeira. A Babilônia era uma
cidade de opulência e luxúria e no palácio imperial se promovia constantemente
festas que homenageavam seus deuses, os deuses dos caldeus. Enquanto seu pai
Nabonido estava no campo de batalha defendendo o reino da Babilônia contra as
forças dos medos e dos persas, ele pouco se preocupava, senão satisfazer suas
paixões. A festa era incompatível com a situação instável de enfraquecimento do
reino da Babilônia, mas ele preferiu dar vazão aos seus instintos pecaminosos
sem se preocupar com aquela situação. Belsazar era homem cruel. Acostumado a
ter o que quisesse, não media dificuldades para fazer valer sua vontade, tanto
para matar seus oponentes como para se cercar de pessoas da mesma estirpe.
Naquele momento festivo as províncias do reino já haviam caído nas mãos dos
inimigos, e Ciro, da Pérsia, com seus exércitos estava cercando a capital que
seria, de fato, a conquista final do novo império que o sucederiaElienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 79-80.
Segurança
falsa.
O rei festejava com “os seus grandes”, pois todos supunham estarem
protegidos pelas muralhas maciças. O que não podiam imaginar é que as forças
persas haviam mudado o curso do rio que atravessava a cidade. Com a queda do
nível da água, o inimigo simplesmente caminhou ao longo da cabeceira do rio,
por baixo das grades de proteção, e surpreendeu os babilônios no interior da
cidade. Uns 80 anos mais tarde, o escritor grego, Heródoto escrevia. “Se os
babilônios tivessem sido alertados da estratégia de Ciro (...) teriam
aferrolhado todas as portas das ruas que passavam por sobre o rio, além de
destacarem sentinelas em ambas as margens por toda a correntc, o que faria com
que o inimigo fosse surpreendido como se tivesse caído numa armadilha (...)
Devido à vastidão do lugar, mesmo muito tempo depois que as áreas periféricas
haviam sido tomadas, os habitantes ainda continuavam a ignorar o que vinha
ocorrendo, pois, como estavam envolvidos na festa, continuaram dançando e se
divertindo até que, finalmente tomaram conhecimento do ocorrido”. Que
semelhança entre tanta gente da atualidade, que se sente segura por trás dos muros
da riqueza ou da posição social, jamais imaginando que a ruína está tão perto,
até que seja tarde demais.RICHARDS.
Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. Uma análise de Gênesis a Apocalipse
capítulo por capítulo. Editora CPAD. pag. 517.
Não é
fácil reconstruir os acontecimentos que envolvem a queda de Babilônia. A assim
chamada Crônica de Nabonido102 está incompleta, mas fala do retorno de Nabonido
a Babilôma para as comemorações do festival de ano novo. A data está faltando,
mas conjetura-se que seja “décimo-sétimo ano", pois os exércitos de Ciro
já vinham se aproximando. O mês Tasritu (sétimo mês) é mencionado em conexão
com o ataque de Ciro ao exército babilõnico em Opis, às margens do Tigre, e a
revolta da cidade e seu massacre. “O dia 15 de Sípar marcou uma vitória sem
lutas. Nabonido fugiu. No dia 16 Gobrias, governador de Guti, e o exército de
Ciro entraram em Babilônia, sem oposição”. Presumivelmente foi este o evento a
que Daniel 530 se refere, embora somente no mês seguinte Ciro tenha entrado em
pessoa na cidade (2 de novembro de 539).
Visto sob
esse transfundo, o banquete de Belsazar foi pura bravata, o último estertor de
um rei apavorado, tentando sem sucesso afogar os seus temores. Não é de se
admirar que o pânico tomou conta dele fazendo-o passar vexame assim que algo
inesperado aconteceu. O fato de seu pai ter abandonado a capital, deixando que
ele enfrentasse o inimigo faz com que se fique com um pouco de pena deste
príncipe fraco e sacrílego.Joyce G.
Baldwin,. Daniel Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 127.
3. Uma
festa profana.
“e
beberam neles o rei, seus grandes, as suas mulheres e concubinas” (5.3,4).
A
despeito da opulência e grandeza da cidade ostentando um palácio imperial onde
havia festas, luxúria, prazeres, riquezas e exibição de maldades,Belsazar não
teve nenhuma sensibilidade com os vasos sagrados, que certamente eram taças de
ouro e de prata e que serviam aos atos litúrgicos do Templo de Deus em
Jerusalém. No versículo 4 diz que “beberam o vinho e deram louvores aos
deuses... ”. Era uma festa dedicada aos deuses (ídolos) do império, mas que
continha degeneradas orgias com homens e mulheres, muita glutonaria e bebedice.
A intenção libertina de Belsazar era desafiar os outros deuses, principalmente,
o Deus de Israel, amado e reverenciado pelos cativos judeus dentro do palácio.
Havia dentro do palácio uma forte influência satânica. Não há dúvida de que os
demônios trabalham para desfazer tudo o que diz respeito a Deus e, tomar
aquelas taças sagradas do templo de Deus, fazia parte da estratégia de Satanás
para profanar as coisas de Deus. O apóstolo Paulo escreveu aos coríntios, algo
que confirma esse fato: “As coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos
demônios e não a Deus” (1 Co 10.20).Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 80.
Dn 5.4
Beberam o vinho, e deram louvores aos deuses.
Aqueles réprobos levaram muito à
frente sua tola questão. Não só profanaram precipitadamente o que era santo,
mas chegaram a usar os vasos sagrados para honrar suas falsas deidades,
tornando os vasos do templo parte de sua adoração idólatra. Foi uma apropriação
vergonhosamente indébita do que pertencia a Yahweh. Por tal ato, eies pagaram
um preço altíssimo. É provável que a festa não tenha sido religiosa, mas os
babilônios misturavam terrivelm ente as questões do Estado com as questões
religiosas, pelo que em qualquer ocasião poderiam m isturar a idolatria com
suas atividades. “Até nos banquetes oficiais era costumeiro oferecer libação
aos deuses locais, o que era feito com as palavras apropriadas de louvor. Esse
detalhe, como é óbvio, aumenta o crime de Belsazar” (Arthur Jeffery, in loc.).
Os deuses da Babilônia foram festivam ente servidos, havendo presentes toda a
espécie de riqueza material, como ouro, prata, bronze, ferro, madeira e pedra,
algo que o autor sagrado adicionou a fim de m ostrar a extensão das
transgressões idólatras dos culpados. “A perda do sentido do sagrado é sempre
um dos sinais da decadência moral... Talvez a perda de respeito pelo que é
sagrado para outros seja um sinal inevitável de nossas traições
interiores" (Gerald Kennedy, com entando sobre como aqueles homens usavam
coisas sagradas em suas orgias de vinho).CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 3392.
Dn 5.4:
“Beberam o vinho, e deram louvores aos deuses de ouro, e de prata, e de cobre,
e de ferro, e de madeira, e de pedra”.
O
presente texto nos mostra quão grande foi o desrespeito daquela gente à
santidade divina; eles não só beberam, mas deram também “louvores” àqueles que,
por natureza, não são deuses. Deus adverte, através do profeta Isaías, quando
diz: “Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória pois a outrem não
darei, nem meu louvor às imagens de escultura” (Is 42.8). O rei e seus grandes
não deram ouvidos à mensagem divina, que está sempre a clamar. Eles não podiam
dar, pois estavam embriagados; cinco vezes lemos nesse capítulo que eles
beberam. Um escritor observa o seguinte: “Os adoradores, no festim de Belsazar,
sentiram a animação do álcool e adoraram os ídolos mortos dando-lhes louvores”.
Mas, no Pentecoste, encon- tra-se o segredo da inspiração verdadeira: “Todos
foram cheios do Espírito Santo... e falavam das grandezas de Deus” (At cap. 2).
Paulo, o apóstolo, adverte seus leitores: “Não vos embriagueis com vinho [como
fez Belsazar], em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito”. Os efeitos
nocivos do vício têm trazido conseqüências drásticas, tanto à pessoa humana
(sentido individual), como também à própria sociedade (sentido coletivo).
Portanto, é evidente que, principalmente as autoridades, não devem beber (Pv
31.4).Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 93-94.
O rei
promove uma festa de profanação das coisas sagradas (Dn 5.3).
O rei, além de se
entregar à embriaguez, dá mais um passo na direção de sua ruína. Ele manda
trazer os vasos do templo para profaná-los de forma estúpida e infame. Profanar
as coisas de Deus é um grave pecado. Usar os vasos do templo, consagrados para
o culto ao Senhor, numa festa profana, numa bacanal, foi uma terrível ofensa à
santidade de Deus. Belsazar fez pior que seu pai. Este saqueou o templo de
Jerusalém e levou os vasos sagrados para o templo de seu deus (Dn 1.2), mas
Belsazar usou-os de modo sacrílego, para acrescentar um pouco de novidade a sua
últim a orgia de bebedeira. O rei estava zombando de Deus ao escarnecer das
coisas de Deus. Aquele gesto de profanação era também uma afronta e um abuso ao
povo de Deus. A cena é de desprezo ao Deus do céu, o Deus a respeito de quem
Belsazar ouvira desde a meninice, e de rejeição ao testemunho que recebera.O rei
coloca os vasos do templo do Senhor nas mãos de seus convidados e lidera a
orgia. Escarnecem do sagrado e exaltam o profano.
O rei
promove uma festa idolátrica ao dar louvor aos deuses fabricados por mãos
humanas (Dn 5.4). Além de profanar as coisas de Deus, o rei ainda usa os vasos
do templo para louvar suas falsas divindades. A idolatria é um pecado ofensivo
a Deus. A idolatria é uma expressão de profunda cegueira espiritual. Ela
provoca a ira de Deus.LOPES.
Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 72-73.
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PAZ DO SENHOR
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