2. A interpretação.
A semelhança do capítulo 2, o Império Romano
aparece no sonho de Nabucodonosor representado pelas “pernas de feno e os pés,
em parte de ferro e em parte de barro” (2.33). No capítulo 7, o Império Romano
aparece na visão de Daniel como um “animal terrível e espantoso” (Dn 7.7). Esse quarto animal não se parece com
qualquer outro tipo do mundo animal. Não havia nada comparável do mundo animal.
O profeta percebe que era um animal, um monstro mítico o qual define como um
animal “terrível e espantoso”. A ca- raterística que se destacava nesse animal
era a sua força e poder de destruição. Esse animal tinha “dentes de ferro” que
triturava tudo o que estivesse à sua frente, indicando força e insensibilidade
no trato com coisas vivas (v. 23). A força desse império foi demonstrada pela
força militar que se tornou o maior referencial da sua conquista. Esse é o
império sequente que veio depois do medo-persa.
“terrível
e espantoso” (7.7).
Esse animal deixou seus rastros de morte e destruição por
onde passava. O Império Romano é cara- terizado pela dureza do ferro que é um
símbolo do poder militar. Pelo poder militar, o Império Romano impôs sua força
brutal, com violência e dureza, inclusive nos tempos da vida terrestre de Jesus
Cristo. Os sofrimentos impingidos na prisão, martírio e crucificação de Jesus
revelam a força bruta das milícias romanas contra as pessoas. Em relação ao
quarto animal, Daniel o vê como “terrível e espantoso”. Isto lembra, não só as
proezas romanas, mas a violência como cultura e entretenimento, quando levavam
seus prisioneiros às arenas romanas para serem devorados por animais carnívoros
e famintos, enquanto a elite e o povo assistiam com aplausos e gritos (At
19.12-18;At 16.36-39). Nos tempos cristãos, ainda sob a égide romana, milhares
de cristãos foram martirizados nessas arenas e circos, especialmente, em Roma.
O império se impunha pela força bruta, por isso, “tinha dentes grandes de
ferro” que a tudo destruía e triturava. Diz o texto que a tudo que tomava nos
dentes “fazia em pedaços”. No versículo 23, Daniel explica e interpreta a
figura desse quarto animal representando um reino em que a crueldade seria a
marca do império desde 241 a. C. até 476 d. C. Esse império é visto numa
perspectiva escatológica, pois cremos que, mesmo que aparente e fisicamente
tenha deixado de existir, historicamente, num tempo especial ele ressurgirá com
força reunindo as forças gentílicas das nações do mundo, especialmente, as
nações adjacentes ao “Mar Grande”, o Mediterrâneo, e mostrará sua força sob a
liderança do Anticristo.
“Estando
eu considerando as pontas (chifres), eis que entre elas subiu outra ponta
pequena (chifre)” (7.8). Em outras versões, a tradução apresenta de forma
direta como “chifre pequeno” que surge entre os demais chifres no espantoso
animal. Esse “chifre pequeno” representa, escatologicamente, “o homem do
pecado” ou “o filho da perdição” (2 Ts 2.3) que surgirá num determinado tempo
designado por Deus identificado como o “anticristo”. Esse personagem aparecerá,
literalmente, no “último tempo”, ou seja, na Grande Tribulação, blasfemando
contra o Altíssimo até que venha o juízo de Deus sobre ele.
Os dez chifres do
quarto animal representam a força desse terrível animal. Conforme a visão,
Daniel vê sair do meio da cabeça desse espantoso animal, entre os dez chifres
um “chifre pequeno” que tem olhos e uma boca que “fala insolências”. Falar
insolências significa falar com desrespeito às instiuições e pessoas. Significa
ser desaforado e é exatamente o que o personagem do “chifre pequeno” fazia e
fará na pele do Anticristo. Esse “chifre pequeno” surgirá entre os outros
chifres do “animal terrível espantoso”, ou seja, entre os dez reinos no último
tempo como está profetizado e interpretado por Daniel nos versículos 24 e 25,
quando diz: ”E, quanto às dez pontas, daquele mesmo reino se levantarão dez
reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros e
abaterá a três reis. E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os
santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão
entregues nas suas mãos por um tempo, e tempos, e metade de um tempo”. Esse
chifre pequeno será um homem que aparecerá no “último tempo” e blasfemará
contra Deus, até que lhe venha o juízo divino.
“o chifre
pequeno” (7.8).
Tanto em Daniel 7.8 como em Apocalipse 13.1,5,6, as profecias
apontam para um personagem dos últimos tempos, o Anticristo. A relação das
profecias dadas a Daniel no Antigo Testamento e a João, o apóstolo, no Novo
Testamento, nos mostra que os dois apontam para o governante simbolizado por
esse “chifre pequeno” e que o mesmo adquire personalidade porque tem “uma boca
que fala grandiosamente”.
Falar coisas grandes sugere que este Líder fará
promessas políticas persuasivas, especialmente, para enganar o povo de Israel e
todo o mundo, que ficarão pasmados com a eloquência desse personagem. Assim
como os discursos de líderes políticos do mundo influenciam nações e políticos
com decisões que podem ser para a guerra ou para a paz, o Anticristo terá um
poder enorme de persuasão entre as nações. É desse modo que o Anticristo fará
um pacto com Israel no período da Grande Tribulação. Segundo a visão
escatológica de Daniel, esse Líder (o “chifre pequeno”) representado pelo
Anticristo será investido de autoridade e fará fortes ameaças para manipular os
governos de todo o mundo naquela época.
Ele dirá grandes blasfêmias contra
Detis e, arrogantemente terá uma postura zombeteira contra Deus e contra o povo
de Israel. O apóstolo João, em sua visão apocalíptica no capítulo 13.6 diz:
“Abriu a boca contra Deus, para blasfemar do seu nome, e do seu tabernáculo, e
dos que habitam no céu”. Hoje, nosso mundo parece estar sob a síndrome desse
líder futuro que mostra os seus primeiros sinais e se não mostrou a sua cara
ainda é porque a Igreja de Cristo está na terra. Mas não há dúvida, o espírito
do Anticristo, movido pelo Diabo, está agindo e preparando o cenário mundial
para o seu advento. Os líderes atuais do planeta, para governar as nações, usam
recursos do materialismo, da idolatria, mas terão uma retórica vazia com
discursos inflamados para acusar as nações que ainda possuem um pouco de temor
a Deus. Esse líder será, sem dúvida, um líder político, mas irá explorar a
religiosidade dos seres humanos e mostrará, entre outras simulações, alguém que
terá aparência religiosa para enganar os povos religiosos do mundo, explorando
o fanatismo religioso dos povos com o objetivo de tirar proveito para
si.Vivemos tempos de rebelião e oposição contra Deus quando o Diabo prepara o
mundo para a plataforma do Anticristo.
O juízo
divino contra o império sob o domínio do “chifre pequeno” está declarado assim:
“estive olhando até que o animal foi morto, e o seu corpo desfeito, e entregue
para ser queimado pelo fogo” (7.11). O juízo de Deus, sentado em seu Trono de
Justiça e Juízo, rodeado de seus anjos, é lançado para por fim a soberba do
Anticristo e seus aliados naqueles dias. Ele acabará como os demais. A
semelhança dos reis profanos, soberbos e arrogantes como Nabucodonosor, Antíoco
Epifânio, Herodes, Nero, Hitler e outros que tiveram uma liderança de
destruição e morte, desafiando a Deus e não reconhecendo a sua Soberania, foram
destruídos porque só Deus é Deus Todo-Poderoso e tem o cetro de autoridade e
governo do mundo.
O
apóstolo João profetizou o fim do Anticristo naqueles dias, à semelhança da
visão de Daniel 7.11,12, ele viu e revelou em Apocalipse 19.11,17-19: “E vi o
céu aberto, e eis um cavalo branco.
O que estava assentado sobre ele chama-se
Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. E vi um anjo que estava no sol,
e clamou com grande voz, dizendo a todas as aves que voavam pelo meio do céu:
Vinde e ajuntai-vos à ceia do grande Deus, para que comais a carne dos reis, e
a carne dos tribunos, e a carne dos fortes, e a carne dos cavalos e dos que
sobre eles se assentam, e a carne de todos os homens, livres e servos, pequenos
e grandes, e vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para
fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo e ao seu exército”.
Esse cavalo branco e seu cavaleiro de Ap 19.11 não são os mesmos do capítulo
6.2. Lá no capítulo 6 de Apocalipse, o personagem é o Anticristo e no capítulo
19, o personagem é o próprio Cristo, descendo do céu para destruir o Anticristo
e seus comparsas no período da Grande Tribulação. Assim como o personagem do
“chifre pequeno” de Dn 7 foi morto e destruído, o futuro Anticristo será
destruído pelo poder da vinda de Cristo. O tempo de domínio do personagem do
“chifre pequeno” terá seu fim, porque a profecia diz que “foi lhe dada
prolongação de vida até certo espaço de tempo” (Dn 7.12).
“a ponta
pequena (o chifre pequeno) fazia guerra contra os santos e os vencia” (7.21).
Este chifre pequeno é a encarnação do Anticristo, forte e robusto, que fará
guerra contra Israel e produzirá grande sofrimento e perda em Israel naqueles
dias. Será um líder com grande domínio de massas e politicamente atrativo e
atrairá apoio das nações contra Israel. Mas seu poder será desarraigado por um
poder maior, o poder do “Filho do Homem”,Jesus Cristo que o destruirá e tomará
posse de um reino prometido, poderoso e consolidador.A Bíblia declara que o
Anticristo será, de fato, o último líder mundial antes de Cristo, o Messias
desejado e sonhado por Israel.
“o tempo
em que os santos do Altíssimo possuirão o reino” (7.22). Esse tempo será
cumprido ao final da grande Tribulação, ou seja, especialmente depois do
segundo período da “semana profetizada por Daniel (Dn 9.27). O “ancião de
dias”, subjetivamente é Deus Pai quem declara que o tempo da possessão do reino
havia chegado. Até o final dos dias da “última semana”, o “chifre pequeno” será
quebrado para sempre. Seu reino será aniquilado. A destruição desse rei
blasfemo e déspota acontecerá inevitavelmente quando se terá cumprido o período
de três anos e meio, ou seja, o período que compreende ao “tempo, tempos e
metade de um tempo”. E, exatamente, na metade da semana da Grande Tribulação.
Esse período é identificado como o “tempo dos gentios” no qual as nações
gentílicas dominarão o mundo e massacrarão a Israel. O tempo dos gentios
terminará com o fim da “última semana” de Daniel 9.27, ou seja, dos sete anos
da Grande Tribulação.
Dn 7.17
“São quatro reis”.
A grande visão dada a Daniel se adapta perfeitamente com a
interpretação verdadeira. Aqueles grandes impérios eram de fato discernidos
quanto ao seu verdadeiro caráter de bestas ferozes. Em linhas gerais, esses
grandes animais são discernidos pelo tempo e pela história, como segue: 1) O
leão (tipificando o Império da Babilônia). O versículo 4 do capítulo em foco,
determina essa interpretação: Numa simbologia perfeita, o monarca caldeu é ali
representado. Tem também respaldo bíblico em outras partes das Escrituras
Sagradas (Jr 4.7; 49.19; Hc 1.8; ver Ez 17.3). 2) O urso simbolizava o Império
Medo-persa. Já tivemos a oportunidade de explicar, em outras notas, porque esta
fera se “levantou de um lado”. As três costelas na sua boca representam as três
primeiras potências conquistadas por Ciro (Babilônia, Lídia, na A- sia Menor, e
Egito). 3) O leopardo representa o Império Greco-Macedônio. As 4 asas,
significam seus 4 generais; as 4 cabeças, as quatro realezas fundadas por estes
generais depois da morte de Alexandre. 4) A fera terrível representa o Império
Romano.
7.19:
“Então tive desejo de conhecera verdade a respeito do quarto animal, que era
diferente de todos os outros, muito terrível; cujos dentes eram de ferro e as
suas unhas de metal; que devorava, fazia em pedaços e pisava a pés o que
sobrava”.
“... as
suas unhas de meta.
Na visão presenciada por Daniel, logo a princípio, quando
descreve o caráter destruidor da fera (v. 7) não se mencionam as “unhas” do
animal espantoso, mas elas agora, aparecem na interpretação dada pelo ser
celestial. Isso esclarece o que ficou demonstrado. O Império Romano não só
usava seus “dentes”, isto é, seus exércitos destruidores, mas também, após
conquistar todo o mundo civilizado, se ser via das pequenas “unhas” (pequenas
tribos), nas fronteiras do Império, que trabalhavam na defesa contra possíveis
tribos invasoras.
Isso também nos é dito na descrição do animal do
versículo 8 deste capítulo. O Anticristo, como já ficou demonstrado, possuirá,
no campo cultural, um notável saber (Ver 7.8, 20; Ap 13.5); ele será um
elemento altamente inteligente, por isso será um grande orador e, sem dúvida,
um filósofo notável (comp. 7.23 e 11.34), e um político habilidoso (Ap 13.4),
tudo isso, e mais ainda, são características que farão dele um super-homem de
Satanás; ele será possuído por forças invisíveis do mal, pois nos é dito, em Ap
13.2, que o dragão “lhe deu o seu poder, e o seu trono, e grande poderio”.
Todas essas habilidades possuídas pelo homem do pecado, são verdadeiros “olhos
da inteligência”.
“... uma
boca que falava grandiosamente”. A presente expressão encontra seu paralelo em
Ap 13.5, onde lemos: “E foi-lhe dada uma boca para proferir grandes coisas e
blasfêmias; e deu-se-lhe poder para continuar por 42 meses”. Isso é dito
porque, conforme já vimos, esse homem, apesar de possuir naturalmente grande
inteligência e autoridade, não poderá ser explicado somente sobre bases
humanas. Por isso seis vezes (o número de homem) é dito que esse poder “lhe foi
dado” (Ap 13.2, 5, 14, 15).
Dn 7.23:
“Disse assim: O quarto animal será o quarto reino na terra, o qual será
diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a
fará em pedaços”.
“O quarto
animal será o quarto reino na terra”. O presente texto descreve, com muita precisão,
o que fez o Império Romano no apogeu da sua glória. Ele reduziu todos os povos
à escravidão; devorou toda a terra. Os romanos conquistaram primeiro o Ocidente
e voltaram depois suas vistas para o Oriente. Apoderaram-se primeiro da Grécia,
Síria, Palestina, incluindo a “terra formosa” (a terra de Israel) e outras
nações circunvizinhas. Tornaram-se senhores do mundo, isso já estava predito:
"... o quarto reino... devorará toda a terra”. Quando Matatias começou a
lutar pela independência de seu país, os romanos eram fracos em poderio
político; agora, porém, eram os dominadores do mundo. Este Império fez, de
fato, tudo quanto estava predito a seu respeito. Semelhantemente, num futuro
próximo, o Anticristo, fará tudo, e mais ainda, do que ele (o Império Romano)
realizou durante sua existência. (Ver o comentário ao versículo 7 deste
capítulo, pois aqui repetimos algo, para fixar).Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 142-146.
A
Interpretação do Anjo (7.15-28)
d) A explicação
dos animais (7.15-18).
Não é de admirar que Daniel estava perplexo e abatido
(15) com a visão que acabara de ter. Devido a sua sabedoria em relação aos
caminhos de Deus, ele tinha percepção suficiente para compreender algo do
significado do panorama que havia se estendido diante dele. Mas a amplitude
disso e as implicações sombrias para as pessoas da terra e para o seu próprio
povo eram mais do que Daniel podia absorver calmamente.
Deus é
bom em prover ajuda aos seus filhos quando mais precisam dela. O anjo de Deus
estava lá para socorrer Daniel, para que ele compreendesse melhor o que estava
acontecendo. Os quatro animais, ele explicou, eram quatro reis (17) ou reinos.
Mas a conseqüência final da história é o quinto reino, o governo dos santos do Altíssimo
(18).
b) O
quarto animal (7.19-26).
Esse animal era a preocupação maior de Daniel, como
tem sido no caso dos estudantes do livro de Daniel. Assim, o anjo concentrou-se
nesse aspecto e deu-lhe uma atenção maior.
Esse
animal com grandes dentes [...] de ferro e garras de metal (“bronze”, ARA) era
indescritivelmente horrível. Ele era mais devasso na sua capacidade de destruir
e sua crueldade do que qualquer um dos seus predecessores. Embora no início
tivesse dez pontas (chifres), um pequeno chifre surgiu para desalojar três
outros e distinguir-se no seu vigor e crescimento. Em ferocidade e ostentação
esse chifre era mais firme do que o das suas companheiras. No final, esse
chifre atacou o próprio Deus, o Altíssimo, e fazia guerra contra os santos e os
vencia (21).
Esse
quarto animal, explica o anjo, será o quarto reino na terra, o qual será
diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a
fará em pedaços (23).
1) Que
império é esse? Que reino na história pode ser identificado com o quadro
pavoroso desse quarto animal? Seguindo a interpretação adotada no capítulo 2,
esse seria o Império Romano, embora a maioria dos intérpretes modernos discorde
desse ponto de vista. O parecer popular é que o animal em forma de dragão
representa os gregos, cujos dez chifres representam os dez governantes que
sucederam Alexandre. O pequeno chifre seria Antíoco Epifânio.
2) Roma
identificada.
Young, apoiando a posição de que esse quarto animal representava
o Império Romano, diz: “E provavelmente correto concordar com a visão
tradicional de que esse quarto império é Roma. Isso já era expresso na época de
Josefo, e tem sido amplamente aceito. Podemos citar Crisóstomo, Jerônimo,
Agostinho, Lutero, Calvino como alguns dos comentaristas que concordam com essa
posição, ou que são, pelo menos, partidários da mesma. Em tempos posteriores,
estudiosos como E. W. Hengstenberg, H. Ch. Hávernick, Cari Paul Caspari, Karl
Friedrich Keil, Edward Pusey e Robert Dick Wilson [apoiaram essa teoria]”.
Young
apresenta duas razões de a teoria romana ter obtido a supremacia no Novo
Testamento e ter sido aceita pelos intérpretes desde então.
a) “Nosso
Senhor identificou-se como o Filho do Homem, a figura celestial de Daniel 7, e
conectou a ‘abominação da desolação’ com a futura destruição do Templo (Mt
24)”.
b) “Paulo
usou a linguagem de Daniel para descrever o Anticristo, e o livro de Apocalipse
empregou o simbolismo de Daniel 7 para referir-se aos poderes que existiam
naquela época e aos poderes futuros.
“A razão
de a teoria do Império Romano tornar-se tão predominante na igreja primitiva é
porque ela é encontrada no Novo Testamento, não porque os homens pensavam que
tinham achado uma saída simples para a dificuldade”.
3) O que
significa a “ponta pequena” (“pequeno chifre”, w. 8,11,20-22,24-26)?
Intérpretes conservadores concordam quase de maneira universal em que o pequeno
chifre de Daniel 7 é o Anticristo, que deverá vir no final dos tempos. Jerônimo
insistia nesta teoria, contrariando Porfírio.22 Poucos que aceitam a inspiração
sobrenatural de Daniel têm questionado a argumentação de Jerônimo. No entanto,
inúmeros estudiosos insistem em que o pequeno chifre nesse capítulo não deve
ser identificado com o pequeno chifre (ponta pequena) do capítulo 8. Quanto ao
pequeno chifre — a audácia profana —, o egoísmo crescente desse ser humano que
surge do solo político da história humana o distingue como a culminação da
iniqüidade e impiedade. Sua caracterização como tendo olhos de homem (8) sugere
que ele é um homem de caráter extraordinário, possuindo inteligência,
sagacidade e uma percepção muito além da dos seus contemporâneos. Ele vencerá o
mundo pela racionalidade e lógica tanto quanto pela força armada.
A expressão
boca que falava grandiosamente (8) indica habilidade na eloqüência, persuasão,
um poder de comunicação que serve como arma de guerra contra Deus e o homem.
Esse é o
“homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo
o que se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo
de Deus, querendo parecer Deus” (2 Ts 2.3-4). Esse é o “mistério da injustiça”
(2 Ts 2.7), “o iníquo” (2 Ts 2.8). E impossível que esse perverso seja
identificado com Antíoco Epifânio. Esse tirano estava morto havia cerca de
duzentos anos na época de Paulo. Ele pode simbolizar “o iníquo”, mas Paulo
colocou o Anticristo no fim dos tempos, na culminação do conflito entre Deus e
o Anti-Deus.Roy
E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 523-524
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com
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