OPRENÚNCIO DO TEMPO DO FIM DANIEL DN 8 (4)
(5) Ele
retirou o sacrifício diário. Antíoco proibiu e reprimiu a oferta do cordeiro da
manhã e da tarde, oferta que Deus deu ordens aos seus servos para oferecer
todos os dias para a sua glória, sobre o seu altar. Com certeza, ele retirou
todos os outros sacrifícios, mas apenas o saerifído diário é mencionado, pois
esta era a maior de todas as perdas. Pois
eles davam prioridade a esse em relação aos sacrifícios que eram apenas
eventuais, e era através desse que mantinham sua constante comunhão com Deus.
O
povo de Deus considera os seus sacrifícios diários, os seus exercícios
matutinos e vespertinos de devoção, os mais indispensáveis de sua profissão
diária de fé, e os mais prazerosos de seus consolos diários. E por nada no mudo
desistiriam deles. (6) Ele lançou por terra o lugar do seu santuário. Ele não
queimou nem demoliu o templo, mas o lançou por terra ao profaná-lo, fez dele o
Templo de Júpiter Olímpio, e colocou nele a sua imagem. Lançou, também, a
verdade por terra, pisoteou o livro da lei, a palavra da verdade, rasgou-o, e o
queimou, e fez o que podia para destruí-lo por completo, para que fosse perdido
e esquecido para sempre. Esses eram os projetos daquele príncipe iníquo. Ele se
exercitou nesse tipo de atitude. E (você acreditaria?) ele prosperou, mesmo
agindo dessa forma. Ele foi muito fundo nesse assunto, parecia ter provado o
seu ponto de vista, e chegou próximo de eliminar a religião santa que a mão
direita de Deus plantara. Mas para que nem ele e nem qualquer outro se
exaltasse, como se tivesse sido um oponente à altura do próprio Deus, e um
adversário difícil para Ele, o assunto é aqui explicado e colocado sob a luz da
verdade. [
1] Ele não poderia ter feito aquilo, se Deus não tivesse permitido
que o fizesse. Antíoco não teria tido poder contra Israel, a menos que lhe
fosse dado, de cima. Deus colocou esse poder em suas mãos, e o dispôs contra o
sacrifício contínuo. A providência de Deus colocou em sua mão a espada com a
qual se tornou capaz de sobrepujar todos aqueles que se pusessem em seu
caminho. Note que devemos olhar e reconhecer a mão de Deus em todos os
empreendimentos e vitórias dos inimigos da igreja contra ela. Eles são apenas
varas nas mãos de Deus.
[2] Deus não o teria permitido, se o seu povo não o
tivesse estimulado a fazê-lo. E por causa da transgressão, da transgressão de
Israel, para castigar o povo por isso, que Antíoco é usado para causar-lhe toda
essa tribulação. Observe que quando a terra formosa e todas as suas coisas
agradáveis são devastadas, deve ser reconhecido que o pecado é a causa
motivadora de toda a desolação. “Quem entregou Jacó por despojo e Israel, aos
roubadores? Porventura, não foi o Senhor, aquele contra quem pecaram e nos
caminho
s do qual não queriam andar, não dando ouvidos à sua lei?” (Is 42.24). A
grande transgressão dos judeus após o cativeiro (quando foram curados da
idolatria) foi o desrespeito e a profanação das coisas sagradas, menosprezando
o serviço a Deus, trazendo os animais feridos e aleijados para o sacrifício,
como se a mesa do Senhor fosse algo desprezível (assim lemos em Malaquias 1.7,8ss.
Também lemos que os sacerdotes eram os culpados, Malaquias 2.1,8). Por esta
razão, o Deus justo enviou Antíoco para tirar o sacrifício diário e lançar por
terra o lugar do seu santuário. Note que é justo que Deus prive dos privilégios
de sua casa aqueles que os menosprezam e profanam, e faça com que aqueles que
não desejam desfrutar os benefícios de seus rituais os valorizem quando tiverem
perdido a liberdade de praticá-los.HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora
CPAD. pag. 875-876.
Antíoco I
e Antíoco II não molestaram os judeus nem se meteram na Palestina, mas Antíoco
III era megalomaníaco e ambicioso. Invadiu a Palestina, e os judeus, que já
estavam desavindos com os Ptolomeus, receberam-no como libertador, mal sabendo
o que estava atrás de tudo. Para apaziguar os Ptolomeus deu a sua filha
Cleópatra em casamento a Antíoco Epifânio, prometendo-lhe como dote a
Palestina, Celsíria e a Fenícia, mas nada disso cumpriu. Durante o seu domínio
na Palestina cometeu toda sorte de desatinos, inclusive a de entrar
violentamente no templo e oferecer uma porca no altar dos sacrifícios, com o
que cessaram os sacrifícios do templo, por ter sido profanado. Como nos
informam os versos 9 e 10, era uma pequena ponta que cresceu até atingir os
exércitos dos céus, os palestinos, ofendendo até o Príncipe do exército (Deus),
dele tirando o sacrifício costumeiro por causa das transgressões (v. 12). O
templo ficou fechado por duas mil e trezentas tardes e manhãs, de 171-165 a.C.,
nos dias de Antíoco III, o Grande, e o seu sucessor Antíoco IV, o Epifânio (ver
Mat. 24:15).
Foram
tais as atrocidades dos Antíocos, que os judeus se revoltaram, e uma família, a
dos asmonianos, se refugiou nas montanhas e desafiou o poder dos selêucidas.
Dessa família nasceu o movimento apelidado de "Macabeu", em que a
família asmoniana enfrentou o poder dos Antíocos ou dos Selêucidas, desde 167
até 163, quando conseguiram fazer proclamar a independência da Palestina sob um
governo nacional. A dinastia de Davi foi assim restaurada, mas por pouco tempo,
também porque as intrigas e invejas entre os próprios judeus fizeram com que os
romanos, a este tempo já com seus exércitos nos arredores da Palestina,
interviessem para apaziguar a contenda, mas com a mão de gato, para pouco
depois anexarem a Palestina aos seus muitos domínios. O tempo do fim (ou último
tempo da ira, v. 19) não se refere ao fim de tudo, mas ao fim das assolações
dos Antíocos.
Assim,
num breve bosquejo, procuramos dar a interpretação dos versos 9-14, que incluem
um longo período histórico, talvez o mais triste da história triste dos judeus.
(História mais completa se encontra no capitulo 11.)
O próprio
Daniel ficou tonto com a visão que não podia compreender, mas o atormentava.
Foi então que se apresentou diante dele um como homem, e ouviu uma voz de homem
de entre as margens do rio Ulai, o qual chegou junto dele para lhe interpretar
o mistério, mas Daniel ficou mesmo sem entender o sentido de toda aquela visão.
Porém uma coisa ele entendeu. No determinado tempo do fim das calamidades dos
Antíocos, no tempo de Antíoco Epifânio, o feroz de cara e mestre em intrigas e
mentiras (vv. 23-25), cessariam as misérias previstas nesta visão.Mesquita.
Antônio Neves de,. Livro de Daniel. Editora JUERP.
"De
um dos chifres saiu um chifre pequeno" (8.9).
Trata-se do rei selêucida
Antíoco Epifânio, o opressor de Israel no Antigo Testamento, o qual procedeu da
Síria, uma das divisões do império grego, de que já falamos. O termo
"selêucida" deriva do general Seleuco Nicátor, ao qual, na partilha
do império de Alexandre, coube a Síria, a Ásia Menor e Babilônia, tendo por
capital Antioquia. Seleuco foi o fundador da dinastia dos reis gregos da Síria,
chamados selêucidas.
Antíoco
Epifânio, o "chifre pequeno" de Daniel 8.9 é conhecido como o
"Anticristo do Antigo Testamento", tal a perseguição que infligiu ao
povo judeu no século II a.C., durante o chamado Período Interbíblico. (Assim se
chama o período que vai de Malaquias a Mateus - cerca de 400 anos.) Antíoco
reinou de 175 a 167 a.C. Ele decidiu exterminar o povo judeu e sua religião.
Chegou a proibir o culto a Deus. Recorreu a todo tipo de torturas para forçar
os judeus a renunciarem à sua fé em Deus. Isto deu lugar à famosa Revolta dos
Macabeus, uma das páginas mais heróicas da história de Israel. Epifânio quer
dizer o magnífico. Ele era assim chamado por seus amigos. Seus inimigos o
chamavam "Epimânio", que quer dizer louco.
Antíoco
prefigurava o futuro Anticristo, pois no versículo 19 está escrito: "Eis
que te farei saber o que há de acontecer no último tempo da ira; porque esta
visão se refere ao tempo determinado do fim".
O futuro
Anticristo deverá, pois, surgir de uma das antigas quatro divisões do
ex-império grego; certamente da divisão a que pertencia a Síria. Sendo Antíoco,
tipo e sombra do Anticristo, procederá por certo do mesmo lugar. Talvez seja
por isso que, ao ser mencionado o Anticristo em Apocalipse 13, ele (isto é, a
Besta) é primeiramente mencionado como "semelhante a leopardo" (Ap
13.2). Ora, o leopardo é o animal que simboliza a Grécia (7.6).Antônio
Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de Deus Para os últimos
dias. Editora CPAD.
2. A
visão do anjo Gabriel (Dn 8.16).
“E
havendo eu, Daniel, visto a visão, busquei entende-la” (8.15). Essa atitude de
Daniel nos estimula a estudar a profecia com cuidado e desvelo. Buscar entender
uma escritura bíblica requer de quem a deseja, dedicação e respeito ao que o
texto quer dizer. Não dá direito de interpretação aleatória, ou seja,
interpretação especulativa.
“se me
apresentou diante uma como semelhança de homem” (8.15).
O contexto bíblico não
deixa dúvidas de que se tratava de um ser angelical que tomou a forma de um
homem para falar com Daniel. Os anjos são seres espirituais sem forma qualquer.
Por isso, eles podem tomar a forma que for necessária para comunicar a Palavra
de Deus. Subtende-se, mais uma vez, que podia tratar-se do anjo Gabriel que se
manifesta numa forma humana, a de um homem. Ele se comunica com Daniel e o
trata por “filho do homem”. Não devemos confundir essa aparência angelical com
uma teofa- nia (manifestação da divindade em forma humana). Neste caso em
especial se trata apenas de um ser angelical com forma de homem, para poder
comunicar racionalmente com Daniel. O anjo Gabriel comunicou de forma objetiva
ao explicar toda a visão que Daniel tivera, distinguindo aspectos históricos e
aspectos escatológicos.Ele anuncia a Daniel que a visão se cumpriria no “tempo
do fim” (8.19).Elienai Cabral.
Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje.
Editora CPAD. pag. 124.
Dn 8.16:
“... gritou, e disse: Gabriel, dá a entender a este a visão”. A poderosa “voz”
que “gritou” é a “voz” de Deus Pai, pois dada a posição elevada do “Anjo
Gabriel”, um anjo comum não se poderia dirigir a um tão elevado poder da forma
que se dirigiu:
“GabrieF.
O anjo Gabriel aparece 4 vezes nas Escrituras: 1) Em Dn 8.16 (o texto em foco),
ele explica a Daniel a visão do carneiro e do bode peludo. 2) Em Dn 9.21, ele
esclarece a Daniel o segredo das “setenta semanas” escatoló- gicas. 3) Em Lc
1.11, ele é enviado a anunciar o nascimento de João Batista; do versículo 26 em
diante, ele é novamente apresentado como tendo sido comissionado por Deus à
virgem Maria, para predizer o nascimento de Jesus Cristo. Em Lc 1.19, ele se
identifica, dizendo: “Eu sou Gabriel”. Essa palavra significa “homem de Deus”,
ou embaixador de Deus”. Somente dois anjos recebem nome nas Escrituras, a
saber, Gabriel e Miguel. (Ver Dn 8.16; 9.21; 12.1; Lc 1.19, 26; Jd v.9; Ap
12.7). Segundo a tradição judaica, Gabriel era o guardião do tesouro sagrado.
Miguel era o destruidor do mal, o agente de Deus contra o mal. Esse nobre
mensageiro assiste diante de Deus”. (Ver 1.19). E, portanto, um embaixador da
corte celestial.Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 158-159.
Gabriel,
o mensageiro de Deus (8.15-19). Daniel ficou profundamente assombrado com a
visão que teve, mas ele rapidamente encontrou uma resposta quando se apresentou
diante dele um ser na semelhança de homem (15) — um mensageiro especial enviado
por Deus. Era Gabriel (16) que apareceu, anunciado pela voz de homem. Acerca de
margens do Ulai, cf. comentários do versículo 2.
Gabriel
(hb., “Deus mostrou-se poderoso”) é bastante conhecido nas Escrituras. Ele era
o mensageiro de Deus para Daniel (8.16; 9.21) e o mensageiro da anunciação do
nascimento de João Batista, bem como do nascimento de Jesus (Lc 1.9, 26). Ao
idoso Zacarias, Gabriel explica sua posição: “Eu sou Gabriel, que assisto
diante de Deus, e fui enviado a falar-te e dar-te estas alegres novas” (Lc
1.19). Em seu terror diante da presença do anjo, Daniel escreve: “caí prostrado
[...] Enquanto ele falava comigo, eu, com o rosto em terra, perdi os sentidos.
Então ele tocou em mim e [...] disse: ‘Vou contar-lhe o que acontecerá depois
[...] pois a visão se refere ao tempo do fim’” (17-19, NVI).Roy E.
Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 530-531.
Daniel pergunta
o significado da visão (vv. 5-19). No início do livro, Daniel foi capaz de
interpretar e de explicar os sonhos e visões de outros, mas aqui teve de
perguntar ao anjo qual era o significado do bode derrotando o carneiro e do
pequeno chifre tornando-se um reino poderoso. A voz que deu a ordem a Gabriel
pode muito bem ter sido a voz do Senhor. Gabriel significa "homem de
Deus" e foi ele quem explicou a Daniel a visão dada no capítulo 8, bem
como a visão das setenta semanas (Dn 9:21, 22).
Séculos
depois, Gabriel seria enviado a Zacarias, para anunciar o nascimento de João
Batista (Lc 1:11-20), e a Maria, a fim de contar-lhe que ela daria à luz o
Messias (vv. 26-38). O único outro anjo cujo nome é citado nas Escrituras é
Miguel ("quem é como Deus?"), que tem a incumbência especial de
cuidar do povo de Israel (Dn 10:1 3, 21; 12:1; Jd 9; Ap 12:7).
Quando
Gabriel aproximou-se de Daniel, o profeta encheu-se de temor, desmaiou e caiu
em sono profundo. (Ver Dn 10:9, 15, 17 e Ap 1:17.) Gabriel chamou-o de
"filho do homem", um título messiânico (Dn 7:13); mas aqui foi
empregado para enfatizar a fraqueza e humanidade do profeta.
O toque
de Gabriel despertou o profeta (Dn 10:10, 11, 16, 18) e o anjo explicou-lhe que
a visão dizia respeito aos últimos dias da história dos judeus. "O último
tempo da ira" (v. 19) refere-se ao desprazer de Deus com seu povo e aos
tempos de sofrimento intenso pelos quais Israel passará antes de vir o fim e de
ser estabelecido o reino prometido.WIERSBE.
Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. IV. Editora Central Gospel.
pag. 355.
3. O
tempo do fim (Dn 8.17).
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 159.
Dn 8.17 O
“fim do tempo", neste caso. ê uma alusão a todo o período compreendido
entre o final do exílio e a segunda vinda de Cristo. Muitos acontecimentos
ocorridos sob o governo de Antioco Epifânio IV se repetirão em uma escala mais
ampla antes da segunda vinda de Cristo. Durante esse tempo Deus lida com Israel
de maneira radicalmente diferente, com a divina disciplina chegando por meio
das nações gentílicas. Este período é muitas vezes mencionado como “os tempos
dos gentios" (Lc 21.24).BÍBLIA APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de Estudo
Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 1106.
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PAZ DO SENHOR
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