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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Liderança cristã Presbitero Presbiterio (3)


                    DEVERES DO PRESBITÉRIO (3)



                                 Professor Mauricio Berwald


1. Apascentar a igreja.

A natureza e o significado honrosos do cargo ou da função do presbítero ou bispo lhe confere muitas responsabilidades. Seus deveres são inerentes às suas qualificações, como foi visto no item I, deste comentário. A seguir, resumimos alguns desses deveres, conforme indicam os textos bíblicos sobre o presbítero.

APASCENTAR A IGREJA

Os presbíteros, como pastores, na igreja local, têm o dever de alimentar o rebanho de Cristo, com a sã doutrina, que é o alimento puro, saudável e nutritivo para sua vida espiritual, social, moral, familiar, como cidadão do céu e da terra. O apóstolo Pedro exorta muito bem aos presbíteros quanto a esse dever primordial de sua missão: “Apascentai o rebanho de Deus que está entre vós...” (1 Pe 5.2a).

CUIDAR DO REBANHO

Diz Pedro aos presbíteros que devem apascentar “o rebanho de Deus”, “tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho” (1 Pe 5.2,3). Os cuidados pastorais com as ovelhas requer muita graça e capacidade, concedidas por Deus. O presbítero deve ter a consciência de que não é dono do rebanho. Ele cuida de ovelhas que pertencem ao Senhor Jesus e não a ele.
1) Não “por força”. Por isso, o presbítero, pastor ou bispo não tem o direito de usar “a força” ou o autoritarismo para dirigir a igreja local. Já ouvimos de obreiro que, aborrecido com alguma atitude de um ou outro crente, esbraveja, no púlpito: “Aqui, quem manda sou eu; quem quiser pode sair”. Esse tipo de comportamento revela um obreiro fracassado; que não tem autoridade nem competência para cuidar do rebanho de Deus. O líder cristão não deve agir “por força”, mas pelo poder do Espírito de Deus (cf. Zc 4.6).
2) “Mas voluntariamente”. O trabalho do presbítero deve ser voluntário, ou espontâneo. Não deve ser feito por obrigação imposta. Os obreiros que mais progridem em seus ministérios e as igrejas sob seu cuidado crescem são aqueles que o fazem por satisfação em servir. Quem serve voluntariamente enfrenta as lutas próprias do ministério, mas não sofre tanto desgaste quanto aqueles que executam as atividades “por obrigação”.
3) “Nem por torpe ganância”. Uma das qualificações do presbítero ou bispo é não ser “cobiçoso de torpe ganância” (Tt 1.7). E não ter apego “ao lucro desonesto”, ao uso indevido dos recursos financeiros da igreja que dirige.
4) “Mas de ânimo pronto”. Essa recomendação fala de disposição mental para servir à igreja, com prontidão. Deus chamou Davi para ser rei, porque, entre suas qualidades pessoais ele era “valente e animoso” (1 Sm 16.18). Uma das piores coisas para uma igreja é um obreiro desanimado, sem coragem, sem interesse em ver a obra crescer. Há obreiros que estão à frente de uma igreja, apenas para ter um emprego, uma fonte de renda. Não deve ser indicado para presbítero um obreiro sem ânimo.
5) “Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus”. É um terrível engano, quando o obreiro acha que é dono da igreja local. Jesus não chama o obreiro para que ele “mande” na igreja, mas para ser servo da igreja. Autoritarismo não faz parte da liderança cristã. A resposta de Jesus ao desejo de grandeza (Mt 20.21) foi uma lição eloquente para todos os líderes cristãos (Mt 20.25-28).
6) “Mas servindo de exemplo ao rebanho”. O presbítero ou bispo deve ser um líder. E o verdadeiro líder não é o que “manda”, mas o que vai à frente dos liderados. O Bom Pastor não manda as ovelhas irem à frente. Ela vai “... adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz” (Jo 10.4). O líder é o que influencia com seu exemplo as ovelhas e elas o seguem para o seu objetivo.Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 135-137.

A responsabilidade pastoral desses presbíteros é descrita assim: apascentai o rebanho de Deus (2). A palavra “pastorear” explica melhor o significado do original do que apascentai. O dever do pastor é triplo: providenciar pasto, caminhos para o pasto e proteção nos caminhos para o pasto. Portanto, o dever do pastor vai além da pregação. O rebanho é a Igreja. Ela pertence a Deus como sua possessão comprada. Em certa época seus membros eram como ovelhas desgarradas, mas elas voltaram ao “Pastor e Bispo” da sua alma (cf. 2.25). O pastor deve instruir e guiar o rebanho em obediência e sujeição à completa vontade de Deus. O cuidado a ser exercido envolve três particularidades expressas de forma negativa e positiva. 1) Quanto ao espírito desse serviço, ele não é por força, mas voluntariamente. A liderança da igreja era tão perigosa naqueles dias que poderia custar a vida do líder. Mesmo assim, ele não deveria fazer essa obra relutantemente como se fosse um fardo ou considerá-lo como um dever profissional obrigatório. Em vez disso, esse era um ministério para o qual Deus o havia apontado e chamado e, por isso, deveria ser feito com obediência e alegria. 2) A motivação dessa supervisão não deveria ser por torpe ganância, mas de ânimo pronto — não como um mercenário que espera ganhar dinheiro. Os presbíteros tinham o direito de esperar sustento material daqueles a quem ministravam; mas sua motivação não deveria provir de um “amor ao ganho constitucional”, que “é uma desqualificação para o ministério cristão”.90 Considere seu efeito em Judas Iscariotes! 3) Quanto à forma de supervisão, ela não deve ser como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho (3). Os líderes nunca devem ser tirânicos ou se esquecer dos direitos das pessoas que lhes foram confiadas. Eles não devem dominar como o arrogante Diótrefes (3 Jo 9-11), mas liderar pelo poder de uma vida santa. O pastor nunca deve esquecer que ele não é o Sumo Pastor (4).
A compensação terrena do líder pode ser insignificante, mas quando aparecer o Sumo Pastor (cf. 4.13), ele terá a sua recompensa incorruptível (cf. 1.4,5), a coroa de glória, “a felicidade do céu, o elemento principal de a vida de Deus ser derramada na alma por meio de Cristo”;91 “uma participação perpétua na sua glória e honra” (Bíblia Viva).Roy S. Nicholson. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 242-243.

I Ped 5.2,3 O mandamento de Pedro para que os presbíteros apascentem o rebanho de Deus é uma repetição das palavras que o Senhor Jesus disse ao próprio Pedro: “Apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21.16). A mesma palavra grega é usada nas duas passagens, significando “guiar”, “atender”, “cuidar”, ou “pastorear”. O “rebanho” são os crentes; os presbíteros tinham responsabilidades sobre as igrejas individuais e, consequentemente, sobre uma certa parte do “rebanho” de Deus. Os presbíteros deviam ser como pastores, que conduzem, orientam e protegem as ovelhas que estão sob os seus cuidados. Os crentes precisariam de bons líderes quando enfrentassem a perseguição. Esta passagem descreve três possíveis problemas que os presbíteros poderiam enfrentar e a maneira como deveriam agir: Motivação errada. Cuidar do rebanho não por força, mas voluntariamente. Os presbíteros deviam servir em razão do amor que sentiam por Deus. Pedro esperava que eles fizessem a vontade de Deus à sua maneira, tentando agradar a Deus com fervor. Os pastores e os presbíteros devem servir voluntariamente nas igrejas hoje. É frequentemente difícil obter uma lista de candidatos para o cargo de presbítero devido à falta de disposição das pessoas da congregação para servir.
Objetivos errados. Cuidar do rebanho não por torpe ganância, mas de ânimo pronto. Em muitas das igrejas, os presbíteros eram pagos pelos seus serviços; no entanto, esta remuneração sozinha provavelmente não tornaria um presbítero rico. Esta tentação de ser ambicioso provavelmente surgiu porque as finanças da igreja (o dinheiro arrecadado para os pobres etc.) eram normalmente confiadas ao presbítero ou ao bispo. A oportunidade de abusar da confiança era bastante real. Assim, tanto Pedro como Paulo explicaram que os presbíteros devem receber um pagamento adequado e precisam ser homens de confiança no que se refere ao dinheiro (veja 1 Tm 3.8; 5.17,18; Tt 1.7,11). Em vez de se concentrarem no dinheiro, os presbíteros deveriam se concentrar no serviço. A palavra traduzida como “pronto” é muito forte em grego e expressa grande zelo e entusiasmo. Hoje, os pastores recebem um pagamento para servir, mas eles podem se tornar vítimas do desejo ambicioso por dinheiro. Não ter dinheiro ou ter enormes quantias são situações que podem igualmente levar a muitas preocupações financeiras.
Métodos errados. Cuidar do rebanho não como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho. Os presbíteros lideram pelo exemplo, e não pela força. “Tendo domínio” significa “dominando ou sujeitando pela força”. Os presbíteros também devem resistir à tentação de abusar da sua autoridade e prejudicar a igreja que está sob os seus cuidados. A fórmula que Jesus usava sempre era que aqueles que lideram devem ser os melhores servos (Mc 10.42-45). Os líderes devem ser exemplos de humildade e de servilismo. Os líderes não devem intimidar nem coagir as pessoas.Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 732-733.

Aqui podemos observar:

I As pessoas a quem são dadas essas orientações – aos presbíteros, pastores e líderes espirituais da igreja, presbíteros e anciãos por ofício, e não por idade, ministros daquelas igrejas às quais escreve esta epístola. n A pessoa que faz essa exortação - o apóstolo Pedro:
“...admoesto eu”. E, para reforçar essa exortação, ele lhes diz que é presbítero com eles, e assim não impõe nada a eles que ele não esteja disposto a fazer também. Ele é também “...testemunha das aflições de Cristo”, tendo estado com Ele no jardim, acompanhando-o ao palácio do sumo sacerdote, e muito provavelmente tendo sido testemunha do seu sofrimento na cruz, à distância, entre a multidão (At 3.15). Ele acrescenta que é também “...participante da glória” que em certa medida foi revelada na transfiguração (Mt 17.1-3), e vai ser completamente desfrutada na segunda vinda de Jesus Cristo. Aprenda: 1. Aqueles cujo ofício é ensinar a outros devem cumprir atentamente seu próprio dever, assim como ensinam ao povo o dever deste. 2. Como eram diferentes o espírito e o comportamento de Pedro do espírito e do comportamento dos seus pretensos sucessores! Ele não ordena e manda, mas exorta. Ele não reivindica soberania sobre todos os pastores e igrejas, nem se intitula príncipe dos apóstolos, vigário de Cristo ou cabeça da igreja, mas se apresenta como presbítero. Todos os apóstolos eram presbíteros, ou anciãos, embora nem todo presbítero fosse apóstolo. 3. Foi uma honra peculiar de Pedro e de alguns mais serem testemunhas dos sofrimentos de Cristo; mas é privilégio de todos os verdadeiros cristãos serem participantes da glória que há de ser revelada.

A descrição do dever do pastor, e a maneira em que esse dever precisa ser cumprido. O dever do pastor é tríplice: 1. “...apascentai o rebanho...”, por meio da pregação honesta da palavra de Deus ao rebanho, e ao conduzi-lo de acordo com as orientações e a disciplina que são prescritas pela palavra de Deus, que estão ambas incluídas nessa expressão: Apascentai o rebanho.. 2. Os pastores do rebanho precisam ter a supervisão dele, o seu cuidado. Os presbíteros são exortados a fazer o seu trabalho de bispos (que é o significado da palavra), por meio do cuidado pessoal e da vigilância sobre todos que no rebanho estão comprometidos ao seu cuidado. 3.

Eles precisam ser “...exemplo ao rebanho”, e praticar a santidade, a autonegação, a mortificação e todos os deveres cristãos, que eles pregam e recomendam ao seu povo. Esses deveres precisam ser realizados “...não por força”, não porque você tem de fazê-los, não por compulsão de um poder civil, ou pela coação do medo ou da vergonha, mas de uma mente voluntária que tem prazer na obra. Não “...por torpe ganância”, ou por algum lucro ou proveito relacionados ao lugar em que você reside, ou de uma prerrogativa relativa ao ofício, “...mas de ânimo pronto”, considerando o rebanho mais do que a lã, sincera e alegremente se empenhando para servir à igreja de Deus. “...nem como tendo domínio sobre a herança de Deus”, agindo como tirano sobre o rebanho por compulsão ou força coerciva, ou impondo invenções humanas ou não-bíblicas a ele em vez dos deveres necessários (Mt 20.25,26; 2 Co 1.24). Aprenda: 
(1) A dignidade eminente da igreja de Deus e de todos os seus verdadeiros membros. Esses cristãos pobres, dispersos e sofredores eram o rebanho de Deus. O restante do mundo é uma manada irracional. Esses constituem um rebanho pacífico e ordeiro, redimido para Deus pelo grande Pastor, vivendo em santo amor e comunhão uns com os outros, segundo a vontade de Deus. Eles são também dignificados com o título de herança de Deus, sua porção peculiar, escolhidos dentre a multidão comum para ser seu povo, para desfrutar do seu favor especial e para fazer para Ele um serviço especial. No Novo Testamento, a palavra nunca é restrita aos ministros da religião. 
(2) Os pastores da igreja devem considerar o seu povo o rebanho de Deus, a herança de Deus, e tratá-lo de acordo com isso. Não são seus, para serem dominados segundo o seu prazer; mas são povo de Deus, e devem ser tratados com amor, mansidão e ternura, por causa daquele a quem pertencem. 
(3) Aqueles ministros que são forçados ao trabalho por necessidade ou atraídos a ele por torpe ganância não podem realizar o seu dever como deveriam, porque não o fazem voluntariamente e com disposição.
 (4) A melhor forma que um ministro pode usar para obter o respeito das pessoas é cumprir o seu próprio dever entre elas da melhor maneira que puder, e ser um constante exemplo a elas de tudo que é bom.HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 882.

2. Liderar a igreja local.

O presbítero ou bispo tem o dever de cuidar “da Igreja de Deus” (1 Tm 3.5). Para tanto, precisa saber “governar a sua própria casa” (1 Tm 3.4). Daí, deduz-se que um dos seus deveres é “governar” (cf. 1 Tm 5.17a) ou liderar a igreja local.

ENSINAR A IGREJA

O presbítero como homem mais experiente tem o dever de ser um ensinador na igreja local. “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina (1 Tm 5.17 — grifo nosso).

PRESERVAR A IGREJA CONTRA OS ERROS

Em todos os tempos, as igrejas foram alvo das heresias e dos falsos ensinos. Nos tempos presentes, não é diferente. Multiplicam-se como ervas daninhas os ensinos distorcidos, os modismos e as práticas estranhas à ortodoxia bíblica. O presbítero, como líder do rebanho, deve preservar a igreja local das investidas dos falsos mestres, “...retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes” (Tt 1.9; 1 Tm 4.1).Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 137.

O DEVER DE REPREENDER

1 Timóteo 5:1-2

Sempre é muito difícil repreender a outro com afabilidade; e a Timóteo algumas vezes corresponderia uma tarefa duplamente difícil — a de repreender uma pessoa mais velha que ele.
Crisóstomo escreve: "A reprimenda ofende por natureza, em particular quando a dirige a uma pessoa mais velha; e quando provém de um homem jovem também, há uma tripla amostra de atrevimento. Deverá suavizá-la, portanto, com o modo e benignidade da mesma. Porque é possível repreender sem ofender, se tão somente se cuida nisso; requer uma grande discrição, mas pode-se fazer."
Sempre é problemático censurar e repreender. Podemos detestar tanto a tarefa de advertir a alguém que a evitemos por completo. Muitas pessoas se teriam salvado de cair na aflição ou na desgraça, se alguém lhes tivesse advertido ou repreendido a tempo. Não pode haver nada mais terrível na vida que escutar a alguém que nos diga o seguinte: "Nunca teria chegado a isto, se você me tivesse falado a tempo." É um equívoco evitar a palavra que se devia pronunciar.
Podemos censurar e repreender a uma pessoa de tal forma que não haja nada mais que irritação em nossa voz e amargura em nossas mentes e corações. Uma reprimenda dada com ira, em tal forma que pareça provir do rechaço, do chateio, do desprezo, do desgosto pode produzir medo; pode ferir e faz doer; mas quase inevitavelmente produzirá ressentimento; e seu efeito final poderá ser simplesmente o de confirmar a pessoa equivocada no erro de seu caminho. A repreensão irada e a reprimenda que rechaça e despreza são raramente efetivos, e o mais provável é que causem mais mal que bem.
Diz-se que Florence Allshorn, a grande mestra missionária, quando era diretora de um colégio de senhoritas, sempre repreendia a suas alunas, quando era necessário, como se as estivesse abraçando. Só a reprimenda que provém do amor é efetiva. Se alguma vez tivermos razão para repreender a alguém, devemos fazê-lo de tal maneira que esclareçamos que o fazemos, não porque o desejamos, mas sim porque somos obrigados pelo amor, e porque queremos ajudar e não ferir.

AS RELAÇÕES DA VIDA

1 Timóteo 5:1-2 (continuação)

Estes dois versículos estabelecem o espírito que deveriam exibir as diferentes relações das distintas idades da vida.
(1) Devemos tratar as pessoas mais velhas com afeto e respeito. Deve-se tratar o homem mais velho como a um pai, e a mulher mais velha como uma mãe. O mundo antigo conhecia bem a deferência e o respeito que se deviam à idade.

Cícero escreve:

"Portanto, é o dever do homem jovem demonstrar deferência para com seus superiores, vincular-se ao melhor e ao mais digno deles, para receber o benefício de seus conselhos e influências. Porque a inexperiência da juventude requer da sabedoria prática da idade para ser fortalecida e dirigida. E esta época da vida deve ser protegida sobre todas as coisas da sensualidade e deve ser treinada no trabalho e na resistência da mente e do corpo, para poder estar forte para a tarefa ativa no serviço militar e civil. E mesmo quando queiram relaxar suas mentes e entregar-se à alegria, deveriam estar atentos aos excessos e ter em mente as regras da modéstia. E isto será mais fácil, se os jovens estiverem de acordo com que seus superiores estejam com eles, até em seus prazeres" (Cícero, De Officis, 1:34).

Aristóteles escreve: "Também deve-se render honras a todas as pessoas maiores de acordo com sua idade, levantando-se para recebê-los e lhes buscando assento e demais." (Aristóteles, Etica nicomaquea, 9:2).
Uma das coisas mais terríveis da vida é que a juventude muitas vezes tende a considerar os anciãos como uma moléstia. Deve-se dar sempre à velhice o respeito e o afeto devido, àqueles que viveram por longo tempo e andaram muito pelo caminho da vida e da experiência. Uma famosa frase francesa diz como num suspiro: "Se só a juventude tivesse o conhecimento, se só a velhice tivesse a força." Mas quando existe um respeito e um afeto mútuos, então a sabedoria e a experiência da idade podem cooperar com a força, o espírito aventureiro e o entusiasmo da juventude, para grande benefício de ambos.
(2) Devemos mostrar fraternidade a nossos contemporâneos. Os homens jovens devem ser tratados como irmãos. Aristóteles diz: "Dever-se-ia-se permitir que os camaradas e os companheiros tivessem liberdade de expressão e utilização em comum de todas as coisas" (Aristóteles, Etica nicomaquea, 9:2). Deve haver tolerância e se devem compartilhar as cotas com nossos contemporâneos. Os cristãos nunca poderão ser estranhos uns dos outros; devem ser irmãos no Senhor.
(3) As relações para com aqueles do sexo oposto devem distinguir-se pela sua pureza. Os árabes têm uma frase para descrever um cavaleiro. Chamam-no: "Irmão das jovens". Há uma frase famosa que fala da "amizade platônica". Deve-se reservar o amor para uma pessoa; é algo temível que o físico domine a relação entre os sexos, e que um homem não possa olhar a uma mulher sem pensar em seu corpo. Deve existir uma fraternidade de mente e coração entre o povo de Cristo, limpa de todo desejo e assegurada pela classe mais alta de mútuo amor cristão.
BARCLAY. William. Comentário Bíblico. I Timóteo. pag. 117-119.

I Tim 3.2 — Irrepreensível significa alguém não sujeito a punição ou repreensão. A ideia não é que um bispo ou ministro não cometa mais pecado, mas, sim, que mostre uma conduta cristã madura e consistente que não dá margem para vir a ser acusado de algum erro grave. O sentido literal de marido de uma mulher é o tipo de homem de uma só mulher. Essa expressão tem sido interpretada como uma forma de excluir do cargo todos os que sejam imorais ou polígamos, ou como referência específica àqueles que se casem novamente após uma separação ou divórcio. É uma qualificação também para os diáconos (v. 12). Sóbrio significa sem bebida, lúcido; significa ter controle do próprio corpo e da mente. E um estado de espírito de equilíbrio, resultante de autocontrole. Honesto significa sincero e disciplinado. Hospitaleiro significa que recebe bem os estranhos. A casa de um ministro cristão deve estar aberta aos propósitos do ministério.
Apto para ensinar também poderia ser traduzido por qualificado para ensinar ou que se dispõe a ensinar. Uma vez que tem a ver com caráter, parece melhor entender essa qualificação como de alguém que se dispõe a ensinar, como uma necessidade para o homem de Deus (1 Timóteo 5.17; 2 Timóteo 2.24; Tito 1.9 mostram a exigência de o presbítero ser capaz de ensinar).

I Tim 3.3 — Não dado ao vinho significa não viciado em bebida alcoólica. Não espancador tem sido traduzido também por não violento. O bispo ou presbítero não deve ser propenso a briga, a violência e a querer agredir fisicamente as pessoas. Não cobiçoso de torpe ganância. Não deve ter uma atitude egoísta em relação ao dinheiro ou aos bens. Isso é também uma advertência para os líderes de igrejas quanto à devida administração das finanças da casa de Deus.Não contencioso significa que não discute, não cria problemas; é a qualidade do homem pacífico.

O bispo ou presbítero deve contender pela fé, sem ser contencioso. Não avarento significa literalmente que não ama a prata (1 Tm 6.9). Observe que essa é a segunda advertência aqui sobre dinheiro.
Alguns presbíteros em Éfeso estavam recebendo ajuda financeira para o ministério (1 Tm 5.17,18). Paulo os exorta para que não deixem que o desejo de obter seu ganho se tome sua maior prioridade.
I Tim 3.4 — Governe significa que se coloque diante de, ou administre.

A sua própria casa. O presbítero deve administrar bem sua própria família. Seus filhos devem submeter-se à sua liderança com modéstia e respeito. I Tim 3.5 — Se um ministro for incapaz de governar a própria família, não terá cuidado devidamente de sua igreja. Ao passar de governar para ter cuidado, Paulo enfatiza o carinho do presbítero em sua função de apascentar a igreja local.EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Novo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 594.

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