1.
Apascentar a igreja.
A
natureza e o significado honrosos do cargo ou da função do presbítero ou bispo
lhe confere muitas responsabilidades. Seus deveres são inerentes às suas
qualificações, como foi visto no item I, deste comentário. A seguir, resumimos
alguns desses deveres, conforme indicam os textos bíblicos sobre o presbítero.
APASCENTAR
A IGREJA
Os
presbíteros, como pastores, na igreja local, têm o dever de alimentar o rebanho
de Cristo, com a sã doutrina, que é o alimento puro, saudável e nutritivo para
sua vida espiritual, social, moral, familiar, como cidadão do céu e da terra. O
apóstolo Pedro exorta muito bem aos presbíteros quanto a esse dever primordial
de sua missão: “Apascentai o rebanho de Deus que está entre vós...” (1 Pe 5.2a).
CUIDAR DO
REBANHO
Diz Pedro
aos presbíteros que devem apascentar “o rebanho de Deus”, “tendo cuidado dele,
não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo
pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo
ao rebanho” (1 Pe 5.2,3). Os cuidados pastorais com as ovelhas requer muita
graça e capacidade, concedidas por Deus. O presbítero deve ter a consciência de
que não é dono do rebanho. Ele cuida de ovelhas que pertencem ao Senhor Jesus e
não a ele.
1) Não
“por força”. Por isso, o presbítero, pastor ou bispo não tem o direito de usar
“a força” ou o autoritarismo para dirigir a igreja local. Já ouvimos de obreiro
que, aborrecido com alguma atitude de um ou outro crente, esbraveja, no
púlpito: “Aqui, quem manda sou eu; quem quiser pode sair”. Esse tipo de
comportamento revela um obreiro fracassado; que não tem autoridade nem
competência para cuidar do rebanho de Deus. O líder cristão não deve agir “por
força”, mas pelo poder do Espírito de Deus (cf. Zc 4.6).
2) “Mas
voluntariamente”. O trabalho do presbítero deve ser voluntário, ou espontâneo.
Não deve ser feito por obrigação imposta. Os obreiros que mais progridem em
seus ministérios e as igrejas sob seu cuidado crescem são aqueles que o fazem
por satisfação em servir. Quem serve voluntariamente enfrenta as lutas próprias
do ministério, mas não sofre tanto desgaste quanto aqueles que executam as
atividades “por obrigação”.
3) “Nem
por torpe ganância”. Uma das qualificações do presbítero ou bispo é não ser
“cobiçoso de torpe ganância” (Tt 1.7). E não ter apego “ao lucro desonesto”, ao
uso indevido dos recursos financeiros da igreja que dirige.
4) “Mas
de ânimo pronto”. Essa recomendação fala de disposição mental para servir à
igreja, com prontidão. Deus chamou Davi para ser rei, porque, entre suas
qualidades pessoais ele era “valente e animoso” (1 Sm 16.18). Uma das piores
coisas para uma igreja é um obreiro desanimado, sem coragem, sem interesse em
ver a obra crescer. Há obreiros que estão à frente de uma igreja, apenas para
ter um emprego, uma fonte de renda. Não deve ser indicado para presbítero um
obreiro sem ânimo.
5) “Nem
como tendo domínio sobre a herança de Deus”. É um terrível engano, quando o
obreiro acha que é dono da igreja local. Jesus não chama o obreiro para que ele
“mande” na igreja, mas para ser servo da igreja. Autoritarismo não faz parte da
liderança cristã. A resposta de Jesus ao desejo de grandeza (Mt 20.21) foi uma
lição eloquente para todos os líderes cristãos (Mt 20.25-28).
6) “Mas
servindo de exemplo ao rebanho”. O presbítero ou bispo deve ser um líder. E o
verdadeiro líder não é o que “manda”, mas o que vai à frente dos liderados. O
Bom Pastor não manda as ovelhas irem à frente. Ela vai “... adiante delas, e as
ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz” (Jo 10.4). O líder é o que
influencia com seu exemplo as ovelhas e elas o seguem para o seu objetivo.Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 135-137.
A
responsabilidade pastoral desses presbíteros é descrita assim: apascentai o
rebanho de Deus (2). A palavra “pastorear” explica melhor o significado do
original do que apascentai. O dever do pastor é triplo: providenciar pasto,
caminhos para o pasto e proteção nos caminhos para o pasto. Portanto, o dever
do pastor vai além da pregação. O rebanho é a Igreja. Ela pertence a Deus como
sua possessão comprada. Em certa época seus membros eram como ovelhas
desgarradas, mas elas voltaram ao “Pastor e Bispo” da sua alma (cf. 2.25). O
pastor deve instruir e guiar o rebanho em obediência e sujeição à completa
vontade de Deus. O cuidado a ser exercido envolve três particularidades
expressas de forma negativa e positiva. 1) Quanto ao espírito desse serviço,
ele não é por força, mas voluntariamente. A liderança da igreja era tão
perigosa naqueles dias que poderia custar a vida do líder. Mesmo assim, ele não
deveria fazer essa obra relutantemente como se fosse um fardo ou considerá-lo
como um dever profissional obrigatório. Em vez disso, esse era um ministério
para o qual Deus o havia apontado e chamado e, por isso, deveria ser feito com
obediência e alegria. 2) A motivação dessa supervisão não deveria ser por torpe
ganância, mas de ânimo pronto — não como um mercenário que espera ganhar
dinheiro. Os presbíteros tinham o direito de esperar sustento material daqueles
a quem ministravam; mas sua motivação não deveria provir de um “amor ao ganho
constitucional”, que “é uma desqualificação para o ministério cristão”.90 Considere
seu efeito em Judas Iscariotes! 3) Quanto à forma de supervisão, ela não deve
ser como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao
rebanho (3). Os líderes nunca devem ser tirânicos ou se esquecer dos direitos
das pessoas que lhes foram confiadas. Eles não devem dominar como o arrogante
Diótrefes (3 Jo 9-11), mas liderar pelo poder de uma vida santa. O pastor nunca
deve esquecer que ele não é o Sumo Pastor (4).
A
compensação terrena do líder pode ser insignificante, mas quando aparecer o
Sumo Pastor (cf. 4.13), ele terá a sua recompensa incorruptível (cf. 1.4,5), a
coroa de glória, “a felicidade do céu, o elemento principal de a vida de Deus
ser derramada na alma por meio de Cristo”;91 “uma participação perpétua na sua
glória e honra” (Bíblia Viva).Roy S.
Nicholson. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 242-243.
I Ped
5.2,3 O mandamento de Pedro para que os presbíteros apascentem o rebanho de
Deus é uma repetição das palavras que o Senhor Jesus disse ao próprio Pedro:
“Apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21.16). A mesma palavra grega é usada nas
duas passagens, significando “guiar”, “atender”, “cuidar”, ou “pastorear”. O
“rebanho” são os crentes; os presbíteros tinham responsabilidades sobre as
igrejas individuais e, consequentemente, sobre uma certa parte do “rebanho” de
Deus. Os presbíteros deviam ser como pastores, que conduzem, orientam e
protegem as ovelhas que estão sob os seus cuidados. Os crentes precisariam de
bons líderes quando enfrentassem a perseguição. Esta passagem descreve três
possíveis problemas que os presbíteros poderiam enfrentar e a maneira como
deveriam agir: Motivação errada. Cuidar do rebanho não por força, mas
voluntariamente. Os presbíteros deviam servir em razão do amor que sentiam por
Deus. Pedro esperava que eles fizessem a vontade de Deus à sua maneira,
tentando agradar a Deus com fervor. Os pastores e os presbíteros devem servir
voluntariamente nas igrejas hoje. É frequentemente difícil obter uma lista de
candidatos para o cargo de presbítero devido à falta de disposição das pessoas
da congregação para servir.
Objetivos
errados. Cuidar do rebanho não por torpe ganância, mas de ânimo pronto. Em
muitas das igrejas, os presbíteros eram pagos pelos seus serviços; no entanto,
esta remuneração sozinha provavelmente não tornaria um presbítero rico. Esta
tentação de ser ambicioso provavelmente surgiu porque as finanças da igreja (o
dinheiro arrecadado para os pobres etc.) eram normalmente confiadas ao
presbítero ou ao bispo. A oportunidade de abusar da confiança era bastante
real. Assim, tanto Pedro como Paulo explicaram que os presbíteros devem receber
um pagamento adequado e precisam ser homens de confiança no que se refere ao
dinheiro (veja 1 Tm 3.8; 5.17,18; Tt 1.7,11). Em vez de se concentrarem no dinheiro,
os presbíteros deveriam se concentrar no serviço. A palavra traduzida como
“pronto” é muito forte em grego e expressa grande zelo e entusiasmo. Hoje, os
pastores recebem um pagamento para servir, mas eles podem se tornar vítimas do
desejo ambicioso por dinheiro. Não ter dinheiro ou ter enormes quantias são
situações que podem igualmente levar a muitas preocupações financeiras.
Métodos
errados. Cuidar do rebanho não como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas
servindo de exemplo ao rebanho. Os presbíteros lideram pelo exemplo, e não pela
força. “Tendo domínio” significa “dominando ou sujeitando pela força”. Os
presbíteros também devem resistir à tentação de abusar da sua autoridade e
prejudicar a igreja que está sob os seus cuidados. A fórmula que Jesus usava
sempre era que aqueles que lideram devem ser os melhores servos (Mc 10.42-45).
Os líderes devem ser exemplos de humildade e de servilismo. Os líderes não
devem intimidar nem coagir as pessoas.Comentário
do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol 2. pag. 732-733.
Aqui
podemos observar:
I As
pessoas a quem são dadas essas orientações – aos presbíteros, pastores e
líderes espirituais da igreja, presbíteros e anciãos por ofício, e não por
idade, ministros daquelas igrejas às quais escreve esta epístola. n A pessoa
que faz essa exortação - o apóstolo Pedro:
“...admoesto
eu”. E, para reforçar essa exortação, ele lhes diz que é presbítero com eles, e
assim não impõe nada a eles que ele não esteja disposto a fazer também. Ele é
também “...testemunha das aflições de Cristo”, tendo estado com Ele no jardim,
acompanhando-o ao palácio do sumo sacerdote, e muito provavelmente tendo sido
testemunha do seu sofrimento na cruz, à distância, entre a multidão (At 3.15).
Ele acrescenta que é também “...participante da glória” que em certa medida foi
revelada na transfiguração (Mt 17.1-3), e vai ser completamente desfrutada na
segunda vinda de Jesus Cristo. Aprenda: 1. Aqueles cujo ofício é ensinar a
outros devem cumprir atentamente seu próprio dever, assim como ensinam ao povo
o dever deste. 2. Como eram diferentes o espírito e o comportamento de Pedro do
espírito e do comportamento dos seus pretensos sucessores! Ele não ordena e
manda, mas exorta. Ele não reivindica soberania sobre todos os pastores e igrejas,
nem se intitula príncipe dos apóstolos, vigário de Cristo ou cabeça da igreja,
mas se apresenta como presbítero. Todos os apóstolos eram presbíteros, ou
anciãos, embora nem todo presbítero fosse apóstolo. 3. Foi uma honra peculiar
de Pedro e de alguns mais serem testemunhas dos sofrimentos de Cristo; mas é
privilégio de todos os verdadeiros cristãos serem participantes da glória que
há de ser revelada.
A
descrição do dever do pastor, e a maneira em que esse dever precisa ser
cumprido. O dever do pastor é tríplice: 1. “...apascentai o rebanho...”, por
meio da pregação honesta da palavra de Deus ao rebanho, e ao conduzi-lo de
acordo com as orientações e a disciplina que são prescritas pela palavra de
Deus, que estão ambas incluídas nessa expressão: Apascentai o rebanho.. 2. Os
pastores do rebanho precisam ter a supervisão dele, o seu cuidado. Os
presbíteros são exortados a fazer o seu trabalho de bispos (que é o significado
da palavra), por meio do cuidado pessoal e da vigilância sobre todos que no rebanho
estão comprometidos ao seu cuidado. 3.
Eles precisam ser “...exemplo ao
rebanho”, e praticar a santidade, a autonegação, a mortificação e todos os
deveres cristãos, que eles pregam e recomendam ao seu povo. Esses deveres
precisam ser realizados “...não por força”, não porque você tem de fazê-los,
não por compulsão de um poder civil, ou pela coação do medo ou da vergonha, mas
de uma mente voluntária que tem prazer na obra. Não “...por torpe ganância”, ou
por algum lucro ou proveito relacionados ao lugar em que você reside, ou de uma
prerrogativa relativa ao ofício, “...mas de ânimo pronto”, considerando o
rebanho mais do que a lã, sincera e alegremente se empenhando para servir à
igreja de Deus. “...nem como tendo domínio sobre a herança de Deus”, agindo
como tirano sobre o rebanho por compulsão ou força coerciva, ou impondo
invenções humanas ou não-bíblicas a ele em vez dos deveres necessários (Mt
20.25,26; 2 Co 1.24). Aprenda:
(1) A dignidade eminente da igreja de Deus e de
todos os seus verdadeiros membros. Esses cristãos pobres, dispersos e
sofredores eram o rebanho de Deus. O restante do mundo é uma manada irracional.
Esses constituem um rebanho pacífico e ordeiro, redimido para Deus pelo grande
Pastor, vivendo em santo amor e comunhão uns com os outros, segundo a vontade
de Deus. Eles são também dignificados com o título de herança de Deus, sua
porção peculiar, escolhidos dentre a multidão comum para ser seu povo, para
desfrutar do seu favor especial e para fazer para Ele um serviço especial. No
Novo Testamento, a palavra nunca é restrita aos ministros da religião.
(2) Os
pastores da igreja devem considerar o seu povo o rebanho de Deus, a herança de
Deus, e tratá-lo de acordo com isso. Não são seus, para serem dominados segundo
o seu prazer; mas são povo de Deus, e devem ser tratados com amor, mansidão e
ternura, por causa daquele a quem pertencem.
(3) Aqueles ministros que são
forçados ao trabalho por necessidade ou atraídos a ele por torpe ganância não
podem realizar o seu dever como deveriam, porque não o fazem voluntariamente e
com disposição.
(4) A melhor forma que um ministro pode usar para obter o
respeito das pessoas é cumprir o seu próprio dever entre elas da melhor maneira
que puder, e ser um constante exemplo a elas de tudo que é bom.HENRY. Matthew.
Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa.
Editora CPAD. pag. 882.
2.
Liderar a igreja local.
O
presbítero ou bispo tem o dever de cuidar “da Igreja de Deus” (1 Tm 3.5). Para
tanto, precisa saber “governar a sua própria casa” (1 Tm 3.4). Daí, deduz-se
que um dos seus deveres é “governar” (cf. 1 Tm 5.17a) ou liderar a igreja
local.
ENSINAR A
IGREJA
O
presbítero como homem mais experiente tem o dever de ser um ensinador na igreja
local. “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada
honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina (1 Tm 5.17 —
grifo nosso).
PRESERVAR
A IGREJA CONTRA OS ERROS
Em todos
os tempos, as igrejas foram alvo das heresias e dos falsos ensinos. Nos tempos
presentes, não é diferente. Multiplicam-se como ervas daninhas os ensinos
distorcidos, os modismos e as práticas estranhas à ortodoxia bíblica. O
presbítero, como líder do rebanho, deve preservar a igreja local das investidas
dos falsos mestres, “...retendo firme a fiel palavra, que é conforme a
doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como
para convencer os contradizentes” (Tt 1.9; 1 Tm 4.1).Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder
extraordinário. Editora CPAD. pag. 137.
O DEVER
DE REPREENDER
1 Timóteo
5:1-2
Sempre é
muito difícil repreender a outro com afabilidade; e a Timóteo algumas vezes
corresponderia uma tarefa duplamente difícil — a de repreender uma pessoa mais
velha que ele.
Crisóstomo
escreve: "A reprimenda ofende por natureza, em particular quando a dirige
a uma pessoa mais velha; e quando provém de um homem jovem também, há uma
tripla amostra de atrevimento. Deverá suavizá-la, portanto, com o modo e
benignidade da mesma. Porque é possível repreender sem ofender, se tão somente
se cuida nisso; requer uma grande discrição, mas pode-se fazer."
Sempre é
problemático censurar e repreender. Podemos detestar tanto a tarefa de advertir
a alguém que a evitemos por completo. Muitas pessoas se teriam salvado de cair
na aflição ou na desgraça, se alguém lhes tivesse advertido ou repreendido a
tempo. Não pode haver nada mais terrível na vida que escutar a alguém que nos
diga o seguinte: "Nunca teria chegado a isto, se você me tivesse falado a
tempo." É um equívoco evitar a palavra que se devia pronunciar.
Podemos
censurar e repreender a uma pessoa de tal forma que não haja nada mais que
irritação em nossa voz e amargura em nossas mentes e corações. Uma reprimenda
dada com ira, em tal forma que pareça provir do rechaço, do chateio, do
desprezo, do desgosto pode produzir medo; pode ferir e faz doer; mas quase
inevitavelmente produzirá ressentimento; e seu efeito final poderá ser
simplesmente o de confirmar a pessoa equivocada no erro de seu caminho. A
repreensão irada e a reprimenda que rechaça e despreza são raramente efetivos,
e o mais provável é que causem mais mal que bem.
Diz-se
que Florence Allshorn, a grande mestra missionária, quando era diretora de um
colégio de senhoritas, sempre repreendia a suas alunas, quando era necessário,
como se as estivesse abraçando. Só a reprimenda que provém do amor é efetiva.
Se alguma vez tivermos razão para repreender a alguém, devemos fazê-lo de tal
maneira que esclareçamos que o fazemos, não porque o desejamos, mas sim porque
somos obrigados pelo amor, e porque queremos ajudar e não ferir.
AS
RELAÇÕES DA VIDA
1 Timóteo
5:1-2 (continuação)
Estes
dois versículos estabelecem o espírito que deveriam exibir as diferentes
relações das distintas idades da vida.
(1)
Devemos tratar as pessoas mais velhas com afeto e respeito. Deve-se tratar o
homem mais velho como a um pai, e a mulher mais velha como uma mãe. O mundo
antigo conhecia bem a deferência e o respeito que se deviam à idade.
Cícero
escreve:
"Portanto,
é o dever do homem jovem demonstrar deferência para com seus superiores,
vincular-se ao melhor e ao mais digno deles, para receber o benefício de seus
conselhos e influências. Porque a inexperiência da juventude requer da
sabedoria prática da idade para ser fortalecida e dirigida. E esta época da
vida deve ser protegida sobre todas as coisas da sensualidade e deve ser
treinada no trabalho e na resistência da mente e do corpo, para poder estar
forte para a tarefa ativa no serviço militar e civil. E mesmo quando queiram
relaxar suas mentes e entregar-se à alegria, deveriam estar atentos aos
excessos e ter em mente as regras da modéstia. E isto será mais fácil, se os
jovens estiverem de acordo com que seus superiores estejam com eles, até em
seus prazeres" (Cícero, De Officis, 1:34).
Aristóteles
escreve: "Também deve-se render honras a todas as pessoas maiores de
acordo com sua idade, levantando-se para recebê-los e lhes buscando assento e
demais." (Aristóteles, Etica nicomaquea, 9:2).
Uma das
coisas mais terríveis da vida é que a juventude muitas vezes tende a considerar
os anciãos como uma moléstia. Deve-se dar sempre à velhice o respeito e o afeto
devido, àqueles que viveram por longo tempo e andaram muito pelo caminho da
vida e da experiência. Uma famosa frase francesa diz como num suspiro: "Se
só a juventude tivesse o conhecimento, se só a velhice tivesse a força."
Mas quando existe um respeito e um afeto mútuos, então a sabedoria e a
experiência da idade podem cooperar com a força, o espírito aventureiro e o entusiasmo
da juventude, para grande benefício de ambos.
(2)
Devemos mostrar fraternidade a nossos contemporâneos. Os homens jovens devem
ser tratados como irmãos. Aristóteles diz: "Dever-se-ia-se permitir que os
camaradas e os companheiros tivessem liberdade de expressão e utilização em
comum de todas as coisas" (Aristóteles, Etica nicomaquea, 9:2). Deve haver
tolerância e se devem compartilhar as cotas com nossos contemporâneos. Os
cristãos nunca poderão ser estranhos uns dos outros; devem ser irmãos no Senhor.
(3) As
relações para com aqueles do sexo oposto devem distinguir-se pela sua pureza.
Os árabes têm uma frase para descrever um cavaleiro. Chamam-no: "Irmão das
jovens". Há uma frase famosa que fala da "amizade platônica".
Deve-se reservar o amor para uma pessoa; é algo temível que o físico domine a
relação entre os sexos, e que um homem não possa olhar a uma mulher sem pensar
em seu corpo. Deve existir uma fraternidade de mente e coração entre o povo de
Cristo, limpa de todo desejo e assegurada pela classe mais alta de mútuo amor
cristão.
BARCLAY.
William. Comentário Bíblico. I Timóteo. pag. 117-119.
I Tim 3.2
— Irrepreensível significa alguém não sujeito a punição ou repreensão. A ideia
não é que um bispo ou ministro não cometa mais pecado, mas, sim, que mostre uma
conduta cristã madura e consistente que não dá margem para vir a ser acusado de
algum erro grave. O sentido literal de marido de uma mulher é o tipo de homem
de uma só mulher. Essa expressão tem sido interpretada como uma forma de
excluir do cargo todos os que sejam imorais ou polígamos, ou como referência
específica àqueles que se casem novamente após uma separação ou divórcio. É uma
qualificação também para os diáconos (v. 12). Sóbrio significa sem bebida,
lúcido; significa ter controle do próprio corpo e da mente. E um estado de
espírito de equilíbrio, resultante de autocontrole. Honesto significa sincero e
disciplinado. Hospitaleiro significa que recebe bem os estranhos. A casa de um
ministro cristão deve estar aberta aos propósitos do ministério.
Apto para
ensinar também poderia ser traduzido por qualificado para ensinar ou que se
dispõe a ensinar. Uma vez que tem a ver com caráter, parece melhor entender
essa qualificação como de alguém que se dispõe a ensinar, como uma necessidade
para o homem de Deus (1 Timóteo 5.17; 2 Timóteo 2.24; Tito 1.9 mostram a
exigência de o presbítero ser capaz de ensinar).
I Tim 3.3
— Não dado ao vinho significa não viciado em bebida alcoólica. Não espancador
tem sido traduzido também por não violento. O bispo ou presbítero não deve ser
propenso a briga, a violência e a querer agredir fisicamente as pessoas. Não
cobiçoso de torpe ganância. Não deve ter uma atitude egoísta em relação ao
dinheiro ou aos bens. Isso é também uma advertência para os líderes de igrejas
quanto à devida administração das finanças da casa de Deus.Não
contencioso significa que não discute, não cria problemas; é a qualidade do
homem pacífico.
O bispo
ou presbítero deve contender pela fé, sem ser contencioso. Não avarento
significa literalmente que não ama a prata (1 Tm 6.9). Observe que essa é a
segunda advertência aqui sobre dinheiro.
Alguns
presbíteros em Éfeso estavam recebendo ajuda financeira para o ministério (1 Tm
5.17,18). Paulo os exorta para que não deixem que o desejo de obter seu ganho
se tome sua maior prioridade.
I Tim 3.4
— Governe significa que se coloque diante de, ou administre.
A sua
própria casa. O presbítero deve administrar bem sua própria família. Seus
filhos devem submeter-se à sua liderança com modéstia e respeito. I Tim 3.5 —
Se um ministro for incapaz de governar a própria família, não terá cuidado
devidamente de sua igreja. Ao passar de governar para ter cuidado, Paulo
enfatiza o carinho do presbítero em sua função de apascentar a igreja local.EarI
D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Novo
Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 594.
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PAZ DO SENHOR
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