A ceia
das bodas do Cordeiro é a expressão máxima da relação entre Cristo e Sua
Igreja. E a figura do casamento, do esposo e a esposa, que aparece na Bíblia em
várias passagens (Jo 3.29; 2Co 11.2; Ef 5.25-33; Ap 19.7,8; 21.1 — 22.7). O
texto de Mateus 25 apresenta uma parábola de Jesus que retrata a história de um
casamento, e que oferece dupla interpretação: uma sobre Israel e outra a
respeito da Igreja. As Bodas do Cordeiro.
Após o
episódio do julgamento das obras no Tribunal de Cristo, virá o tempo das Bodas
do Cordeiro. Antes de prosseguir a explicação, dê uma relembrada no caminho que
você já fez com a classe ao longo das seis lições anteriores. Por intermédio do
gráfico, abaixo, mostre a dimensão linear dos acontecimentos, lembrando que a
imagem é apenas para fins didáticos:
Então,
explique a classe que até o momento, apesar de não termos visto ainda o tema da
Grande Tribulação, vimos um evento que ocorrerá paralelamente à Grande
Tribulação, o Tribunal de Cristo, e, nesta lição, nos deteremos ao outro evento
que ocorrerá simultaneamente a Grande Tribulação: As Bodas do Cordeiro.
Em uma
passagem dos Evangelhos, quando próximo da sua crucificação, na verdade em sua
última Páscoa com os discípulos, nosso Senhor disse: “Eu afirmo a vocês que
isto é verdade: nunca mais beberei deste vinho até o dia em que beber com vocês
um vinho novo no Reino de Deus” (Mc 14.25). É bem significativo que o apóstolo
João escreva no livro do Apocalipse esta mensagem: “Bem-aventurados aqueles que
são chamados à ceia das bodas do Cordeiro” (19.9). O cumprimento dessa
bem-aventurança se dá exatamente no advento das Bodas do Cordeiro.
Nas Bodas
do Cordeiro, os crentes foram plenamente adornados de atos de justiça, pois já
estiveram diante do Tribunal de Cristo, foram ressuscitados, transformados e levados
ao céu. Assim como temos um momento de intimidade com Cristo por intermédio da
comunhão da Ceia do Senhor, as Bodas do Cordeiro é o momento mais íntimo de
Cristo com a sua Igreja. É o tempo de refrigério, de glória, de graça e de
alegria. É um tempo que marcará a consumação da redenção dos santos. Portanto,
de fato, é bem-aventurado quem passa pelas Bodas do Cordeiro. O momento do
nosso encontro com Jesus Cristo, o Rei dos reis, é o momento para além da
história, em que todo crente estará para sempre com o Senhor.
I. AS
BODAS DO CORDEIRO
1. O que
será? Será o encontro glorioso, já nos céus, entre Cristo e sua Igreja amada:
“Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são as bodas
do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou” (Ap 19.7). Os chamados “casamentos
do século” nem de longe podem comparar-se às Bodas do Cordeiro. Jesus previu
esse acontecimento: “E eu vos destino o Reino, como meu Pai mo destinou, para
que comais e bebais à minha mesa no meu Reino” (Lc 22.29,30). Na visão do
Apocalipse, João teve o privilégio de registrar o anúncio do grande
acontecimento, que marcará para sempre a união entre Cristo e sua Igreja.
2. Quem
poderá participar destas bodas? Todos os salvos em Jesus Cristo. João viu a
multidão incalculável de remidos por Cristo que estarão com Ele nos céus (Ap
5.11). A Noiva do Cordeiro (a Igreja) é composta dos cristãos verdadeiros e dos
crentes de todas as épocas.
3. Quem
ficará de fora deste glorioso evento? A Palavra de Deus nos assegura que
ficarão de fora todos os que não se mantiveram fiéis e puros até a volta de
Jesus, porém, Apocalipse 22.15 apresenta uma relação, mais detalhada, dos que
ficarão de fora das Bodas do Cordeiro. Não poderão participar: “os cães, os
feiticeiros e os que se prostituem, e os homicidas, os idólatras e qualquer que
ama e comete a mentira” (Ap 22.12-15). A palavra “cães” é vista também em
Filipenses 3.2 com o mesmo sentido. Os “cães” são provavelmente os maus
obreiros, aqueles que “matam”, dispersam e exploram as ovelhas do Senhor Jesus.
Quanto à prostituição, o termo pode se referir tanto à venda do corpo quanto a
qualquer tipo de relação sexual ilícita. Deus criou o sexo e estabeleceu leis
imutáveis. Na Bíblia, temos esses preceitos em vários textos como em Mateus
5.32; 15.19; 19.9 (relações ilícitas); 1 Coríntios 5.1 (fornicação); 6.18; 7.2
(impureza); Apocalipse 17.2 (devassidão). As Escrituras Sagradas hoje nos
advertem: “Que vos abstenhais da prostituição”.
As Bodas
do Cordeiro será o encontro glorioso do Senhor Jesus Cristo com a sua Noiva. “A Bíblia descreve muitos casamentos. O
próprio Deus celebrou o primeiro de todos os casamentos (Gn 2.18-25). Dentre
alguns casamentos célebres, podemos destacar o de Jacó e Lia, o de Rute e Boaz,
o de Acabe e Jezabel, e o casamento em Caná, onde Jesus realizou seu primeiro
milagre.
No
entanto, o mais maravilhoso dos casamentos ainda está por vir. Jesus profetizou
acerca dele por meio de parábolas (Mt 22.2; 25.1; Lc 12.35,36) e João descreveu
o que Deus lhe mostrou em uma visão: ‘Regozije-mo-nos, e alegremo-nos, e
demo-lhes glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se
aprontou’ (Ap 19.7).
O
anfitrião deste casamento será Deus Pai. Ele é descrito preparando a cerimônia
e enviando seus servos para chamar os convidados (Lc 14.16-23). O noivo é Jesus
Cristo, o Filho amado do Pai. Em João 3.27-30, João Batista referiu-se a Jesus
como ‘esposo’ e a si mesmo como o ‘amigo do esposo’. Em Lucas 5.32-35, Jesus,
em uma alusão à sua morte, disse: ‘Dias virão, porém, em que o esposo lhe será
tirado, e, então, naqueles dias, jejuarão’” (notas LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular
de Profecia Bíblica. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008, pp.105-6).
III. A
NOIVA DO CORDEIRO
1.
Assentados à mesa do Rei. Os crentes do Antigo Testamento juntar-se-ão aos fiéis
da Igreja, num só grupo, para assentar-se à mesa do Rei: “E virão do Oriente, e
do Ocidente, e do Norte, e do Sul e assentar-se-ão à mesa no Reino de Deus” (Lc
13.29). Será a consagração gloriosa de todos os salvos que venceram as lutas,
obstáculos e barreiras e mantiveram-se limpos, puros: “O que vencer será
vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da
vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos” (Ap
3.5). Jesus apresentará sua Noiva “sem mancha, nem ruga, nem coisa semelhante”
(Ef 5.27).
2. As
características da Noiva do Cordeiro. Vejamos algumas de suas principais
marcas:
a) É
fiel. Mesmos enfrentando as intempéries da vida, a Igreja, com a ajuda do
Espírito Santo, permanecerá fiel ao seu Noivo. Hoje em dia, infelizmente, temos
visto a infidelidade de muitos crentes. Estes são infiéis a seus cônjuges,
pastores, igreja e ministério.
b) É
santa. Só pode ser “Igreja” quem é santo (1Pe 1.15); quem vive em santificação
(Hb 12.14).
c) Não dá
lugar ao mundo. Vivemos neste mundo, mas não pertencemos a ele. Não podemos
aceitar sua maneira de pensar (Rm 12.2). A Palavra de Deus nos adverte: “Não
ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não
está nele” (1Jo 2.15).
d) Espera
pelo seu Noivo. A Igreja aguarda com ansiedade o glorioso dia em que vai se
encontrar com o seu Noivo. Esta é a nossa verdadeira esperança.
e) Adora
a Deus. Como Igreja do Senhor precisamos adorá-lo em espírito e em verdade (Jo
4.23). Quando nos reunimos como Igreja temos de ter a consciência de que o mais
importante é a adoração a Deus. Muitos, infelizmente, vão à Igreja, não para
adorar ao Senhor, mas apenas para serem vistos pela liderança ou para cuidarem
dos seus próprios interesses.
f)
Proclama a mensagem do Noivo. Jesus mandou seus servos proclamarem o Evangelho
por todo o mundo, a toda a criatura (Mc 16.15).
II. A
REJEIÇÃO AO CONVITE DO CORDEIRO
Enquanto
esperamos pela volta do Senhor não podemos ficar na ponta dos pés, a cada
momento, olhando para o céu. A vida precisa continuar. Este é o verdadeiro
argumento da parábola das dez virgens: Cristo pode postergar o seu retorno e,
se assim for, devemos manter a nossa esperança, continuar aguardando e, enquanto
isso, continuar a servi-lo fielmente. Aqueles que não levam em conta que o
Senhor pode demorar mais do que esperam, no fim, irão se encontrar desesperados
quando estiverem diante de um futuro que não planejaram. Então, quando o Senhor
voltar realmente, eles se sentirão envergonhados (cf. 1Jo 2.28 — ARA).
A única
maneira de nos certificar se estamos prontos para a volta do Senhor é nos
mantermos prontos todos os dias. O bom senso deverá nos ensinar que, de
qualquer forma, essa é a única perspectiva adequada sobre o futuro. Afinal de
contas, não sabemos quando vamos morrer. Isso pode acontecer a qualquer
momento, mesmo que o Senhor atrase a sua volta por mais uma geração. Precisamos
estar sempre preparados para a morte, assim como para a volta do Senhor, porque
de qualquer maneira iremos enfrentar um julgamento (Hb 9.27). Estar preparado
para a volta do Senhor irá, portanto, preparar-nos também para enfrentar a
morte.
Enquanto
isso, devemos continuar a nossa vida e fazer o nosso trabalho, planejando para
o futuro com sabedoria e santo entendimento. Aqueles que pensam que o iminente
retorno do Senhor cancela toda necessidade de um planejamento prudente, não
entendem o que a Escritura está esperando de nós” (notas MACARTHUR, John. A Segunda
Vinda. 4ª Edição. RJ: CPAD, 2013, pp.165,66).
2. A
tragédia dos que rejeitaram a Deus. Por rejeitarem a Deus e ao seu Filho, os
judeus vêm sofrendo ao longo dos tempos. Eles sofreram com os cativeiros
assírio e babilônico, onde amargaram a dor por causa de sua desobediência. No
ano 70 d.C., Jerusalém foi invadida pelos romanos, sob o comando do general
Tito, e todos foram dispersos e perseguidos por várias nações. Até hoje, Israel
como um todo sofre por não reconhecer Jesus como o Messias. Mas há um
remanescente que será salvo (Rm 9.27; Ap 7.4-8).
3. O Rei
convida a todos. Na parábola das Bodas (Mt 22.1-14) o rei envia o convite a
todos que pertencem ao seu reino, porém seus súditos não quiseram comparecer às
bodas. Estes que tiveram a liberdade de rejeitarem o convite referem-se a
Israel. No entanto, nas Bodas do Cordeiro, todos os que rejeitarem o convite de
Jesus Cristo (judeus e gentios) serão excluídos eternamente da presença e da
comunhão do Filho de Deus.
I.
ANALOGIA CORRETA DA PARÁBOLA
1. Fundo
histórico. Jesus ilustrou Seu ensino utilizando-se do costume oriental para o
casamento. Depois de feitas as cerimônias religiosas, começava-se a celebração
festiva do casamento. A festa podia prolongar-se por vários dias, dependendo
das possibilidades do pai da noiva. Nos festejos noturnos, os convidados deviam
sempre ter lâmpadas acesas. No caso da história de Jesus, o noivo atrasou. Os
convidados deveriam estar devidamente preparados com azeite em suas vasilhas e
nas lâmpadas. Qualquer convidado sem lâmpada era considerado um estranho e não
podia entrar na festa.
2.
Correntes de interpretação. A primeira interpretação diz que as virgens
representam o remanescente judeu (144 mil) salvo no período da Grande
Tribulação. A segunda distingue os dois grupos como uma representação dos
crentes salvos e dos crentes apenas nominais no seio da Igreja, quando da vinda
de Cristo. A terceira interpreta as dez virgens como um todo e, também, cada
crente individualmente.
3. Quem
são as dez virgens? (Mt 25.1). Não são dez pretendentes do esposo. Nem são dez
igrejas cristãs que competem pelo mesmo esposo. São, na verdade, os crentes
individualmente que compõem o corpo da Igreja (a esposa do Cordeiro). O número
dez não tem um significado dogmático ou doutrinário e, sim, um sentido de
inteireza. Representa a noiva na sua inteireza. Jesus via a Igreja como um
todo, o corpo invisível em toda a Terra (1Co 12.12,14,27). Ele via, também, a
igreja local e visível, isto é, os membros em particular.
4. Por
que as palavras “esposo” e “esposa”? No Oriente, o noivado é tão sério quanto o
casamento. Na história bíblica a mulher comprometida em noivado era chamada
esposa e, apesar de não estar unida fisicamente ao noivo, ela estava obrigada à
mesma fidelidade como se estivesse casada (Gn 29.21; Dt 22.23,24; Mt 1.18,19).
A Igreja é a esposa de Cristo porque está comprometida com Ele (Ap 19.7; 21.9;
22.17).
II. AS
CONDIÇÕES ESPIRITUAIS DA ESPOSA. (Mt 25.2-5)
1. Duas
classes de crentes: os insensatos e os cautelosos. Essas duas classes são uma
realidade espiritual na Igreja de Cristo. São identificadas por Jesus como
loucas e prudentes. As loucas representam os cristãos insensatos e alienados
espiritualmente. São aqueles cristãos que não agem racionalmente na sua vida de
fé, por isso, não sabem o que estão fazendo.
As
prudentes representam os cristãos cautelosos e previdentes, que mantêm uma vida
de vigilância e espiritualidade.
2.
Ingredientes indispensáveis para estar nas bodas. Aquelas virgens tinham
vasilhas e lâmpadas (Mt 25.7-9). Mas precisavam, na verdade, ter o principal
elemento: o azeite. As loucas não levaram azeite em suas vasilhas, mas as
prudentes sim. Estavam devidamente preparadas. Aquelas virgens tinham que ter
vestidos brancos de linho fino (Ap 19.8), lavados no precioso sangue do
Cordeiro (Ap 7.14). Precisavam de calçados do Evangelho da Paz (Is 52.7; Ef
6.15). Tinham que ter com elas vasilhas para o azeite (Mt 25.4: Ef 5.18) e o
próprio azeite (Mt 25.3,4), que é símbolo do Espírito Santo.
III. O
TEMPO DAS BODAS (Mt 25.6)
1. O
sentido do clamor da meia-noite. O texto diz: “Mas à meia-noite, ouviu-se um
clamor” (Mt 25.6). Que representa a meia-noite? É o tempo do clímax da
esperança da Igreja. É o fim e o princípio de um tempo (dia, dispensação, era).
É a hora do silêncio total, quando todos dormem. Pode ser a consumação ou
princípio de um novo dia ou tempo. Não é difícil de estabelecer o tempo desse
evento. Ele acontecerá entre o arrebatamento da Igreja e a segunda fase da
volta de Cristo à Terra. Ocorrerá, precisamente, logo após o julgamento das
obras dos crentes no tribunal de Cristo, visto que em Ap 19.8, a esposa aparece
vestida de linho fino que “são as justiças dos santos”.
2. O Dia
de Cristo (Fp 1.10). Na linguagem escatológica a palavra “dia” é interpretada,
literal ou figuradamente, dependendo do seu contexto. Dia pode, então,
representar ano, ou seja, um dia igual a um ano, conforme se percebe na
profecia de Daniel capítulo 9. Destacamos no contexto bíblico quatro dias
(anos, tempos) históricos para a humanidade: o “dia do homem” (1Co 4.3), que
compreende o tempo da história da humanidade; o Dia de Cristo (Fp 1.10), que
diz respeito, especialmente, ao tempo de sete anos, nos quais a Igreja estará
no céu e, simultaneamente, ocorrerá na Terra a Grande Tribulação; o Dia do
Senhor (1Ts 5.2), a manifestação pessoal e visível de Cristo no final da Grande
Tribulação, e durará mil anos (Milênio); e, finalmente, o Dia de Deus (2 Pe
3.12,13), que é o tempo do Juízo Final e da restauração de todas as coisas, o
começo do Reino eterno.
Neste
estudo, o Dia de Cristo abrange três fatos escatológicos especiais, os quais
são: o encontro da Igreja com Cristo nas nuvens (1Co 15.51,52; 1Ts 4.14-17); o
tribunal de Cristo (2Co 5.10; Fp 1.10; 2Co 1.14; Ef 5.27); e, as bodas do
Cordeiro (Ap 19.7).
IV.
CARACTERÍSTICAS DAS BODAS
1. Lugar
das bodas (Ap 19.1; 21.9). Pela ordem normal dos acontecimentos escatológicos,
esse evento acontecerá no céu. Quando João declarou “ouvi no céu como que uma
grande voz de uma grande multidão que dizia: Aleluia!”, ele identificou
naturalmente o lugar. Alegria e triunfo pelas vitórias do Cordeiro são
demonstradas e, a seguir, surge a noiva do Cordeiro já glorificada, coroada e
preparada para o glorioso casamento. Entendemos, então, que o céu é o lugar
mais adequado para esse acontecimento extraordinário.
2.
Participantes das bodas. O casamento é de Cristo e a Igreja, mas os convidados
são muitos. De acordo com Dn 12.1-3 e Is 26.19-21, o Israel salvo da Grande
Tribulação e os santos do Antigo Testamento são os convidados especiais.
Devemos ter cuidado na interpretação desse evento para não confundirmos nem
misturarmos os fatos que envolvem as bodas no céu e as bodas na Terra. No céu,
as bodas são da Igreja e o Cordeiro (Ap 19.7-9). Na Terra, as bodas envolvem Israel
e o Cordeiro (Mt 22.1-14; Lc 14.16-24; Mt 25.1-13). A cena das bodas no céu
difere das bodas na Terra. No céu, somente a Igreja e seus convidados
participarão. Na Terra, Israel estará esperando que o esposo venha convidá-lo a
conhecer a esposa (a Igreja), que estará reinando com Ele no período milenial.
“Quando Jesus aparecer para destruir o
Anticristo e as suas tropas, os exércitos dos céus seguirão a Jesus, montados
em cavalos brancos (que simbolizam o triunfo) ‘e vestidos de linho fino, branco
e puro’ (Ap 19.14). Esse fato identifica-os com a noiva do Cordeiro (a Igreja)
que participa das bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9). Isto significa que já
estiveram no céu, e já estão plenamente vestidos da ‘justiça dos santos’ (v.8).
Esse fato também deixa subentendido que aqueles atos de justiça já estão
completos, e que os crentes foram ressuscitados, transformados e levados ao
céu. Ficaria subentendido, também, que já tinham comparecido diante do tribunal
de Cristo (2Co 5.10). Que tempo de alegria e deleite aquelas bodas serão!”
(notas Teologia Sistemática, CPAD)
O
comentário sobre o capítulo 19 de Apocalipse no livro Daniel e Apocalipse
(CPAD) apresenta o seguinte cenário, mostrando a Igreja ao lado de Jesus, na
Glória, antes dEle aparecer em glória e poder: “Versículos 1-9. Uma imensurável
multidão regozija-se no Céu, juntamente com os vinte e quatro anciãos e os
seres viventes. É um coral gigantesco. Eles intercalam quatro grandes aleluias
no seu cântico (vv.1,3,4,6).
“‘bodas
do Cordeiro’ (v.7). Esse glorioso evento tem lugar no Céu após o arrebatamento
da Igreja. E o encontro, que durará para sempre, da Igreja com o seu Senhor,
que a resgatou com o Seu precioso sangue e a conduziu a salvo ao lar celestial,
apesar das tempestades da vida. E o encontro que não terá jamais separação.
“O ‘linho
fino’ do vestido da Igreja (vv.7,8) são os ‘atos de justiça dos santos’,
indicando, portanto, resultado de julgamento do tribunal de Cristo. Para que
isso aconteça aqui, a Igreja terá subido antes.
“ ‘ceia
das bodas do Cordeiro’ (v.9). Deve ser a participação da Igreja na destruição
do poder gentílico mundial sob a Besta, a partir do instante em que Jesus tocar
a Terra. As bodas do Cordeiro têm lugar no Céu, ao passo que ‘a ceia do grande
Deus’ (v.17), tem lugar na Terra, sendo, pois, dois fatos totalmente distintos
quanto à sua natureza”.“A esperança da Igreja é o aparecimento do Noivo e estar
com Ele para sempre. E no quadro da Igreja como a Noiva de Cristo que
encontramos o conceito da firme esperança dos salvos (At 23.6; Rm 8.20-25; 1Co
15.19).
“A Igreja
Primitiva vivia em meio à expectação do retorno de seu amado Senhor. Esperança
esta que só começou a diminuir no século III d. C. Apesar dos séculos de
negligência em torno do assunto, o século XIX foi reavivado para se voltar a esta
realidade da Palavra de Deus.
“Entre os
evangélicos, hoje, há um consenso generalizado sobre o fato de que Jesus Cristo
realmente está prestes a voltar. Até mesmo entre os teólogos modernos, aquela
conversa sobre a morte de Deus já é coisa passada. Hoje, eles já se voltam à
doutrina das últimas coisas. Entretanto, a despeito dos modismos teológicos,
precisamos estabelecer nossas convicções sobre a verdade revelada na Palavra de
Deus. Afinal, o próprio Jesus, durante o seu ministério terreno, já afirmara
categoricamente: ‘Eu voltarei’.
“Por que
esta doutrina é tão estratégica e importante? Por um grande motivo: é a chave
para a história da humanidade. Estamos nos movendo inexoravelmente para a
consumação de todas as coisas. A maioria das religiões e filosofias não-cristãs
têm um ponto de vista cíclico da história. Os hindus, por exemplo, vêem-na como
se fora uma roda da vida, girando sem parar, sem começo nem fim. Mas a visão
bíblica da história é linear.
“Houve um
começo, um evento central — a cruz. Quando Jesus bradou: ‘Está consumado!’ (Jo
19.30), assegurava-nos Ele, por intermédio de Sua paixão e morte, a nossa
redenção. Mas ainda não possuímos a plenitude de nossa salvação e da herança
que Cristo nos conquistou. Estas tornar-se-ão plenas quando Ele retomar para
levar a sua Igreja (Rm 13.11; 8.23; Hb 9.28). Não obstante, já estamos
usufruindo de muitas bênçãos provenientes da cruz.” (Doutrinas Bíblicas, CPAD)
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