O PRENÚNCIO DO TEMPO DO FIM DANIEL DN 8
(2)
O carneiro e seus dois chifres (8.3,4) é a Pérsia.
"Aquele carneiro que viste com dois chifres são os reis da Média e da
Pérsia" (v. 20). É representada em 7.5 por um urso. Os dois chifres falam
da dualidade do império: Média e Pérsia. O chifre mais alto ("um mais alto
do que o outro"-v. 3) é a Pérsia, que apesar de ser mais recente do que a
Média, tornou-se proeminente. "O mais alto subiu por último" (v. 3).
Em 550 a.C. Ciro, um persa, rebelou-se contra os medos, que até então detinham
o poder e tornou-se cabeça dos dois reinos."E
assim se engrandecia" (v. 4). Isto é dito da Grécia. De fato, esse império
tornou-se grande nas suas conquistas. Seus feitos e proezas nesse sentido são
estudados e admirados até hoje.Antônio
Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de Deus Para os últimos
dias. Editora CPAD.
3. A
visão do bode (Dn 8.5-8).
“eis que
um bode vinha do ocidente sobre a terra, mas sem tocar no chão” (8.5). A figura
do bode, na mitologia do mundo de então significava poder, força e ousadia.
Velocidade e mobilidade são caraterísticas desse animal que lembram a cabra
montês que salta em montanhas de pedra com firmeza e sem resvalar. O bode é um
animal que vive em regiões rochosas e inóspitas. O texto diz que “o bode” tinha
uma velocidade que nem “tocava o chão”. Está se referindo a Alexandre, filho de
Felipe da Macedônia, que surgiu com força incrível e com grande mobilidade para
conquistar o mundo, a partir da conquista do Império Medo-persa que não se
conteve diante dele. Quando surgiu o bode no espaço que o carneiro dominava,
lançou-se contra o carneiro com muita força e domínio, ferindo-o e quebrando,
de imediato, os dois chifres.
O poder de Dario e Ciro caiu e foi usurpado pelo
poder simbólico do bode que representava o Império Grego.
“vinha do
ocidente sobre toda a terra” (8.5). Esse bode vinha do Ocidente com tanta
velocidade e força que os seus pés não tocavam o chão. Na realidade, o ocidente
é chamado “o poente” da Média e da Pérsia. Em 334 a.C., Alexandre, cruzou um
famoso estreito entre os mares Negro e Egeu e com a força militar que tinha foi
avançando até o Oriente e derrotou os exércitos dos medos e persas. Por uns
dois ou três anos seguintes, Alexandre, definitivamente conquistou o Império
Medo-persa por volta de 331 a.C.
“aquele
bode tinha uma ponta notável entre os olhos” (8.5). Ele tinha um chifre no meio
de sua testa. Era o Império Grego através de Alexandre, o Grande, que, com seus
exércitos, suplantavam tudo e agiam com muita rapidez. O carneiro foi
totalmente humilhado. Seus dois chifres foram quebrados e o carneiro foi
pisoteado sem compaixão pelo bode. Foi uma profecia de completa sujeição e
derrota do Império Medo-persa pelos gregos. Daniel vê em sua visão que “o bode”
vinha do Ocidente com muita força e rapidez e representava o novo Império, o
Grego.
Quem era
a “ponta notável”? (8.5)
Daniel vê
em sua visão que o bode tinha “umaponta notável”, isto é, o bode tinha “um
chifre no meio dos olhos” que chamava a atenção e, histórica e profeticamente
estava se referindo ao líder mundial que ficou conhecido como, Alexandre, o
Grande. Sob seu comando, representado pelo bode, quando deparou-se com o
carneiro, quebrou os dois chifres do carneiro (Média e Pérsia). Na visão de
Daniel, o bode demonstrou ter uma força superior ao do carneiro. Esse bode era,
não só constituído de força e violência, mas tinha uma mobilidade ímpar.
Esse
“chifre notável” tornou-se, portanto, o grande conquistador por um espaço curto
de tempo. Ele, Alexandre, era filho de Felipe da Macedonia, o qual fora educado
aos pés do grande sábio grego Aristóteles. Ele nasceu na Macedonia em 356 a.C.
Era de uma inteligência avançada para o seu tempo. Quando tornou-se o grande
comandante das milícias gregas, a começar pela Macedonia, Alexandre demonstrava
perspicácia e tenacidade ante os seus liderados. Ele era capaz de convencer
seus liderados, generais e soldados, a superarem suas forças para conquistarem
terras e mais terras.
(8.6,7) A
violência do bode unicórnio. Era um animal unicórnio por causa do “chifre
notável” que tinha sobre a fronte. O texto diz que esse bode investiu com todas
as forças sobre o carneiro e quebrou, de imediato, os dois chifres do carneiro.
Ciro e Dario foram quebrados, e a união da Média e da Pérsia foi suprimida pela
força desse bode, ou seja, o Império Grego que sucedeu ao medo-persa.
O chifre
notável é quebrado repentinamente - “mas, estando na sua maior força, aquela
grande ponta foi quebrada” (8.8) - Quando Alexandre gozava do maior prestígio
que um grande rei podia experimentar, no auge de sua glória militar e política,
o jovem conquistador perdeu a vida de modo misterioso no ano 323 a.C. A
profecia que Deus deu a Daniel uns 200 anos antes se cumpriu cabalmente na vida
de Alexandre, o Grande.Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 120-121.
Dn 8.5:
“um bode...”
O profeta Daniel, em sua grande visão, deixa um pouco de lado o
carneiro (Império medo-persa) e entra em cena com o Império Greco-Macedônio. No
capítulo dois (2) deste livro, o Império Greco-Macedônio é representado pela
composição de cobre, que forma “o ventre e coxas” da colossal imagem vista por
Nabucodonosor em sua visão noturna. Enquanto que, no capítulo quatro (4),
versículo quatorze, ele pode ser visto nas “folhas” da grande árvore, vista
também em um sonho. No capítulo 7.6, ele é representado pelo “Leopardo” ali
descrito. Agora, porém, no texto em foco, o reino Greco-Macedônio é representado
pelo “bode voador”. Em sentido profundo da exegese, o bode representava o
poderoso exército comandado por Alexandre, enquanto que a “ponta notável entre
os olhos” representava o próprio Alexandre (v. 21). Daniel observa que aquele
“bode” vinha do “Ocidente” em direção ao Oriente; isso indicava que o bode
vinha da Grécia (Ocidente) em direção a Babilônia (Oriente). O exército de
Alexandre era considerado um “exército-relâmpago”, e por essa razão, o profeta
de Deus registra que ele não “tocava no chão”. Daniel, como em outras
oportunidades, ficou sem entender a visão, mas o anjo Gabriel, passou a
explicar-lhe todos aqueles pormenores: “...o bode peludo é o rei da Grécia; e a
ponta grande que tinha entre os olhos é o rei primeiro”.
E evidente que o rei
primeiro do texto em foco é Alexandre Magno. O “bode peludo”, além de poderoso,
“tinha uma ponta notável entre os olhos”. O leitor deve observar bem a frase:
“entre seus olhos”. - Mas por que entre seus olhos? - A história diz que
Alexandre, quando jovem, educou-se aos pés de Aristóteles, como Paulo aos pés
de Gamaliel (At 22.3). Aristóteles foi discípulo de Platão. Juntos, esses dois
filósofos eram chamados de “os dois olhos da Grécia”.
Dn 8.6:
Os amantes da história antiga reafirmam a descrição de Daniel no presente
texto, sobre a corrida de Alexandre Magno “com todo o ímpeto da sua força”
contra os medos e persas. “Conta-se que ele, quando freqüentava uma escola na
Grécia (era macedônio), costumava dizer que um dia se vingaria com todo o
ímpeto das agressões dos persas, que, sendo senhores do mundo, ainda desejavam
dominar a Grécia. A célebre batalha do Passo de Dardanelos e a batalha naval de
Salamina falam bem alto do tipo de guerra que os persas, de tão longe, iam
fazer à Grécia. Tão logo Alexandre pôde convencer os gregos de que era tempo de
se desforrarem dos persas, reuniu tudo que tinha, e com uma coragem indómita,
que lhe era peculiar, atirou-se pelo Oriente, nada estorvando a sua incrível
coragem”. Alexandre não perdia tempo. Dali em diante nada lhe resistiria. Por
isso Daniel o vê como um bode que vinha voando.
Dn 8.7: O
presente versículo foi escrito antes de seu cumprimento (talvez 200 anos
antes). Alexandre combateu, de fato, o Império Medo-persa, mais ou menos em 331
a.C. E esta profecia foi escrita por Daniel, mais ou menos em 539 a.C. E uma
predição notável o choque de dois Impérios mundiais. Em nossos dias (isto é, em
1986), poderíamos imaginar um choque de duas grandes potências mundiais como os
Estados Unidos da América do Norte e a União Soviética. Isso significaria, uma
catástrofe mundial que envolveria todo o mundo. As duas pontas quebradas,
vistas por Daniel no grande impacto dos dois animais, significam o fim do
império medo-persa, fundado por Dario e Ciro. Esta dinastia só deixou de
existir com a implantação do novo sistema mundial dos gregos, que helenizaram o
mundo daqueles dias.
Dn 8.8:
“Aquela grande ponta foi quebrada”.
O simbolismo aqui apresentado é
perfeitamente verdadeiro em seu cumprimento. Alexandre foi um exímio guerreiro,
e, ao terminar todas suas grandes conquistas, entregou-se aos vícios mais
hediondos daquela época; isto lhe ocasionou morte prematura. Morreu aos trinta
e três (33) anos de idade, O chifre ilustre foi quebrado, como disse a profecia
acima.
“E
subiram no seu lugar quatro também notáveis”. As quatro pontas notáveis do
texto em foco, compreendem também, as quatro “asas” que o “Leopardo” trazia em
suas costas (Dn 7.6). Na simbologia profética aplicada nas notas expositivas do
cap. 7.6, elas compreendem os quatro generais que se “levantaram” depois da
morte de Alexandre, que são: 1) Ptolomeu. 2) Seleuco. 3) Antípater e 4)
Filétero. Esses generais, após a morte de Alexandre Magno, fundaram quatro
realezas para os quatro ventos do céu: Egito (Ptolomeu), Síria (Seleuco),
Macedônia (Antípater), e Ásia Menor (Filétero). Eles foram, de fato,
governantes “notáveis”, mas não atingiram a glória de Alexandre.Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 151-154.
Ele viu
esse carneiro ser vencido por um bode. Ele estava ponderando sobre o carneiro
(maravilhando- se de que um animal tão frágil pudesse ter se tornado tão
superior) e pensando qual seria o resultado. E, eis que surgiu um bode (v. 5).
Este era Alexandre, o Grande, o filho de Filipe, rei da Macedônia. Ele vinha do
oeste, da Grécia, que ficava a oeste da Pérsia. Ele alcançou uma grande
extensão com seu exército: aparecia sobre toda a face da terra.
Ele, de feto,
conquistou o mundo, e depois sentou e chorou porque não havia outro mundo para
ser conquistado. Unus Pellaeo juveni non sufficit orbis -Um mundo era muito
pequeno para o jovem de Pella. Esse bode (uma criatura famosa pela delicadeza
ao caminhar, Provérbios 30.31) vinha com incrível rapidez, de forma que não
tocava o chão, tamanha a velocidade com que se movia. De certa forma, parecia
voar sobre o chão em vez de caminhar sobre a terra. Outra possível
interpretação é que ninguém na terra o tocava, o que significa que ele
encontrava pouca ou nenhuma oposição. Esse bode, ou antílope, possuía uma ponta
notável entre os seus olhos, como um unicórnio. Ele tinha poder, e conhecia a
sua própria força. Ele se via como alguém que estava em condições de lutar
contra todos os seus vizinhos. Alexandre prosseguia com suas conquistas com tal
rapidez e com tamanha fúria, que nenhum dos reinos que atacou tinha coragem
para oferecer resistência, ou dar um fim ao avanço de seus exércitos
vitoriosos. Em seis anos ele se tornou o senhor da maior parte do mundo então
conhecido. Com justiça poderia ser chamado de uma ponta notável, pois o seu
nome ainda permanece vivo na história como o nome de um dos mais celebrados
comandantes de guerra que o mundo já conheceu. As vitórias e realizações de
Alexandre ainda são o passatempo dos estudiosos. Esse bode dirigiu-se ao
carneiro que tinha duas pontas (v. 6). Alexandre, com seu exército vitorioso,
formado por não mais do que 30.000 soldados a pé e 5.000 cavalos, atacou o
reino da Pérsia. Ele foi ao seu encontro, para surpreendê-lo com a fúria do seu
poder, antes que pudesse ficar sabendo de seus movimentos.
Ele se aproximou do
carneiro. Alexandre com seu exército veio contra Dario Codomano, então
imperador da Pérsia, movendo-se com irritação contra ele (v. 7). Foi com
extrema violência que Alexandre deu prosseguimento à sua guerra contra Dario,
que, embora levasse um grande número ao campo de batalha, ainda assim, por
falta de habilidade, não era páreo para ele, de forma que Alexandre foi muito
duro com ele, quando afinal contra ele travou combate, e o feriu, e lançou-o
por terra e o pisou com os pés, expressões essas que, pensam alguns, referem-se
às três famosas vitórias que Alexandre alcançou contra Dario, em Granico, Isso
e Arbela, através das quais esse rei foi, enfim, totalmente aniquilado, havendo
perdido, na última batalha, 600.000 homens, de forma que Alexandre tornou-se o
senhor absoluto do império persa e quebrou as suas duas pontas, os reinos da
Média e da Pérsia. O carneiro que destruíra todos diante de si (v. 4) é agora
destruído. Dario não tinha poder para estar diante de Alexandre, nem possuía
quaisquer amigos ou aliados que pudessem ajudar a livrá-lo de sua mão. Note que
houve muitos reinos que, quando tiveram poder, dele abusaram. Sim, aqueles que
não tinham oponentes à altura, não deixaram de praticar males. Esses podiam
esperar que lhes fosse finalmente retirado o poder que detinham e, sem dúvida,
que seriam tratados da mesma forma que trataram a outros (Is 33.1).
Ele viu o
bode ser muito engrandecido. Porém a grande ponta, que havia feito toda essa
matança, foi quebrada (v. 8). Alexandre tinha cerca de vinte anos de idade
quando iniciou as suas guerras. Quando tinha cerca de vinte e seis, venceu
Dario e tornou-se senhor de todo o império persa. Porém, quando estava com
cerca de trinta e dois ou trinta e três anos de idade, sendo ainda forte, e
estando em sua plenitude, ele morreu. Ele não foi morto na guerra, em um leito
de honra, mas morreu de excesso de bebida alcoólica, ou, como alguns suspeitam,
envenenado. Ele não deixou nenhum filho vivo para apreciar aquilo pelo que
trabalhara incansavelmente, mas deixou um monumento duradouro à vaidade da
pompa e do poder do mundo, e da sua incapacidade de fazer um homem feliz.
Ele viu
esse reino dividido em quatro partes, e que no lugar daquela grande ponta
subiram quatro notáveis, quatro dos comandantes de Alexandre, a quem ele legou
as suas conquistas em testamento. E ele possuía tanto que, ao ser dividido
entre quatro, cada um deles tinha aquilo que poderia satisfazer qualquer homem.
Essas quatro pontas notáveis apontavam em direção aos quatro ventos do céu,
como as quatro cabeças do leopardo (cap. 7.6), os reinos da Síria e Egito, Ásia
e Grécia - a Síria estendendo-se para leste, a Grécia para oeste, a Ásia Menor
para o norte e o Egito para o sul. Note que aqueles que acumulam riquezas não
sabem quem as colherá, nem a quem pertencerão todas as coisas que conquistaram.
Ele viu
uma pequena ponta, que se tornou um notável perseguidor da igreja e do povo de
Deus. E esse era o item principal que se pretendia que lhe fosse mostrado,
nessa visão, assim como posteriormente (cap. 11.30ss). Todos concordam que essa
ponta era Antíoco Epifânio (assim ele chamava-se a si mesmo) - o ilustre, mas
outros o chamavam de Antíoco Epimânio - Antíoco, o furioso.
Ele é chamado aqui
(como anteriormente, cap. 7.8), de a pequena ponta, pois era, em sua origem,
insignificante. Havia outros entre ele e o reino, e era de temperamento
subserviente e humilde. Não havia nele as qualidades de um príncipe, e fora,
por algum tempo, um refém e prisioneiro em Roma, de onde fugiu, e, embora fosse
o irmão mais novo, e seu irmão mais velho estivesse vivo, conquistou o reino.
Ele cresceu extraordinariamente em direção ao sul, pois se apoderou do Egito, e
também para o leste, pois invadiu a Pérsia e a Armênia. Mas os males que causou
ao povo judeu são especialmente mencionados. Eles não são expressamente
citados, ou as profecias não forneceram esses detalhes. Mas ele é descrito aqui
de tal forma que seria fácil para aqueles que entendiam a linguagem das
Escrituras saber a quem se referiam. E os judeus, tendo informações a esse
respeito de antemão, poderiam ter percebido e se preparado, bem como aos seus
filhos, com antecedência, para esses tempos de sofrimento. (1) Ele se indispôs
contra a terra formosa, a terra de Israel, assim chamada porque era a glória de
todas as terras, pela fertilidade e todas as delícias da vida humana, e
especialmente pelos sinais da presença de Deus nela, e por ser abençoada com
revelações e instituições divinas. Era o Monte Sião que era formoso de sítio, a
alegria de toda a terra (SI 48.2). O deleite daquela terra era que ah deveria
nascer o Messias, que seria tanto a consolação como a glória de seu povo
Israel. Note que temos motivos para considerar como um local aprazível aquele
que é um local sagrado, no qual Deus habita, e onde podemos ter a oportunidade
de manter uma comunhão com Ele. Com toda a certeza podemos dizer: E bom
estarmos aqui. (2) Ele lutou contra as hostes do céu. Isto se refere ao povo de
Deus, a igreja, que é o reino do céu, os militantes da igreja aqui na terra.
Os
santos, sendo nascidos do alto, e cidadãos do céu, e realizando a vontade de
Deus, através de sua graça, de certa maneira, como fazem os anjos do céu, podem
muito bem ser chamados de uma hoste celestial. Outra possível interpretação é
que os sacerdotes e levitas, que eram usados no serviço do Tabernáculo, e ali
lutavam um bom combate, eram esse exército do céu. Contra esses, Antíoco se
indispôs. Ele se engrandeceu enormemente contra o exército do céu, em oposição
e desafio a ele. (3) Ele lançou por terra uma parte do exército (ou seja, das
estrelas, pois elas são chamadas de hostes do céu), e a pisou. Alguns daqueles
que eram mais eminentes tanto na igreja como no governo, que eram luzes
importantes e resplandecentes em sua geração, ele os obrigou a se submeterem às
suas idolatrias ou os matou. Ele os pegou em suas mãos e depois os oprimiu e os
sobrepujou. Como o bom ancião Eleazar e os sete irmãos, a quem matou com cruéis
torturas, por terem se recusado a comer carne de porco (2 Mac. 6.7). Ele se
gloriou de que, neste fato, insultou o próprio Céu e exaltou o seu trono acima
das estrelas de Deus (Is 14.13). (4) Ele se engrandeceu até à posição de
príncipe do exército. Ele atacou o sumo sacerdote, Onias, a quem despojou de
sua dignidade, ou mais precisamente, o próprio Deus, que era o Rei de Israel
desde os tempos antigos, que reina para sempre como rei de Sião, que comanda o
seu próprio exército, que luta suas batalhas. Contra Ele Antíoco tentou se engrandecer.
Este homem ímpio agiu como o faraó, quando disse: Quem é o Senhor? Note que
aqueles que perseguem o povo de Deus perseguem ao próprio Deus.
(5) Ele
retirou o sacrifício diário. Antíoco proibiu e reprimiu a oferta do cordeiro da
manhã e da tarde, oferta que Deus deu ordens aos seus servos para oferecer
todos os dias para a sua glória, sobre o seu altar. Com certeza, ele retirou
todos os outros sacrifícios, mas apenas o saerifído diário é mencionado, pois
esta era a maior de todas as perdas. Pois eles davam prioridade a esse em
relação aos sacrifícios que eram apenas eventuais, e era através desse que
mantinham sua constante comunhão com Deus. O povo de Deus considera os seus
sacrifícios diários, os seus exercícios matutinos e vespertinos de devoção, os
mais indispensáveis de sua profissão diária de fé, e os mais prazerosos de seus
consolos diários. E por nada no mudo desistiriam deles. (6) Ele lançou por
terra o lugar do seu santuário. Ele não queimou nem demoliu o templo, mas o
lançou por terra ao profaná-lo, fez dele o Templo de Júpiter Olímpio, e colocou
nele a sua imagem. Lançou, também, a verdade por terra, pisoteou o livro da
lei, a palavra da verdade, rasgou-o, e o queimou, e fez o que podia para
destruí-lo por completo, para que fosse perdido e esquecido para sempre. Esses
eram os projetos daquele príncipe iníquo. Ele se exercitou nesse tipo de
atitude.
E (você acreditaria?) ele prosperou, mesmo agindo dessa forma. Ele foi
muito fundo nesse assunto, parecia ter provado o seu ponto de vista, e chegou
próximo de eliminar a religião santa que a mão direita de Deus plantara. Mas
para que nem ele e nem qualquer outro se exaltasse, como se tivesse sido um
oponente à altura do próprio Deus, e um adversário difícil para Ele, o assunto
é aqui explicado e colocado sob a luz da verdade. [1] Ele não poderia ter feito
aquilo, se Deus não tivesse permitido que o fizesse. Antíoco não teria tido
poder contra Israel, a menos que lhe fosse dado, de cima. Deus colocou esse
poder em suas mãos, e o dispôs contra o sacrifício contínuo. A providência de
Deus colocou em sua mão a espada com a qual se tornou capaz de sobrepujar todos
aqueles que se pusessem em seu caminho. Note que devemos olhar e reconhecer a
mão de Deus em todos os empreendimentos e vitórias dos inimigos da igreja
contra ela. Eles são apenas varas nas mãos de Deus. [2] Deus não o teria
permitido, se o seu povo não o tivesse estimulado a fazê-lo. E por causa da
transgressão, da transgressão de Israel, para castigar o povo por isso, que
Antíoco é usado para causar-lhe toda essa tribulação. Observe que quando a
terra formosa e todas as suas coisas agradáveis são devastadas, deve ser
reconhecido que o pecado é a causa motivadora de toda a desolação. “Quem
entregou Jacó por despojo e Israel, aos roubadores? Porventura, não foi o
Senhor, aquele contra quem pecaram e nos caminhos do qual não queriam andar,
não dando ouvidos à sua lei?” (Is 42.24). A grande transgressão dos judeus após
o cativeiro (quando foram curados da idolatria) foi o desrespeito e a profanação
das coisas sagradas, menosprezando o serviço a Deus, trazendo os animais
feridos e aleijados para o sacrifício, como se a mesa do Senhor fosse algo
desprezível (assim lemos em Malaquias 1.7,8ss. Também lemos que os sacerdotes
eram os culpados, Malaquias 2.1,8). Por esta razão, o Deus justo enviou Antíoco
para tirar o sacrifício diário e lançar por terra o lugar do seu santuário.
Note que é justo que Deus prive dos privilégios de sua casa aqueles que os
menosprezam e profanam, e faça com que aqueles que não desejam desfrutar os
benefícios de seus rituais os valorizem quando tiverem perdido a liberdade de
praticá-los.HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora
CPAD. pag. 874-876.
O bode é
uma descrição profética acerca de um dos maiores líderes políticos da história,
Alexandre Magno. Daniel elenca quatro fatos a seu respeito.
Em
primeiro lugar, fala da rapidez de suas conquistas (Dn 8.5, 21). Esse bode
representa o império grego (v. 21). As conquistas de Alexandre foram extensas e
rápidas. Osvaldo Litz afirma que em apenas treze anos Alexandre conquistou todo
o mundo conhecido de sua época.
O império
medo-persa foi desmantelado, dando lugar ao império grego. Em 334 a.C.,
Alexandre cruzou o estreito de Dardanelos e derrotou os sátrapas. Pouco tempo
depois, venceu Dario III na batalha de Issos (333 a.C.). Em 331, venceu o
grosso das forças medo-persas na famosa batalha de Gaugamela.
Em
segundo lugar, Daniel fala do poder desse líder (Dn 8.5). Alexandre é descrito
como o chifre notável. Foi um líder forte, ousado e guerreiro. Era um homem
irresistível, um líder carismático, com punho de aço.
Em
terceiro lugar, Daniel fala dos triunfos de Alexandre sobre o império
medo-persa (Dn 8.6,7). O poderio e a força de Alexandre são descritos na
maneira como enfrentou o carneiro: 1) fere-o; 2) quebra seus dois chifres; 3)
derrubao na terra; e 4) pisoteia-o.
Em último
lugar, Daniel falado engrandecimento e queda de Alexandre e seu reino (Dn 8.8).
“O engrandecimento de um império é ao mesmo tempo prelúdio de sua queda e
decadência. Quanto mais se aproxima do auge de seu poder, tanto mais perto está
também de seu fim”. A Grécia não foi uma exceção (v. 8). O versículo 8
profetiza a morte inesperada de Alexandre Magno na Babilônia, em 323 a.C.,
exatamente quando ele queria reconstruir a cidade da Babilônia, contra a
palavra profética de que a cidade jamais seria reconstruída. Com sua morte, o
império grego foi dividido em quatro partes entre quatro reis: a Casandro
couberam a Macedônia e a Grécia, no ocidente. Lisímaco governou a Trácia e a
Bitínia, no norte. Ptolomeu governou a Palestina, a Arábia e o Egito, no sul.
Selêuco governou a Síria e a Babilônia, no oriente.
Após a
morte de Alexandre e a divisão de seu reino entre esses quatro generais (v.
8,22), o grande império grego desintegrou-se e enfraqueceu-se. A profecia
acerca de Alexandre cumpriu-se literalmente, duzentos anos depois da profecia
dada a Daniel.LOPES.
Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 103-105
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