A seção
dos capítulos dez a doze dividi-se basicamente em três partes: introdução longa
que descreve a aparição do emissário divino para Daniel (cap. 10); a revelação
que envolve a história dos quatro impérios mencionados em profecias anteriores
(11.1—12.4); a consumação dos segredos divinos até o tempo do fim (12.5-13).
O capítulo
dez retrata o envio de um emissário celestial, conhecido como o homem vestido
de linho, que trouxe uma mensagem a Daniel acerca do futuro das nações e do
povo de Israel.
O profeta Daniel esgotou-se fisicamente diante da realidade
espiritual permeada na batalha entre anjos cuja maioria dos estudiosos
conservadores diz serem aqueles anjos guardiões das nações que habitavam a
região da Palestina e adjacências.Mais
importante é destacar que neste capítulo os anjos aparecem com uma missão
específica em relação ao desenrolar da história revelada em visão a Daniel. Os
seres espirituais são enviados pela parte de Deus para auxiliar o profeta
concernente a interpretação de algo que Daniel buscava compreender. Perceba que
em nenhum momento há uma atitude de deslumbramento por parte do profeta com
relação aos seres espirituais. Pois o seu desgaste físico tem haver com a
dimensão do mundo espiritual que ele viu-se imerso. Por isso, não podemos usar
este texto para justificar os movimentos contemporâneos de "cair no
espírito". É um "assalto" hermenêutico utilizar textos como este
de Daniel para justificar movimentos que nada tem haver com o desenrolar do
futuro das nações onde Deus se predispõe a revelar os mistérios divinos.
Não se
pode deixar de apontar também que no nascimento de Jesus de Nazaré esta
dimensão celestial foi novamente representada através dos anjos. O anjo Gabriel
anunciou o advento do Messias. Na tentação de Jesus, após Ele ser provado e ter
vencido as tentações, anjos o serviram. O apóstolo Paulo nos falou que a nossa
luta não é contra carne e sangue, mas contra as potestades nas regiões
celestiais. Os anjos são reais, o mundo espiritual é real e, por isso, não
podem ser banalizados por meninices e falta de bom senso e respeito às coisas
de Deus.Revista Ensinador Cristão. Editora CPAD. pag. 41.
COMENTÁRIO INTRODUÇÃO
O título
desse capítulo desperta curiosidade porque apresenta uma figura que revela
alguém singular, diferente de todas as figuras de linguagem que ilustra o
próprio Deus e, que, de forma teofânica, indica a Pessoa de Jesus Cristo. Era,
de fato, a revelação do Cristo pré-encarnado, que corresponde com a visão de
Ezequiel (Ez 1.26) e depois, no Novo Testamento, com o Apocalipse de João (Ap
1.12-20). Em todo este capítulo, “o homem vestido de linho” é o personagem
central das revelações feitas a Daniel.
Temos que
considerar que os três últimos capítulos desse livro trazem a última visão e
revelação que Daniel teve da parte de Deus. O capítulo 10 se constitui, de
fato, numa preparação para a revelação que Deus queria dar a Daniel, O capítulo
11 apresenta a visão escatológica que destaca o futuro imediato de Israel em
relação às nações. Nesta visão, Daniel lembra quando chegou como exilado
político na Babilônia ainda bem jovem. Os anos se passaram, e agora nos
capítulos 10,11 e 12, ele era um homem com mais de 85 anos de idade. Ele lembra
o nome estrangeiro Belsazar que havia recebido da parte de Nabucodonosor e que
tinha por objetivo apagar a memória do seu povo e do seu Deus. Mas Daniel, ao
citá-lo em Dn 10.1, queria lembrar, também, que nada mudou na sua mente e
coração em relação à sua fidelidade ao Deus de Israel. Ele provou que apesar do
desterro de sua terra, nada havia mudado em relação à sua fé.
Fazendo
uma digressão ao capítulo 9, Daniel sabia que o dedo de Deus dirige a história
e o futuro do seu povo e nada o deteria de cumprir os seus desígnios para com o
seu povo, mesmo que o mesmo tenha pecado contra o Senhor. Haviam passado os 70
anos preditos na profecia de Jeremias e, então, Deus envia o anjo Gabriel (Dn
9.21) para revelar esse futuro do seu povo. Foi uma revelação depois de muitas
lágrimas e orações do profeta pelo seu povo. Daniel era um homem de lágrimas e
Deus se agradava da sua humildade.
No
capítulo 10, já era o terceiro ano do reinado de Ciro da Pérsia (534 a.C.), e
Daniel, mesmo estando idoso, permaneceu no palácio sob a égide dos reis que
sucederam Nabucodonosor. Assumiram o império Ciro, da Pérsia, e Dario, da
Média. Constituindo, portanto, o Império Medo-persa. Entre 538 e 536 a.C.,
Ciro, o persa, concedeu um decreto que autorizava os judeus exilados na
Babilônia a retornarem a Palestina, especialmente, em Jerusalém, para
reedificarem o templo judeu. Porém, esse retorno aconteceu, de fato, a partir
de 538 a.C. O edito real de Ciro emitido está registrado em Esdras nos
capítulos 1 ao 6. Segundo a história, uma grande maioria de judeus havia
aderido aos costumes estrangeiros e preferiu não voltar à sua terra, ficando na
Babilônia. Porém, o sonho de Daniel era concretizado mediante sua pesquisa no
livro do profeta Jeremias ao constatar que já haviam se passado os 70 anos
profetizados de cativeiro. Mesmo assim, Daniel não desistiu de orar pelo seu
povo e por sua cidade santa, Jerusalém. Daniel era um homem de oração. Neste capítulo
algo diferente de todas as visões que tivera anteriormente acontece. Há uma
manifestação teofanica quando o próprio Deus, prefigurativamente, na pessoa de
Jesus Cristo, se apresenta a Daniel de uma forma ímpar e gloriosa. Há, também,
no texto uma manifestação angelical em que anjos celestiais obedecem aos
desígnios de Deus em favor dos seus servos na terra.Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 137-138.
Um
intercessor amado no céu (Daniel 10.1-21)
Daniel é
um dos maiores exemplos de oração que temos na Bíblia.
Ele ora
com seus amigos, e os magos são poupados da morte (Dn 2.17,18). Ele ora com as
janelas abertas para Jerusalém, e Deus o livra da cova dos leões (Dn 6.10). Ele
ora confessando seu pecado e os pecados do povo, pedindo a restauração do
cativeiro babilônico (Dn 9.3). Agora,
Daniel ora novamente em favor de sua nação (Dn 10.1-3).Esse
texto tem muitas lições importantes a nos ensinar sobre oração e jejum. Também
nos fala dos reflexos que as orações da igreja produzem no céu. Esse texto
ainda nos ensina grandes lições sobre batalha espiritual.LOPES.
Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 127.
Esse
capítulo, assim como os dois capítulos seguintes (que concluem esse livro),
fazem um resumo de toda a visão e profecia reveladas a Daniel e destinadas ao
uso da igreja, não através de sinais ou figuras como antes (capítulos 7 e 8),
mas por meio de palavras expressas. E isso aconteceu cerca de dois anos depois
da visão do capítulo anterior. Daniel orava diariamente e uma visão lhe era
concedida uma vez ou outra. Nesse capítulo se vê algumas introduções à
profecia, no capítulo décimo primeiro tem as previsões em particular, e no
capítulo décimo segundo a conclusão final. Esse capítulo nos mostra: I. O
solene jejum e a solene humilhação de Daniel antes de ter essa visão (w. 1-3).
II. A gloriosa aparição do Filho de Deus e a profunda impressão que ela lhe
causou (w. 4-9). III. Como foi encorajado a descobrir os futuros acontecimentos
que seriam satisfatórios e úteis tanto para ele como para os outros e que,
embora fosse difícil, ele seria capacitado a entender o significado dessa
descoberta e permanecer forte sob o seu esplendor, mesmo sendo deslumbrante e
terrível (w. 10-21).HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora
CPAD. pag. 889-890.
O
capítulo 10 faz parte da última visão que Deus deu a Daniel, cobrindo os
capítulos 10, 11 e 12. A visão foi dada dois anos após o retorno dos judeus à
Palestina. No capítulo 10.1 afirma-se que foi no terceiro ano de Ciro. Ora,
Ciro decretou o regresso dos judeus do Exílio no primeiro ano do seu reinado.O
capítulo 10 contém a descrição da visão. O capítulo 11 relata eventos que
tiveram lugar durante o período grego, após a morte de Alexandre, culminando
com a perseguição movida por Antíoco Epifânio. O capítulo 11 (parte),
juntamente com o 12, descreve os amargos sofrimentos do povo judeu nos eventos
do final dos tempos.
Estes três
capítulos finais de Daniel revelam a culminância da crescente experiência
espiritual do profeta, a qual é para todos nós um chamamento para uma vida
profunda com Deus. De início, ele interpretou os sonhos e eventos de outros
(caps. 2,4,5). A seguir, descreve visões suas (cap. 7). Depois é transportado
em visão a outra terra (cap. 8). A isso segue-se a visita de um dos mais
celebrados anjos (cap. 9). Por fim o profeta vê em visão o próprio Filho de
Deus na sua preencarnação (cap. 10). Foi portanto uma experiência espiritual
sempre crescente. Assim deve ser a de cada um de nós.Antônio
Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de Deus Para os últimos
dias. Editora CPAD.
I - UMA
VISÃO CELESTIAL (10.1-3)
1. “Foi
revelada uma palavra a Daniel”.
Indiscutivelmente,
Daniel é um dos modelos de vida devocio- nal mais importante da Bíblia. Ele
soube conciliar sua atividade palaciana com a sua vida devocional. No exilio,
mesmo servindo a reis pagãos, Daniel não se descuidou de estar em oração, três
vezes por dia. Ele não estava em Jerusalém para adorar ao Senhor no Templo, mas
fazia do seu quarto de dormir o seu altar de adoração e serviço a Deus através
da oração. Foi desse modo que ele teve as grandes revelações dos desígnios de
Deus para o seu povo.
Daniel,
um homem de revelações de Deus (10.1)
“foi
revelada uma palavra a Daniel” (10.1). A palavra revelação significa,
essencialmente, trazer à luz alguma coisa nova. A Daniel foi revelado coisas
extraordinárias acerca do seu povo e acerca de coisas futuras, não apenas
concernentes a Israel, mas abrangentes a todo o mundo, inclusive à igreja.
Porém, nos capítulos 10, 11 e 12, toda a revelação fala de fatos que
acontecerão “nos últimos dias”. Daniel era um homem sensível à voz de Deus,
comprometido com a verdade e que dizia apenas o que Deus ordenasse. Daniel não
enfeitava a profecia. As figuras de linguagem utilizadas por Deus para ilustrar
as revelações eram extremamente fiéis ao que Deus queria revelar.
(10.2) A
tristeza de Daniel. “Estive triste por três semanas completas”. A tristeza que
afligiu o coração de Daniel o fez decidir por orar e jejuar por 21 dias,
abstendo-se de carnes e de vinho. As notícias negativas acerca do que estava
acontecendo com seu povo e com a reconstrução do templo em Jerusalém o fez
perceber que estava havendo confusão, posição e má vontade da parte de muitos
judeus em relação ao retorno para a sua cidade, o lugar do templo do Senhor em
Jerusalém. Os samaritanos e palestinos que habitavam neste tempo em Jerusalém,
começaram a criar obstáculos, principalmente, para a reconstrução do Templo. Os
judeus haviam retornado para Jerusalém com o propósito de reconstruir o templo
enfrentaram muita oposição, e Esdras confirmou esse fato, quando disse:
“Todavia o povo da terra (samaritanos e palestinos) debilitava as mãos do povo
de Judá, e inquietava-os no edificar” (Ed 4.4).
Por causa dessa oposição
ferrenha dos inimigos de Israel, agindo com falsidades e mentiras, e procurando
desanimar o povo, tudo faziam para frustrar os propósitos da reconstrução do
templo. Mais uma vez Esdras registrou essa oposição e disse: “E alugaram contra
eles conselheiros, para frustrarem o seu plano, todos os dias âe Ciro, rei da
Pérsia" (Ed 4.5). Além desses opositores, Daniel percebeu, também, que
havia desinteresse de muitos exilados na Babilônia em voltar à sua terra, pois
haviam se acomodado à vida exilada. A ordem de reconstrução e da volta do seu
povo à Palestina já havia sido autorizada e, passados alguns anos, o povo não
se animava de voltar à sua terra. Daniel ficou triste e se pôs a lamentar e
chorar. Porém, ele não desistiu de interceder pela compaixão de Deus, o Deus de
Israel. Ele percebeu que o povo havia se esquecido do Senhor e pouco se
interessava em servi-lo, preferindo viver uma vida dissoluta e de acordo com os
padrões da vida pagã. Ele sentia o peso desse fardo espiritual e se pôs a orar
e jejuar diante de Deus por Israel (w. 3,12).Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 138-140.
Dn 10.1
“Foi revelada uma palavra...”
O termo “revelar” ou o seu equivalente no
presente versículo, tem o mesmo sentido e pode ser traduzido por “revelação”.
Isto é, uma revelação de “uma guerra prolongada” que seria desenvolvida e
consolidada no capítulo 11 deste livro, sendo aqui, porém, apenas o início da
visão. Em toda a extensão da Bíblia, encontramos a “revelação” com dois pontos
focais: a) Os propósitos de Deus. b) A pessoa de Deus. Por um lado, Deus
informa os homens a respeito de si mesmo, revelando quem é Ele, o que tem
feito, o que está fazendo, o que fará, e o que requer que os homens façam.
Assim é que o Senhor tomou Noé, Abraão e Moisés, aceitando-os em relação de
confiança, informando-os sobre o que havia planejado e qual era a participação deles
nesse plano (Gn 6.13-21; 12.1 e ss.; 15.13-21; Ex 3.7-22). Por outro lado,
quando Deus envia a sua palavra aos homens, Ele também os confronta consigo
mesmo. “A Bíblia não conhece a revelação como uma simples transmissão de
informações, divinamente garantidas, mas antes, como a vinda pessoal de Deus
aos homens, para tornar-se conhecido deles. (Ver Gn 35.7; Êx 6.3; Nm 12.6-8; G1
1.15 e ss.). No texto em foco, Deus revelou a Daniel o que há de acontecer nos
“últimos dias”.Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 185-186.
Uma idéia
geral dessa profecia (v. 1): “A palavra é verdadeira”, e toda palavra de Deus é
assim. É verdade que Daniel teve essa visão e que tais coisas foram ditas. Ele
atesta esse fato solenemente, e jura na qualidade de profeta. Et hoc pamtus est
verificare - ele estava preparado para verificá-las. E, como essas palavras
tinham vindo do céu, não há dúvida de que seriam confiáveis e imutáveis. Mas o
período mencionado ainda demoraria muito para chegar. O reinado de Antíoco
ainda demoraria 300 anos, uma espera bastante longa. Além disso, como é
habitual que os profetas enxerguem nas profecias as coisas espirituais e
eternas, existe nessa profecia um aspecto que parece estar dirigido ao fim do
mundo e à ressurreição dos mortos. Sendo assim, ele poderia muito bem dizer: O
tempo determinado ainda vai demorar a chegar. Entretanto, ficou bem claro para
Daniel que seria mais uma história do que uma profecia. E ele entendeu do que
se tratava, pois foi transmitida com bastante clareza e recebida de uma forma
que ele poderia dizer que havia entendido a visão. Ela não só operou em sua
imaginação, mas também em seu entendimento.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora
CPAD. pag. 890.
1.
"foi revelada uma palavra..." (10.1). Há um Deus no Céu que pode
revelar o futuro, bem como qualquer assunto que for da sua vontade. Uma palavra
revelada do Céu é algo maravilhoso, certo e infalível.Antônio
Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de Deus Para os últimos
dias. Editora CPAD.
2. Daniel
um homem de oração.
Sem
dúvida, Daniel é um grande exemplo da prática da oração. Durante toda a sua
vida e, especialmente da juventude à velhice, o velho Daniel não deixou de
orar. Era um homem determinado e consciente de suas limitações. Por três
semanas consecutivas (21 dias) o velho Daniel não deixou de orar em favor do
retorno do seu povo à sua terra. Ele nunca desistiu de clamar e pedir por esse
retorno, porque sabia que o tempo de Deus não está preso às circunstâncias
históricas. Ele não adianta nem atrasa. No tempo devido, seus desígnios são
concretizados. Entretanto, Daniel, havia entendido que o plano de Deus para o
seu povo não havia findado. Sua convicção era tão forte que não demorou muito
para que Deus lhe desse outra grande revelação.
Daniel
havia ficado triste por 21 dias por causa da profecia de Jeremias e havia nesta
profecia a promessa de restauração do seu povo. Por isso, ele sentiu motivado,
não apenas para lamentar, mas para orar suplicando que a promessa fosse
realizada. Ele levou a sério esta necessidade de orar e orava como hábito
cotidiano três vezes ao dia. Ele orava com seriedade, com reverência e com
contrição, pois confessava o pecado do povo e esperava a misericórdia de Deus
(Dn 9.3-15). No capítulo 10, Daniel é surpreendido pelo “homem vestido de
linho” que lhe revela coisas maravilhosas.Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 140.
Dn 10.3:
“Manjar desejável não comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem me
ungi com ungüento, até que se cumpriram as três semanas”.
O
presente versículo apresenta um jejum intensivo ainda que parcial, feito por
Daniel. Uma boa parte das religiões da Antiguidade conheciam a prática do
jejum. Abster-se de alimento era considerado, o meio de escapar do poder de
demônios, que, teriam sua influência na ausência da oração e jejum. (Ver Mc
9.29). Antes de ser prática cultual oficialmente estabelecida, o jejum, é, no
Antigo Testamento, primordialmente, um ato de piedade individual ou coletiva,
realizada por ocasião de circunstâncias particulares pessoais ou nacionais. O
israelita jejua quando está de luto (1 Sm 31.13; 2 Sm 1.12; 3.35), ou quando
está em graves dificuldades e espera de Deus o auxílio de que necessita (2 Sm
12.16; 1 Rs 21.27; SI 35.13). Também se jejua em preparação para receber a
revelação de Deus, como bem pode ser depreendido do texto de Ex 34.28 e do
presente texto, ou antes de um empreendimento difícil (Ed 8.21-23; Et 4.16).
O
jejum é, pois, a expressão de profundo arrependimento e de uma esperança futura
de algo que satisfaz (1 Rs 21.27; Jn 3.5).Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 186-187.
Daniel é
um homem de lágrimas. Ele chora pelo povo (v. 2). Esse é o terceiro ano do
reinado de Ciro. Daniel tem aproximadamente 84 anos, já é um ancião. Ele orou,
chorou e jejuou pela libertação do cativeiro. Agora o povo está em Jerusalém,
mas, sob fogo cruzado. A oposição dos samaritanos interrompeu a construção do
templo. O povo voltou, mas a restauração plena ainda não aconteceu. Daniel,
contudo, mesmo distante, aflige sua alma e chora pelo povo.
Os fardos do povo
de Deus precisam pesar em nosso coração. Jamais seremos verdadeiros
intercessores a não ser que sintamos o peso das aflições do povo sobre nossos
ombros. Daniel jejua e ora pelo povo (v. 3,12). Ele se abstém de alimentos.
Daniel deixa por 21 dias o convívio social e se recolhe para um tempo de quebrantamento,
jejum e oração em favor de sua nação. Muitos judeus preferiram ficar na
Babilônia a voltar a Jerusalém. Daniel, porém, não voltou por causa de sua
idade e também porque na Babilônia podia influenciar mais profundamente os reis
persas. Mas durante os setenta anos de cativeiro, mesmo ocupando altos cargos,
nunca se esqueceu de Jerusalém.
Diariamente,
orava pela cidade (Dn 6.10).
Daniel
jejua e ora por duas razões: muitos judeus haviam se esquecido de Jerusalém e
mostravam pouco interesse em voltar do exílio; os poucos que voltaram,
enfrentavam dificuldades sem precedentes para reconstruir o templo e a cidade.
Os samaritanos haviam apelado ao rei da Pérsia e a obra ficou paralisada.
Parecia que os poucos que haviam retornado, fizeram-no sem um verdadeiro
motivo. Parecia que tudo fora em vão.112 Por essa razão, Daniel orava e
jejuava.LOPES.
Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 128-129.
Dn 10.2,3
A informação por três semanas completas refere-se à observância de Daniel da Páscoa
e da Festa dos Pães Asmos, que aconteceu durante o primeiro mês do ano (Ex
12.1-20). A Páscoa dava-se no décimo quarto dia do mês e a Festa dos Pães
Asmos, nos oito dias seguintes. Toda a festividade terminava no vigésimo
primeiro dia do mês.
EarI D. Radmacher: Ronald B.
Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo
Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 1290.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
PAZ DO SENHOR
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.