Comparando-se Apocalipse 12.6 com 13.5 vê-se que o
ano bíblico ou profético é de 360 dias, pois 1.260 dias dá 42 meses de 30 dias.
Também em Gênesis 7.11 e 8.4 temos a expressão "cinco meses", e, em
7.24 e 8.3, do mesmo livro, vemos que esses cinco meses equivalem a 150 dias, ou seja, 5 meses de 30 dias, o que
significa anos de 360 dias na Bíblia. O calendário religioso de Israel era
lunar. A lua nova marcava o início dos meses, sendo essa uma ocasião festiva.
Esse ano era de 354 dias, mas nos fatos gerais e nas profecias era arredondado
para 360 dias. O calendário solar é posterior, e é relacionado com as estações
do ano.
a. O 1º
grupo de semanas - 7 semanas ou 49 anos (v. 25). Esse período começaria com a
expedição do decreto de reconstrução de Jerusalém, o qual foi baixado em 445
a.C. por Artaxerxes Longímano, de acordo com as maiores autoridades no assunto.
O capítulo 2 de Neemias descreve a ocasião desse decreto; Neemias foi
comissionado pelo rei para dar cumprimento a esse ato. De acordo com a profecia
em estudo, no fim dos 49 anos a cidade de Jerusalém estaria reconstruída (ano
397 a.C.)
Houve
dois decretos ligados à reconstrução de Jerusalém, que muitos estudiosos da
Bíblia confundem. Um em 457 a.C., de embelezamento do templo e restauração do
culto, a cargo de Esdras (Ed cap 7). O outro foi o da reconstrução dos muros e,
portanto, da cidade, a cargo de Neemias. É deste que estamos tratando - foi
baixado o ato em 445 a.C. A partir daí, começaria a contagem das setenta semanas
proféticas.
b. O 2º
grupo de semanas - 62 semanas ou 434 anos (vv. 25,26). Nesse período surge o
Messias e é morto. A cidade de Jerusalém é destruída e há guerras até o fim. Os
434 anos vão de 397 a.C. até os dias da morte de Cristo. Logo depois ocorreu a destruição
de Jerusalém pelos romanos, em 70 d.C. Conforme o versículo 26, após a morte de
Jesus seguiu-se a destruição de Jerusalém. Assim, de acordo com a profecia (v.
26), o Messias morreria antes da destruição da cidade, o que de fato ocorreu.
Um retrospecto
histórico do nosso calendário. O nosso calendário, isto é, o que está em uso
entre nós, foi primeiramente organizado por Rômulo, tido como o primeiro rei de
Roma. Tinha dez meses. Numa Pompílio - outro rei de Roma - acrescentou-lhe dois
meses. Júlio César reformou-o posteriormente. Em 526 d.C. Dionísio elaborou
novo calendário, mas enganou-se nos cálculos, resultando num erro de atraso de
quase 5 anos. O ano 33 do atual calendário corresponde ao 29 do calendário
correto, mas inexistente. (O limitado escopo deste livro não permite um
tratamento minucioso deste ponto, mas o estudante que ignorar isso ver-se-á em
complicações quando quiser situar a revelação divina no tempo, quando lidar com
os tempos do Novo Testamento.)
c. O 3º
grupo de semanas - o de uma semana, isto é, 7 anos (v.27). Esta semana é
futura. Para ver isso é bastante comparar o versículo 27 com as palavras de
Jesus em Mateus 24.15, que ainda não se cumpriram. Esta última semana não
começará enquanto Israel estiver fora da sua terra, disperso, o que pode ser
visto no versículo 26. No começo deste século, Israel iniciou a volta à
Palestina e continua o retorno enquanto escrevemos estas linhas (março/1983).
Há um
intervalo de tempo entre 69º e a 70º semanas, indicado no versículo 26, pela
expressão "e até o fim". Neste intervalo (que já vai para 2.000
anos), enquanto Israel é rejeitado (ver Lucas 13.34,35), a Igreja é formada e
arrebatada para o Céu. Realmente, à luz de Daniel 9.24, a profecia das Setenta
Semanas nada tem com a Igreja, a não ser indiretamente, como já mostramos, no
caso do intervalo: "e até o fim".
Após o
arrebatamento da Igreja terá início então a 70º semana - os sete anos em que
ocorrerá a Grande Tribulação, a qual é descrita em detalhes em Apocalipse,
capítulos 6 a 18. É assombrosa a precisão da profecia bíblica!
6.
Análise resumida das Setenta Semanas. Essas semanas tratam das provações e
sofrimentos pelos quais Israel terá de passar antes que o seu Libertador
apareça, para que, como diz o final do versículo 24 da profecia em estudo, os
pecados de Israel tenham fim, e para trazer a justiça eterna. Estas
"semanas" não se referem à Igreja, mas a Israel. "Sobre o teu
povo [o povo de Daniel], e sobre a tua santa cidade" (a cidade de
Jerusalém - v. 24).
a.
"Setenta semanas estão determinadas". Terão seu fiel cumprimento,
pois estão determinadas por Deus.
b. As
seis coisas preditas, que estão para acontecer durante as setenta semanas (ou
490 anos) a Israel: 1) "fazer cessar a transgressão": o tipo de
transgressão do seu povo, que Daniel acabara de confessar em oração. 2)
"dar fim aos pecados". O sentido original é de reter, deter,
restringir. O mesmo vocábulo original é traduzido "tornar inativo" em
Jó 37.7. 3) "expiar a iniquidade". A obra realizada por Cristo no
Calvário operará então em favor de Israel. 4) "trazer a justiça
eterna". Isto terá lugar em Israel pela transformação interior, conforme o
que está escrito em Jeremias 31.33,34. 5) "selar a visão e a
profecia". Quando o povo andar em retidão, abandonando as suas
transgressões, a visão e a profecia podem ser seladas. (Ver Jeremias 31.34.) 6)
"ungir o Santo dos santos". Certamente isto tem a ver com a
purificação do templo de Jerusalém que foi profanado pela "abominação
desoladora" mencionada em Daniel 11.31 e à qual se referiu Jesus em Mateus
24.15.
c. Estas
seis coisas, para terem lugar, necessário se faz que Cristo venha e que Israel
seja restaurado e convertido.Antônio
Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de Deus Para os últimos
dias. Editora CPAD.
A
revelação das setenta semanas (9.24-27).
De modo estranho, a mensagem de
explicação que Gabriel trouxe a Daniel parece não se restringir ao assunto
imediato da oração do profeta. Ele havia refletido acerca da profecia de
Jeremias dos setenta anos e sobre o fato de que o término desse tempo estava
próximo. Esse cumprimento, de fato, ocorreu por intermédio do decreto de Ciro,
não muito tempo depois. Os judeus estavam livres para voltar a Jerusalém. Mas
na mensagem que Gabriel trouxe, mais uma porta de percepção profética se abre
em uma dimensão mais ampla em torno do propósito de Deus, não somente para
Israel, mas para o mundo. Essa dimensão mais ampla de revelação diz respeito à
obra e ao reino do Messias. Esse assunto tinha sido introduzido em visões e
sonhos anteriores, como na grande imagem de Nabucodonosor (2.44-45) e na visão
dos quatro animais por Daniel (7.13-14). Mas aqui a mensagem vem de outro anjo
e em maiores detalhes.
1) O
ministério e o tempo do Messias (9.24-25).
Alguns intérpretes limitam o escopo
das setenta semanas ao povo de Israel, à terra da Palestina e à cidade de
Jerusalém. Parece que para essa terra e esse povo há uma relevância especial
nessa mensagem porque a primeira parte da frase diz: Setenta semanas estão
determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade (24). Mas, à medida
que a mensagem se desenvolve, torna-se claro que essa frase tem uma conotação
inclusiva e não exclusiva. O plano de Deus por meio do Messias é, de fato, para
Israel, e os eventos da redenção ocorrem na Palestina e em Jerusalém. Mas na
salvação de Israel está incluída a salvação de todos (Rm 11.1,11-12,25-26).
Porque a salvação somente ocorre por meio de Cristo, quer seja judeu, quer
gentio.
a) A
sêxtupla obra do Messias (24). Dentro da totalidade das sete semanas simbólicas
deve ocorrer uma obra completa de redenção. Parece que em relação ao tempo,
essa obra se estenderá mesmo além das desolações, “até a consumação” (27), isto
é, até o fim desse mundo. Além disso, visto que a chave dessa passagem é o
Messias, é evidente que essa obra é a obra do Messias. Encontramos seis
aspectos da obra de redenção do Messias no versículo 24:
1. Acabar
com a transgressão
2. Dar
fim ao pecado
3. Operar
a reconciliação devido à iniqüidade
4. Trazer
uma justiça eterna
5. Selar
a visão e a profecia
6. Ungir
o Santo dos santos
Os três
primeiros aspectos têm que ver com a conquista do pecado. Os últimos três têm
que ver com os aspectos positivos em completar a redenção; trazer todas as
coisas para todo sempre debaixo do governo justo de Deus; selar a visão e
profecia ao cumpri-las; e ungir o Santo dos santos, o santuário celestial que é
o antítipo do Santo dos santos terreno.
Keil
afirma o seguinte:
Também
devemos associar esse sexto aspecto (ungir o Santo dos santos) ao tempo da
consumação e entendê-lo como o estabelecimento do novo Santo dos santos que foi
mostrado ao vidente santo em Patmos como “o tabernáculo de Deus com os homens”,
no qual Deus habitará com eles, “e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará
com eles e será o seu Deus” (Ap 21.1-3). Nessa cidade santa, não haverá templo,
porque o Senhor, o Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro serão o seu templo e a
glória de Deus a iluminará (22-23). Nela não entrará coisa alguma que contamine
ou cometa abominação (27), porque o pecado então será fechado e selado; lá
habitará a justiça (2 Pe 3.13), e a profecia cessará (1 Co 13.8) com o seu
cumprimento.Roy E.
Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 535-536.
2. Os
três príncipes são mencionados na profecia (vv.25,26).
O
primeiro período contém “sete semanas” equivalentes a 49 anos literais, que
começaram ainda no reino de Artaxerxes, no mês de Nisã (abril) de 445 a.C. O
seu início deu-se a partir “da saída da ordem para restaurar e para edificar a
Jerusalém” (9.25). Nesse período de 49 anos (sete semanas) foram reconstruídos
os muros e a cidade de Jerusalém.
O segundo
período contém “sessenta e duas semanas” equivalentes a 434 anos literais
(9.25). Esse segundo período refere-se ao tempo do fmal da Antiga Aliança com
Israel até a chegada do “Ungido”, o Messias profetizado, revelado, porém
ultrajado e rejeitado pelo seu povo, foi morto e foi cortado (9.26).
O
terceiro período contém apenas “uma semana” equivalente à “sete anos” quando o
3° príncipe”, identificado no Novo Testamento como “Anticristo” “Jarâ uma
aliança com muitos por uma semana” (9.27). Profeticamente, esta “última semana”
complementa as “setenta semanas profetizadas”. Entretanto, uma vez cumpridos os
dois períodos de sessenta e nove semanas, resta, tão somente, a última semana.
Independente das interpretações discordantes, o pensamento pré-tribulacionista,
entende que esse período de “uma semana” chegará ao seu cumprimento após um
intervalo profético entre a 69a e 70a semanas. Esse intervalo profético é
identificado na Bíblia como “o tempo dos gentios” quando a união entre judeus e
gentios formaria um novo povo, a igreja (Ef 2.12-16). Estamos vivendo esse
tempo da igreja (1 Pe 2.9). Outrossim, esse período de “uma semana” é, também,
identificado pelas profecias bíblicas como um tempo de “grande tribulação”,
especialmente, para o povo judeu. Nesse tempo virá “o assolador”(Anticristo),
ou seja, “o homem do pecado”, “o filho da perdição”, o “anticristo” que virá
sobre “a asa das abominações” (Dn 9.27).
A igreja
de Cristo não entrará nessa fase das abominações praticadas pelo “homem do
pecado”, ainda que sintamos os sinais da sombra desse personagem, a igreja
será, antes, arrebatada. Os que esperam entrar na primeira fase da Grande
tribulação esquecem que só se justifica o arrebatamento da Igreja pelo fato de
que ela não conhecerá o anticristo, nem experimentará a força do seu domínio no
mundo (1 Co 15.51,52; 1 Ts 4.14-17).Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 134-135.
Dn 9.25
As setenta semanas do capítulo em foco apresentam três divisões principais, e a
última semana está dividida em dois períodos de três anos e meio cada um.
a) “Sabe
e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até
o Messias, o Príncipe, sete semanas”. Aqui está o ponto de partida para a
contagem das setenta semanas: a saída da ordem”. São encontradas duas ordens
nesse tempo do cativeiro; a primeira foi promulgada por Ciro, rei dos persas, e
a segunda por Arta- xerxes Longímano. Examinando Esdras 1.2, 3, fica
esclarecido que a primeira “ordem”, dada por Ciro, não foi para “restaurar e
para edificar Jerusalém”, e sim, para edificar o templo. (Ver 2 Cr 36.23; Ed
1.2). É evidente que a “ordem” referida por Gabriel não é a de Ciro e sim, a de
Arta- xerxes, que a promulgou no dia 14 do mês de Nisã (abril) do ano 445 a.C.,
data da ordem para reedificação da cidade Santa (Ne cap. 2): durou “sete
semanas” segundo o calendário profético. Mas a construção levou 49 anos pelo
calendário humano. (A frase 49 anos aparece também em Lv 25.8 com sentido
especial), b) “E sessenta e duas semanas: as ruas (praças) e as tranqueiras
(circunvalações) se reedificarão, mas em tempos angustiosos”. O primeiro
período que começou no ano 445 a.C., terminou em 396 a.C. A partir daí se
iniciaria um novo período que cobriria um lapso de tempo de 434 anos, dando
seqüência ao primeiro que foi de 49 anos. O segundo período que é o das
“sessenta e duas semanas” está ligado ao primeiro que, juntos, somam 483 anos,
tempo esse em que “as ruas e as tranqueiras” seriam reedificadas, "mas em
tempos angustiosos”. Esses tempos sombrios, marcam as atrocidades sofridas por
Israel debaixo do poder dos monarcas selêucidas, e do domínio romano. Dentro
deste período de 69 semanas, (483 anos), um fato notável deveria acontecer: o
nascimento do Messias, o Príncipe, e só depois da morte do Messias é que viria
o terceiro período: uma semana, c) “E ele firmará um concerto com muitos por
uma semana”. Essa terceira divisão seria dividida em duas seções de três anos e
meio cada. Ela se refere ao tempo sombrio da Grande Tribulação.
Observemos
agora um cômputo geral das semanas: vejamos desde seu ponto de partida até sua
chegada, no Novo Testamento. A primeira divisão é de 49 anos; a segunda de 434
anos; as duas somam 483 anos. O ponto de contagem dos 483 anos, foi marcado no
ano 445 a.C. Se somarmos os 49 a.C. com os 33 da vida de Cristo, temos apenas,
478 e não 483 anos. Mas é evidente que, 69 semanas não são 478 anos, mas 483. A
predição dizia que o Messias, o Príncipe, seria morto no final das 69 semanas.
(Ver v. 26), e realmente foi o que aconteceu. Cristo morreu, como sabemos, na
69s semana. (Ver Lc 24.44). O nosso calendário atual teve sua origem em
Dionísio Exiguus, abade romano, tendo como ponto de partida a fundação de Roma
em 754 a.C. Segundo os anais da história deste império, na hora da coroação de Rô-
mulo, houve um eclipse lunar; os astrônomos calcularam que esse eclipse teria
ocorrido no ano 750 a.C. Há, portanto, uma diferença de 4 anos não computados;
isso é realmente o que lemos nas margens e rodapés de nossas Bíblias: 4 anos
antes de Cristo. Observemos: de 445 a.C. a 33 d.C. são 478 anos. De 1 a.C. a 1
d.C. é um ano. Este ano, junto aos 478, com mais 4 não computados, soma
exatamente 483 anos; assim, as profecias são imortais e se combinam entre si em
cada detalhe!
A 69s semana terminou no dia 10 de Nisã (abril) - segunda-feira,
quando Jesus entrou em Jerusalém montado em um jumentinho e “chorou sobre ela”.
(Ver Lc 19.41). Há apenas uma diferença de 4 dias, em virtude de 483 anos
divididos por séculos, teriam 119 anos bissextos, pois os anos proféticos não
marcam décadas, mas séculos. “A duração de um ano solar é de 365 dias e 1/4.
Esta fórmula não se acha primariamente nos livros; está descrita nos céus, na
mecânica celeste que rege os astros. O dia solar por exemplo, é o espaço em
horas e minutos em que a Terra faz uma revolução completa em torno do seu eixo.
A duração exata do dia solar é de 23 horas, 56 minutos, 4 segundos e 9/10 de
segundos. Os anos hebraicos são de 12 meses, e os meses são de 30 dias. Notemos
que, tanto os acréscimos em dias como a diminuição em horas e minutos aqui são
significativos; além disso, os anos contados em séculos absorvem os anos
bissextos.
“Em 4
séculos temos um verdadeiro ano bissexto”. (Sir R. Anderson). Com o aumento de
dias em anos, e com a diminuição de horas em dias no que diz respeito à
mecânica celeste, e com a absorção dos anos bissextos pelos séculos, temos os 4
dias computados pela mecânica divina. (Ver Jr 1.12). Deus vela sobre os dias,
horas e meses e anos no cumprimento de suas predições (comp. Ap 9.15).
Dn 9.26
“E depois das sessenta e duas semanas será tirado o Messias”. "... do
príncipe, que há de vir”. Dois príncipes são citados nos versículos 25 e 26; o
primeiro está seu nome escrito com “p” maiúsculo, enquanto que o segundo, com
“p” minúsculo. No versículo 25, o “Príncipe” escrito com “P” maiúsculo é
chamado também, o Messias. No versículo 27, o “príncipe” escrito com “p”
minúsculo é chamado “ele” que fará um concerto com muitos por uma semana. Aí
surge grande dificuldade entre os comentadores, se “ele” aí se refere a Cristo
ou ao Anticristo. “Gramaticalmente falando, poderia referir-se a qualquer um,
porém, a presunção favorece o último por estar mais perto do pronome”. O
primeiro Príncipe (é Cristo) aparecerá dentro das 69 semanas; o segundo, porém,
só na última semana. Observe bem a frase “e o povo do príncipe, que há de vir,
destruirá a cidade e o santuário”. O texto em foco, não diz que “o príncipe”
destruiria a cidade, e sim, o “seu povo”. Essa profecia se refere ao “povo
romano” que destruiu a cidade de Jerusalém no ano 70 d.C. Portanto, o
“Príncipe” (O Anticristo), ainda virá, não para destruir a cidade e o
santuário, mas para o profanar. (Ver 2 Ts 2.4).Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 179-182.
Dn 9.25
a. "desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém".
Aqui temos a indicação do tempo em que começaria a primeira semana. Essa ordem
ou decreto, como já abordamos (Ne 2.1), foi entregue a Neemias para sua
execução no ano 445 a.C.
b.
"até o Messias, sete semanas e sessenta e duas semanas". Isso
totaliza 69 semanas de anos, ou seja, 483 anos. É o tempo que vai da
reconstrução de Jerusalém pelos repatriados até a morte e ascensão do Messias.
Dn 9.26
a. "sessenta e duas semanas". A isso acrescentem-se mais as 7 semanas
do versículo 25, com o que perfaz 69 semanas até a morte e ascensão de Jesus.
b.
"será morto o Ungido". (Ler Isaías 53.8 onde isso é mais bem
explicado.)
c.
"e já não estará". (Ler Mateus 23.39.)
d.
"e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o
santuário". Jerusalém foi destruído no ano 70 d.C.
O povo
que a destruiu foi o romano. Logo, de acordo com as palavras deste versículo, é
de área do antigo Império Romano que deve proceder o futuro Anticristo. [Essa
área incluía a Grécia, que era parte do dito império, bem como os demais
territórios situados em todo o contorno do mar Mediterrâneo.]
e.
"o seu fim". Isto é, o fim da cidade (Jerusalém) e seu santuário ( o
templo). Isso fala de sua destruição no ano 70 d.C., à qual já nos referimos.
f.
"será como num dilúvio". Isto é, será irresistível e esmagador, assim
como foi quando Tito, o general, arrasou a cidade e o povo, com suas tropas.
g.
"e até o fim haverá guerra". Esse tempo indefinido entre as semanas
69? e 70º não é contado como parte delas, como está bem claro mediante o exame
dos versículos 26 e 27. Tal tempo não determinado: "até o fim", já
vai para 2.000 anos! Ê esse o tempo em que a Igreja está sendo constituída,
edificada, e preparada para ser arrebatada da Terra para o Céu. Os eventos
desse tempo não concernem a "teu povo e tua santa cidade" (isto é, de
Daniel). Por que o tempo chamado "até o fim", situado entre a 69ºe a
70º não é contado quanto a Israel? É pelo fato de Israel durante esse tempo
estar fora de sua terra, o que ocorreu após o ano 70 d.C. até 1948. Mas o certo
é que há ainda muitos milhões de judeus fora da Palestina.
Há na
Bíblia outros exemplos de longos intervalos de tempo numa mesma passagem, como:
Isaías
61.1,2. O ano aceitável do Senhor, e o dia da vingança do nosso Deus. Hão já
decorridos quase 2.000 anos entre esses eventos citados num mesmo versículo.
Isaías
9.6,7. Entre o nascimento do Menino e a época do "Deus Forte" estão
muitos séculos, como bem sabemos pela história.
Gênesis
1.1,2. Entre esses dois versículos devem ter ocorrido muitos milênios.
h.
"Desolações são determinadas". Os tempos do fim serão caracterizados
por guerras e suas misérias.Antônio
Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de Deus Para os últimos
dias. Editora CPAD.
3. O
intervalo que precede a septuagésima semana (v.27).
Dn 9.27
"... ele firmará um concerto com muitos por uma semana”. Tem sido afirmado
por alguns que o hebraico “he- rith” (aliança), empregado aqui não pode ser uma
“aliança” entre homens, mas tem de referir-se a uma aliança da parte de Deus.
Eles porém, se esquecem de que o mesmo termo hebraico é usado acerca da aliança
entre Acabe e Benadabe. (Ver 1 Rs 20.34), da aliança entre Efraim e a Assíria.
(Ver Os 12.1), e também da aliança entre Antíoco e Ptolomeu. (Ver Dn 11.22).
Essa “aliança” ou “concerto” é o que o profeta Isaías chama de “concerto com a
morte” (Is 28.15), e continua o profeta: “O vosso concerto com a morte se
anulará; e a vossa aliança com o inferno não subsistirá”. (Ver v. 18). O
objetivo do Anticristo neste concerto é exclusivamente tomar o lugar santo (o
templo) e profaná-lo. (Ver 11.31). O Anticristo se assentará, como Deus, no
templo de Deus, querendo parecer Deus (2 Ts 2.4); será esse o momento em que “a
abominação da desolação de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo” (Mt
24.15). Os judeus não aceitarão esse tipo de “abominação” na casa de Deus, e,
certamente, reclamarão ao Anticristo; ele, indignado, “romperá” o concerto com
eles, deflagrando uma grande perseguição. (Ver Mt 24.15-22). Eis a razão, por
que, no retorno de Cristo à terra para exterminar o Anticristo e estabelecer o
reino milenar, Ele purificará novamente o “santuário” e “ungirá o Santo dos
santos”, conforme a profecia.Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 184.
Dn 9.27
Cinco coisas terão lugar durante a última "semana ", os sete anos de
ascendência do Anticristo:
a. Ele
fará uma aliança de peso, com os judeus, por sete anos. Note as palavras da
profecia "fará firme aliança".
b. A
aliança ele (o Anticristo) a quebrará no meio da semana, isto é, decorridos
três anos e meio.
c. A
Grande Tribulação terá início sobre Israel. "Sobre a asa das abominações
virá o assolador".
d. O
Anticristo dominará "até que a destruição... se derrame sobre ele".
e. Cristo
aparecerá para destruir o Anticristo e suas hostes, livrando assim Israel da
destruição total quando toda esperança de salvação estiver perdida, "até
que a destruição que está determinada, se derrame sobre ele". Isso
ocorrerá na batalha do Armagedom.
a.
"Ele". Trata-se do Anticristo.
b.
"fará firme aliança". Deve ser uma falsificação do divino concerto
prometido por Deus em Jeremias 31.31-33.
c.
"com muitos". Uma referência ao povo de Israel, já reunido em sua
terra.
d.
"por uma semana". É a última das Setenta Semanas proféticas, que terá
lugar na terra, após o arrebatamento da Igreja.
e.
"na metade da semana". Isto é, após três anos e meio. (Ler aqui
Daniel 7.24,25; Apocalipse 11.2,3; 12.6,14; 13.5.) Nos últimos três anos e meio
ocorre a Grande Tribulação propriamente dita, de que falou Jesus em Mateus
capítulo 24. Disso também se ocupa o livro de Apocalipse, nos capítulos 11 a
18.
f.
"fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares". Isso demonstra que
o templo de Jerusalém estará então reconstruído. Disso falou Jesus em Mateus
24.15b ("está no lugar santo"). (Ver também 2 Tessalonicenses 2.3,4.)
g.
"sobre a asa das abominações". Esta expressão é de mui difícil
interpretação. O termo "abominação" é muito usado na Bíblia para
significar ídolos. Comparando-se as passagens paralelas de Daniel 11.31; 12.11
e Mateus 24.15, vê-se que se trata de um ídolo que será colocado no Lugar Santo
do templo, que estará então reconstruído. Outras passagens que falam da
reconstrução do templo são 2 Tessalonicenses 2.4 e Apocalipse 11.1-2.
h.
"virá o assolador". Uma referência ao Anticristo.
i.
"até que a destruição, que está determinada se derrame sobre ele".
Essas palavras da profecia referem-se à derrota total e completa do Anticristo
e seus exércitos confederados, ao descer Jesus em glória sobre o monte das
Oliveiras, conforme Zacarias 14.1-5; Mateus 24.30; Atos 1.11; Apocalipse
19.11-16.
Sim, a
última semana culminará com a vinda de Jesus em glória com todos os seus santos
para socorrer Israel, destruir a Besta e seus exércitos, e julgar as nações.
Virá em
seguida o Milênio, que será uma preparação do mundo por mil anos, sob o governo
de Cristo, seguindo-se o Juízo Final ou do Grande Trono Branco, e o perfeito
Estado Eterno, conforme 1 Coríntios 15.24,25; Apocalipse 20.5,6.É com o
Milênio que terá início o cumprimento das seis bênçãos de Deus sobre Israel,
preditas no versículo 24 da profecia que estamos estudando.Antônio Gilberto.
DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de Deus Para os últimos dias.
Editora CPAD.
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PAZ DO SENHOR
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