ENFRENTANDO CRISE N.5
ENFATIZANDO A CRISE MORAL
I. A
EXISTÊNCIA DOS VALORES MORAIS DESDE O PRINCÍPIO
III. A
IGREJA PREPARADA PARA ENFRENTAR UM MUNDO DE VALORES INVERTIDOS
1. As
autoridades como “ministros de Deus”. Paulo fala sobre a submissão às
autoridades, e afirma que elas foram constituídas por Deus (Rm 13.1-7).
Evidentemente que o Criador não poderia deixar uma humanidade, divorciada dEle,
fazer o que achasse correto (Gn 6.5; Rm 3.10). Assim, as autoridades foram
instituídas por Deus — Paulo utiliza a expressão “ministro”, querendo dizer que
elas são instrumentos do Senhor — para o bem da sociedade e, ao mesmo tempo, para
punir o mal(Rm 13.4).
É nessa
perspectiva que o apóstolo dos gentios instrui-nos a sermos obedientes às
autoridades, até mesmo na questão tributária (Rm 13.6,7). Em outras palavras,
Paulo fala de representantes do poder público que têm compromisso com o bem-estar
social, com a manutenção da ordem, e servem para correção divina na terra (Rm
13.1,2).
Não
obstante, fica a dúvida: E quando a “lei” humana contraria a vontade de Deus?
Nesse caso específico, a nossa atitude deve ser a mesma dos apóstolos diante das
autoridades religiosas, pois não se acovardaram quando lhes proibiram de
pregar, antes responderam: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (At
5.29b). Assim agiram também em relação às autoridades políticas (At
24.1—26.32). Aliás, o fato de padecerem perseguições era motivo de alegria para
os primeiros crentes (At 5.40,41).
2. A
inversão dos papéis pelos legisladores. Pelos poucos exemplos das leis absurdas
que citamos concluímos que, infelizmente, os que deveriam servir como
“ministros de Deus” preferiram desobedecer tal chamado e passaram a defender o
indefensável. Nesse particular, a igreja não pode curvar-se à imoralidade,
ainda que essa tenha sido institucionalizada (Dn 3.1-30; 6.1-27).
Infelizmente
esse é o cenário que temos diante de nós ainda nesse início de século. O que
será das gerações futuras? Qual referência de família elas terão? Como podemos
ajudá-las?
3. Uma
real e dolorosa conclusão. Diante do exposto, perguntamos: “Será que, em vez de
ficarmos unicamente tentando evitar que determinadas leis sejam aprovadas — uma
vez que mais cedo ou mais tarde elas acabarão sendo uma realidade —, não
deveríamos ensinar a igreja a lidar com tais situações?”.
Tal
raciocínio está não apenas correto, mas também é bíblico, pois o próprio Cristo
disse: “bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e,
mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa. Exultai e
alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim
perseguiram os profetas que foram antes de vós” (Mt 5.11,12). Tal constatação
leva-nos a refletir acerca da verdade de que, mesmo lutando contra o pecado,
não poderemos deter a marcha insana do mal no mundo (Sl 11.3). O que podemos
fazer?
Para
enfrentarmos os tempos trabalhosos prenunciados pelo apóstolo dos gentios (2Tm
3.1-5; 4.1-5), uma das medidas mais eficazes consiste em solidificar nossos
valores cristãos, através de um vigoroso e qualitativo programa de educação
cristã na igreja local (At 2.42; 5.42; 15.35; 16.4,5: Ef 4.11-16; 6.4; 2Tm 2.2;
3.14-17).A conclusão de que, cedo ou tarde, tais leis serão aprovadas, leva-nos
a pensar em formas de, ainda que não aceitando, conviver com tais práticas
pecaminosas.Precisamos, independentemente das circunstâncias, estar preparados
até mesmo a sofrer prisões e outros tipos de crueldade por amor a Cristo (Jo
16.2; Fp 1.29). Demonstremos amor pelas pessoas que não servem a Deus, mas
sejamos rigorosos com os atos imorais, pois para isso nos chamou o Senhor (Ef
5.11).
“A defesa da liberdade
A Bíblia
não é um documento político, mas tem implicações políticas profundas que são
importantes para o bem-estar geral de todos os cidadãos. Aqueles que dizem que
Jesus e os apóstolos ignoravam a política deixam de ver as implicações
políticas da máxima: ‘Dai, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de
Deus’ (Mt 22.21). Os cristãos do século I sabiam exatamente o que significavam
essas palavras de Jesus — e foi por causa de um ato político (eles não iriam
dizer ‘César é o Senhor’) que eles foram crucificados, torturados e atirados
aos leões.
Qual o
ensinamento escritural fundamental no Estado? Por um lado, devemos viver
submissos ao Estado. Para o nosso bem, Deus apontou reis e governantes para
executar as tarefas do Estado: restringir o mal, preservar a ordem e promover a
justiça. Assim, devemos ‘honrar o rei’ e submetermos ‘às autoridades
superiores; porque... as autoridades que há foram ordenadas por Deus’. Algumas
pessoas interpretam estas passagens como uma outorga absoluta de autoridade,
significando que o governo deve ser obedecido em todas as épocas e em todas as
circunstâncias. Mas a ordem para obedecer é condicionada pela suposição de que
oficiais e magistrados estão realizando os objetivos para os quais Deus ordenou
o governo (em Romanos 13.4, o governo é chamado de ‘ministro de Deus’). Assim,
se os governantes agirem de modo contrário à sua delegação de autoridade, se
não agirem como servos de Deus, então os cristãos não são obrigados a
obedecer-lhes” (COLSON, Charles; PEARCEY, Nancy. O Cristão na Cultura de Hoje:
Desenvolvendo uma visão de mundo autenticamente cristã. 1ª Edição. RJ: CPAD,
2006, pp.212,213).
“Tomás de Aquino fala sobre a Lei
e a Justiça
O Tratado
sobre a Lei de Tomás de Aquino, começa com uma discussão na Questão 90 da Suma
Teológica que trata das qualidades que todas as leis devem ter. Tomás de Aquino
argumenta primeiramente que todas as Leis devem ser determinadas pela razão.
Quer dizer, as leis não podem ser insensatamente arbitrárias. As leis são
feitas para alcançar um fim, e só usando a razão podemos determinar como
alcançar esses fins. Assim, a razão tem de entrar na elaboração de todas as
leis.
Tomás de
Aquino sustenta que todas as leis devem ser projetadas para alcançar o bem da
sociedade inteira. Fazemos leis para assegurar nossa felicidade, mas só podemos
fazer isso se a sociedade como um todo passar a funcionar bem. É evidente então
que se devemos alcançar a felicidade, temos de projetar nossas leis de forma a
beneficiar toda a sociedade. Tomás de Aquino assevera que só o povo como um
todo — ou alguém que esteja preocupado com o bem da sociedade inteira — tem o
direito de fazer leis. As leis devem ser projetadas para obter o bem de toda a
sociedade, portanto devem ser feitas por alguém que tenha este bem em mente.
Mas só o povo como um todo ou um representante agindo em seu benefício se
lembrará do bem de toda sociedade” (MCNUTT, Dennis. Panorama do Pensamento
Cristão: Política para Cristãos (e Outros Pecadores). 1ª Edição. RJ: CPAD, 2001,
p.456).
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