O PRENÚNCIO DO TEMPO DO FIM DANIEL DN 8 (3)
“e subiram no seu lugar quatro também notáveis,
para os quatro ventos do céu” (8.8). O
cenário muda completamente com a morte de Alexandre, o Grande. Seus quatro
principais generais de guerra surgem como “quatro pontas notáveis no lugar da
“ponta (chifre) notável”. Esses quatro chifres menores, porém, notáveis,
representam os quatro generais que assumiram o Império Grego depois da morte de
Alexandre, o Grande. Os quatro chifres que surgem em lugar do chifre notável
são representados pelas quatro cabeças do leopardo de Daniel 7.6. Como já
tratamos no capítulo 7 da identificação dessas quatro divisões do Império
Grego, apenas as citamos pelos generais Cassandro, Lisímaco, Seleuco e
Ptolomeu, aproximadamente no ano 301 a.C.
Surge
mais uma ponta pequena no cenário profético — “E de uma delas saiu uma ponta
(chifre) mui pequena, a qual cresceu...” (8.9). Não devemos confundir esse
“chifre pequeno” com o chifre pequeno de Daniel 7.8, 20,21, 24,26. Note que “o
chifre pequeno” da Daniel 7.8 surgiu entre os 10 chifres do “animal terrível e
espantoso” que se refere ao Império Romano. Porém, na visão de Daniel no
capítulo 8, “o chifre pequeno” surge de um dos quatro chifres do bode, e diz
respeito a um líder cruel da família de Seleuco, da Síria. Esse personagem é
identificado, histórica e profeticamente, como Antíoco Epifânio.
Na visão,
Daniel o vê surgir como “uma ponta mui pequena”. Porém, esta “ponta pequena”
cresceu muito, especialmente direcionada para a “terraformosa”que se tratava de
Israel.Antíoco Epifânio, da família dos selêucidas ficou conhecido como Antíoco
IV e tornou-se um opressor terrível contra Israel. Ele surgiu da partilha do
império de Alexandre e a ele coube o domínio da Síria, Ásia Menor e Babilônia,
cuja capital era Antioquia.
Outrossim,
esse “chifre pequeno” de Dn 8.9 não pode ser confundido, também, com a “ponta
pequena” de Dn 8.5 que refere- se a Alexandre, o Grande. Já dissemos que “a
ponta pequena” do animal terrível e espantoso de Dn 7.8 não é a mesma do
capítulo 8.5,9. Porém, no texto de Dn 8.9 essa “ponta pequena” de Dn 8.9,
refere-se a esse personagem identificado como Antíoco Epifânio, (175 a 167
a.C.). Ele causou tantos males e destruições na “terra formosa”(Dn 8.9) que
pode ser um tipo do futuro Anticristo, ou a Besta de Ap 13.2. Ele quis
exterminar com o povo judeu e sua religião, chegando ao ponto de proibir o
culto dos judeus a Jeová.Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 121-123.
Dn 8.9:
“E de uma delas saiu uma ponta mui pequena, a qual cresceu muito para o
meio-dia, e para o oriente, e para a terra formosa”.“... uma
delas saiu uma ponta mui pequena”. O pequeno chifre que saiu de uma das pontas,
de Seleuco, representa, em seu primeiro estágio, Antíoco Epifânio, monarca
selêucida, do ramo sírio do Império Grego, o qual fez um esforço extremo para
extinguir a religião judaica. Antíoco Epifânio, sem dúvida alguma, foi o
princípio de formação do cumprimento desta grande profecia. Em seu cumprimento
final, a personagem em foco é o Anticristo, a Besta que subiu do mar (Ap 13.1).
“A qual
cresceu muito para o meio-dia, e para o oriente, epara a terra formosa”. A
“terra formosa” de que fala o texto, é Israel (Jr 3.19). Antíoco Epifânio,
durante o seu governo, cresceu muito para o “sul e para o oriente”, ou seja,
para o Egito e a Mesopotâmia, respectivamente. Porém, depois virou-se para a
“terra formosa”, ou seja, para a Palestina, especialmente Israel. No capítulo
11.16 deste livro, essa terra é chamada de “terra gloriosa”. Isso sem dúvida
alguma, como já ficou demonstrado, refere-se à terra de Israel pela sua
fertilidade e excelência. Ela, de fato, é “uma terra que mana leite e mel, e é
a glória de todas as terras” (Ez 20.6). Evidentemente, é por isso que ela é
chamada de “terra desejada” pelos profetas do Senhor (Zc 7.14). O Anticristo
também, durante os dias sombrios da Grande Tribulação, armará suas tendas
(fortalezas de guerra) na terra gloriosa (Dn cap. 11.45). Mas ali, no vale do
Armagedom, ele encontrará o seu fim: Cristo o aniquilará!Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 154-155.
Dn 8.9 —
A ponta mui pequena aqui não é a mesma que a pequena ponta do capítulo sete. A
anterior é oriunda da quarta besta, Roma, enquanto que esta vem da Grécia. A
pequena ponta aqui se refere a Antíoco Epifânio, o oitavo rei da dinastia
síria, que reinou de 175 a 164 a.C. Portanto, essa profecia é, na verdade, para
175 a.C., quando Antíoco se toma rei, e não para 301 a.C., quando o império de
Alexandre se divide. Para o meio-dia. Antíoco invadiu o Egito. A expressão para
o oriente significa para Parthia, e a expressão a terra Formosa significa a
Palestina.EarI D. Radmacher: Ronald B.
Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo
Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 1287.
2. A
ultrajante atividade desse rei contra Israel (Dn 8.10,11).
Os
versículos 10 e 11 falam das ações ultrajantes do “pequeno chifre” contra o
povo de Deus, profanando o santuário de Israel e tentando acabar com o
“sacrifício contínuo” que Israel praticava ao Senhor. Ele teve a audácia de
profanar o santuário sacrificando um porco, animal imundo, para a liturgia
judaica, além de assassinar mais de cem mil pessoas de Israel. Nos desígnios
divinos, Israel estava esquecido por Deus, mas tudo isto fazia parte dos juízos
contra as prevaricações de Israel. A seu tempo, Deus restauraria essa situação.
Cada situação obedecia a um tempo predeterminado, quando Israel experimentaria,
não só o juízo divino mas também a sua misericórdia, conforme declara a sua
palavra que “as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos
consumidos”(Lm 3.22).
“e ouvi
um santo que falava” (8.13). E interessante que Daniel notou que dois seres
angelicais teceram um diálogo entre si. No Antigo Testamento, a atividade dos
anjos de Deus era mais forte para comunicar a mensagem de Deus aos seus servos.
Alguns comentadores, entendem que poderia ser, um deles, o anjo Gabriel, o
mesmo que apareceu a Daniel junto ao rio Ulai (Dn 8.16). O outro anjo que
conversava não é identificado por um nome, mas, do ponto de vista da
angelologia, é perfeitamente aceitável. No diálogo entre os dois seres
angelicais, um deles pergunta: “Até quando dumrá a visão do contínuo sacrifício
e da transgressão assoladora”? Esse sacrilégio contra o Templo de Israel se
cumpriu através desse profano Antíoco Epifa- nio. Sem dúvida, seu personagem
profético lembra a blasfêmia do pequeno chifre de Daniel 7.8,24,25; 9.27;
11.36-45 e 12.11. Todas essas referências proféticas indicam o que vai
acontecer no futuro, no período da Grande Tribulação, provocada pelo
Anticristo.Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 123.
Dn 8.10
“... estrelai. Em Apocalipse 12.4, a expressão “estrelas do céu” se refere aos
anjos decaídos; porém esta palavra não tem sentido uniforme nas Escrituras: é
maleável. Em alguma parte ou lugar, refere-se aos exércitos celestes, isto é,
ao mundo estelar (Gn 1.16); pode ser aplicado aos anjos bons e maus, dependendo
do contexto (Jó 38.7 e Ap 12.4). Os anjos (pastores) das sete igrejas da Ásia
Menor, eram chamados de “estrelas” (Ap 1.20). No presente texto, a palavra em
foco, é usada para descrever os chefes supremos de Israel. (Ver Gn 37.9). O
simbolismo se refere aos santos também em algum sentido (Jr 33.22). O que foi
feito por Antíoco Epifânio em suas atrocidades contra os santos, durante o seu
reinado de trevas, que, de um certo modo, “pisou” o povo de Deus, isso mesmo e
mais ainda será feito pelo Anticristo durante o tempo da angústia. Antíoco
“pisou” o povo de Deus, por “2.390 tardes e manhãs” (Sete anos e meio, aproximadamente).
O Anticristo “pisará” também, por esse espaço de tempo, os convertidos durante
a Grande Tribulação.
Dn 8.11
“... se engrandeceu até o príncipe do exército”. Observe bem a expressão do
texto em foco: “se engrandeceu”. Em seu orgulho e propósito último, ele se
aventura a desafiar o “príncipe”, tanto das estrelas como dos monarcas, e seu
criador é Deus. Este desafio tomou forma de um ataque sacrílego ao templo, tal
como o que já uma vez havia tido lugar com Belsazar (Ver cap. 5). Isso significa
que ele desafiou o próprio Deus. O Anticristo fará também isso; ele abrirá a
sua boca contra Deus, e blasfemará dos “poderes do mundo superior”,
ridicularizando a própria existência de Deus (Ap 13.6). O primeiro personagem
(Antíoco) visto neste versículo, é a figura do segundo (o Anticristo).
"...
por ele foi tirado o contínuo sacrifício”. Pensamos que nenhuma interpretação
única pode esgotar o sentido destes sinais do tempo que Daniel emprega, visto
que as Escrituras são proféticas e se combinam entre si em cada detalhe. É
possível tomá-las tanto, literal como figurada e simbolicamente. As profecias
podem ter suas apresentações em seus estágios históricos e em suas
consolidações proféticas. A profanação do santuário por Antíoco Epifânio, a
destruição da cidade de Jerusalém por Tito, e muitos outros acontecimentos que
tiveram lugar na vida de Israel e na igreja, podem ser precursores e símbolos
dos acontecimentos que terão lugar durante o reinado do Anticristo. (Ver Ec
3.15). “Nos dias de Antíoco, ele fez um decreto em que todo o povo havia de se
conformar com a idolatria da Grécia. Um grego iníquo foi enviado a sustentar
esse decreto. Todos os ‘"sacrifícios’ cessaram, e o ritualismo judaico
dado por Deus terminou, O templo foi contaminado com carne de porco e dedicado
ao deus Júpiter Olímpios”.Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag.155-156.
Daniel
fala sobre sua truculência (Dn 8.9,10).
Alguns imperadores romanos
identificaramse com o anticristo escatológico, tais como Nero e Domiciano, por
exigirem adoração de seus súditos. Hitler foi identificado com ele por sua
feroz perseguição aos judeus. Outros governadores antigos e contemporâneos por
perseguirem os cristãos como nos regimes totalitários e comunistas. Mas ninguém
se assemelhou tanto ao anticristo escatológico como Antíoco Epifânio. Esse rei
selêucida foi um feroz perseguidor dos judeus (Dn 8.24). Porque os fiéis judeus
não se prostravam diante dos ídolos foram duramente perseguidos por ele.
Calculase que cem mil judeus foram mortos por ele. O anticristo escatológico
também será implacável em sua perseguição aos cristãos (Ap 13.15).
Daniel
fala acerca de sua blasfêmia (Dn 8.23-25). Ele será um usurpador. Como o
anticristo quererá usurpar o lugar de Cristo, Antíoco também foi um usurpador.
No seu tempo, a Palestina pertencia ao Egito dos ptolomeus. Mas ele,
astuciosamente, aproveitou-se da divergência entre os judeus que estavam
divididos em dois partidos, e levou-os a se aliarem a ele, rompendo com o Egito
(Dn 8.23-25). Quando os judeus se aliaram a ele, logo os explorou e os
perseguiu cruelmente até a morte.O
anticristo imporá uma única religião em seu reino e perseguirá e matará os que
não se conformarem a ele (Ap 13.12,15). Antíoco fez isso em seu reino. A posse
do Livro Sagrado, o Antigo Testamento, e a observância da lei de Deus eram
punidas com a morte. Muitos judeus foram mortos por se manterem fiéis a Deus.
Ele se levantará em tempo de grande apostasia. Como a apostasia do período do
fim abrirá a porta para o anticristo (2Ts 2.3,4), também muitos judeus haviam
se afastado da lei de Deus e adotado costumes dos gentios (Dn 8.12,23). Deus
castigou Israel por causa de seus pecados. Quando no fim dos tempos a
humanidade estiver suficientemente corrompida, ela estará pronta para receber o
anticristo.Antíoco
fez cessar os sacrifícios na Casa de Deus e profanou o templo. Em 169 a.C., ele
saqueou o templo e proibiu os sacrifícios (Ap 13.5).
Por ordem de Antíoco, o
templo foi profanado da maneira mais vil, indecente e imoral. O santuário de
Jerusalém foi chamado de TEMPLO DE JÚPITER OLÍMPICO. Ele profanou o templo
ainda quando colocou a própria imagem no lugar santíssimo e mandou matar sobre
o altar um porco e borrifar o sangue e o excremento pelo santuário, obrigando
os judeus a comerem a carne do porco, dentro do templo, sob ameaça de morte.
Mandou ainda edificar altares e templos dedicados aos ídolos, sacrificando em
seus altares porcos e reses imundas. O livro de Macabeus descreve a soberba e a
perversidade de Antíoco na profanação do templo de Jerusalém:
E entrou
cheio de soberba no santuário, e tomou o altar de ouro, e o candeeiro dos lum
es, e todos os seus vasos, e a m esa da propiciação, e as bacias, e os copos, e
os grais de ouro, e o véu, e as coroas, e o ornam ento de ouro, que estava n a
fachada do tem plo: e quebrou tudo [...] E fez grande matança de homens, e
falou com grande soberba.
LOPES.
Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 106-107.
3. A
purificação do santuário (Dn 8.14).
O tempo de
sofrimento de Israel — “Ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs;
e o santuário será purificado” (8.14). O tempo de sofrimento de Israel é
revelado a Daniel com linguagem especial ao estabelecer um tempo de “2.300
tardes e manhãs “ que, literalmente, referem-se às atrocidades de Antíoco
Epifânio num período de 171 a 165 a. C. No versículo 14 o Senhor revela que,
depois daquele período de sofrimento, Ele haveria de purificar o santuário.
Essa promessa implica na limpeza da profanação imposta por esse líder cruel
contra a Casa de Deus. Os judeus até hoje fazem a celebração da purificação, ou
seja, a Festa de Hannakah, que lembra a festa da purificação.Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 123-124.
8.14:
"... duas mil e trezentas tardes e manhãs”.
O presente versículo tem seu
paralelo no versículo 26 do mesmo capítulo. Ali o anjo Gabriel esclarece a
Daniel que aquela “visão da tarde e da manhã, que foi dita, é verdadeira”.
Podemos salientar que o primeiro período, ou seja, a participação das “duas mil
e trezentas tardes e manhãs” dentro da profecia, descreve o período das
atrocidades de Antíoco Epifânio, o monarca selêucida.
Em sua aplicação proféti-
co-escatológica, elas serão desenvolvidas durante o período sombrio da Grande
Tribulação. Sobre as “duas mil e trezentas tardes e manhãs” existe uma
infinidade de opiniões, mas podemos entender o sentido correto dentro daquilo
que se pode depreender dos próprios.contextos bíblicos: 2.300 tardes e manhãs
não significam apenas 1.150 dias, mas, literalmente, dois mil e trezentos dias
completos. A expressão “tardes e manhãs” quer dizer dias completos e não apenas
metade de um dia (Gn 1.5 e ss.). Como já ficou bem claro acima, as 2.300 tardes
e manhãs cobrem os dias em que o monarca Seleuco Antíoco Epifânio implantou
suas abominações na cidade santa e no templo. (Em seu primeiro estágio, isso
teve início em 171 a 165 a.C.). Isso porém, não foi o seu cumprimento em
sentido pleno; sua consolidação só terá lugar no final da Grande Tribulação,
quando o Senhor Jesus vier à terra como o Libertador esperado. (Ver caps. 8.14
e 9.24; Rm 11.26). Então o “santuário será purificado”.Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 157-158.
A
resposta dada a essa pergunta (v. 14). Cristo instrui os santos anjos, pois
eles são nossos conservos. Mas aqui a resposta é dada a Daniel, pois em
consideração a ele fora feita a pergunta: Ele me disse. Deus às vezes concede
notáveis favores a todo o seu povo, em resposta às indagações e pedidos de
alguns de seus servos. Então: [1] Cristo lhe assegura que a tribulação
terminará. Ela continuará por 2.300 dias e não mais, tantas tardes e manhãs
(assim está escrito), tantos nychthemerai, tantos dias naturais calculados,
como no início do Gênesis, pelas tardes e manhãs, pois era a perda dos
sacrifícios da tarde e da manhã que eles mais lamentavam, e consideravam que o
tempo passava muito lentamente enquanto estavam despojados deles. Alguns
consideram a manhã e a tarde, nesse número, valendo por dois. E assim 2.300
tardes e manhãs totalizariam apenas 1.150 dias.
E por cerca de tantos dias o
sacrifício contínuo permaneceu interrompido. Este número se aproxima do cálculo
(cap. 7.25) de um tempo, tempos e metade de um tempo. Mas é menos forçado
compreendê-los como tantos dias naturais. 2.300 dias perfazem seis anos, três
meses e cerca de dezoito dias. E foi exatamente esse tempo que eles calcularam
desde a apostasia do povo, proporcionada por Menelau, o sumo sacerdote, no
142" ano do reinado dos selêuci- das, no sexto mês daquele ano, e o 6° dia
do mês (assim Josefo o data), até a purificação do santuário e o
restabelecimento da religião no meio dele, o que ocorreu no 148° ano, no 9° mês,
no 25° dia do mês (1 Mac. 4.52). Deus conta o tempo das aflições do seu povo,
pois Ele compartilha esse sofrimento. Observe uma evidência deste fato em
Apocalipse 2.10: “Tereis uma tribulação de dez dias”. [2] O precioso Senhor lhe
assegura que eles terão dias melhores, posteriormente: “Então, o santuário será
purificado”. Note que a purificação do santuário é um sinal favorável
definitivo para qualquer povo. Quando começarem a ser corrigidos, logo serão
libertados. Embora o Deus justo possa, para a punição do seu povo, tolerar que
o seu santuário seja profanado por algum tempo, mesmo assim o Deus zeloso, para
a sua própria glória, garantirá a sua purificação no devido tempo. Cristo
morreu para purificar a sua igreja, e Ele a purificará sem qualquer pressa, para
oferecê-la, a si mesmo, como uma igreja irrepreensível.HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora
CPAD. pag. 887.
III -
ANTÍOCO EPIFÂNIO,
O
PROTÓTIPO DO ANTICRISTO
1.
Antíoco Epifânio. Antíoco é
o protótipo do Anticristo
A
expressão “tempo do fim” se refere a uma época escatológica, isto é, aponta
para um tempo futuro. Do mesmo modo como a profecia dizia respeito aos impérios
medo-persa e o grego que já passaram (8.20-23), também, esta mensagem tem uma
dupla referência profética. Se Antíoco Epifânio, demonstrou caraterísticas de
crueldade e destruição contra Israel, no futuro, surgirá outro governante
mundial, que promoverá grandes males ao povo de Israel e ao mundo, até que
Jesus Cristo, em sua vinda pessoal, desça para desfazer o poder desse
personagem, o Anticristo.
A visão
dada a Daniel concentrou-se essencialmente no personagem de Antíoco Epifânio,
porque na mente de Deus, a visão apontava, também, para outro personagem que
haveria surgir no futuro com as mesmas caraterísticas de Antíoco Epifânio, e
chamaria “homem do pecado”, “Anticristo”, “a Besta”(2 Ts 2.9; Ap 13.2,3). Esse
personagem escatológico aparecerá tão somente no período da Grande Tribulação
quando a Igreja não mais estará na terra, porque, antes que o Anticristo
apareça, a igreja de Cristo será arrebatada (1 Co 15.51,52).
“E eu,
Daniel, enfraqueci e estive enfermo alguns dias” (8.27). Quando Daniel teve
essa visão já tinha quase 90 anos de idade. Naturalmente, sua estrutura física
e emocional estava enfraquecida. A magnitude da visão foi tal que Daniel não
teve mais forças para suportar tudo aquilo que Deus estava lhe mostrando.
Naturalmente, toda aquela visão requereu dele, um estado de êxtase espiritual
que, quando voltou ao normal, não tinha forças para ficar em pé. O mesmo
aconteceu com João, na Ilha de Patmos.Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 124-125.
Ele
viu uma pequena ponta, que se tornou um notável perseguidor da igreja e do povo
de Deus. E esse era o item principal que se pretendia que lhe fosse mostrado,
nessa visão, assim como posteriormente (cap. 11.30ss). Todos concordam que essa
ponta era Antíoco Epifânio (assim ele chamava-se a si mesmo) - o ilustre, mas
outros o chamavam de Antíoco Epimânio - Antíoco, o furioso. Ele é chamado aqui
(como anteriormente, cap. 7.8), de a pequena ponta, pois era, em sua origem,
insignificante. Havia outros entre ele e o reino, e era de temperamento
subserviente e humilde. Não havia nele as qualidades de um príncipe, e fora,
por algum tempo, um refém e prisioneiro em Roma, de onde fugiu, e, embora fosse
o irmão mais novo, e seu irmão mais velho estivesse vivo, conquistou o reino.
Ele cresceu extraordinariamente em direção ao sul, pois se apoderou do Egito, e
também para o leste, pois invadiu a Pérsia e a Armênia. Mas os males que causou
ao povo judeu são especialmente mencionados. Eles não são expressamente
citados, ou as profecias não forneceram esses detalhes. Mas ele é descrito aqui
de tal forma que seria fácil para aqueles que entendiam a linguagem das
Escrituras saber a quem se referiam. E os judeus, tendo informações a esse
respeito de antemão, poderiam ter percebido e se preparado, bem como aos seus
filhos, com antecedência, para esses tempos de sofrimento.
(1) Ele se indispôs
contra a terra formosa, a terra de Israel, assim chamada porque era a glória de
todas as terras, pela fertilidade e todas as delícias da vida humana, e
especialmente pelos sinais da presença de Deus nela, e por ser abençoada com
revelações e instituições divinas. Era o Monte Sião que era formoso de sítio, a
alegria de toda a terra (SI 48.2). O deleite daquela terra era que ah deveria
nascer o Messias, que seria tanto a consolação como a glória de seu povo
Israel. Note que temos motivos para considerar como um local aprazível aquele
que é um local sagrado, no qual Deus habita, e onde podemos ter a oportunidade
de manter uma comunhão com Ele. Com toda a certeza podemos dizer: E bom
estarmos aqui.
(2) Ele lutou contra as hostes do céu. Isto se refere ao povo de
Deus, a igreja, que é o reino do céu, os militantes da igreja aqui na terra. Os
santos, sendo nascidos do alto, e cidadãos do céu, e realizando a vontade de
Deus, através de sua graça, de certa maneira, como fazem os anjos do céu, podem
muito bem ser chamados de uma hoste celestial. Outra possível interpretação é
que os sacerdotes e levitas, que eram usados no serviço do Tabernáculo, e ali
lutavam um bom combate, eram esse exército do céu. Contra esses, Antíoco se
indispôs. Ele se engrandeceu enormemente contra o exército do céu, em oposição
e desafio a ele.
(3) Ele lançou por terra uma parte do exército (ou seja, das
estrelas, pois elas são chamadas de hostes do céu), e a pisou. Alguns daqueles que
eram mais eminentes tanto na igreja como no governo, que eram luzes importantes
e resplandecentes em sua geração, ele os obrigou a se submeterem às suas
idolatrias ou os matou. Ele os pegou em suas mãos e depois os oprimiu e os
sobrepujou. Como o bom ancião Eleazar e os sete irmãos, a quem matou com cruéis
torturas, por terem se recusado a comer carne de porco (2 Mac. 6.7). Ele se
gloriou de que, neste fato, insultou o próprio Céu e exaltou o seu trono acima
das estrelas de Deus (Is 14.13).
(4) Ele se engrandeceu até à posição de
príncipe do exército. Ele atacou o sumo sacerdote, Onias, a quem despojou de
sua dignidade, ou mais precisamente, o próprio Deus, que era o Rei de Israel
desde os tempos antigos, que reina para sempre como rei de Sião, que comanda o
seu próprio exército, que luta suas batalhas. Contra Ele Antíoco tentou se
engrandecer. Este homem ímpio agiu como o faraó, quando disse: Quem é o Senhor?
Note que aqueles que perseguem o povo de Deus perseguem ao próprio Deus.
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com
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PAZ DO SENHOR
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