O oitavo
capítulo de Daniel retrata os impérios Medo-Persa e Grego respectivamente. O
carneiro de dois chifres representa o império Medo-Persa. O Bode é figura do
império Grego e o grande chifre do bode refere-se a Alexandre Magno, o mais
célebre conquistador do Mundo Antigo.
Alexandre
humilhou o império Medo-Persa sem compaixão e piedade. Representado pelo grande
chifre do bode que foi quebrado, o imperador grego morreu prematuramente. A
visão de Daniel apresenta mais quatro chifres que cresceram no seu lugar. Eles
representavam os quatro generais que dividiram o império Grego em quatro
regiões, após a morte de Alexandre, isto é, Macedônia, Ásia Menor,
Síria-Babilônia e Egito. Entretanto, desses quatro chifres cresceu um pequeno
chifre que foi visto na figura de Antíoco Epífanes, o rei da Dinastia Selêucida
que governou a Síria entre 174 e 164 a.C.
Muitos
estudiosos concordam que o capítulo oito de Daniel traz um testemunho de uma
profecia histórica que se cumpriu parcialmente. A história teria testemunhado
os acontecimentos que os santos profetas, sem os conhecerem de antemão,
profetizaram em nome do Senhor. É bem verdade que o nosso Deus zela pela sua
Palavra.A Bíblia
diz que o espírito do anticristo opera no mundo. De acordo com a crueldade, a
ignomínia e a covardia de Antíoco Epifânio muitos estudiosos o relacionam como
um tipo do Anticristo de que fala o Novo Testamento. Mas enquadrá-lo como
Anticristo ainda passa por especulação. Todavia, o que deve alegrar o crente
são as vidas que abrem os olhos espirituais e percebem por si mesma o benefício
de crermos na graça preciosa e suficiente de Deus, o nosso bendito e eterno
Pai.
Aproveite
a aula de hoje para mostrar aos alunos como o nosso Deus relaciona-se com o Seu
povo escolhido. Somos a igreja de Deus, um povo escolhido e chamado por Ele
para anunciar as boas novas da vida eterna. Não permita que o seu aluno deixe a
aula sem este esclarecimento: o de que o Senhor, através do Seu Filho Jesus, e
na força do Espírito Santo, tem cuidado de nós.Revista
Ensinador Cristão. Editora CPAD. pag. 40.
COMENTÁRIO INTRODUÇÃO
Se
fizermos uma digressão ao conteúdo dos capítulos 2 ao 7, Daniel apresenta a
história e profecia relacionadas diretamente com as nações gentílicas. Nos
capítulos 3 e 6 a história ganha um sentido especial porque fala da vitória do
remanescente judeu contra as influências pagãs. O capítulo 4 é um testemunho
que o Rei Nabucodonosor faz acerca da sua experiência que o levou a tornar-se
insano e agir como um animal do campo, fruto do juízo da parte de Deus, que por
fim o restaurou da sua insanidade mental. No capítulo 5, temos a queda do
Império Babilónico, por ocasião da festa de Belsazar. Nesta festa, com a
profanação dos vãos sagrados do templo de Jerusalém, Deus intervém na festa e
sua mão escreve na parede do salão de festas a sentença de juízo contra o
Império Babilónico. No capítulo 6, a história de Daniel na cova dos leões é
inserida na história que o profeta quis contar, mas que o fato havia acontecido
60 anos depois, no primeiro ano do reinado do rei Dario, o medo,
aproximadamente no ano 539 a. C. Daniel teve o propósito de enfatizar a
fidelidade em meio a desobediência civil ante leis e decretos que tinham como
objetivo se opor ao Deus de Daniel.
Chegamos
ao capítulo 8, quando Deus revela o destino desses impérios por meio de uma
visão que tem um caráter particular. Neste capítulo, Deus mostra a Daniel a
queda dos dois últimos Impérios, o Medo-persa e o Grego, representados pelas
figuras de outros animais: um bode e um carneiro. Os mesmos impérios tratados
no capítulo 7 e representados pelo Urso (7.5) e pelo Leopardo (7.6) ganham um
sentido especial e particular no capítulo 8. Os dois outros animais, com
caraterísticas especiais eram um carneiro (8.3,4) e um bode (8.5-9). Ambos eram
animais poderosos, mas foram destruídos, porque ninguém prevalece contra o
Cetro de Deus. Chama atenção a partir do capítulo 8 a mudança de idioma
utilizado por Daniel. Nos capítulos 2 ao 7, o idioma do texto foi o aramaico
dos gentios, no qual Deus trata diretamente com as nações gentílicas. Nos
capítulos 8 ao 12, o idioma foi o hebraico, porque a visão dizia respeito,
essencialmente, ao povo judeu, sob o domínio desses impérios mundiais. Porém,
no capítulo 8, Deus revela a Daniel as caraterísticas dos dois Impérios, o
Medo-persa e o Grego, representados por dois animais, “o carneiro e o bode”. Os
elementos históricos da profecia tiveram seu cumprimento no passado; porém,
algumas caraterísticas desses dois impérios personificam o futuro de Israel e o
que acontecerá no “tempo do fim”(Dn 8.19).
ASPECTOS
GERAIS DAS VISÕES DE DEUS A DANIEL
Nos
tempos antigos a linguagem figurada era utilizada, especialmente, pelos povos
pagãos. A cultura da época ilustrava valores e aspectos humanos através de
componentes da natureza, do mundo animal. Neste capítulo, o escopo é menos
abrangente, mas não menos importante, porque a visão tem apenas dois animais que
surgem poderosos e ultrajantes pelo poder de violência e destruição que
promovem. Nesta visão, Deus mostra a Daniel esses dois animais que
representavam força, energia, autoridade, poder e perspicácia na invasão das
nações e no domínio sobre os reis vencidos.
A visão
dada a Daniel (8.1)
O texto
literalmente diz: “apareceu-me, a mim, Daniel”. Daniel estava, de fato,
distinguindo as visões dadas a Nabucodonosor nas quais ele foi apenas o
intérprete das visões pessoais que Deus lhe deu. O caráter das visões
concedidas a Daniel era moral e espiritual, enquanto que, as visões dadas a um
rei pagão tinha um caráter material e político. Sonhos e visões são vias pelas
quais Deus revela a sua vontade, mas não são únicas maneiras de Deus falar.
Não há
uma data certa, mas aproximada, quando os estudiosos entendem que o ano
primeiro seja 541 a.C., e o ano terceiro teria que ser 539 a.C., que foi o ano
da tomada da Babilônia pelos medos e persas. O texto indica que Daniel estava
em Susã, capital da província de Elão.
O texto
declara que Daniel se viu junto ao rio Ulai: “vi, pois, na visão, que eu estava
junto ao rio Ulai”. Alguns comentaristas seguem a ideia de LeonWood que entende
que Daniel não esteve fisicamente em Susã, mas que foi transportado em espírito
junto ao rio Ulai para ter essa visão. Não há necessidade de discutir se esteve
realmente em Susã ou não. O que importa é que Deus estava dando a Daniel uma
visão que retratava ascensão e queda dos dois impérios que aparecem na visão
como o carneiro e como o bode. Posteriormente, esse rio mudou seu curso e se
dividiu em dois outros rios, identificados como os rios Karon e Kerkah.Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 115-117.
As visões
e profecias desse capitulo concentram- se única e inteiramente nos eventos que
estavam para ocorrer dentro em breve nas monarquias da Pérsia e da Grécia, e
parecem não conter qualquer referência a qualquer outra coisa. Nada é dito aqui
sobre a monarquia dos caldeus, apesar desta ser exatamente a sua época. E, por
essa razão, esse capítulo não está escrito em caldeu, como os seis capítulos
anteriores, para beneficio dos caldeus, mas no idioma hebreu, e da mesma forma
estão os demais capítulos até o final do livro, em benefício dos judeus, para
que pudessem saber que adversidades estavam diante deles e qual seria a
conclusão, e assim pudessem se precaver de antemão. Nesse capítulo, temos: I. A
própria visão do carneiro, e do bode, e a pequena ponta que lutaria e
prevaleceria contra o povo de Deus, por um determinado tempo limitado (w.
1-14). II.
interpretação dessa visão por um anjo, mostrando que o carneiro
representava o império persa, o bode, o grego, e a pequena ponta, um rei da
monarquia grega, que se lançaria contra os judeus e a religião, e que era
Antíoco Epifânio (w. 15-27). A congregação judaica, desde os seus primórdios,
fora por todo tempo, em maior ou menor grau, abençoada com profetas, homens
divinamente inspirados para lhes explicar a intenção de Deus em suas
providências, e dar-lhes alguma perspectiva do que estava para acontecer com
eles. Mas, logo após a época de Esdras, a divina inspiração foi interrompida, e
não houve mais nenhum profeta até que chegasse o tempo do Evangelho. Por isso
os acontecimentos daquela época foram aqui profetizados por Daniel, e deixados
em registro, para que Deus não ficasse sem testemunho, e eles não ficassem sem
um direcionamento.HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora
CPAD. pag. 873.
O
capítulo 8, assim sendo, elabora certos assuntos que figuram no capítulo
anterior. A Babilônia não está mais em foco, e até os medos-persas foram
mencionados para introduzir o monstro macedônio, Alexandre. Mas a ênfase real
recai sobre o pequeno chifre, Antíoco Epifânio. “O propósito deste capítulo é,
por um lado, tornar claras algum as questões que haviam sido tratadas de
maneira um tanto críptica no capítulo 7; e, por outro, renovar a certeza de que
o fim estava próximo. O cálice da iniqüidade de Antíoco estava quase cheio.
Esse é o episódio final na grande tribuiação que precederá o fim. Deus
interviria e o hom em do pecado seria destruído. Neste capítulo voltam os ao
idiom a hebreu, deixando de lado o aramaico” (Arthur Jeffery, in loc). Os
eruditos dispensacionalistas aceitam Antíoco Epifânio com o se fosse o
anticristo, pelo que parte do capítulo foi colocada dentro de um am biente
escatológico.CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 3410.
I - A
VISÃO DO CARNEIRO E DO BODE (Dn 8.3-5)
1. A
visão do carneiro (Dn 8.3,4,20).
Deus, em
sua infinita sabedoria, utiliza elementos da cultura que prevalecia nos dias de
Daniel, mesmo que ele não precisasse de figuras mitológicas para entender as
verdades divinas. Deus utiliza as figuras mitológicas do mundo animal para dar
a Daniel uma visão ampla sobre dois impérios que viriam e que fariam parte da
estratégia divina para revelar a Israel a soberania de Deus sobre todas as
nações.
A visão
do Carneiro (Dn 8. 20)
Na visão,
Daniel estava diante do rio Ulai e, de repente, surge na visão um carneiro
doméstico, mas que era audacioso e estava “diante do rio”. O carneiro era forte
e tinha dois chifres, um maior que o outro. Esse carneiro simbolizava o Império
Medo-persa que era o símbolo da aliança imperial dos medos e dos persas (Dn
8.20).Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 118.
O
carneiro medo-persa (8.3-4). Na primeira visão de Daniel no capítulo 7, os
animais que simbolizavam o poder mundial eram animais selvagens. Agora a
disposição da visão muda e dois desses mesmos poderes mundiais aparecem como
animais domesticados — um carneiro e um bode. Será que é possível que o
Espírito de Deus esteja retratando aqui mais uma importante fase da vida humana
e da história, ou seja, o aspecto cultural? Enquanto o capítulo 7 ressalta o
poder político das nações, o capítulo 8 destaca as influências culturais. Se
concordarmos com essa hipótese, é possível imaginar que esses dois aspectos,
provenientes de dois reinos diferentes, convirjam em dado momento em uma
manifestação culminante do mal, ou seja, no surgimento do Anticristo.
Qualquer
que seja o significado da mudança da natureza dos animais, o carneiro e o bode
logo estavam furiosamente em guerra. O carneiro aparece primeiro, dando
marradas para o ocidente, e para o norte, e para o meio-dia (“para o sul”, NVI;
v.4). Keil sugere que a direção das marradas parece indicar que os avanços para
o oriente não eram tão estrategicamente importantes comparados com os feitos em
outras direções. Tanto Ciro quanto Dario lideraram campanhas bem-sucedidas para
o Oriente, em direção à índia, mas é o seu impacto ocidental que mais
seriamente afetou a história.
A palavra
animais (chayywoth) significa criaturas viventes em geral e podem ser tanto
selvagens quanto domesticados. “Nenhuma criatura vivente podia ficar diante
dele, e não havia quem pudesse livrar-se do seu poder; e ele fazia o que bem
desejava e tornou- se grande” (4, lit.). E se engrandecia (higddil) não
significa aqui “tornar-se arrogante” mas, sim, “fazer grandes coisas”. Isso se
repete no versículo 8; cf. SI 126.2-3: “Grandes coisas fez o Senhor por nós”.Roy E.
Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 529.
O leitor
deve observar que o capítulo oito (em estudo), dá detalhes do segundo e
terceiro impérios mundiais, isto é, os reinos de prata e de bronze do capítulo
dois deste livro e o “urso e o leopardo” do capítulo 7, isto é, os reinos
históricos da Média e da Pérsia e da Grécia. Agora, podemos ver corno o anjo
Gabriel explica detalhadamente tudo a Daniel, isto é, colocando o terceiro (o
Grego) em ação. “Aquele carneiro [o anjo se refere ao animal que Daniel tinha
visto no v. 3], que viste, com duas pontas são os reis da Média e da Pérsia”. A
identificação específica dos dois animais forma a própria compreensão do autor
com relação à seqüência dos eventos futuros. Jesus, nosso Senhor, usou também
em vários de seus ensinos doutrinários, métodos semelhantes. Exemplificando,
temos a parábola do Bom Semeador, em Mt 13.4-9, 18-23 e ss. No texto em foco, o
anjo mostrou a Daniel, em cada interpretação, que todos aqueles reinos mundiais
estavam em fase de transição, e recomendou que ficasse firme e prosseguisse até
o fim. (Comparar Dn 12.13).Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag.
Daniel
descreve o carneiro de três maneiras distintas.
O chifre
mais alto é uma descrição do poder prevalecente dos persas na liderança do
império. Ciro, o persa, tomou o lugar de Dario, o medo. Em 550 a.C., Ciro tomou
o controle da Média. Assim, se cumpriu a profecia. O carneiro persa derrotou a
Babilônia e, por algum tempo, tornou-se senhor do mundo.82 Mas Daniel viu sua
ascensão e queda 210 anos antes do fato acontecer.
Em
segundo lugar, Daniel diz que tal carneiro é irresistível (Dn 8.3,4). A união
dos medos e persas em um só império criou um exército poderoso que conquistou
territórios para o oeste (Babilônia, Síria e Ásia Menor), ao norte (Armênia) e
ao sul (Egito e Etiópia). Evis Carballosa diz que nenhum exército existente
naqueles tempos tinha a força ou a capacidade necessárias para deter o avanço
dos medo-persas.
Em
terceiro lugar, Daniel diz que o carneiro engrandeceu-se (Dn 8.4). Nenhum
exército naqueles dias podia resistir ou deter o avanço do reino medo-persa.
Isso levou esse reino a tornar-se opulento, poderoso e cheio de soberba. Por
isso, engrandeceu-se, e aí estava a gênese de sua queda.LOPES.
Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 102-103.
2. Os
chifres do carneiro.
Os dois
chifres “o qual tinha duas pontas; e as duas pontas eram altas, mas uma era
mais alta do que a outra“ (8.3). Na versão ARC, a expressão fala de duas pontas
que são traduzidas em outras versões como dois chifres. Portanto, o.s dois
chifres do carneiro são os dois reis da Média e da Pérsia. Segundo os
historiadores, no caso dos persas, os seus reis sempre levavam como emblema uma
cabeça de carneiro em ouro sobre a cabeça deles, principalmente quando passavam
em revista os seus exércitos. De acordo com a história, a princípio, os medos
haviam prevalecido na guerra contra a Babilônia e teve Dario como o primeiro
governante daquela união entre a Média e a Pérsia.
Porém, logo os persas
prevaleceram em força e Ciro tornou-se o rei do império. O carneiro, com seus
dois chifres, representado pela união da Média e da Pérsia, identificado como o
Império Medo-persa venceu e derrotou o Império Babilónico quando Belsazar
estava no poder. No mesmo dia em que Belsazar zombou dos vasos sagrados da Casa
de Deus trazidos do Templo de Jerusalém. Nota-se que há uma repetição do
predito na visão do capítulo 7 sobre o segundo e o terceiro impérios, porém,
Deus, com uma maneira especial de aclarar a mente de Daniel mostrou a ele o que
estaria fazendo no futuro desses impérios e com o próprio povo de Israel. Os
dois chifres do carneiro são destacados, tendo um dos chifres maior que o
outro. O chifre maior (“o mais alto”) representava Ciro, o persa (8.3) e o
chifre menor representava Dario, da Média.
Marradas
do Carneiro, “vi que o carneiro dava marradas para o ocidente e para o norte, e
para o meio dia” (8.4) — São três direções audaciosas do carneiro dando
marradas, isto é, dando coices com violência para se sobrepor. Interpretando o
termo “marrada”, no contexto dessa visão, Daniel percebe que o carneiro com
seus dois chifres, representado pelo Império Medo-persa, quando batalhou contra
Nabonido, pai de Belsazar, da Babilônia, foi um animal violento e dominador.
Suas marradas foram fortes e capazes de suplantar a força militar da Babilônia.
As três direções das marradas do carneiro abrangia todos aqueles países
adjacentes que envolviam a Babilônia, Lídia e o Egito, Palestina e outros mais
das cercanias do Oriente Médio. Estas três regiões lembram e se comparam
literalmente à figura das “três costelas” na boca do urso que Daniel viu em sua
visão no capítulo 7.5. As duas visões tratam das mesmas conquistas dos medos e
persas. No capítulo 7, os me- dos-persas são representados pelo urso e no
capítulo 8.4, eles são representados pelo carneiro. O que Deus queria mostrar a
Daniel diferia apenas quanto aos aspectos político do mundo de então e os
aspectos moral e espiritual que envolveria esse Império.
(8.4) A
força do Carneiro —
“e nenhuns animais podiam estar diante dele, nem havia quem
pudesse livrar-se da sua mão”.Na
cultura persa, a figura do carneiro era muito popular. Esse animal é sempre
referido ao macho das ovelhas. Simboliza força e bravura na defesa da sua
família. Seus chifres são símbolos do poder de domínio e autoridade do carneiro
para defender seu rebanho. O símbolo mais importante dos medos-persas era a
cabeça de ouro de um carneiro que fazia parte da coroa real, do peitoral de
bronze dos guerreiros nas grandes batalhas. Na cronologia histórica, Ciro
sucedeu a Dario. Eventos importantes aconteceram no período desses dois reis
até que o carneiro é vencido e, surge na visão de Daniel a figura de um bode
que ataca o carneiro e o vence (8.5-7).Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja
Hoje. Editora CPAD. pag. 119-120.
Dn 8.3
"... um carneiro...”
O presente texto descreve a continuidade do Império
Medo-Persa, representado por Dario e Ciro, respectivamente. Não mais aquele
“urso” faminto, mas, já enfraquecido, é agora, representado ao profeta Daniel
como sendo um animal doméstico (carneiro), em vez de uma fera selvagem (o
urso). Daniel contempla na sua visão da noite, que o audacioso carneiro se
encontrava “diante do rio”. Isso descreve o momento em que o general Ciro,
comandando seus exércitos medo-persas já se encontrava às margens do rio Ulai
preparando-se para o “assalto” à Babilônia. O profeta observa que o valente
carneiro “tinha duas pontas”, pontiagudas; mas uma delas era mais alta do que a
outra. A simbologia profética aqui apre- sentada, é a mesma do capítulo 2 deste
livro. Lá, os dois braços da estátua vista por Nabucodonosor representam Dario
e Ciro. Eles, ali, são representados respectivamente, pelo peito e braços da
imagem; enquanto que, no presente texto: pelo carneiro audaz. O profeta ainda
continua em sua grande visão: “as duas pontas do animal eram altas, mas uma era
mais alta do que a outra”. Exatamente, como já ficou demonstrado acima, o
simbolismo aqui é perfeito: a ponta mais alta foi, evidentemente, a que chamou a
atenção do profeta, porque subiu por último; ela representa Ciro, o monarca da
Pérsia; ele subiu ao trono de Babilônia um ano depois de Dario; e também em
suas grandes conquistas foi mais ilustre e poderoso do que Dario.Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 150-151.
1. Ele
viu um carneiro com duas pontas (v. 3).
Essa era a segunda monarquia, da qual
os reinos da Média e da Pérsia eram as duas pontas. As pontas eram muito altas.
Mas a que veio por último era a mais alta, e tomou a dianteira da mais antiga.
Assim, o último será o primeiro, e o primeiro, o último. O reino da Pérsia, que
se levantou por último, em Ciro, tornou-se mais eminente que o dos medos.
2. Ele
viu o carneiro atacando todos à sua volta com as suas pontas (v. 4), para o
ocidente (em direção à Babilônia, Síria, Grécia e Ásia Menor), para o norte (em
direção aos lídios, armênios e citianos), e para o sul (em direção à Arábia,
Etiópia e Egito), pois todas essas nações foram, em uma época ou outra, atacadas
pelo império persa na tentativa de aumentar os seus domínios. E, por fim, ele
se tornou tão poderoso que nenhum animal podia estar diante dele. Esse
carneiro, embora pertencente a uma espécie animal que muitas vezes servia de
presa, tornou-se temível até mesmo para os próprios animais predadores, de modo
que não havia nenhum que ficasse diante dele, nenhum que dele escapasse, nenhum
que pudesse livrar-se da sua mão. Todos deveriam se submeter a ele. Os reis da
Pérsia agiam conforme a sua vontade, alcançavam sucesso em todas as investidas
no exterior, possuíam um poder incontrolável em seu país, e tornaram-se
notáveis. Ele se considerava notável porque fazia o que queria. Mas fazer o bem
é o que torna os homens verdadeiramente notáveis.HENRY. Matthew. Comentário
Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 874.
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