Revista Editora Betel
O amor
que adora a Deus
6 de
novembro de 2016
Texto
Áureo
“E ainda
que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que
entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me
aproveitaria.” 1 Co 13.3
Verdade
Aplicada
O amor
que adora a Deus vai além do discurso e se configura em atitudes cotidianas.
Textos de
Referência.
1
Coríntios 13.1-2; 4-5
1 Ainda
que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse caridade, seria
como o metal que soa ou como o sino que tine.
2 E ainda
que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a
ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os
montes, e não tivesse caridade, nada seria.
4 A
caridade é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; a caridade não
trata com leviandade, não se ensoberbece.
5 Não se
porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita
mal.
Introdução
Nesta
lição, descreveremos sobre a distância entre o amor teórico e o prático.
Estamos inseridos num contexto de grandes discursos, grandes tratados sobre o
amor, mas, ao mesmo tempo, a grande maioria está em sequidão de amor.
1. O que
é o amor?
Alguns o
consideram uma emoção. Outros dizem que é um sentimento romântico, platônico,
poético. Para outros, é uma atração ou um impulso passional. Hoje, com o
degaste da palavra amor, essa passou a significar uma atividade sexual antes,
durante e fora do casamento. Esse amor tem trazido ódio, desgraças, divisões,
lares arruinados e enfermidades. O amor ágape é muito mais do que emoção. É
atitude. É ação. É amaro indigno. É amar até as últimas consequências. Jesus
Cristo nos amou e a Si mesmo se deu por nós. Esse é o tipo de amor que adora a
Deus (Rm 12.9-10).
1.1.
Características do amor que não adora a Deus.
Amor
sectarista, que se configura em amor faccionado. Amor formalista, o
congelamento do amor. Amor ativista, o verdadeiro desvio do amor. Amor
ideologizado, uma farsa do amor. Amor secularista, a perversão do amor. Amor
legalista, a antítese do amor. Essas são apenas algumas atitudes de movimentos
ou indivíduos que não adoram a Deus, embora nenhum deles negue que O adore.
Porém, são as atitudes que falam mais alto (1Jo 4.20).
1.2. O
amor que adora a Deus
O amor é
superior a todos os dons extraordinários (1Co 13). O amor é melhor do que o dom
de línguas (1Co 13.1). É melhor do que o dom de profecia e conhecimento (1Co
13.2). É melhor do que o dom de milagres (1Co 13.2). As maiores de caridade são
de nenhum valor sem amor (1Co 13.3). O amor é melhor por causa da sua
excelência intrínseca e também por causa da sua perpetuidade. Todos os dons
mais dramáticos e mais maravilhosos que podemos imaginar são inúteis, se não há
amor. O exercício mais generoso dos dons espirituais não pode compensar a falta
de amor. O apóstolo Paulo menciona cinco dons espirituais: línguas, profecia,
conhecimento, fé e contribuição sacrificial (dinheiro e vida). Mas ele diz que
o exercício desses dons, sem o amor, não tem nenhum valor.
1.3. A
ausência do amor distancia a Igreja da verdadeira adoração.
A igreja
de Corinto estava cheia de rachaduras, cisões e divisões por causa dos dons
(1Co 1.12; 3.3-5; 12.12-31). O apóstolo Paulo, porém, disse que aos dons não
eram para a divisão do Corpo de Cristo (1Co 12.25). Ali estava a igreja mais
cheia de dons do Novo Testamento, mas também a igreja mais imatura e mais
carnal, porque lhe faltava amor. A igreja de Corinto buscava os dons do
Espírito, mas não o fruto do Espírito Santo.
2.
Declarações sobre a ausência do amor.
A palavra
“amor” em 1 Coríntios 13 é a tradução da palavra grega “ágape”. Este é o amor
que flui diretamente de Deus (Rm 5.5). É um amor de tamanha profundidade que
levou Deus a dar Seu único Filho como sacrifício pelos nossos pecados (Jo
3.16). É o amor de Jesus por nós. Conhecemos o amor nisto: que Ele deu a Sua
vida por nós e nós devemos dar a nossa pelos irmãos (Jo 3,16; 15.2-14).
2.1. Sem
amor, eu ofendo os outros.
Em 1
Coríntios 8.1 Paulo já havia ensinado que o amor edifica. Quando os dons são
exercidos em amor, eles edificam a igreja. Mas quando não são usados com amor.
Magoamos as pessoas (1Co 13.1). Paulo expõe esse assunto por meio de uma
referência indireta aos devotos dos cultos de mistérios gregos em Corinto, que
adoravam Dionísio (deus do vinho) e Cibele (deusa dos animais selvagens). Nas
ruas de Corinto, ecoavam o toque dos gongos barulhentos e dos címbalos
estridentes, instrumentos que caracterizavam estes adoradores. Esse som
monótono e pesado incomodava as pessoas como o latido constante de um cão.
Apenas um metal que tine nas ruas, nada mais.
2.2. Sem
amor, eu nada sou.
Os coríntios
pensavam que os possuidores de certos dons eram pessoas extremamente
importantes. Mas sem amor essas pessoas eram totalmente insignificantes (1Co
13,2). A ausência de amor faz com que o cristão perca o seu significado diante
de Deus. Ele se transforma em uma nulidade, num zero. Deus não pode usar, para
a Sua glória, um cristão sem amor. Igualmente desagradáveis são aqueles que
usam o dom de falar em línguas, mas sem a motivação controlada pelo amor. Não
importa se as línguas são humanas ou angelicais. Sem amor, tornamo-nos
desagradáveis e rudes. O homem que se deixa levar pelo falar, antes que pelo
fazer, vem a ser nada mais do que mero som. Sem amor, até a melhor linguagem do
céu ou da terra se torna apenas barulho.
2.3. Sem
amor, eu não ganho nada.
Do
conhecimento e dos feitos poderosos, o apóstolo Paulo se volta para os atos de
misericórdia e dedicação. Paulo agora menciona dois atos de sacrifício pessoal
(contribuição sacrificial e martírio). Será que tais atos não são inerentes
valiosos aos olhos de Deus? Não são meritórios. Tais atos podem ser motivados
por uma teologia errada e por um propósito errado. Sem amor, todo o sacrifício
se perde e nada se ganha (1Co 13.3).
3.
Evidências do amor que adora a Deus.
O maior e
incomparável amor é o amor de Deus (Jo 3.16). O amor que veio até nós,
resgatando-nos de nossa prisão e condenação eterna. Em Jesus Cristo temos a
perfeita e completa ação do amor.
3.1.
Exemplos práticos do amor que adora.
Na
parábola do bom samaritano (Lc 10.25-37), os religiosos passam de largo e não
dão a mínima atenção ao ferido do caminho, mas aquele que respira o amor
desiste de suas urgências e reserva toda a atenção a esse desconhecido que ali
desfalecia. Além disso, coloca toda sua estrutura a serviço deste necessitado e
encerra com recomendações e pagamento adiantado pelo tratamento. Esse “amor”
adora a Deus, porque é o “amor prático”.
3.2. O
amor de Jesus pela mulher pecadora.
Segundo a
Lei, a mulher apanhada em adultério deveria ser apedrejada (Jo 8.1-11). Era
natural o apedrejamento nessas circunstâncias e ainda com um tom de “suposta
adoração”. Jesus Cristo igualou esse pecado com os pecados dos seus acusadores.
Se esta deveria ser apedrejada, todos deveriam ser apedrejados. O amor de Jesus
não condenou, não acusou. Ao contrário, libertou essa pobre mulher. Ela,
juntamente com os acusadores, representa o mundo em que vivemos. Somente o amor
prático evidencia a verdadeira libertação e consequentemente adora a Deus.
3.3. Davi
e o seu amor prático por Mefibosete.
O Rei
mandou trazer Mefibosete, filho de Jônatas e neto do rei Saul, de Lo-Debar (2Sm
9.1-8). Ele estava esquecido na história e sem perspectivas, mas o amor prático
foi em sua busca. Davi pode dizer a Mefibosete: “Lo-Debar nunca mais!”.
Mefibosete pôde confirmar isso através do tempo, mesmo tendo que suportar as
mentiras de Ziba (2Sm 9.1-13); 16.1-4). Logicamente, houve diversas atitudes
semelhantes a essa na vida de Davi, a tal ponto de ser conhecido como um homem
segundo o coração de Deus (At 13.22).
Conclusão.
Todas as
vezes que encontrarmos alguém que amou verdadeiramente com atitudes fica um
legado, uma história de bênçãos e de honra ao nosso Deus. Jamais podemos
abandonar esta prática, pois ela nos torna conhecidos como discípulos de Jesus
Cristo (Jo 13.34-35).
Questionário.
1. A quem
o amor é superior?
2. Do que
a igreja de Corinto estava cheia por causa dos dons?
3. O que
Paulo ensina em 1 Coríntios 8.1?
4. Qual é
o maior e incomparável amor?
5. Como
Davi era conhecido?
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