“Meus irmãos, eu afirmo
a vocês que o evangelho que eu anuncio não é uma invenção humana. Eu não o
recebi de ninguém, e ninguém o ensinou a mim, mas foi o próprio Jesus Cristo
que o revelou para mim." (Gl 1.11,12)
TEXTO BÍBLICO
Gálatas 1.6-12
LEITURA DEVOCIONAL
SEG........................................................Atos
7.54-60
TER.........................................................Atos
22.6-16
QUA....................................................Felipenses
3.5-7
QUI........................................................Atos
22.26-29
SEX.......................................................2Pedro
3.15,16
SÁB.................................................2Coríntios
11.23-27
DOM......................................................1Coríntios
11.1
ESTUDANDO A BÍBLIA
Caro professor, o início
de um novo trimestre é uma ótima e indispensável oportunidade para reavaliar
sua atuação em sala de aula. Não tenha medo de se perguntar em que você e sua
podem melhorar para se tornar mais atraentes e relevantes. Fuja da mediocridade
em todos os sentidos. Você não foi chamado para ser superficial, a
superficialidade é inimiga de um professor que busca aprofundamento. Seus
alunos esperam muito mais de você.
Em relação ao s estudos:
leia mais, pesquise mais; seja um rio de águas correntes e cristalinas, não
aceite ser um brejo. E no que diz respeito a sua intimidade como Deus em
relação à oração e meditação da Palavra: não perca tempo. Mergulhe sem medo de
se afogar em Deus. Seja um exemplo de espiritualidade sincera e contagiante.
Boa aula.
Neste trimestre teremos
a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a vida e a obra do apóstolo
Paulo, mais tarde conhecido como o "apóstolo dos gentios", pois levou
a mensagem do Evangelho de Jesus Cristo às pessoas que não eram de origem
judaica. Sua história é intrigante; suas epístolas, edificantes; sua conversão,
desconcertante; e seu ministério, contagiante. Vamos caminhar pelos corredores
das Escrituras Sagradas em busca de informações a respeito de Paulo e de seus
ensinamentos?
CONHECENDO O HOMEM
CHAMADO PAULO
Saulo, também conhecido
como Paulo (At 13.9), além de desfrutar do status de cidadão romano (At
22.26-29), título recebido por herança de seu avô ou pai, era um judeu nascido
na próspera, culta e importante cidade de Tarso, a qual em suas próprias
palavras era uma "cidade não insignificante da Cilicia" (At 21.39).
Ele foi educado em
Jerusalém quando ainda era um adolescente, tendo como mestre um fariseu de
grande destaque na cultura e religião judaica, o famoso Gamaliel.
Já crescido e instruído
no Judaísmo, tornou-se um membro do Sinédrio (uma espécie de Suprema Corte de
Justiça dos judeus) e um intolerante extremista religioso, capaz de perseguir
os primeiros seguidores de Jesus, consentindo inclusive com a morte do diácono
Estevão (At 8.1).
Com autorização do sumo
sacerdote, Caifás, Saulo foi em direçao a cidade de Damasco para prender todos
os que confessavam Jesus como Senhor e Salvador (At 9.1,2). Entretanto, seus
planos foram frustrados por Deus. Ele foi confrontado por Jesus ressuscitado e
feito seu "prisioneiro" (At 9.3-9,15,16). Agora o perseguidor foi
transformado em perseguido; o invencível foi vencido; o prepotente e
autossuficiente foi humilhado e levado a nocaute.
AUXILIO TEOLÓGICO
Prezado professor, de
acordo com o professor de Estudos do Novo Testamento do Dálias Theological
Seminary, David K. Lowery, a ironia é uma palavra que descreve muito bem a vida
e o ministério do apóstolo Paulo. Segundo o Dicionário Woua/ss, citado pelo
autor, ironia é definida como "contraste ou incongruência entre o
resultado real de uma sequência de acontecimentos e o que seria o resultado
normal ou esperado". Veja a seguir parte da argumentação do autor:
"Em Atos, ele é o primeiro mencionado em conexão ao apedrejamento de
Estêvão (7.58), 'consentiu na morte dele' (8.1). Depois disso, ele 'assombrava
a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, os encerrava
na prisão' (8.3). Mas essa sequência de eventos é realmente distinta da última
palavra sobre Paulo em Atos, palavras que registram que ele lprega[va] o Reino
de Deus e ensina[va] com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus
Cristo, sem impedimento algum' (28.31). [...] O próprio Paulo, em sua epístola
aos Coríntios, testifica essa ironia quando escreve: 'Porque eu sou o menor dos
apóstolos, que não sou digno de ser chamado apóstolo, pois que persegui a
igreja de Deus. Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça para
comigo não foi vá1 (l Co 15.9,10). [...] O perseguidor da igreja transformou-se
em um missionário de destaque e deixou um legado escrito para as igrejas que
fundou e onde logo passou a ser reconhecido por ter relevância e autoridade
permanentes" (ZUCK, Roy B. (Ed.). Teologia do Novo Testamento. Rio de
Janeiro: CPAD, 2010, p.270).
A COMPOSIÇÃO DAS CARTAS
DE PAULO
Não mais conhecido como
Saulo, Paulo se tornou um homem muito bem preparado. Ele investiu tempo e
dedicação quando ainda era adolescente. Muito embora tenha se divertido
enquanto criança, não perdeu nem desperdiçou seu tempo, antes, aproveitou cada
oportunidade recebida nas diferentes fases de sua vida. Tinha como profissão a
arte de fabricar tendas (At 18.2,3), ofício que aprendera com seu pai. Além
disso, era um poliglota, falava hebraico, aramaico, grego e latim, bem como
conhecia a filosofia e a cultura do seu tempo. Agora, adulto e convertido, Deus
usou-lhe toda a capacidade física e intelectual a serviço do Reino, tornando-o
o maior missionário e escritor do Novo Testamento.
Como sabemos, o Novo
Testamento constitui-se de 27 livros, dentre os quais 21 são classificados como
epístolas ou cartas. Destas, 13 são de autoria do apóstolo Paulo, sendo cartas
encaminhadas por ele tanto às igrejas localizadas em cidades (como Roma,
Corinto, Eféso) quanto a pessoas (como os pastores Timóteo, Tito e ao irmão
Filemon).
Essas cartas foram
inspiradas por Deus e escritas por Paulo quando este exercia seu ministério de
pregação e implantação de igrejas no primeiro século. Elas são uma espécie de
documentos ocasionais, ou seja, nasceram a partir de uma ocasião específica e
por alguma circunstância especial (comportamentos que precisavam ser
corrigidos, erros doutrinários, questionamentos, dúvidas).
Além das epístolas de
Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gaiatas e 1 e 2 Tessalonicenses, que não possuem uma
classificação específica, os demais escritos de Paulo são didaticamente
classificados de duas maneiras: Cartas do cárcere, as quais foram escritas
quando Paulo estava preso (Filipenses, Filemom, Colossenses e Efésios); e
Cartas pastorais, que são escritos direcionados às pessoas que exerciam o
ministério pastoral na igreja (1 e 2 Timóteo e Tito).
AUXÍLIO DIDÁTICO
As epístolas ou cartas
eram correspondências escritas que funcionavam como método popular de
comunicação. Por meio delas, seus escritores encurtavam distâncias e
alimentavam uma sensação de proximidade pessoal que elas proporcionavam. Em
geral, elas possuíam seis partes: nome do escritor; destinatário; saudação; um
desejo ou ações de graças; o corpo da carta; e a saudação final e despedida.
Peça aos alunos que escrevam uma simples carta a um amigo de classe
considerando as partes citadas.
A ATUALIDADE DOS CONSELHOS
DE PAULO PARA NÓS
As cartas de Paulo estão
distantes de nós há aproximadamente vinte e um séculos. No entanto, sua
mensagem continua atual e relevante. Diferente de alguns livros que têm um
caráter puramente descartável, as cartas de Paulo são diferentes, os conselhos
contidos nelas permanecem atuais, inteligentes e dignos de serem ouvidos e
seguidos por aqueles que buscam uma vida para glória de Deus e o benefício do
próximo.
Dos muitos conselhos
oferecidos pelo apóstolo às igrejas e às pessoas para quem escreveu, vamos
refletir sobre três:
1- Obedeça aos pais:
Filhos, o dever cristão de vocês é obedecer ao seu pai e à sua mãe, pois isso é
certo (Ef 6.1). Obedecer é uma atitude inteligente e recompensadora. Deus se
agrada de jovens que escolhem trilhar o caminho da obediência.
Infelizmente, perto ou
longe de nós, temos visto e ouvido falar de inúmeros adolescentes que perderam
suas vidas ou estão chorando amargamente por causa da desobediência. Moças e
rapazes, que por não controlarem ou fugirem de seus impulsos sexuais, perderam
a virgindade e acabaram, prematuramente, tornando-se pais. O que dizer daqueles
que por causa das más companhias e em busca de aceitação em determinados grupos
sociais foram seduzidos e iniciados às drogas e hoje são dependentes delas.
Adolescente, ouça o conselho de Paulo: obedeça seus pais para que você viva
muito tempo na terra, pois obedecer é melhor do que quebrar a cara!
2- Ore pelas
autoridades: [...] Peço que sejam feitos orações, pedidos, súplicas e ações de
graças a Deus em favor de todas as pessoas [...] (1 Tm 2.1). Vivemos uma crise
generalizada na política, na religião, na família, na polícia e em outras
instituições sociais. Há roubo e corrupção por todos os lados; os homens não
pensam no próximo nem tão pouco em Deus. O conselho de Paulo ao jovem pastor
Timóteo deve ser encarado com muita seriedade por você. Não perca tempo! Ore
pelas autoridades do país, peça a Deus que levante uma nova geração de homens e
mulheres dispostos a dedicarem-se a Ele e a respeitarem aos outros. Inclua-se
nos planos de Deus e seja um instrumento disponível a Ele para sua geração.
3- Viva para glória de
Deus: Portanto, quando vocês comem, ou bebem, ou fazem qualquer coisa, façam
tudo para a glória de Deus (1Co 10.31). Embora o contexto do texto seja os
alimentos que eram oferecidos como sacrifícios aos demónios na antiga cidade de
Corinto, o princípio por detrás desse conselho é atualíssimo. Paulo nos convida
a usar nossa liberdade com amor e responsabilidade para com Deus e com o próximo.
Nossa vida não deve ser vivida de maneira egoísta, buscando somente nossos
próprios interesses. Você não é uma "ilha" em si mesmo, nem a única
cereja do bolo. Não. Definitivamente não! Você nasceu para viver em sociedade;
deve considerar os interesses dos outros. Por isso, leia, estude, escreva, faça
amigos, divirta-se, cultue, ouça, fale, busque a Deus de todo o seu coração,
ame o próximo, viva sua adolescência com intensidade e verdade; mas nunca
esqueça: Faça tudo para glória de Deus!
AUXÍLIO DIDÁTICO
Caro professor, ao
estudar sobre o apóstolo Paulo e seus ensinamentos deixados às igrejas em suas
cartas, percebemos o quanto Deus usou esse homem, cheio de graça e de verdade.
Ele sofreu naufrágios, foi apedrejado, caluniado, desacreditado, confrontado,
aprisionado, picado por uma víbora, acometido por uma enfermidade
"incurável", decepcionado, mas continuou firme em sua vocação.
Considerava-se um escravo de Jesus Cristo, ao ponto de dizer: "Fui
crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim.
A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e
se entregou por mim" (Gl 2.20).
O grande destaque da
vida de Paulo não foi a completa perfeição, mas a inteira entrega a Deus.
Entendo que as palavras do pastor e teólogo inglês Brooke Foss Westcostt
sintetizam muito bem a pessoa de Paulo, bem como aquilo que Deus espera de cada
um de nós: "A marca de um santo não é a perfeição, mas a consagração. Um
santo não é um homem sem falhas, mas um homem que se entregou, sem reservas, a
Deus".
RECAPITULANDO
A vida de Paulo está
repleta de lições valiosas e inspiradoras. Por intermédio dela temos a
oportunidade de ver que o Senhor da Igreja é um Deus de amor, oportunidades e
recomeços. Assim, o que outrora pedia cartas de autorização para prender e até
matar cristãos, agora escreve cartas para corrigir, aconselhar e abençoar seus
irmãos em Cristo.
Responsável por escrever
treze das vinte e uma cartas do Novo Testamento, e de realizar três grandes e
desafiadoras viagens missionárias que o levaram a experimentar circunstâncias
intensas de dor e sofrimento, o apóstolo Paulo, depois de Jesus Cristo, é a
maior personalidade do cristianismo.
Paulo foi um herói da
fé; um homem que combateu o bom combate, encerrou a carreira e guardou a fé.
REFLETINDO
1. Qual era a profissão
de Paulo?
R. Construtor de Tendas.
2. Como podemos
CLASSIFICAR PAULO antes de sua conversão, no que diz respeito aos primeiro
seguidores de Jesus?
R. Um intolerante
extremista religioso
3. Quantas cartas são de
autoria do apóstolo Paulo?
R. Treze cartas, também
chamadas de epístolas.
Lição 2 - A manifestação
da Graça de Deus
DESTAQUE
“Mas existe uma
diferença entre o pecado de Adão e o presente que Deus nos dá. De fato, muito
morreram por causa do pecado de um só homem; mas a graça de Deus é muito maior,
e ele dá a salvação gratuitamente a muitos, por meio da graça de um homem, que
é Jesus Cristo (Rm 5.15)”.
TEXTO BÍBLICO
Romanos 5.12-21
LEITURA DEVOCIONAL
SEG........................................................2Tm
1.8,9
TER.........................................................Rm
11.6
QUA........................................................Sl
86.15
QUI.........................................................Êx
33.19
SEX.........................................................Rm
6.23 SÁB........................................................Rm 4.4,5
DOM.......................................................Ef
2.8-10
Prezado professor, não existe nada melhor ou
maior que a graça de Deus; ela é o presente mais valioso que o ser humano pode
receber na vida. Nenhum bem móvel ou imóvel, durável ou perecível é capaz de
produzir o efeito que a graça produz aqueles que são encontrados por ela.
Considerando que a graça é aquilo que recebemos sem merecer, devemos entende-la
não como um privilégio ofertados a alguns, mas como uma responsabilidade. Temos um compromisso de horar esse Deus que
veio ao nosso encontro para nos salvar e nos libertar do império das trevas.
Valorize-a e conduza seus alunos no mesmo caminho. Deus abençoe você hoje e
sempre.
Não há nada melhor do
que olhar para a história e ver a operação e a generosidade da graça de Deus;
além de você, ela alcançou e resgatou pessoas como Maria Madalena, Saulo de
Tarso, C. S. Lewis, John Stott, Charles Colson, Gunnar e Frída Vingren, Daniel
e Sara Berg.
A maravilhosa graça não
faz distinção de pessoas. Não há branco ou negro, forte ou fraco, ateu ou
crédulo, patrão ou empregado, culto ou ignorante, homem ou mulher, judeu ou
gentio, rico ou pobre. Para a graça de Deus o que existe são seres humanos
pecadores indesculpáveis, necessitados do amor e da misericórdia de Deus a fim
de serem salvos. Então, que tal falar sobre esse valioso presente de Deus dado
a nós, sua graça?
O QUE É A GRAÇA?
Certamente você já
cantou, ouviu pregações, recitou poemas, leu textos bíblicos, postou na rede
social, e talvez até falou sobre ela para algum amigo; mas ainda assim persiste
em sua mente uma intrigante e desconcertante pergunta: afinal de contas, o que
significa mesmo a palavra "graça"? Bem, é exatamente sobre esse
assunto que iremos conversar.
Entretanto, para início
de conversa, é preciso destacar que não podemos falar sobre a "graça"
sem tratar do "pecado", uma vez que "graça" é o que Deus
concede aos pecadores. Assim, somente uma compreensão correta sobre o pecado
nos dará o devido sentido do significado da graça de Deus revelada em Jesus
Cristo.
O apóstolo Paulo foi
enfático ao dizer que "todos pecaram e estão afastados da presença
gloriosa de Deus" (Rm 3.23); e radical ao afirmar que: "o salário do
pecado é a morte" (Rm 6.23). Não se engane, pois o pecado mata, destrói e
causa separação entre o ser humano e Deus. Logo, não precisa ser inteligente
para concluir, que ao invés de amigos, o pecado nos torna inimigos de Deus. Ou
seja, todos nós estávamos espiritualmente mortos por causa de nossa
desobediência e alienados em relação a Deus, ao próximo, à natureza e a nós
mesmos; condenados a sofrer o castigo eterno de Deus. Entretanto, Ele nos
mostrou o quanto nos ama enviando o seu filho Jesus Cristo para morrer pelos
nossos pecados na cruz, sendo nós ainda pecadores (Rm 5.8). Assim, a graça nos
foi revelada e trouxe salvação (Tt 2.11-14; Ef 2.8-10). Razão pela qual alguns
a definem corretamente não apenas como "favor imerecido" de Deus para
nós, mas também como "favor concedido" a pecadores que merecem a ira
de Deus.
A graça deve ser
entendida como algo que vai além de um simples conceito de valor meramente
intelectual; ela é uma experiência transformadora, uma presença que comunica
vida, é uma pessoa em ação: Jesus Cristo.
Como dizia o pastor John
Stott, graça "é Deus amando, Deus se humilhando em favor de nós, Deus
vindo nos resgatar, Deus se entregando generosamente em Jesus Cristo e por
intermédio dele".
AUXILIO TEOLÓGICO
A natureza da Graça:
Favor imerecido
A graça, portanto, é um
favor imerecido. Aquilo pelo qual trabalhamos é considerado nossa conquista;
mas aquilo pelo qual não trabalhamos, não é considerado nossa conquista. Como a
salvação vem até nós sem a necessidade de qualquer tipo de obra da nossa parte,
concluímos que não nos cabe qualquer mérito nela: a salvação é dom gratuito de
Deus' (Rm 6.23). A graça salvífica de Deus é o favor imerecido que Ele faz por
nós. Algumas pessoas têm contrastado a graça e a misericórdia ao observar que a
graça é dar aquilo que não se merece (por exemplo, a salvação), ao passo que a
misericórdia é não dar aquilo que se merece (por exemplo, a condenação). Embora
o uso bíblico destes termos não esteja, necessariamente, de acordo com esta
distinção, esta observação continua sendo bíblica. Os atos da graça e da
misericórdia de Deus representam dois lados do seu amor incondicional por
nós" (GEISLER. Norman. Teologia Sistemática: Pecado, salvação, igreja,
ultimas coisas. Rio de Janeiro:CPAD, 2010, p.158).
A GRAÇA NO ANTIGO E EM O
NOVO TESTAMENTO
Apesar de o Antigo
Testamento estar caracterizado pelo tempo da Lei, ou ao que os estudiosos
denominam de "dispensação da Lei", ao folhearmos as páginas tanto do
Antigo quanto do Novo Testamento veremos a graça de Deus se manifestando na
vida de pessoas, de famílias e de nações. Considerando a graça como uma demonstração
da misericórdia e do amor de Deus pelo ser humano pecador que não merece o seu
favor, fica evidente sua efetiva presença no Antigo Testamento.
Afinal de contas, Israel
merecia ser escolhida como a nação da promessa, mesmo demonstrando ingratidão,
infidelidade e desobediência? O que dizer do mentiroso, enganador e usurpador
Jacó? Por acaso ele merecia ser perdoado? E Elias? O profeta do fogo que após a
vitória sobre os profetas de Baal e Aserá, no Carmelo, foge e se esconde em uma
caverna com medo de uma mulher. Você acha que ele era digno da visitação de
Deus para encorajá-lo? Que tal Moisés, o homem que assassinou um egípcio? E o
jovem Davi? E Gomer, a esposa infiel de Oseias? Merecia mesmo ser resgatada
tantas vezes?
Esses e outros exemplos
servem como prova de que o Deus misericordioso atua com graça na vida e na
história de pecadores para salvá-los (Ex 33.19; SI 86.15; 145.8; Jr 31.2,3).
Foi a graça que fez Deus escolher a Israel, a preservar Noé, a perdoar Jacó, a
visitar Elias, a convocar Moisés e a oferecer outra chance a uma mulher
adúltera.
Apesar de tudo isso, não
há como negar que o Novo Testamento, por intermédio da pessoa de Jesus,
apresenta a graça de Deus de uma forma mais clara e contundente. Ele representa
o que os estudiosos denominam de a "Dispensação da Graça". O tempo
divino onde o Filho de Deus morreu na Cruz do Calvário a fim de pagar e perdoar
os nossos pecados. Razão pela qual o próprio apóstolo Paulo diz que "pela
graça de Deus vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas é um
presente dado por Deus" (Ef 2.8).
AUXILIO TEOLÓGICO
Misericórdia e Graça
Para Paulo, a
misericórdia (oiktirmos) e a graça (charis) refletem os aspectos gémeos do
caráter de Deus, e isso resolve o dilema da pecarninosidade da humanidade e a
justiça de Deus. Se Deus se caracterizasse apenas pela justiça, todo o mundo
seria condenado com razão (Rm 3.19,20). Paulo considera que o povo de Israel é
uma boa ilustração do dilema da humanidade. O povo, libertado da escravidão no
Egito, logo se volta da adoração a Deus para a idolatria [...].
No entanto, quando
Moisés intercede pelo povo, Deus apieda-se e diz a ele: 'Terei misericórdia de
quem eu tiver misericórdia e me compadecerei de quem me compadecer' (£x 33.19).
Paulo aponta para esse versículo em uma declaração que resume a solução do
dilema da humanidade (Rm 9.15). A misericórdia de Deus, o favor imerecido do
Senhor para conosco, fornece o meio de libertação 'pela redenção que há em
Cristo Jesus' (Rm 3.24). Em última análise, para Paulo, a salvação não depende
do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece (9.16).
A graça e a misericórdia
de Deus tornam-se o fundamento por meio do qual Paulo exorta o povo a se
entregar de todo coração ao Senhor e a realizar a vontade dEle. Isso é ilustrado
por passagens complementares da epístola para os Romanos. A certa altura, Paulo
exorta o povo a entregar los vossos membros a Deus, como instrumentos de
justiça [...] Porque [...] estais [...] debaixo da graça' (Rm 6.13,14). Depois,
ele escreve: 'Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o
vosso corpo em sacrifício vivo' (12.1). Paulo entende a experiência da
salvação, do começo ao fim, como uma expressão da misericórdia e graça de Deus
e, como tal, ele incita o povo a responder com fé e obediência sinceras a Deus
e sua vontade" (ZUCK, Roy B (Ed.). Teologia do Novo Testamento. Rio de
Janeiro: CPAD, 2010, pp. 275,76).
A GRAÇA DE DEUS
APRESENTADA EM ROMANOS
A carta de Paulo à
igreja que está situada em Roma é a mais longa e doutrinária de todas as cartas
do Novo Testamento. Não por acaso, o reformador alemão, Martinho Lutero, a
chamava de "a verdadeira obra primado Novo Testamento". Nela, o
apóstolo trata de questões relacionadas à justiça de Deus, à justificação pela
fé, o pecado, à graça de Deus, à influência de gruposju-daizantes na igreja, à
questão entre alguns crentes gentios e judeus em relação à dieta de alimentos,
à posição de Israel diante de Deus considerando sua rejeição ao Messias.
Ao iniciar sua carta,
nos três primeiros capítulos, o apóstolo argumenta de forma doutrinária que a
humanidade precisa desesperadamente da graça de Deus para viver, caso
contrário, ela será alvo do justo juízo do Deus eterno. Ele anuncia a má
notícia de que o ser humano está separado de Deus por causa do pecado, que
segundo o escritor Max Lucado "não somos suficientemente fortes para
removê-lo, e não somos bons o bastante para apagá-lo". Embora distantes de
Deus, ainda assim os pecadores não pedem sua ajuda nem seu auxílio, demonstrando
então, dureza de coração. Por isso, Paulo diz que eles buscam satisfazer suas
próprias paixões (1.21-25); vivem monitorando o próximo, como se fossem juízes
(2.1-6); e se acham dignos de algo devido aos seus próprios méritos (2.17-24).
Não tem jeito, todos pecaram!
Em meio ao caos descrito
acima, o apóstolo faz ecoar o grito da graça, a boa notícia de Deus aos
pecadores: "agora Deus já mostrou que o meio pelo qual ele aceita as
pessoas [...] [é pela] fé que elas têm em Jesus" (3.21,22). Essa boa
notícia nos diz que podemos ser aceitos pelo Pai e tornados justos pela fé em
Cristo; tendo paz com Deus e uma nova vida de lealdade e serviço ao Senhor,
pois se por um homem (Adão) entrou o pecado e a morte no mundo, por outro homem
(Jesus) entrou a graça e avida.
AUXILIO TEOLÓGICO
A Relação entre a Graça
e a Ira
Portanto, a rejeição da
graça provoca a ira, e sua aceitação gera a salvação. Como já vimos, a exemplo
de uma pessoa que se coloca debaixo de uma grande queda d'água como as de Foz
de Iguaçu, ou do Niágara, com uma xícara virada de cabeça para baixo, o vazio
vem de rejeição da graça que é copiosamente derramada sobre a pessoa. Por meio
de um simples ato de arrependimento (do ato de virarmos a "xícara" da
alma com o lado certo para cima), poderemos receber as bênçãos que sobre nós
são derramadas pelo copioso fluxo do amor de Deus. (GEISLER, Norman. Teologia
Sistemática: Pecado, salvação, igreja, últimas coisas. Rio de Janeiro: CPAD,
2010, p.159)
Lição 3- A respeito dos
Dons, não sejas Ignorante
DESTAQUE
“ Meus irmãos, quero que
vocês saibam a verdade a respeito dos dons que o Espírito Santo dá (1Co 12.1)”.
TEXTO BÍBLICO
1Coríntios 14.4-11:
4 O que fala em língua
desconhecida edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja.
5 E eu quero que todos
vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis; porque o que profetiza é
maior do que o que fala em línguas, a não ser que também interprete para que a
igreja receba edificação.
6 E agora, irmãos, se eu
for ter convosco falando em línguas, que vos aproveitaria, se não vos falasse
ou por meio da revelação, ou da ciência, ou da profecia, ou da doutrina?
7 Da mesma sorte, se as
coisas inanimadas, que fazem som, seja flauta, seja cítara, não formarem sons
distintos, como se conhecerá o que se toca com a flauta ou com a cítara?
8 Porque, se a trombeta
der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?
9 Assim também vós, se
com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o
que se diz? porque estareis como que falando ao ar.
10 Há, por exemplo,
tanta espécie de vozes no mundo, e nenhuma delas é sem significação.
11 Mas, se eu ignorar o
sentido da voz, serei bárbaro para aquele a quem falo, e o que fala será
bárbaro para mim.
LEITURA DEVOCIONAL
SEG.........................................................1Co
14.12
TER..........................................................1Co
12.1-11
QUA.........................................................Ef
4.8
QUI.........................................................1Pe
4.10
SEX.........................................................1Jo
4.1 SÁB.........................................................1Co 14.26
DOM........................................................1Co
2.3,4
ESTUDANDO A BÍBLIA
Caro professor, à
semelhança da igreja de Corinto, a igreja atual tem abundância de dons
espirituais, porém, varias comunidades locais continuam ignorantes a respeite.
Ainda hoje é possível
verificarmos muitas manifestações essencialmente emocionais e carnais com o
título de "espirituais" dentro da igreja; tais como "unção do
riso, "unção dos quatro seres viventes", "cair no
espírito", "autopromoção e supervalorização de indivíduos
supostamente espirituais, e outros demonstrando ingenuidade e ignorância das
pessoas quanto as coisas espirituais e, sobre tudo, no que diz respeito ao
ensinamento bíblico. Hoje você terá uma grande oportunidade de instruir seus
alunos sobre a devida utilização dos dons dentro e fora da igreja local. Faça
isso como responsabilidade e reverência!
Em pleno século 21 ainda
existem pessoas que preferem não acreditar na atualidade dos dons espirituais,
dizendo que eles cessaram no primeiro século; e outras que escolhem acreditar
apenas em alguns dons. Entretanto, ao estudarmos a Bíblia Sagrada e a história
da Igreja, em especial a das Assembleias de Deus no Brasil, percebemos que o
doador dos dons espirituais, o Espírito Santo, continua operando e equipando
sua amada Igreja com seus extraordinários dons, conforme sua perfeita vontade (1Co
12.11).
Longe de serem
realidades do passado, os dons são atuais, úteis e necessários à vida da Igreja
de Cristo. Vejamos o que a Palavra de Deus nos diz sobre eles.
O CONCEITO DE DONS
ESPIRITUAIS
Em primeiro lugar,
devemos afirmar que os dons espirituais não devem ser confundidos com
habilidades humanas herdadas ou aprendidas por meio de esforços físicos e intelectuais. Eles não têm sua origem na
terra, mas são dos céus, vêm de Deus (Ef 4.8; Tg 1.17); não são concedidos por
méritos pessoais, mas pela graça divina 12.6; 1 Pe 4.10).
Segundo o pastor e
teólogo Elinaldo Renovato, os dons espirituais são "habilidades dadas a
cada pessoa pelo Espírito Santo", cujo propósito é o de "capacitar os
salvos em Cristo Jesus, como membros da Igreja, para que esta alcance sua
missão e seus objetivos". Paulo ensina que todo crente é dotado de um dom,
concedido soberanamente pelo Espírito Santo para o que for útil (l Co 12.7).
Outro aspecto
interessante sobre os dons espirituais diz respeito à sua utilização. Os dons
não devem ser utilizados para autopromoção, muito menos para a exposição
desnecessária das pessoas; eles precisam ser exercidos sem falsidade, em amor e
com responsabilidade (1Co 13), tendo em vista que eles devem promover
edificação do corpo de Cristo, a Igreja (l1Co 14.12). Paulo também ensina sobre
a necessidade de haver ordem e decência na manifestação pública deles no culto
(1Co 14.26-40).
Como é possível
observar, os dons espirituais são ferramentas indispensáveis à Igreja de Jesus,
tanto do passado como do presente. Valorize e utilize o seu dom de acordo com a
boa e perfeita vontade de Deus promovendo edificação e crescimento espiritual à
Igreja (1Co 14.26).
AUXILIO TEOLÓGICO
No Antigo Testamento,
escrito em hebraico, há várias palavras que traduzem o sentido de 'dom'. Dentre
elas destacamos os termos mattan, com o sentido de alguma coisa oferecida,
gratuitamente, ou presente', como em Provérbios 19.6; 21.14; ou como dote,
dádiva (Gn 34.12).
Há o termo maseth, que
também significa 'presente', 'dádiva' (Et 2.18; Jr 40.5); a mais usada, no
entanto, é minchach, que ocorre duzentos e nove vezes, com o significado de
'ofertas', 'presente' (SI 45.12; 72.10). Em todas as ocorrências, o sentido é
sempre o de algo que é dado ou oferecido gratuitamente. [...] No Novo
Testamento, escrito em grego, a palavra 'dom' assume de igual modo significados
diversos. O termo 'doma' indica a oferta de um 'presente', 'boa coisa' (Mt
7.11); o 'pão nosso' é uma dádiva de Deus (Lc 11.13); 'dons', concedidos por
Deus aos homens (£f 4.8), com base no Salmo 68.19. A palavra cháris indica 'dom
gratuito', ou 'graça' (2 Co 8.4). O termo charisma é muito utilizado em estudos
bíblicos, pois tem o significado de 'dons do Espírito' concedidos pela graçade
Deus, com propósito muito elevado; é relacionado ao termo ta charismata,
utilizado em 1Coríntios 12.4,9,28,30,31, que tem o sentido de 'dons da graça'.
Há o termo grego ta pneumática, usado por Paulo, em l Coríntios 12.1; 14.1, que
se refere a 'dons espirituais'. Em o Novo Testamento, os dons de Deus estão à
disposição de todos os que creem, com a finalidade de promover graça, poder e
unção à Igreja no exercício de sua missão, de forma que Cristo seja glorificado
(RENOVATO, Elinaldo. Dons Espirituais e Ministeriais. Rio de Janeiro: CPAD, 2014,
pp.11,12).
CLASSIFICANDO OS DONS
A lista dos nove dons
espirituais descritos em 1Coríntios 12.8-10, costumeiramente é classificada por
alguns estudiosos da Bíblia em três categorias, cada qual contendo três dons em
cada categoria, a saber:
(1) Dons de revelação:
Palavra da sabedoria, palavra do conhecimento e discernimento dos espíritos;
(2) Dons de poder: Dom
da fé, dons de curar e operações de milagres;
(3) Dons de expressão:
Dom de profecia, variedades de línguas e interpretação de línguas.
Os dons de revelação
manifestam o profundo conhecimento de Deus acerca de todas as coisas e do seu
cuidado em proteger sua Igreja das sutilezas do Adversário. Por intermédio da
palavra de sabedoria Deus orienta e aconselha sua Igreja convocando-a a não
depender da sabedoria humana (1Co 2.5).
No que diz respeito a
palavra do conhecimento, o dom está relacionado às coisas que não podemos
compreender por nossas faculdades intelectuais. E Deus iluminando a mente e o
coração do discípulo, concedendo conhecimento que vai além do intelecto humano.
Já o discernimento de espíritos envolve a capacidade de distinguir a origem de
uma determinada manifestação espiritual, a fim de que os espíritos enganadores
não tenham espaço na Igreja (1 Jo 4.1).
Quanto aos dons de
poder, eles visam à capacitação da Igreja para a proclamação do Evangelho na
força e no poder do Espírito Santo (1Co 2.4,5). O dom da fé não deve ser
confundido com a fé salvadora ou a fé como fruto do Espírito, ou fé natural,
mas como a capacidade espiritual para se realizar coisas que vão além da esfera
natural, trazendo manifestações extraordinárias do poder de Deus. Os dons de
curar atuam na cura de enfermidades de todos os tipos: físicas, emocionais ou
espirituais. Já a operação de milagres ou maravilhas, diz respeito a uma grande
manifestação do poder de Deus operando grandes mudanças na ordem natural das
coisas.
No que diz respeito aos
dons de expressão! eles têm por finalidade transmitir a vontade plena de Deus
para orientação e exortação do seu povo. Desta forma, o dom de profecia é a
comunicação de uma mensagem inspirada pelo Espírito com a finalidade de
edificar, exortar e consolar a Igreja de Cristo.
Entretanto, é importante
que nenhuma outra profecia, além da Bíblia Sagrada, seja utilizada para guiar a
Igreja ou para formar doutrina. Quanto ao dom de variedades de línguas, não se
pode confundi-lo com o falar em línguas como evidência do batismo com o
Espírito Santo, conforme nos apontam os nossos principais manuais de teologia
pentecostal. Ele possui dentre outras finalidades, a transmissão de uma
mensagem em línguas desconhecidas à igreja, razão pela qual é necessário o dom
de interpretação. Este dom tem como finalidade a interpretação de uma mensagem
espiritual transmitida à Igreja de Deus.
AUXILIO TEOLÓGICO
Natureza encarnacional
dos Dons
Os dons são
encarnacionais. Isto é, Deus opera através dos seres humanos. Os crentes
submetem a Deus sua mente, coração, alma e forças. Consciente e
deliberadamente, entregam tudo a Ele. O Espírito, então, os capacita de modo
sobrenatural a ministrar acima das suas capacidades humanas e, ao mesmo tempo,
a expressar cada dom através de sua experiência de vida, caráter, personalidade
e vocabulário. Os dons manifestos precisam ser avaliados, Isto não diminui em
nada a sua eficácia, pelo contrário, dá à congregação a oportunidade de testar,
pela Bíblia, sua veracidade e valor para a edificação. [...] Não precisamos ter
medo. O que Deus ministra através de sua vida, ministério e personalidade
talvez seja diferente do que Ele ministra através dos outros. Não devemos
pensar que estamos garantindo a perfeição quando temos um dom espiritual. Isto
pode ser avaliado por outras pessoas, com amor cristão. Basta sermos vasos
submissos, buscando edificar o corpo de Cristo" (HORTON, Stanley M. (Ed.).
Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996,
p.470).
DONS DE LÍNGUA E DOM DE
PROFECIA; PARA QUE SERVEM?
De acordo com o texto
bíblico, em especial o de1 Coríntios 14, tanto o dom de línguas quanto o de
profecia possuem finalidades distintas, porém, complementares.
Para Paulo, o falar em
outra língua deve ser acompanhado de sua interpretação, por algumas razões:
(1) quem fala, fala a
Deus e não aos homens;
(2) não entende e nem é
entendido, pois fala em mistério;
(3) edifica a si mesmo e
não à igreja;
(4) constitui um sinal
para os descrentes, mas também um ato de loucura para os incrédulos, dependendo
da forma como é utilizado (w. 2,4,13,14, 22, 23). Logo, para que haja
edificação na igreja é indispensável sua devida interpretação. Assim, ao expor
essas questões, o apóstolo não tem em mente proibir ou inibir o uso do dom,
como fica claro no versículo 39, mas instruir sobre a maneira correta de
manifestá-lo num cultuo público. Até porque o propósito básico das línguas
estranhas com interpretação é adorar a Deus e encorajar os outros a fazer o
mesmo.
Coloque V para
verdadeiro F para falso.
[ ] Os dons espirituais
são habilidades humanas herdadas.
[ ] O dom de profecia
nada mais é que uma habilidade humana de interpretar as Escrituras.
[ ] Os dons não devem
ser utilizados para autopromoção.
[ ] Quem fala em línguas
fala a Deus e não aos homens.
[ ] O dom da fé é
sinónimo da fé salvífica.
[ ] O propósito básico
das línguas estranhas com interpretação é adorar a Deus e encorajar os outros a
fazer o mesmo.
Já a profecia, segundo o
ensinamento do apóstolo, é um dom "superior" ao de línguas porque
quem anuncia a mensagem de Deus (profetiza), fala direto às pessoas,
ajudando-as e dando-lhes coragem e consolo (v.3), bem como produz convencimento
do pecado, rendição e adoração a Deus (vv.24,25). Entretanto, é interessante
observarmos que a profecia não está acima do julgamento da congregação (v.29),
pois o apóstolo dos gentios recomenda a avaliação do conteúdo da profecia.
Sendo assim, como
corretamente evidenciou o teólogo pentecostal David Lim "as línguas servem
como indicador; a profecia, como comunicador. As línguas chamam a atenção aos
atos poderosos de Deus; a profecia conclama ao arrependimento e à fé como forma
de corresponder aos atos poderosos de Deus".
AUXÍLIO DIDÁTICO
Prezado professor, leve
uma música cristã em inglês para sala de aula e após colocá-la para seus alunos
ouvirem, pergunte-os acerca do conteúdo da letra. A menos que algum deles saiba
inglês, ninguém conseguirá traduzir e, consequentemente, entender a letra,
ficando a mesma inteligível. Em seguida, leia 1 Co 14.1-13 e discuta com eles
sobre o texto. Explique-os que o dom de interpretação se faz necessário para
traduzir o dom de variedade de línguas, a fim de que o conteúdo da mensagem
anunciada em línguas desconhecidas se torne compreensível aos ouvintes.
RECAPITULANDO
A igreja local precisa
reconhecer a necessidade dos dons espirituais, bem como amadurecer a forma de
utilizá-los, pois eles foram dados pelo Espírito para edificação e crescimento
dela e não para orgulho pessoal ou divisão local. Assim, o propósito dos dons
não é a exaltação de quem os exerce, mas o serviço aos demais membros do Corpo
de Cristo e tudo para a glória de Deus.
O fato de alguns, em
nosso tempo, utilizarem de forma irresponsável os dons não deve produzir em nós
uma atitude de desprezo por essas capacitações espirituais, muito pelo
contrário, deve nos estimular a buscá-los com zelo e praticá-los com amor.
Que sejamos bons
administradores dos diferentes dons recebidos da parte de Deus, Utilizando o
nosso dom para a glória de Deus e o bem da Igreja de Cristo (1Pe 4.10,11),
REFLETINDO
1. Quem é o doador dos
dons espirituais?
O Espírito Santo.
2. De acordo com
1Corintios 12.8-10 quantos e quais são os dons espirituais?
Nove dons espirituais. A
saber: Palavra de sabedoria, palavra do conhecimento, fé, dons de curar,
operações milagres, profecia discernimento de espíritos, variedade de línguas,
capacidade de interpretá-las.
3. Segundo o apóstolo
Paulo, por que a variedade de línguas precisa de interpretação?
O Apóstolo Paulo
recomenda que o que fala em outra língua deve orar para que a possa
interpretar.
Lição 4- Confrontando a
Nossa Natureza
DESTAQUE
Porque o que nossa natureza
humana quer é contra oque o Espírito Santo quer, e o que o Espírito quer é
contra o que a natureza humana quer. Os dois são inimigos, e por isso vocês não
podem fazer o que vocês querem (Gl 5.17).
TEXTO BÍBLICO
Gálatas 5.16-26
16 Digo, porém: Andai em
Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne.
17 Porque a carne cobiça
contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro,
para que não façais o que quereis.
18 Mas, se sois guiados
pelo Espírito, não estais debaixo da lei.
19 Porque as obras da
carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza,
lascívia,
20 Idolatria,
feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões,
heresias,
21 Invejas, homicídios,
bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos
declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o
reino de Deus.
22 Mas o fruto do
Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão,
temperança.
23 Contra estas coisas
não há lei.
24 E os que são de
Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.
25 Se vivemos em
Espírito, andemos também em Espírito.
26 Não sejamos cobiçosos
de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros.
LEITURA DEVOCIONAL
SEG.......................................................Lc
6.43-45
TER........................................................Jo
15.16
QUA........................................................Rm
8.12,13
QUI.........................................................Ef
4.17-24
SEX............................................................Cl
3.1-3,5-11 SÁB............................................................Gl
5.16
DOM.......................................................Rm
13.13,14
ESTUDANDO A BÍBLIA
Não podemos nos esquecer
de que os seres humanos são produto tanto da Criação como da Queda; embora
criados à imagem e semelhança de Deus, fomos deformados pelo pecado. Depois que
o pecado entrou no mundo nunca mais fomos os mesmos. Agora, a criatura vive em
conflito com o Criador, com seus semelhantes e o restante da Criação; vive
segundo sua natureza pecaminosa. Somente a ação poderosa do Espírito Santo no
interior do ser humano pecaminoso é capaz de transformá-lo em nova criatura e
conduzi-lo à liberdade plena para uma vida frutífera.
O CONFRONTO COM A NOSSA
NATUREZA
Todos nós passamos da
condição de inimigos para amigos de Deus por meio da graça revelada em Jesus
Cristo no Calvário. Entretanto, apesar desta nova condição desfrutada a partir
do novo nascimento (Jo 3.3-8; Gl 3.2; 4.29), ainda que perdoados, purificados e
habitados pelo Espírito Santo, não deixamos de hospedar, dentro de nós, uma
fera chamada "carne". Tal expressão, no capítulo cinco de Gaiatas,
sobre a qual iremos refletir, não guarda nenhuma relação com aquilo que envolve
o nosso esqueleto, ou o corpo, mas sim com a natureza pecaminosa que herdamos
de nossos primeiros pais, Adão e Eva, quando resolveram desobedecer ao Criador
(Gn 3). A partir desse raciocínio Paulo diz que diariamente, em nós, ocorre um
conflito, uma luta, uma ferrenha oposição entre nossa velha natureza (carne) e
o Espírito Santo, pelo qual recebemos essa nova natureza por intermédio do novo
nascimento (Gl 5.17).
Como solução do conflito
entre a carne e o Espírito que ocorre em nosso interior, a Bíblia nos convida a
lutar contra a carne, mas entregando totalmente o controle da nossa vida ao
Espírito Santo, a fim de que Ele, que é capaz de efetuar em nós a verdadeira
justiça que vem pela fé, nos ajude a combater efetivamente os desejos de nossa
natureza pecaminosa, a qual conspira diuturnamente contra Ele e,
conseguintemente, a nossa santidade (5. 1.16-25). Ora, o Espírito Santo não é
uma influência ou força ativa; Ele é uma pessoa divina, assim como o Pai e o
Filho. De maneira que se o Filho, na cruz, pagou o preço pelos nossos pecados
como parte do plano que o Pai nos planejou, é o Espírito Santo que aplica isso
à nossa vida quando nos submetemos a Ele.
Somente pelo e no
Espírito somos fortalecidos e podemos vencer a carne. Não abra mão de viver uma
vida cheia do Espírito Santo. Não temos nada a perder, muito pelo contrário,
com o Espírito e em sua força somos mais que vencedores.
Ande no Espírito! mento
marca uma maneira completamente diferente de vivermos, que é permitir o
Espírito de Deus dirigir nossa vida (vv.16,18). Agora, como bem afirmou Paulo,
"já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem vive em mim" (2.20). Ou
seja, aqueles que andam no Espírito têm sua carne controlada, mortificada
diariamente, e neles o Espírito produz o que o apóstolo chamou de
"fruto". Na carta, o "fruto do Espírito" apresenta nove
virtudes que descrevem a atitude do cristão para com Deus, consigo mesmo e com
próximo:
1) Atitudes relacionadas
a Deus: amor, alegria, paz;
2) Atitudes relacionadas
ao próximo: paciência, delicadeza, bondade;
3) Atitudes relacionadas
com o indivíduo: fidelidade,
humildade, domínio
próprio.
AUXILIO TEOLÓGICO
Andai em Espírito e não
cumprireis a concupiscência da carne' (Gl 5.16-18).
O motivo de sermos
verdadeiramente livres não é o fato do nosso passado ter sido mudado, ou o fato
dos nossos sentimentos atuais terem mudado. Ainda podemos nos sentir
inadequados, inseguros, hesitantes, e com medo. Nós somos livres porque Deus
nos deu o seu Espírito Santo.
O Espírito de Deus em
nosso interior nos capacita. Liberdade não significa uma vida sem conflitos,
significa a possibilidade de viver sem experimentar derrotas! As nossas
fraquezas não precisam nos arrastar para baixo, o nosso passado não mais nos
incapacita. O Espírito Santo está ao nosso lado na guerra contra os desejos da
nossa natureza pecadora. Nós não olhamos mais para a Lei, e lutamos. Olhamos
para o Espírito Santo, confiamos nEle, e fazemos o que é certo" (RICHARDS,
Lawrence 0. Comentário Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2012,
p.848).
FRUTO DO ESPIRITO X
OBRAS DA CARNE
Dando sequência em seu
argumento, Paulo fala de dois tipos de comportamentos possíveis produzidos
pelas respectivas naturezas quando assumem o controle de nossas vidas, a saber:
1. Obras da Carne
(vv.19-21). As obras da natureza humana caída, embora invisíveis, são
conhecidas por todos: "As coisas que a natureza humana produz são bem
conhecidas" (Gl 5.19). Ainda que não exaustiva, o apóstolo relaciona, em
uma lista, quinze práticas que demonstram uma vida controlada pêlos desejos
humanos pecaminosos, conhecidas como obras da carne. Tais obras, segundo o pastor
John Stott, abrangem pelo menos quatro áreas da vida humana:
1) área do sexo:
imoralidade sexual, impureza e ações indecentes;
2) área da religião:
Adoração de ídolos, feitiçarias;
3) área social:
inimizades, brigas, ciumeiras, acessos de raiva, ambição egoísta, desunião,
divisões, invejas; e
4) área da alimentação:
bebedeiras e farras.
Paulo deixa evidente que
aqueles que escolhem viver suas vidas debaixo do domínio da natureza
pecaminosa, produzindo suas más obras, recebem uma dura advertência: [...] não
receberão o Reino de Deus" (v.21).
2. Fruto do Espírito
(vv.22,23).
A nova natureza que
recebemos com o novo nascimento marca uma maneira completamente diferente de
vivermos, que é permitir o Espírito de Deus dirigir nossa vida (vv.16,18).
Agora, como bem afirmou Paulo, "já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem
vive em mim" (2.20). Ou seja, aqueles que andam no Espírito têm sua carne
controlada, mortificada diariamente, e neles o Espírito produz o que o apóstolo
chamou de "fruto".
Na carta, o "fruto
do Espírito" apresenta nove virtudes que descrevem a atitude do cristão
para com Deus, consigo mesmo e com próximo:
1) Atitudes relacionadas
a Deus: amor, alegria, paz;
2) Atitudes relacionadas
ao próximo: paciência, delicadeza, bondade;
3) Atitudes relacionadas
com o indivíduo: fidelidade, humildade, domínio próprio.
Aqueles que andam no
Espírito e manifestam visivelmente seu fruto, o apóstolo ratifica: "Contra
essas coisas não existe lei" (v.23).
Não se esqueça, sua nova
natureza tem sede de comunhão com Deus e de uma vida santa. Porém, sua velha
natureza anseia pelos perversos desejos pecaminosos.
AUXILIO TEOLÓGICO
A vida pelo Espírito'
(5.13-26) [...] Deus não nos libertou da Lei para que pudéssemos nos comportar
de maneira ilegal, mas para que ao confiarmos completamente no Espírito, Ele
pudesse
transformar nosso
interior. [...] A primeira lista contém quatro categorias distintas de atos da
carne. Cada uma delas é um comportamento, um ato público e não uma
característica de personalidade... Em contraste, a lista que Paulo fornece do
Fruto produzido pelo Espírito não inclui nenhum ato nem comportamento
específico! Tudo nesta lista é interior, uma qualidade de caráter. Por que
Paulo não faz estas duas listas estritamente correspondentes e contrasta as
ações devotas com as ações pecadoras, ou contrasta as características devotas
da personalidade com as pecaminosas? Quem sabe a melhor explicação é que a Lei,
que os judaizantes tanto elogiavam, lida somente com o exterior em sua
abordagem à justiça. Ela está relacionada com o que uma pessoa faz, e não com o
que a pessoa é... Na melhor hipótese, o que fazemos é apenas um reflexo do que
somos. A maneira de se produzir justiça é fazer uma mudança interior para que a
pessoa torne-se realmente amorosa e boa" (RICHARDS, Lawrence 0. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.414).
A MANIFESTAÇÃO DO FRUTO
DO ESPÍRITO
O fruto do Espírito se
manifesta em nossas vidas por meio das obras. Não há como negar que nossas
atitudes falam mais alto
que as palavras. Foi o
próprio Jesus quem disse que as pessoas são conhecidas ou reveladas pela
qualidade dos frutos que produzem, pois "a árvore boa não dá frutas ruins,
assim como a árvore que não presta não dá frutas boas" (Lc 6.43). Ou seja,
assim como a mangueira não pode produzir nada diferente de manga, igualmente o
ser humano descomprometido com Deus - que rejeitou Jesus Cristo como seu
Salvador e Senhor - não pode produzir nada além de obras que manifestam os
desejos pecaminosos escondidos em seu coração.
O fruto que o Espírito
Santo produz em nós não é produzido para ser apenas admirado ou usado como
adereço, ou ainda, publicado como troféu nas redes sociais, a fim de ser
compartilhado ou curtido. Mas para ser oferecido como alimento às pessoas
carentes da graça de Deus que estão em nosso redor, pois elas estão famintas e
sedentas de amor, alegria, paz, paciência, delicadeza, bondade, fidelidade,
humildade e domínio próprio.
Jesus é a videira
verdadeira e nós os galhos, enquanto estivermos ligados nEle, o Espírito Santo
produzirá belos e saborosos frutos em nós (Jo 15), pois o próprio Cristo disse
"não foram vocês que me escolheram; pelo contrário, fui eu que os escolhi
para que vão e deem fruto e que esse fruto não se perca. Isso a fim de que o
Pai lhes dê tudo o que pedirem em meu nome" (Jo 15.16).
AUXILIO TEOLÓGICO
O Relacionamento entre
os Dons e o Fruto' Qual o relacionamento entre os dons e o Fruto do Espírito? O
Fruto tem a ver com o crescimento e o caráter; o modo da vida é o teste
fundamental da autenticidade.
O Fruto, em Gaiatas
5.22,23, consiste nas "nove graças que perfazem o Fruto do Espírito - o
modo de vida dos que são revestidos pelo poder do Espírito que neles
habita". Jesus disse: "Por seus frutos os conhecereis" (Mt 7.16-20);
ver também Lc 6.43-45). Os aspectos do Fruto estão entrelaçados de modo
delicado nas três passagens que falam dos dons. Tanto em Gaiatas quanto nos
textos que definem os dons, as qualidades do Fruto fluem horizontalmente entre
si no ministério (1Co 13; Rm 12.9,10;Ef 4.2).
O tema principal de
Gaiatas não é a justificação pela fé, embora pareça predominar. O fato é que o
propósito da justificação pela fé é o andar no Espírito. A mesma ênfase no
andar (ou vida) no Espírito prevalece nas lições às igrejas na Ásia Menor
(Éfeso), na Acaia (Corinto) e na Itália (Roma)" (HORTON, Stanley M. ed.
Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996,
p.488).
Recapitulando
Nós cristãos vivemos uma
luta interna permanente. A carne e o Espírito lutam pelo controle de nossa
vida, a carne ao dominar o ser humano produz obras perversas. Em contrapartida,
o Espírito ao assumir o controle de nossa vida produz em nós amor, alegria,
paz, paciência, delicadeza, bondade, fidelidade, humildade e domínio próprio.
Devemos assumir um
compromisso diante de Deus e dos homens de sermos adolescentes guiados peio
Espírito Santo, pois assim seremos capazes de influenciar uma geração perversa
e rebelde. Somente pelo Espírito somos capazes de vencer a carne e frutificar
em toda boa obra. Jesus disse: "sem mim vocês não podem fazer nada"
(Jo 15.5). Viva pelo Espírito. Ande no Espírito.
Refletindo
1. Como e possível
vencer a natureza pecaminosa?
Somente pelo e no
Espírito somos fortalecidos e vitoriosos sobre ela.
2. Quando o apóstolo
Paulo refere-se à "carne", ele tem em mente o nosso corpo físico?
Não. Ele tem em mente a
natureza humana caída
3. Onde e como podemos
manifestar o fruto do Espírito?
O fruto do Espírito se
manifesta em nossas vidas por meio de nossas obras, palavras e ações concretas.
Lição 5- Efésios: a
Carta da Fé, do Amor e das Virtudes
TEXTO BÍBLICO
Efésios 2.1-10
1 E VOS vivificou,
estando vós mortos em ofensas e pecados,
2 Em que noutro tempo
andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar,
do espírito que agora opera nos filhos da desobediência.
3 Entre os quais todos
nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da
carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros
também.
4 Mas Deus, que é
riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou,
5 Estando nós ainda
mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo ( pela graça sois
salvos ),
6 E nos ressuscitou
juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus;
7 Para mostrar nos
séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para
conosco em Cristo Jesus.
8 Porque pela graça sois
salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.
9 Não vem das obras,
para que ninguém se glorie;
10 Porque somos feitura
sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para
que andássemos nelas.
DESTAQUE
"Pois pela graça de
Deus vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas é um presente
dado por Deus. A salvação não é o resultado dos esforços de vocês; portanto,
ninguém pode se orgulhar de tê-la.” (Ef 2.8,9)
LEITURA DEVOCIONAL
SEG.......................................................Ef
2.1-4
TER........................................................Jo
2.15
QUA........................................................Gl
5.16-21
QUI.........................................................Rm
5.8
SEX............................................................Mt
5.13,14 SÁB............................................................Ef 2.10
DOM.......................................................Rm
5.1
ESTUDANDO A BÍBLIA
Caro professor, você tem
orado petos seus alunos? Certamente eles precisam de sua ajuda. Muitos
enfrentam grandes problemas em suas casas, com seus familiares; outros possuem
problemas de ordem emocional, física e espiritual. A oração é uma ferramenta
muito importante para a professor da Escota Dominical, Por meio dela temos a
oportunidade de apresentar a nossa vida e a dos nossos alunos a Deus. Sugiro
que você, sempre ao iniciar as aulas, convoque a classe a manifestar seus
pedidos de oração para que uns orem pelos outros.
Mostre-se atencioso e
preocupado com os problemas e dilemas mais simples que eles confidenciarem a
você. Faça questão de sempre após uma boa conversa, terminar com uma oração, a
fim de incentivá-los a confiarem a Deus seus medos e preocupações.
Paulo escreveu aos
efésios quando estava preso em Roma, por volta de 61 d.C. Essa carta não foi
escrita para responder questões problemáticas levantadas pela igreja, mas para
encorajar os santos e compartilhar "uma visão exaltada da Igreja de
Cristo". Conforme afirmou o comentarista bíblico Lawrence Richards, nela
"descobrimos nossa identidade como o corpo de Cristo, como um templo que
está sendo edificado pelo Espírito Santo, e como a família de Deus".
O apóstolo começa sua
carta louvando a Deus pelas bênçãos recebidas, ação de graças e oração (Ef
1.3-23); em seguida, narra a reconciliação entre judeus e gregos (2.1-22);
exorta os irmãos a manterem-se unidos (4.1-5.20), bem como a permanecerem em
Cristo e no Espírito para resistirem aos poderes do mal (6.10-20).
A partir de agora
passaremos a refletir sobre o alcance universal da obra de Cristo na Cruz do
Calvário.
QUEM NÓS ÉRAMOS ANTES DE
ESTAR EM CRISTO?
Essa pergunta diz
respeito à nossa condição espiritual no passado, quando nós ainda não havíamos
confessado Cristo como Senhor e Salvador de nossas vidas.
A resposta de Paulo a
esta pergunta envolve três aspectos:
a) Estávamos
"espiritualmente mortos" (2.1). Em Adão, independente de cor,
condição social ou capacidade intelectual, todos nós fomos feitos pecadores, e
por isso, estávamos "afastados da presença gloriosa de Deus" (Rm
3.23). Com o pecado, o ser humano morreu espiritual e fisicamente, e teria
morrido eternamente se não tivesse aceitado a provisão de salvação oferecida
pelo Pai por intermédio do seu Filho. O pecado nos tornou inimigos de Deus.
b) Seguíamos "o mau
caminho deste mundo" (2.2). Ou seja, vivíamos com base no pensamento
mundano, hostil e descompro-metido com os valores eternos de Deus revelados em
sua Palavra (Cl 3.5-7). Éramos, nas palavras de João, "amantes do
mundo" (ijo 2.15); escravos de "argumentos sem valor, que vêm da
sabedoria humana. Essas coisas vêm dos ensinamentos de criaturas humanas e dos
espíritos que dominam o Universo" (Cl 2.8); percorríamos as "trilhas
de Satanás" ao invés de andarmos no caminho de Deus.
c) Vivíamos de acordo
com a nossa natureza humana, fazendo o que o nosso corpo e a nossa mente
queriam (2.3).
O apóstolo afirma que a
nossa vontade era satisfazer nossa própria natureza pecaminosa. Éramos escravos
de nossa natureza e as obras que praticávamos eram más, porque brotavam de um
coração enganoso e perverso (Mc 7.21-23), que conspira contra o que o Espírito
deseja (Gl 5.16-21).
Como podemos perceber,
nosso problema não estava no lado de fora, mas nas profundezas de nosso próprio
coração. Como diz o apóstolo Paulo, éramos filhos da ira, merecedores do justo
castigo de Deus; pecadores nas mãos de um Deus irado. Mas graças a Deus que
apesar de um passado de inimizade e justa condenação pelos pecados praticados,
na Cruz do Calvário Jesus Cristo ofereceu-se a Deus por nós, para nos salvar,
oferecendo-nos seu gracioso perdão. Hoje temos paz com Deus por meio de Jesus
Cristo (Rm 5.1).
AUXÍLIO TEOLÓGICO
Entendendo o Texto
Estando vós mortos em
ofensas e pecados1 (Ef 2.1-3). O termo "morto" é um dos conceitos
bíblicos mais espantosos e complexos.
Nós entendemos a morte
biologia e até certo ponto a perdição espiritual est exemplificada nela. Assim
como o corpo morto não pode sentir ou responder d mundo material, também o
espírito perdido não pode sentir ou responder a Deus. Mas a morte espiritual
vai além disso, implicando a corrupção. Assim como o corpo físico si deteriora,
também o espiritualmente morto se torna infestado de todo tipo de corrupção.
Os espiritualmente
mortos andaram segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades
do ar [Satanás].
A carne apodrecida dos
espiritualmente mortos sofre e geme sob o domínio das 'inclinações da... carne'
(v. 3, ARA), cujos desejos e pensamentos os perdidos seguem cegamente. O
retrato vívido mostrado por Paulo é horrível, e poderia nos fazer recuar. Mas
ele queria que nós entendêssemos que esta é a matéria-prima da qual Deus
constrói a sua igreja! Esta massa de corrupção é a que Deus pretende usar para
mostrar a sua glória e a beleza da sua santidade. Não é agradável. Mas é importante
que sejamos totalmente honestos com nós mesmos e com Deus. Paulo fez esta
descrição, e disse: 'Este era você'. Ele prosseguiu, 'Todos nós também vivemos
entre eles outrora, andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da
carne e dos pensamentos'. Graças a Deus isso é o que nós éramos, e não o que
somos! E graças a Deus que Ele, assim mesmo, achou conveniente fazer com que
você e eu pertencêssemos a Ele" (RICHARDS, Lawrence O. Comentário
Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp.855,56).
SALVOS PELA GRAÇA
MEDIANTE A FÉ
A salvação é um presente
maravilhoso de Deus à humanidade. Não é fruto da engenhosidade dos filhos dos
homens, mas do planejamento do Pai (Ef 1.4-6); não é conquistada por esforços
pessoais de homens e mulheres bem-intencionados, mas ofertada gratuitamente
pelo incalculável preço pago com o sangue de Jesus Cristo, o Filho (Ef 1.7-12).
Essa salvação é aplicada e confirmada pelo Espírito Santo, o qual nos marcou
como propriedade de Deus, sendo Ele mesmo a garantia de que receberemos o que
Deus prometeu ao seu povo (Ef 1.13,14).
Paulo destaca que a
salvação, do início ao fim, é obra de um Deus misericordioso e amoroso (Rm 5.8;
Ef 2.4,5) que vem ao nosso encontro por intermédio de seu Filho Jesus Cristo.
Se no passado estávamos mortos espiritualmente, no presente estamos vivos em
Cristo. Agora pela graça de Deus somos salvos.
Em Efésios 2.8, o
apóstolo ressalta que a graça, e não as obras, é a fonte da nossa salvação;
caso contrário nos gloriaríamos em nossas próprias obras. Pois graça é o favor
de Deus para com aqueles que nada merecem. Entretanto, como bem afirmou o
pastor Myer Pearlman: "uma dádiva precisa ser aceitada. Como é que um
homem aceita a salvação? Mediante a fé... A fé é a mão que recebe aquilo que Deus
oferece".
Como é possível
observar, a salvação não pode ser comprada nem tampouco vendida pelos seres
humanos. Ela não é uma moeda de troca, um bem negociável, mas um presente
recebido pela fé das mãos de um Deus gracioso e que deve ser cuidado por nós.
Não se esqueça: você não
é salvo porque é bom, bonito ou religioso, mas porque a graça de Deus revelada
em Jesus o salvou. Valorize isso. Testemunhe dessa salvação. Não abra mão deste
presente, é valioso demais para ser jogado na lata do lixo ou ser apagado como
se faz com algo indesejado nas redes sociais.
AUXILIO DIDATICO
Professor, como nos
tempos de Lutero, ainda hoje existem pessoas e instituições religiosas que
tentam de alguma maneira comercializar a salvação e/ou a bênção de Deus. As
indulgências do passado continuam sendo vendidas e compradas por centenas de
religiosos na atualidade. No mercado da fé surge vassoura, cimento, rosa,
tijolo, água, sabonete, lenço ungido com preços exorbitantes. Entretanto, é
preciso que você sedimente no entendimento dos alunos que nada que façamos é
capaz de tornar a salvação um direito nosso, senão a graça de Deus. Reafirme na
aula de hoje que a cura, a prosperidade e a salvação não podem ser compradas.
Elas são dádivas de Deus aos homens.
UMA VIDA DE AMOR E DE
BOAS OBRAS
Se é verdade que não
fomos salvos porque praticamos boas obras, também é verdade que somos salvos
para praticar as boas obras. Pois são por elas que demonstramos nosso amor,
gratidão e serviço a Deus e aos homens. Paulo deixa isso claro quando diz que
"em nossa união com Cristo Jesus, ele nos criou para que fizéssemos as
boas obras que eleja havia preparados para nós" (2.10). A prática das boas
obras não é uma opção para os salvos, mas um compromisso com o Deus que nos
salvou.
Jesus, no sermão da montanha,
disse aos seus discípulos que eles deveriam ser o "sal da terra" e a
"luz do mundo" (Mt 5.13,14). Essas alegorias revelam o compromisso
que Jesus espera de seus seguidores para com o mundo. Eles devem exercer
influência positiva, contagiante e transformadora tanto
na terra que está em
estado de deterioração como no mundo marcado por profundas trevas, por causa do
pecado; devem praticar boas obras para que os homens as vejam e glorifiquem ao
Pai que está nos céus (Mt 5.16). O Pai deve ser glorificado não apenas com
mensagens virtuais, mas acima de tudo com atitudes reais na vida.
Essa influência só será
possível com um engajamento radical de nossa parte. Precisamos tornar nossa
vida um instrumento de glorificação a Deus e de serviço ao próximo. Devemos
utilizar toda nossa capacidade intelectual, criativa, emocional e física para o
Reino de Deus. Nossas relações, sejam interpessoais ou virtuais, devem revelar
Cristo. O nosso compromisso deve ser integral; precisamos cuidar não só do
próximo, mas também da terra que o Senhor nos deu (Gn 2.15); precisamos orar e
respeitar tanto as autoridades, como nossos pais (Ef 5); devemos falar a
verdade na igreja, mas também na escola, no trabalho, em casa. A nossa luz
precisa brilhar em todos os lugares onde as trevas do pecado estão a dominar.
AUXILIO TEOLÓGICO
Professor, embora ainda
hoje a Igreja Católica Apostólica Romana defenda a salvação pelas obras, é
importante reafirmarmos que fomos salvos pela graça de Deus para praticarmos
boas obras. Razão pela qual destacamos um texto do apologista cristão Dr.
Norman Geisler para reflexão em sala de aula com seus alunos: "[...] o
Catolicismo falha em não reconhecer a importante diferença entre obras para a
salvação e obras que surgem a partir da nossa salvação. Nós não fazemos nada
para obter a salvação; fazemos boas obras porque já recebemos a salvação. Deus
opera a salvação em nós por meio da sua justificação, e nós 'operamos a nossa
salvação com temor e tremor' pela sua graça (cf. Fp 2.12,13)" (GEISLER,
Norman. Teologia Sistemática. Vol.2. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.237).
Lição 6 – Alegrias e
Fidelidades
TEXTO BÍBLICO –
Filipenses 4.4-13
4 Regozijai-vos sempre
no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos.
5 Seja a vossa equidade
notória a todos os homens. Perto está o SENHOR.
6 Não estejais inquietos
por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de
Deus pela oração e súplica, com ação de graças.
7 E a paz de Deus, que
excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos
em Cristo Jesus.
8 Quanto ao mais,
irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo
o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma
virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.
9 O que também
aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de
paz será convosco.
10 Ora, muito me regozijei no Senhor por
finalmente reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas
não tínheis tido oportunidade.
11 Não digo isto como
por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.
12 Sei estar abatido, e
sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou
instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a
padecer necessidade.
13 Posso todas as coisas
em Cristo que me fortalece.
DESTAQUE
Tenha sempre alegria,
unidos no Senhor! Repito; Tenham alegria (Fl 4.4).
LEITURA DEVOCIONAL
SEG.......................................................Sl
16.11
TER........................................................Sl
51.8,15
QUA........................................................Lc
2.10
QUI.........................................................1Pe
4.13
SEX............................................................Sl
31.7 SÁB............................................................Fp 1.25
DOM...........................................................Mt
5.12
APRESENTAÇÃO
Professor,
inadvertidamente muitos de nós temos confinado a Educação Cristã às quatro
paredes do templo, aos domingos pela manhã e num período de tempo
aproximadamente 50 minutos de aula. Entretanto, caso não ampliemos campo de
ação e incluamos outros ambientes não convencionais junta ao nosso programa
educacional, correremos o risco de não frutificarmos tanto quanto poderíamos.
Nós precisamos entender que o mundo/a vida é a nossa sala de aula.
Devemos aproveitar todas
as oportunidades para ensinar e aprender. Jesus ensinou no monte, no barco, em
casas, no velório, no vale, no Templo, nas festas, e, à mulher samaritana no
poço.
Paulo fundou a igreja de
Filipos quando realizou sua segunda viagem missionária (At 16.9-40). Nessa
cidade, o evangelho da graça chegou de forma maravilhosa levando salvação à
vendedora de púrpura, Lídia (At 16.13,14), à jovem escrava de Satanás e dos
homens (At 16.16-18), ao carcereiro romano (At 16.27-34) e a muitas outras
pessoas.
A carta aos filipenses
foi escrita por Paulo quando ele estava preso na cidade de Roma, por volta de
62 d.C. Por intermédio dela o apóstolo agradeceu a generosidade dos irmãos
(4.15-18), mas alertou sobre os perigos da quebra da comunhão (2.3,4; 4.2) e da
heresia (3.2), bem como convocou os irmãos a se alegrarem no Senhor, razão pela
qual a epístola é chamada por alguns como a "carta da alegria".
O QUE É ALEGRIA?
De acordo com alguns
manuais de Ética Cristã, alegria ‘e' a emoção prazerosa resultante da
satisfação da sede insaciável do homem por uma vida mais plena. Essa definição
se confirma na prática quando observamos em todas as partes do mundo, entre
religiosos e ateus, das mais variadas idades, o empenho de homens e mulheres na
incansável busca da tão almejada alegria plena.
Em sua legítima busca
pela alegria, o ser humano tem sido distraído pelas ilusões momentâneas dos
prazeres sexuais, da aquisição de riquezas, do glamour oferecido pela fama, do
sucesso profissional, do consumismo e da sensação de autossuficiência
ocasionada pela aquisição do poder. Entretanto, em sua velhice, o sábio Salomão
entendeu o caráter transitório da alegria terrena fundamentada meramente no
prazer: não passa de vaidade (Ec 2.1-12).
Ao estudarmos a Bíblia
Sagrada, percebemos que a alegria está por todo lugar fazendo parte da história
de vida do povo de Deus (Dt 12.6,12; Fp 4.4; 1Pé 4.13). Ela é experimentada
quando o ser humano se aproxima do Eterno (SI 16.11) e recebe o seu perdão (SI
51.8,15) ou encontra o seu amor (SI 31.7). O próprio Evangelho é uma mensagem
de grande alegria (Lc 2.10). Só em filipenses o tema "alegria"
aparece dezesseis vezes (1. 4,18,25; 2.2,28; 3.1; 4.1,4,11).
O conteúdo da alegria
bíblica não está no entretenimento que distrai, mias no relacionamento com o
Deus que se revelou em Cristo Jesus para nos salvar e possibilitar a restauração
da comunhão que no jardim do Éden, por intermédio da Queda, foi afetada. Por
isso, o mundo não pode fios conceder ou remover essa alegria, pois esta vem
exclusivamente de Deus.
AUXILIO DEVOCIONAL
Sustentado pela Alegria
As suas mãos são torcidas
e os seus pés são inúteis. Ele não consegue tomar banho sozinho. Ele não
consegue comer sozinho, nem escovar os dentes, nem pentear o cabelo, nem vestir
a sua roupa debaixo. As suas camisas são fechadas por tiras de velcro. A sua
fala se arrasta como em uma fita cassete já muito usada.
Robert sofre de
paralisia cerebral.
A doença impede que ele
possa dirigir um automóvel, andar de bicicleta e sair para um passeio. Mas não
o impediu de concluir o colégio nem de frequentar as aulas da Universidade Crista
Abilene, onde obteve um título universitário em Latim. A doença não impediu que
ele lecionasse em um ginásio em Sr. Louis nem de ir para o outro lado do oceano
em cinco viagens missionárias.
E a doença de Robert não
o impediu de ser um missionário em Portugal.
Ele se mudou para
Lisboa, sozinho, em 1972. Ali, ele alugou um quarto de hotel e começou a
estudar português. Conheceu um dono de restaurante que poderia lhe dar comida
depois da hora do rush e um professor que poderia lhe ensinar o idioma.
Depois, ele passou a ir
diariamente a um parque onde distribuía folhetos que falavam de Cristo. Em um
período de seis anos, ele conduziu setenta pessoas ao Senhor, uma das quais
tornou-se a sua esposa, Rosa.
Recentemente ouvi Robert
em uma palestra. Eu vi outros homens carregando-o na sua cadeira de rodas até a
plataforma. Observei quando eles colocaram uma Bíblia no colo dele. Eu vi os
seus dedos rígidos e o seu esforço para abrir as páginas. E vi as pessoas na
plateia enxugando as lágrimas de admiração. Robert poderia ter pedido consolo
ou piedade, mas ele fez exatamente o oposto. Ele levantou a sua mão curvada ao
ar e anunciou: 'Tenho tudo o que preciso para ser alegre'.
As suas camisas são
fechadas com velcro, mas a sua vida é sustentada pela alegria" (LUCADO,
Max. Experimentando o coração de Jesus. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, pp.151,52).
TENHAM SEMPRE ALEGRIA,
UNIDOS NO SENHOR
Por mais estranha que
pareça a frase citada acima, ela não foi escrita por alguém que estava fazendo
a viagem turística dos seus sonhos. A frase é fruto de um homem maduro, que
embora esteja injustamente encarcerado, aprendeu a confiar e a descansar em
Deus em meio às circunstâncias que o convidavam a questioná-lo. Embora não
tivesse as rédeas da situação, Paulo cria no controle de Deus. O apóstolo é uma
prova de que embora a alegria possa ser ofuscada momentaneamente pelas
frequentes aflições do tempo presente (jo 16.20-22), ela será constantemente
renovada pelo Espírito Santo que habita em nós e por intermédio da esperança
eterna (Rm 8.22-30).
Escrevendo aos
filipenses, o apóstolo nos ensina algumas valiosas lições sobre a verdadeira
alegria desfrutada pelo povo de Deus:
a) Ela não é
circunstanciai.
Paulo está preso, porém
escrevendo e desfrutando da alegria interior. A soma dos problemas do lado de
fora do corpo não foi capaz de subtrair a alegria de dentro do seu coração.
b) Ela não é opcional.
O apóstolo dos gentios
exorta aos irmãos a se manterem alegres. Afinal de contas, eles têm o
Evangelho, o Reino e o Espírito Santo que nos oferecem alegria gratuita, plena
e verdadeira.
c) Ela não é humana.
O apóstolo diz:
"alegrem-se no Senhor". A nossa alegria não nasce a partir das
circunstâncias favoráveis nem tão pouco do coração enganoso do homem, mas de
Jesus Cristo — aquele que morreu, ressuscitou e está assentado à direita de
Deus Pai e que em breve voltará para tomar a sua "noiva" para si
eternamente.
d) Ela não é
descartável.
A alegria não é algo que
se desfaz como um copo de plástico. Ela é uma joia preciosa dada por Deus aos
homens e que precisa ser preservada e desfrutada diariamente em todos os mentos
da vida. Ela não acaba quando cru o sofrimento, pelo contrário, é em meio aos
sofrimentos, e sob a graça de Deus, que a nossa alegria é renovada.
Unidos a Cristo
triunfaremos em alegria diante das maiores tristezas que a vida possa nos
apresentar. Nele, somos mais do que vencedores (Rm 8.31-39), pois "essa
pequena e passageira aflição que sofremos vai nos trazer uma glória enorme e
eterna, muito maior do que o sofrimento" (2 Co 4.17).
AUXÍLIO DIDÁTICO
Professor, você precisa
conduzir seus alunos adolescentes ao amadurecimento. E para isso é preciso
tempo, dedicação, cuidado e amor sincero. Instrua-os mostrando que Deus tem
compromisso com eles independente das circunstâncias difíceis vivenciadas por
eles.
POSSO TODAS AS COISAS
NAQUELE QUE ME FORTALECE!
Paulo é um servo de Deus
exemplar. Sua vida inspira fidelidade a Deus, cuidado ao próximo e
contentamento com ávida. Após ordenar aos irmãos que se alegrassem no Senhor
(4.4), destacar o papel da oração como um antídoto à preocupação (4.6) e a
falar sobre a paz de Deus que guarda o coração e a mente daqueles que entregam
confiantemente suas inquietações ao Senhor em oração (4.7), o apóstolo Paulo
revela o porquê de ele poder todas as coisas em Cristo (4.10-23):
Faça um verso que
descreva a alegria cristã, utilizando as seguintes palavras: Cristo;
verdadeira; encontrar; prazer.
Resposta pessoal.
a) Ninguém nasce sabendo
tudo sobre o contentamento (v.11). Paulo aprendeu o segredo de viver contente.
Como é bom ter humildade para aprender. Infelizmente, muitos jovens que estão
iniciando a vida não têm paciência e humildade para ouvir experiências e
aprender lições com os mais velhos. E com isso acabam aprendendo as coisas da
fornia mais difícil e dolorosa. Porém, o apóstolo nos ensina que na vida é
preciso estar disponível ao aprendizado. Ele diz que aprendeu a viver contente;
significa estar satisfeito com o que tem, seja pouco ou muito (Pv 30.7-9; Mt
6.11).
b) As circunstâncias
geram vítimas ou vencedores (v.12). Paulo não foi vítima das circunstâncias,
pelo contrário, ele andou sobre as circunstâncias. Aprendeu a viver contente em
todos os lugares e em qualquer situação. Transitava com naturalidade entre a
escassez e a abundância. Apesar de ter razões suficientes para reclamar ou se
vitimar, escolheu acreditar na providência, no poder e na promessa de Deus. O
apóstolo não permitiu que as circunstâncias externas determinassem suas
atitudes internas. Ao invés de fracassar, escolheu triunfar sobre as
circunstâncias.
c) Contentamento nasce
da comunhão com Deus (v.13). O contentamento de Paulo não foi resultado de sua
autodisciplina, conhecimento intelectual, dons e talentos pessoais, experiência
ministerial ou f orça física. Ele é categórico ao dizer que a fonte de seu
contentamento e força foi Jesus Cristo. Que preciosa lição o apóstolo nos
ensina! Era o poder de Cristo nele que o habilitava a viver contente em todas
as situações. Jesus disse que sem Ele nada podemos fazer (Jo 15.5).
Assim como Paulo, cada
um de nós deve aprender a valiosa lição do contentamento para que possamos
triunfar sobre as circunstâncias sendo fortalecidos pela comunhão em Jesus
Cristo, para um dia dizermos com plena certeza: "Posso todas as coisas
naquele que me fortalece!".
Você tem contentamento
em Cristo?
AUXÍLIO PEDAGÓGICO
Professor, introduza o
terceiro tópico com a seguinte ilustração extraída do livro editado pela CPAD
Experimentando coração de Jesus, de Max Lucado: "Uma lenda da Índia conta
de um rato que morria de medo de gatos, até que um mágico o transformou num
gato. Isto resolveu o problema do seu medo... até que ele encontrou um
cachorro, então o mágico transformou-o num cachorro. Então o
rato-virado-gato-vira-do-cachorro ficou satisfeito até encontrar um tigre -
então, uma vez mais, o mágico transformou-o no que lhe dava medo. Mas quando o
tigre chegou reclamando que tinha encontrado um caçador, o mágico recusou-se a
ajudar. 'Eu vou transformar você novamente num rato, porque embora você tenha o
corpo de um tigre, ainda tem o coração de um rato'."
Em seguida, reflita com
eles sobre a questão do contentamento. Pergunte-os por que as pessoas se
demonstram tão insatisfeitas com o que são e têm. Diga-lhes que é preciso que
busquemos contentamento em Deus, para que possamos triunfar sobre todas as
circunstâncias da vida, pois é muito triste viver a vida refém das coisas que
nos cercam.
Procure em sua Bíblia
três versículos relacionados à alegria e transcreva-os abaixo:
Filipenses 4.4; Salmos
30.5; Salmos 16.11.
RECAPITULANDO
O ser humano peregrina
incansavelmente em busca da experiência da vida plena, da felicidade, da
alegria verdadeira. Experiência que só pode ser vivida por meio do
relacionamento sincero com Jesus Cristo.
O cristão, em meio às
adversidades da vida, é capaz de desfrutar da verdadeira alegria, uma vez que
ela não é circunstancial, opcional, humana ou descartável.
REFLETINDO
1. Você já teve uma
experiência de sofrimento em que seu coração foi confortado por uma alegria
inexplicável? Resposta pessoal.
2. Quais as quatro
lições abordadas nesta lição sobre a verdadeira alegria?
A alegria do cristão não
é circunstanciai, opcional, humana, descartável.
3. Corno você definiria
contentamento?
Lição 7- Vista-se do que
é Bom
TEXTO BÍBLICO –
Colossenses 3. 1-16
1 PORTANTO, se já
ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está
assentado à destra de Deus.
2 Pensai nas coisas que
são de cima, e não nas que são da terra;
3 Porque já estais
mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.
4 Quando Cristo, que é a
nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em
glória.
5 Mortificai, pois, os
vossos membros, que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, a afeição
desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria;
6 Pelas quais coisas vem
a ira de Deus sobre os filhos da desobediência;
7 Nas quais, também, em
outro tempo andastes, quando vivíeis nelas.
8 Mas agora,
despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência,
das palavras torpes da vossa boca.
9 Não mintais uns aos
outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos,
10 E vos vestistes do
novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou;
11 Onde não há grego,
nem judeu, circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas
Cristo é tudo em todos.
12 Revesti-vos, pois,
como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de
benignidade, humildade, mansidão, longanimidade;
13 Suportando-vos uns
aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra
outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também.
14 E, sobre tudo isto,
revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição.
15 E a paz de Deus, para
a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede
agradecidos.
16 A palavra de Cristo
habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e
admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais,
cantando ao SENHOR com graça em vosso coração.
DESTAQUE
"Vocês são povo de
Deus. Ele os amou e os escolheu para serem dele. Portanto, vistam-se de
misericórdia, de bondade, de humildade, de delicadeza e de paciência." (Cl
3.12)
LEITURA DEVOCIONAL
SEG.........................................................Rm
6.5-8
TER..........................................................Ef
2.5,6
QUA..........................................................Mt
6.33
QUI...........................................................Sl
119.19
SEX............................................................Jo
17.14 SÁB............................................................Gl 5.16
DOM...........................................................1Ts
4.1-4
APRESENTAÇÃO
Professor, educar não é
uma tarefa fácil, rápida, desprovida de reflexão e diálogo; não ocorre apenas
em um ambiente geográfico previamente definido; muito menos é algo que se
concretiza na mera transferência de informações da cabeça do professor para a
cabeça do aluno. Ao contrário, educar é um empreendimento extremamente
trabalhoso; requer tempo, dedicação, pesquisa, diálogo, criatividade,
dinamismo, integralidade, reflexão e amor. Quanto mais uma educação cristã que
tem em Cristo o seu fundamento e seu ensinamento como verdade plena, absoluta e
eterna?!
Para o desenvolvimento fiel desta tarefa, você
precisará atingir três objetivos:
1) Amar Quem o
vocacionou para o ministério do ensino (Deus), bem como àqueles que são a razão
de sua vocação (alunos);
2) Ser humilde para com
as pessoas e com o ensino; e
3) orar, expressando
profunda dependência de Deus.
Paulo escreveu aos
colossenses, quando esteve preso em Roma, com a finalidade de combater algumas
doutrinas novas que estavam sendo ensinadas na igreja, e ameaçando o futuro
espiritual daquela comunidade (Cl 2.8). Segundo o comentarista bíblico Warren
Wiersbe é possível perceber que esses novos ensinamentos eram uma
"combinação de filosofias orientais e de legalismo judaico com elementos
de uma crença que os estudiosos da Bíblia chamam de gnosticismo". Esse
grupo acreditava ser conhecedor das verdades profundas de Deus. Achavam-se
melhores do que os outros.
JUNTO DO PAI
Contraditando os falsos
ensinamentos, o apóstolo Paulo passa a mostrar aos colossenses que a nova vida
que passamos a viver em Cristo é marcada por três importantes momentos que
falam sobre o nosso relacionamento com Ele, a saber: morte, ressurreição e
ocultamente.
a) Momento em que fomos
mortos com Cristo (3.3).
Estávamos mortos
espiritualmente antes de conhecermos a Jesus Cristo e termos sido convencidos
pelo seu Espírito a entregar nossa vida ao seu grande amor (Ef 2.1). Ao nos
rendermos à graça de Deus fomos mortos em sua morte. Ou seja, fomos
crucificados com Cristo (Rm 6.5-8; Gl 2.20) e igualmente para o mundo (Gl
6.14). Razão pela qual podemos alcançar vitória sobre a nossa velha natureza
caída (carne) que conspira diuturnamente contra o Espírito Santo (Gl 5.16-18).
b) Momento em que fomos
ressuscitados com Cristo (3.1).
Ao experimentarmos sua
morte, recebemos o direito de desfrutarmos sua vida na ressurreição (Ef 2.5,6;
Cl 2.13). Jesus nos tirou da morte e nos colocou nas regiões celestiais. Agora
devemos viver comprometidos em buscar com empenho as "coisas que são do
céu, onde Cristo está sentado ao lado direito de Deus". Nós temos uma
certidão de nascimento espiritual!
c) Momento em que fomos
escondidos em Cristo (3.3).
Nossa vida não é mais do
mundo, mas de Cristo. Nosso prazer não está no pecado, mas na santidade. Não
nos escondemos mais de Deus por causa do pecado, mas fomos escondidos em Cristo
para triunfarmos sobre o pecado. Estamos escondidos em Cristo e unidos a Deus.
Nós temos um selo de propriedade espiritual!
Em Cristo, somos novas
criaturas, ressurretas e escondidas para desfrutarmos de um relacionamento
pleno com Deus, com o próximo e com a Criação. O desânimo não deve nos parar,
os inimigos não devem nos amedrontar, os falsos mestres não devem nos afastar
da verdade. Olhemos para o alto e vejamos Cristo assentado à direita de Deus.
Então, perceberemos que nós estamos seguros, pois nossa vida está escondida em
Cristo Jesus, o nosso Senhor.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
Morrer e ressuscitar com
Cristo
A existência do crente
está tão identificada com Jesus, que Paulo escreve sobre morrer com Cristo
'quanto aos rudimentos do mundo' e ressuscitar com Ele ([Colossenses] 2.20;
3.11). Essa linguagem repete a imagem de
[Colossenses] 2.9-15.
Ela reflete a mudança de identidade e submissão para que os padrões, métodos e
forças criadas do mundo não mais definam a vida. Em vez disso, Deus, que os
libertou em Cristo, guia e define a vida. Assim, aquele que tem a mente voltada
para o céu não deve fugir nem retrair-se, mas refletir as características divinas
da nova vida que Deus disponibilizou para os crentes (3.1-17)11 (ZUCK, Roy B.
Teologia do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.336).
PENSANDO NO QUE IMPORTA
O ser humano pensa o
tempo todo. Não conseguimos viver um minuto sequer sem produzir ou sermos
surpreendidos por algum tipo de pensamento, seja bom ou ruim. Pensamos na vida,
na morte, no passado, no presente, no futuro, na crise, na dor, no casamento,
na profissão, no namoro, na igreja, no céu, na terra. Entretanto, devemos ter
cuidado com o tipo de pensamento que produzimos, pois como acertadamente
afirmou o Dr. Augusto Cury: "quem é exigente com a qualidade dos produtos
que consome, mas não com a qualidade dos pensamentos que produz, trai sua saúde
psíquica".
O apóstolo Paulo convoca
aqueles que nasceram de novo a concentrar seus pensamentos nas "coisas lá
do alto e não nas que são aqui da terra" (3.2). Isso significa dizer que
precisamos empenhar tempo pensando nas coisas de Deus e do seu Reino. Nossa
vida não deve ser refém de pensamentos temporais, medíocres e sem esperanças,
antes deve ser oxigenada pela eternidade, pelo céu. Devemos buscar primeiro o
Reino dos céus e a sua justiça, pois as coisas que nos são necessárias nos
serão acrescentadas (Mt 6.33).
Pensar nas coisas do
alta não significa alienação com as coisas de baixo. Pelo contrário, é um
convite a colocarmos as coisas em seu devido lugar. E viver na terra sem tirar
os olhos do céu; é possuir endereço fixo lembrando-nos de que somos peregrinos
(SI 119.19; l Pé 2.11); é conquistar coisas sem ser conquistado por elas (Mc
10.17-31); é ter consciência de que estamos no mundo, mas não somos do mundo
(jo 17.14); é viver a uberdade oferecida pelo Evangelho de Cristo (Cl 2.16-23);
é enfrentar a vida sob uma perspectiva celestial.
Que o conselho de Paulo
aos irmãos de Colossos seja ouvido e considerado por nós: "Tenham cuidado
para que ninguém os torne escravos por meio de argumentos sem valor, que vem da
sabedoria humana. Essas coisas vêm dos ensinamentos de criaturas humanas e dos espíritos
que dominam o universo e não de Cristo" (Cl 2.8). Domine seus pensamentos
humanos levando-os a obedecerem a Cristo (2 Co 10.5). Pense nas coisas do alto!
AUXILIO TEOLÓGICO
"Portanto, seja
ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima (Colossenses 3.1).
A palavra grega é zeteite, que significa literalmente 'buscar'. A palavra
indica tanto o foco quanto a urgência. Seu tempo verbal no imperativo presente
indica uma ação contínua. Portanto, mantenha sua vida no foco correto, e continue
a buscar as coisas do alto [...] Pensai nas coisas que são de cima e não nas
que são da terra (3.2). A palavra grega é phroneite, que significa 'considerar'
no sentido de 'julgar', 'prestar atenção', 'estar atento' ou 'ser sensato e
razoável1. A espiritualidade cristã não é simplesmente uma paixão por
santidade, mas é um modo de pensar; uma orientação para a vida que não é
terrena em natureza, mas que constantemente leva em consideração tanto a Cristo
quanto a sua perspectiva" (RICHARDS, Lawrence 0. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.450).
VESTINDO A ROUPA DA
SANTIDADE
Paulo chama nossa
atenção para o fato de não podermos permitir que a nossa velha natureza assuma
o controle de nossas palavras e atitudes. £ para isso, ele diz que devemos
"matá-la" (Cl 3.5). Somente aqueles que foram mortos e ressuscitados
com Cristo são espiritualmente capazes de matar os desejos pecaminosos que os
tentam controlar, pois eles são guiados pelo Espírito Santo (Gl 5.16).
O apóstolo afirma que
algumas práticas da velha vida não combinam mais com a nova vida baseada na
comunhão com Jesus, a ponto de orientar os irmãos a abandonarem-nas por
definitivo. Em sua lista (3.5), Paulo cita cinco pecados relacionados à
sexualidade (imoralidade, indecência, paixões más, maus desejos e cobiça).
Quem alimenta esses
tipos de desejos sempre encontra uma maneira de satisfazê-los, é só uma questão
de tempo. Em tempos como os nossos, de frouxidão moral, devemos rechaçar toda
prática imoral, pois ela não apenas seduz e escraviza aqueles que a
experimentam, mas distorce a verdadeira sexualidade conforme ensinam as
Sagradas Escrituras. Ou seja, ela conduz seus adeptos a viver na contramão do
projeto de Deus para o casamento. Paulo faz questão de destacar àqueles que
praticam tais atitudes que o castigo de Deus cairá sobre os que não o obedecem
(3.6).
Em seguida, o apóstolo
condena a prática dos pecados relacionais, tais como a raiva, a paixão, o ódio,
o insulto, a conversa indecente e a mentira (3.8,9). O ser humano está tão
acostumado com esses tipos de pecados que acaba interpretando-os como menos
nocivos à vida cristã. Esses pecados des-troem relacionamentos, criam confusão
no meio da igreja e põem em risco a comunhão do Corpo de Cristo. Não se engane,
Deus não se deixa escarnecer!
Devemos sempre nos
lembrar que em Cristo nos despimos da velha natureza e nos vestimos da nova
natureza. Somos convocados a nos vestir de misericórdia, de bondade, de
humildade, de delicadeza e de paciência. Nossas novas vestes são roupas de
santidade, amor, paz e perdão. Somos seu povo (3.10-16).
AUXILIO TEOLÓGICO
"'Fazei, pois,
morrer a vossa natureza terrena' (Cl 3.5-11, ARA). O maior inimigo do cristão
não esta no exterior, mas no interior. E a 'natureza terrena' que luta para se
expressar em nossas atitudes e atos. Nós precisamos estar alerta, reconhecer
esta natureza pelo que ela é, e lidar imediatamente com a sua aparição. Como
você pode reconhecer a natureza terrena? E esta natureza que se infiltra sempre
que você pressente que está sentindo ira ou maldade, sempre que os seus
pensamentos vagam pelo que é impuro, ou a sua imaginação se
concentra no que você
faria se tivesse um milhão de dólares. £ o momento para lidar com isto é
exatamente quando os primeiros pensamentos e sentimentos passam pela nossa
consciência.
Como? Paulo disse,
'Mortificai' (ou 'Fazei morrer' v. 5, ARA) e explicou com a imagem de 'nos
despirmos' do velho homem e 'nos vestirmos' com o novo.
A minha esposa gosta de
experimentar roupas. Ela se orgulha, como professora, de parecer profissional,
e é muito preocupada com a maneira como se veste. E é muito crítica com o que
veste. O que parece bom na loja pode não estar bem pendurado, ou ter um corte
justo demais, para ficar bem no seu corpo. Esta é a imagem do que Paulo está
nos dizendo, aqui, na epístola aos colossenses. Dê uma boa olhada no espelho, e
quando você sentir ira ou impureza ou maus desejos em você, decisivamente,
rejeite-os. Estas coisas simplesmente não ficam bem em um cristão!
Deus tem um conjunto de
roupas de muito melhor aparência para nós, um conjunto que nos serve e nos
lisonjeia. E também que o honra." (RICHARDS, Lawrence O. Comentário
Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.882,883).
Lição 8- A Santidade Não
saiu de Moda
TEXTO BÍBLICO –
Tessalonicenses 4.1-7
1 FINALMENTE, irmãos,
vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus, que assim como recebestes de nós, de
que maneira convém andar e agradar a Deus, assim andai, para que possais
progredir cada vez mais.
2 Porque vós bem sabeis
que mandamentos vos temos dado pelo Senhor Jesus.
3 Porque esta é a
vontade de Deus, a vossa santificação; que vos abstenhais da prostituição;
4 Que cada um de vós
saiba possuir o seu vaso em santificação e honra;
5 Não na paixão da
concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus.
6 Ninguém oprima ou
engane a seu irmão em negócio algum, porque o SENHOR é vingador de todas estas
coisas, como também antes vo-lo dissemos e testificamos.
7 Porque não nos chamou
Deus para a imundícia, mas para a santificação.
DESTAQUE
"Deus não nos
chamou para vivermos na imoralidade, mas para sermos completamente dedicados a
ele." (1 Ts 4.7)
LEITURA DEVOCIONAL
SEG.............................................................Lv
11.45
TER.............................................................2Co
3.18
QUA............................................................1Pe
1.15,16
QUI.............................................................1Ts
4.7
SEX.............................................................Rm
6.13,19 SÁB.............................................................1Co
6.19,20
DOM............................................................2Co
7.1
APRESENTAÇÃO
Caro professor, um
ensino bíblico relevante aos jovens é aquele onde a mensagem é ensinada com
criatividade. Dentre algumas características que podemos destacar nos jovens, a
criatividade e o dinamismo são algumas que merecem nossa atenção. Jovens não
gostam de monotonia; buscam coisas que trazem significados, mas de forma
criativa e dinâmica. Jesus usou de criatividade para comunicar uma verdade
profunda a mulher samaritana (Jo 4). Ele introduz no diálogo sobre a água a
"água viva", uma água diferente cuja finalidade é saciar a sede da
alma. Temos um universo enorme de coisas que podemos usar de forma criativa
para comunicar o Evangelho aos jovens. Seja criativo; incentive criatividade de
seus alunos.
Para o cristão, a vida é
um lugar santo, 'pois é por intermédio dela que acontece o verdadeiro culto a
Deus. É por isso que o chamado à santidade não está somente circunscrito aos
ambientes sagrados; ele se dá na vida, onde nos encontramos com o Deus santo. O
Deus que nos salvou e nos tornou justos pelos méritos de Jesus Cristo também
nos santificou para o seu serviço. Vejamos o que as Escrituras Sagradas têm a
nos dizer sobre esse assunto: "ser santo".
FUI CHAMADO PARA SER
SANTO!
Ao lermos o Antigo e o
Novo Testamento percebemos que o Deus Santo convocou seu povo escolhido para
ser santo (Lv 11.45; l Pé 1.15,16). O termo "santo" na Bíblia traz
basicamente "a ideia de separação do uso comum para a dedicação a Deus e
ao seu serviço". Ou seja, um Deus santo que quer ter comunhão com pessoas
vem ao encontro delas por meio de Jesus e seu sacrifício na cruz, fazendo isso
ser possível ao tornar puro o impuro e santo o ímpio. O apóstolo Paulo diz aos
irmãos da cidade de Tessalônica que a vontade de Deus para vida deles é que
sejam santificados (1Ts 4.7); eles deveriam ser completamente dedicados a Deus
e ao seu serviço.
Desta forma, devemos
atender ao chamado à vida santa que o Senhor nos convoca a viver. Tal chamado
deve se expressar em nossa vida com atitudes concretas como, por exemplo,
quando tomamos a iniciativa de curtir ou publicar algo nas redes sociais ou
quando estamos distantes de nossos pais, mas na companhia de colegas da escola
que tentam nos influenciar a fazer coisas equivocadas. Ser santo não é uma moda
passageira, mas um compromisso de vida que veio para ficar, pois o Espírito
Santo que habita em nós está nos transformando diariamente.
Em sua oração
sacerdotal, em João 17, Jesus não pediu ao Pai que retirasse seus discípulos do
mundo, mas que os livrasse do Maligno. Fica evidente que o chamado de Jesus à
vida santa não é um isolamento nem tampouco uma conformação com o mundo. Ele
nos chama para viver "no mundo" e, ao mesmo tempo, "não sermos
do mundo". Não precisamos copiar o mundo para ganharmos pessoas para
Cristo. O nosso poder de atração está exatamente em nossa diferença do mundo,
pois como disse Jesus: "assim como eu não sou do mundo, eles também não
são" (v.15,16). Bem como disse o pastor John Stott: "Não devemos
preservar nossa santidade fugindo do mundo, nem sacrificá-la nos conformando a
ele".
Não se esqueça: Jesus
não morreu para comprar pessoas perfeitas, mas para perdoar pecadores e
torná-los santos. O compromisso com o Deus Santo, de sermos seus santos, em um
mundo nada santo, só é possível com a maravilhosa ajuda do Espírito Santo. Você
foi chamado a ser santo! Então, seja santo porque o Senhor é santo.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
"[...] Viver para
agradar a Deus é a prioridade de todo cristão [...]. A frase 'esta é a vontade
de Deus, a vossa santificação' refere-se a um processo que prossegue durante
todo o período de vida de cada crente na Terra. Deus toma os antigos padrões e
comportamentos e os transforma nos seus padrões e na sua vontade. Aqueles que
estão sendo santificados aceitaram Cristo como Salvador e estão permitindo que
o Espírito Santo trabalhe em suas vidas, tornando-os cada vez mais parecidos
com Cristo. Porque Deus deseja que o seu povo torne santificado, os crentes
precisam observar determinados padrões aqui na Terra. O cristianismo não é uma
lista 'faço isso, não faço aquilo', mas sim um relacionamento no qual os
crentes desejam agradar o seu Pai Celestial (2.4; 4.1). Agradá-lo exige
obediência aos seus padrões" (Comentário do Novo Testamento Aplicação
Pessoal. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.444).
O QUE É SANTIFICAÇÃO?
De acordo com os
principais dicionários de Teologia a palavra santificação remonta a ideia de o
ato divino tornar santa a pessoa que crê em Jesus. Após a conversão, momento em
que somos convencidos pelo Espírito Santo acerca dos nossos pecados e
entregamos nossa vida a Jesus Cristo, recebemos instantaneamente a libertação
do pecado (Rm 8.1). Paralelamente, ocorre a libertação do poder do pecado, a
santificação. Ou seja, o processo contínuo em que Deus, pelo Espírito Santo,
retira de nós o pecado nos devolvendo à imagem do seu Filho (2 Co 3.18). A
partir desse momento somos conduzidos dia após dia, até o arrebatamento, em
vitória sobre o mundo (1Jo 5.4), sobre a carne (Rm 7.24,25) e sobre o Diabo
(Tg4.7). No futuro seremos completamente livres da presença do pecado (Rm
8.18-23).
Ser santificado é ser
separado do mal em todas as suas formas até a volta de Jesus. A obra do
Espírito não cessa. Ele não só nos purifica, mas também nos ajuda a evitar o
pecado. Nós somos convidados a cooperar com Ele nesse processo (Is 1.16; Rm
6.13,19; 2 Co 7.1; Fp 2.12; Tg 1.27).
Como é possível
perceber, a santificação é tanto um fato ocorrido quanto um processo
permanente; aconteceu no passado quando aceitamos a Jesus e continua
acontecendo até o retorno do Senhor. A operação do Espírito Santo em nossa vida
é algo instantâneo e ao mesmo tempo progressivo, partindo do coração para fora,
do interior para a exte rior, da essência para a aparência. Somos santos em
processo de santificação.
Que o processo de
santificação iniciado pelo Espírito Santo alcance nossas relações com as redes
sociais, com o namoro, com os pais, com os amigos na escola; bem como nosso
espírito, alma e corpo a fim de que sejam inteiramente dedicados ao Senhor (l
Ts 5.23), pois sabemos que sem a santificação ninguém verá o Senhor (Hb 12.14).
AUXÍLIO TEOLÓGICO
Definição de
Santificação
A santificação é o
processa mediante o qual Deus está purificando o mundo e os seus habitantes.
Seu alvo derradeiro é que tudo, tanto as coisas animadas quanto as inanimadas,
sejam purificados de qualquer mancha de pecado ou de impureza. Com essa
finalidade, Ele tem proporcionado os meios de salvação mediante Jesus Cristo,
e, no fim dos tempos, Ele pretende consignar ao fogo tudo quanto não pode ou
não quer ser purificado (Ap 20.11-21.1; ver também 2 Pé 3.10-10), e assim tirar
da Terra tudo o que é pecaminoso. A tarefa do Espírito Santo na presente etapa
da história da salvação é quádrupla:
(1) levar o mundo à
convicção,
(2) purificar o crente
mediante o sangue de Cristo, no novo nascimento,
(3) tornar real na vida
do crente o pronunciamento jurídico da justificação já feita por Deus e
(4) revestir o crente de
poder, a fim de que este possa ajudar no processo de santificação de outras
pessoas por meio (a) da proclamação do Evangelho ao descrente e (b) da edificação
do crente" (HORTON, Stanley M. ed. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva
Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.407).
NÃO FUI CHAMADO PARA
"FICAR"!
Precisamos ter muito
cuidado para não copiar as ações praticadas por pessoas de nosso tempo, que não
demonstram nenhum tipo de compromisso com Deus e com os seres humanos. Uma
dessas atitudes, sem sombra de dúvidas, é o famoso, concorrido, porém
superficial e pecaminoso "ficar". Precisamos refletir sobre isso
cuidadosamente.
Não há razão para dois adolescentes
cristãos estabelecerem precipitadamente um relacionamento. Primeiro, porque
eles devem priorizar os estudos para que tenham uma excelente formação. Depois,
de acordo com as Escrituras Sagradas, o relacionamento entre homem e mulher
visa constituir uma família diante de Deus (Gn 2.22-25; £f 5.31; cf. l Co
6.12-20; 7.8,9,32).
O termo
"ficar" em nossa cultura "teen" atua! pode ser entendido
como um ato des-compromissado entre duas pessoas de se beijarem ou realizarem
algo mais sem nenhum interesse de manter vínculos emotivos duradouros. Aqui não
se busca conhecer ou se tornar conhecido pelo outro, muito menos a preocupação
com os sentimentos que possam vir a existir em f unção da experiência física e
emocional vivenciada. Daí ser natural e corriqueiro ouvirmos expressões como:
"foi apenas um beijo", "eu não quero nada com ele",
"afila anda".
O conselho de Jesus aos
seus discípulos vale perfeitamente para a ocasião: "façam aos outros o que
querem que eles façam a vocês" (Mt 7.12). Certamente ninguém gostaria de
ser tratado como um objeto descartável ou como um animal irracional e
insensível. Afinal de contas, somos seres humanos dotados de capacidade para
pensar, sentir e escolher. Deus nos criou para vivermos relacionamentos
saudáveis. O seu corpo é templo do Espírito Santo (l Co 3.16; 6.19,20; 2 Co
6.16); você tem a mente de Cristo (l Co 2.14-16); o ser humano não nasceu para
ser usado, mas para ser amado (jo 3.16; Rm 12.9,10). Portanto, e
definitivamente, "ficar" não é atitude de quem serve a Deus e tem
compromisso com o seu Reino.
AUXILIO DIDATICO
Professor, utilize o
texto do pastor Ciro Zibordi para explicar que "quem 'fica' envolve-se em
relacionamentos superficiais, sem compromisso, irresponsáveis, perigosos e
pecaminosos. Entendo o quanto é difícil abrir mão de uma aventura a dois. Estar
com alguém, sem compromisso, era tudo que eu queria em minha adolescência,
antes de assumir um compromisso com Jesus. Na verdade, só o Senhor preencheu o
vazio que havia dentro de mim, que me obrigava a buscarem outras opções de
prazer, como o 'ficar' - este, então, não era um modismo, mas já existia. Os
prazeres do mundo sempre parecem superiores aos que podem ser desfrutados na
presença de Deus. Mas quando, de fato usufruímos da verdadeira comunhão com o
Senhor, vemos quanto tempo perdemos por querer 'curtir' a vida" (ZIBORDI,
Ciro Sanches. Adolescentes S/A: Coisas que rapazes e moças precisam saber.
1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.14).
RECAPITULANDO
Ser santo é um
imperativo do Senhor para o seu povo, quer seja criança, adolescente, jovem,
adulto ou idoso. Não há meio-termo, o escritor aos hebreus diz que sem a
santificação ninguém verá o Senhor (Hb 12.14), pois é preciso ser completamente
dedicado a Ele.
O fato de a santificação
ser um processo contínuo realizado pelo Espírito Santo em nosso interior não
nos dá o direito de continuar pecando irresponsavelmente (1Jo 3.9). Afinal de
contas, viver para agradar a Deus é uma prioridade para todo cristão.
Refletindo
1. O que não significa
ser santo para você? Resposta pessoal.
2. A santificação é um
processo. Explique.
No Arrebatamento, quando
teremos nossos corpos transformados e glorificados.
3. De acordo com a
lição, aponte duas causas do porquê.; recomendado "ficar"? Resposta
pessoal,!'
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com
Lição 9- Cristo Vem
TEXTO BÍBLICO – 2 Tessalonicenses
2.1-12
1 ORA, irmãos, rogamo-vos, pela
vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela nossa reunião com ele,
2 Que não vos movais facilmente do
vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra,
quer por epístola, como de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto.
3 Ninguém de maneira alguma vos
engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o
homem do pecado, o filho da perdição,
4 O qual se opõe, e se levanta
contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como
Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus.
5 Não vos lembrais de que estas
coisas vos dizia quando ainda estava convosco?
6 E agora vós sabeis o que o detém,
para que a seu próprio tempo seja manifestado.
7 Porque já o mistério da injustiça
opera; somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado;
8 E então será revelado o iníquo, a
quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da
sua vinda;
9 A esse cuja vinda é segundo a
eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira,
10 E com todo o engano da injustiça
para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem.
11 E por isso Deus lhes enviará a
operação do erro, para que creiam a mentira;
12 Para que sejam julgados todos os
que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniquidade.
DESTAQUE
"Escutem! – diz Jesus. Eu venho
logo! Vou trazer comigo as minhas recompensas, para dá-las a cada um de acordo
com o que tem feito." (Ap 22.12)"
LEITURA DEVOCIONAL
SEG................................................................Mt
24.11
TER................................................................1
Tm 4.1
QUA...............................................................Tito
2.12,13
QUI................................................................At
1.11
SEX................................................................Jo
14.3 SÁB................................................................1 Ts
1.10
DOM...............................................................2
Ts 2.3
APRESENTAÇÃO
Caro professor, você foi chamado
para fazer discípulos. Sua vida deve ser um exemplo para seus alunos, afinal de
contas eles lhe observam o tempo todo. Você deve aproveitar todas as
oportunidades para ensiná-los a serem verdadeiros seguidores de Jesus. Eles
precisam descobrir a necessidade de um discipulado radical, envolvente e
transformador. Entretanto, para que seu ministério com os adolescentes seja
mais produtivo é dispensável que você busque entender melhor as características
e necessidades da faixa etária em que seus alunos se encontram. E para isso,
sugerimos a leitura do livro "Manual de Ensino para o Educador Cristão:
compreendendo a natureza, as bases e o alcance do verdadeiro ensino
cristão", publicado pela CPAD. Boa aula!
Desacreditada pelos céticos, porém
aguardada por centenas e milhares de cristãos espalhados pelo mundo, a Segunda
Vinda de Jesus é uma promessa bíblica que está prestes a ser cumprida. Basta um
olhar atento para reconhecermos que os sinais que antecedem a volta de Cristo
estão aceleradamente se cumprindo em nossos dias.
A SEGUNDA VINDA DE JESUS
A Bíblia está repleta de textos que
falam sobre a Segunda Vinda de Jesus. Nosso Senhor atestou que um dia, após sua
morte e ressurreição, retornaria à Terra para buscar a sua Igreja (Mt 16.27;
24.30,32-51; Mc 13.31-36; Jo 14.3). Os anjos ratificaram essa promessa (At
l.ll). A Segunda Vinda do Senhor é a maior promessa para os salvos! Ela é a
bendita esperança da Igreja (Tt 2.12,13).
Por intermédio das cartas de Paulo,
concluímos que a Segunda Vinda de Jesus ocorrerá em duas fases distintas, a
saber:
A primeira diz respeito ao
Arrebatamento da Igreja, o encontro da Noiva com o Noivo nos ares, antes da
Grande Tribulação (l Co 15, l Ts 4.13-18); e a segunda, corresponde à volta
visível e gloriosa de Jesus com sua Igreja, no final da Grande Tribulação, para
livrar o povo de Israel de seus inimigos na batalha do Amargedom (Zc 14.4; Ml
3.2), bem como julgar as nações (Mt 25.31-46) e dar início ao reino de mil anos
sobre a Terra (Is 2.1,4; 65.20,22; Jr 23.5; Mt 24.30; Ap 19.11-21; 20.1-10).
A expectativa da volta de Jesus deve
inspirar e impulsionar cada cristão a uma vida santa e agradável a Deus (l Ts
5.23, Hb 12.14). Como disse o irmão Tiago: "vocês também precisam ter
paciência. Não desanimem, pois o Senhor virá logo" (5.8).
AUXÍLIO ESCATOLOGICO
A Segunda Vinda de Jesus
Vivendo ainda a atmosfera da
ascensão do Cristo, pensavam os crentes primitivos que a parousia dar-se-ia
naquela geração. E eles não estavam de todo errados. Se o fim haveria de vir
somente depois da proclamação universal da mensagem do Reino, então chegara o
momento. Pois o Evangelho não necessitara mais de três décadas para alcançar os
rincões mais distantes do Império Romano.
Compreende-se porque os
tessalonicenses começaram a se portar como seja houvera chegado o Dia do
Senhor. Das cartas que Paulo lhes escreveu, depreende-se estarem eles
desapegando-se de suas responsabilidades sociais e domésticas, induzidos que
eram por uma insidiosa escatomania ou escatofobia? Não bastasse a balbúrdia
doutrinária, pretensas epístolas de Paulo circulavam pelas igrejas, levando-as
ao desequilíbrio e à histeria.
[...] Através dessas epístolas, a
Igreja Primitiva aprendeu a lidar com as Ultimas Coisas. A Escatologia haveria
de ser tratada como a esperança sempre abençoada, e não como o escapismo da
desesperança. A comunidade cristã disciplinou-se! já podia receber quieta e
comedidamente o Apocalipse. Já sabia que, no programa de Deus, há um tempo para
cada propósito e desígnio" (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário de
Escatologia Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 1998,pp.10,11).
Cite dois eventos que ocorrerão nos
céus, com a Igreja, após ela ser arrebatada:
Resposta. Tribunal de Cristo e Bodas
do Cordeiro.
O ENCONTRO COM O SENHOR
Ao falar sobreo arrebatamento, o
apóstolo Paulo afirma que o evento ocorrerá a qualquer momento, "num abrir
e fechar de olhos" (l Co 15,52). Razão pela qual devemos estar vigilantes
(Mt 24.42). O apóstolo ainda diz que "aqueles que morreram crendo em
Cristo ressuscitarão primeiro" (l Ts 4.16), ou seja, todos os crentes que
durante a vida se mantiveram fiéis a Cristo como Senhor e Salvador, serão
ressuscitados à semelhança de Jesus (!Ts4.14; Fp 3.21), independente do estado
de seus corpos físicos (deteriorados, comidos pelos animais, reduzidos a pó, carbonizados).
Essa é a grande vitória dos salvos sobre a morte, o último inimigo a ser
derrotado (l Co 15.21,26).
Ainda na primeira epístola aos
tessalonicenses, o apóstolo Paulo continua o texto dizendo, que depois da
ressurreição dos mortos, os que estiverem vivos serão arrebatados juntamente
com eles nas nuvens para habitar com o Senhor para todo sempre (l Ts 4.17).
Porém, em l Coríntios 15.50-58, o apóstolo dos gentios afirma-nos que os corpos
dos vivos e dos mortos, antes de serem arrebatados, serão transformados
primeiramente. Não sabemos ao certo como se dará esse processo, mas uma certeza
deve haverem nosso coração: Deus f ara com que o nosso corpo físico, mortal e
corrupto seja transformado em um corpo espiritual, imortal, incorruptível e
glorificado para louvor do seu Nome.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
"A palavra traduzida como
"encontrar" o Senhor é apantesin. Ela é frequentemente usada em um
sentido técnico, para descrever uma delegação de cidadãos que formalmente se
encontra com um visitante importante fora de uma cidade, e o acompanha para
dentro de seus muros. Alguns têm concluído que os santos ressuscitados e
transformados encontram Cristo nos ares' e então o acompanham de volta para
executar os juízos descritos em [2 Tessalonicenses] 1.5-10, e em outras
passagens. Outros argumentam que os salvos encontram-se com Cristo e voltam com
Ele para o céu. No entanto, Paulo claramente identifica o ponto que ele deseja
explicar, dizendo: E assim estaremos sempre com o Senhor' (4.17). Onde quer que
Jesus esteja, nós estaremos com ele. Ê é esta verdade que Paulo quer que os
seus leitores entendam: que aqueles que morrerem antes de nós, e nós —se
estivermos vivos por ocasião da vinda de Cristo - podemos ter a mesma esperança
maravilhosa. E, tendo explicado isto, Paulo conclui: 'Portanto, consolai-vos
uns aos outros com estas palavras' (4.18)" (RICHARDS, Lawrence O.
Comentário Histórico-cultural do Novo Testamento, Rio de Janeiro: CPAD, 2007,
p.460).
O IMPÉRIO DA MALDADE
Após a Igreja ser livre da "ira
futura" (l Ts 1,10) por meio do Arrebatamento, um período de sete anos
será iniciado na Terra, o qual é denominado pela Bíblia de a Grande Tribulação.
Neste tempo, Deus trará juízos sobre a humanidade por causa de sua
incredulidade, os quais virão por meio da abertura dos sete selos, das sete
trombetas e das sete taças da ira de Deus (Ap 6—18). Jesus disse que nesse
tempo "haverá um sofrimento tão grande como nunca houve desde que Deus
criou o mundo" (Mc 13.19; Dn 12.1).
A Bíblia revela ainda a manifestação
do "homem do pecado", o "filho da perdição" (2 Ts 2.3), o
"anticristo" (l Jo 4.3), o "príncipe que há de vir" e que
fará uma falsa aliança com Israel (Dn 9.26,27). O Anticristo será um governante
mundial que usará sua influência para obter apoio de todas as nações. Na visão
de João, no livro do Apocalipse, o Anticristo é a besta que surge do mar (Ap
13.1). Este é o maior líder de toda a história humana, um homem
superinteligente, carismático, popular, demagogo, que virá no poder de Satanás
(l Ts 2.9,10), Ele exercerá controle sobre a política, a economia e a religião
(Dn 11.35-43; Ap 13.1-18; 18.1-24), e terá como aliados o próprio Diabo e o
falso profeta (Ap 13), formando assim uma tríade satânica.
Entretanto, é importante destacar
que o império da maldade não durará para sempre. Segundo Q Bíblia, o Anticristo
e o falso profeta serão derrotados por Cristo e lançados no lago de fogo
ardente, inaugurando esse lugar de condenação eterna (Ap 19.19-21). O Diabo
será preso por mil anos (Ap 20.2), durante o Milénio, evencido completamente
após o final dele (Ap 20.7-10).
ANTICRISTO
[Do gr. antí, contra, ou em lugar
de, e christos, o ungido] Opositor por antonomásia de Cristo. Também pode
significar aquele que se coloca no lugarde Cristo. [...] Alguns procuram
identificar o Anticrista com os que, no decorrer dos séculos, procuraram
destruir a Igreja. Domiciano e Nero, por exemplo. [...] De acordo com a Bíblia,
O Anticristo só há de aparecer após o arrebatamento dos santos" (ANDRADE,
Claudionor Corrêa de. Dicionário de Escatologia Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD,
1998, p. 23).
RECAPITULANDO
A lição de hoje nos instruiu sobre a
promessa da Segunda Vinda de Jesus, que ocorrerá em duas fases. A primeira,
para a Igreja somente, no Arrebatamento; a segunda, depois da Grande
Tribulação, a fim de livrar Israel e instaurar o Reino Milenial.
É preciso que haja em nós um
compromisso com um estilo de vida simples e de constante vigilância semelhante
ao de jesus, bem como uma atitude de paz com todos e uma vida de santidade diante
de Deus e dos homens. Lembrerno-nos dos palavras do pastor Eliezer Lira:
"vigiar não é simplesmente esperar pelo futuro, mas engajar-se ativamente
no presente para definir o futuro. Vigiar não é estar acordado quando Jesus
voltar, nem especular a hora; é preparar-se agora, no momento presente".
Lição 10 – Não despreze a sua
Adolescência
TEXTO BÍBLICO – 1Timóteo 4.6-16
6 Propondo estas coisas aos irmãos,
serás bom ministro de Jesus Cristo, criado com as palavras da fé e da boa doutrina
que tens seguido.
7 Mas rejeita as fábulas profanas e
de velhas, e exercita-te a ti mesmo em piedade;
8 Porque o exercício corporal para
pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida
presente e da que há de vir.
9 Esta palavra é fiel e digna de
toda a aceitação;
10 Porque para isto trabalhamos e
lutamos, pois esperamos no Deus vivo, que é o Salvador de todos os homens,
principalmente dos fiéis.
11 Manda estas coisas e ensina-as.
12 Ninguém despreze a tua mocidade;
mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé,
na pureza.
13 Persiste em ler, exortar e
ensinar, até que eu vá.
14 Não desprezes o dom que há em ti,
o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério.
15 Medita estas coisas; ocupa-te
nelas, para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos.
16 Tem cuidado de ti mesmo e da
doutrina. Persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a
ti mesmo como aos que te ouvem.
DESTAQUE
"Cuide de você mesmo e tenha
cuidado com o que ensina. Continue fazendo isso, pois assim você salvara tanto
você mesmo como os que o escutam" (l Tm 4.16).
LEITURA DEVOCIONAL
SEG................................................................1Tm
6.5 – 10
TER................................................................Ec
11.8 - 10
QUA...............................................................2Co
13.1-7
QUI................................................................1Ts
5.17
SEX..........................................................Sl
119.97.101-104
SÁB................................................................Ec 12.1
DOM...............................................................Sl
19.7
APRESENTAÇÃO
Professor, constantemente vemos e ouvimos
intelectuais da área da educação e da sociologia afirmando que o problema da
sociedade é apenas e tão somente a falta (de) ou má educação. Tal concepção,
longe de ser uma verdade plena e absoluta, é uma reprodução reducionistado
pensamento filosófico da época do racionalismo, iluminismo e depois do
positivismo, que afirmavam, dentre outras coisas, que se o homem tiver cultura
e conhecimento ele será um ser maravilhoso. Entretanto, a primeira e a segunda
guerra mundial nos mostraram a frágil idade desse argumento. Apenas um a obra
transformadora dói Espírito Santo de Deus é que pode mudar este cenário (Jo
16.8; Ef 2.1-9). Não basta apenas informação. É preciso transformação (Fp 2.13;
Rm 1.16,17; 1Co 1.17-21; Ef 4.28).
Paulo já havia advertido a igreja de
Efeso, que após sua partida, apareceriam lobos ferozes no meio dela que não
teriam pena do rebanho (At 20.28-31). Agora, escrevendo ao jovem pastor daquela
igreja, a profecia parece começar a se cumprir, pois de dentro daquela igreja
começaram a surgir homens que abandonaram a fé e deram atenção a espíritos
enganadores, hipócritas e mentirosos (1Tm 4.1-3). Após descrever os falsos
mestres, Paulo passa a aconselhar o jovem Timóteo, o que veremos agora.
SERVOS DO SENHOR
Diante da crescente apostasia em seus
dias e das doutrinas mentirosas ensinadas pelos falsos mestres, Timóteo é
desafiado a se comportar como um bom servo de Cristo Jesus. E para isso ele
deveria ensinar fielmente a verdade de Deus à igreja que estava sob seus
cuidados, alimentando-se adequadamente da própria verdade que ensinava (4.6).
Para desmascarar os falsos mestres
era preciso conhecê-los, compreender suas doutrinas e implicações práticas para
então denunciar e refutar seus ensinamentos. Afinal de contas, o povo precisava
ser advertido sobre as falsas doutrinas para não ser enganado. Grande era o
desafio do jovem líder!
Na história da Igreja, de tempos em
tempos, surgem falsos mestres disseminando seus falsos ensinos com interesse de
conquistar a mente e o coração de cristãos despercebidos. Quem já não ouviu
falar da famigerada "teologia da prosperidade", também conhecida como
"confissão positiva", que ensina, dentre outras coisas, o poder da
palavra falada e o direito inquestionável de o cristão ser rico e ter boa
saúde. Tal ensino tem levado inúmeras pessoas a gritarem frases de efeito como:
"eu determino", "eu ordeno", "eu trago à existência o
que não existe", na tentativa de obrigar a Deus a realizar na vida de
alguém o que é "profetizado" pela "fé".
Entretanto, as vidas de Jó, de Jesus,
de Pedro, de João, de Tiago, de Paulo e de outros são uma prova da falência e
do equívoco de tais ensinos, pois esses homens tiveram uma vida simples, cheia
de dor e de sofrimento, sem nenhuma ostentação.
Não se esqueça da advertência do
apóstolo ao jovem líder: "[...] essa gente pensa que a religião é um meio
de enriquecer [...] os que querem ficar ricos caem em pecado, ao serem tentados
[...] pois o amor ao dinheiro é uma fonte de todos os tipos de males. E algumas
pessoas, por quererem tanto ter dinheiro, se desviaram da fé e encheram a sua
vida de sofrimentos" (1Tm 6.5,9,10).
AUXÍLIO DIDÂTICO
Prezado professor, explique aos
alunos que apostasia significa o abandono ou deserção da fé. Diga que a
apostasia é diferente de ignorância. Leia, abaixo, o texto do Dicionário
Bíblico Wycliffe, pois vai ajudá-lo a explicar a diferença aos alunos. "A
apostasia deve ser diferenciada da ignorância ou da falta de conhecimento, bem
como da heresia, que é um conhecimento errado (2 Tm 2.25,26). Os homens podem
ser salvos da ignorância, mas não da apostasia. Ela é caracterizada por uma
rejeição deliberada da Divindade de Cristo (1Jo 2.22,23; Judas 4) e sua morte
expiatória (Fp 3.18; 2 Pé 2.1;
Hb 10. 29)" (Dicionário Bíblico
Wycliffe. 1.ed. Rio dejaneiro: CPAD, 2009, p.161).
EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS
O segundo conselho de Paulo a
Timóteo é: "faça sempre exercícios espirituais" (4.7). Certamente o
apóstolo tinha em mente a imagem de um esportista, que antes de qualquer
competição, e aliado a uma alimentação saudável e a um conhecimento aprofundado
das regras do jogo, praticava regularmente exercícios físicos com a finalidade
de se preparar para competir e, consequentemente, vencer a competição. Tal
atleta precisava ter comprometimento, força de vontade e concentração para não
se desviar do foco.
Semelhantemente o cristão precisa
dessas características para não se desviar da verdade e se enveredar no caminho
do ensino falso, da religião falsa, da vida falsa. Razão pela qual Paulo
aconselha Timóteo a desenvolver a hábito de praticar regularmente exercícios
espirituais que o tornem piedoso. Precisava correr em oração, se alimentar da
Palavra temperada com jejum e quebrantamento, se abster do pecado. Paulo bem
sabia que a vida do jovem pregador era mais importante que sua pregação; seus
exemplos influenciariam mais que suas palavras. E, para isso, necessitaria
dedicar tempo e energia em ações que o conduziriam ao aperfeiçoamento de
caráter e de conduta.
Neste momento, ainda que
rapidamente, vale uma reflexão sobre o devido cuidado com o corpo físico, tendo
em vista que em nossa sociedade há uma super-valorização do corpo, da beleza,
da aparência física. Como cristãos, não negamos o cuidado do corpo. Aliás, nem
poderíamos, pois para nós o corpo não é uma prisão para a alma, um pedaço de
carne sem valor; mas um templo onde o Espírito Santo habita (1Co 6.19,20).
Atitudes como alimentação saudável e
exercícios físicos devem fazer parte da rotina diária de todo e qualquer
cristão, a fim de evitar doenças futuras. Entretanto, o que precisamos evitar e
até combater é a triste realidade do "culto ao corpo", experimentada
por alguns de nossos jovens. Por isso, cuidar do corpo é mais que a obrigação
de todo cristão, mas se a motivação não for glorificar a Deus, pecamos contra o
Altíssimo e o corpo se torna um instrumento de idolatria.
Como é possível observar, o próprio
Paulo atribui algum tipo de utilidade ao exercício físico, porém, quando
comparado aos exercícios espirituais, percebe-se sua ineficácia em agregar
benefícios eternos. Desta forma, Timóteo deve concentrar a maior parte do seu
tempo exercitando-se em piedade, pois esta é proveitosa para tudo e seu
resultado é a vida, tanto agora como no futuro (4.8). Essa é uma boa
oportunidade para você rever suas prioridades. Está na hora de você dedicar
mais tempo à leitura da Palavra de Deus, a vida de oração e a comunhão dos
santos.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
Exercita-te a ti mesmo em piedade,
isto é, dedique-se à religião prática. Esses que desejam ser piedosos precisam
exercitar-se na piedade. Ela requer constante exercício. O motivo é tirado do
ganho da piedade; [...] O ganho da piedade está muito ligado á promessa: e as
promessas feitas estão relacionadas à vida de agora, mas especialmente à vida
futura.
No Antigo Testamento, as promessas
eram quase sempre bênçãos temporais, mas no Novo Testamento, são bênçãos
espirituais e eternas. Se as pessoas piedosas recebem apenas poucas coisas boas
na vida atual, receberão tanto mais na vida que há de vir... Precisamos não
somente deixar de fazer o mal, mas aprender a fazer o bem (is 1.16,17) [...]
Esses que de fato são verdadeiramente piedosos não serão perdedores no final,
independentemente do que aconteça com aqueles que se satisfazem com o exercício
corporal, porque a piedade tem a promessa [...]" (HENRY, Matthew.
Comentário Bíblico Novo Testamento: Atos a Apocalipse. Ri o de Janeiro: CPAD,
2008, p.695).
NÃO PERMITA O DESPREZO
Apesar de sua pouca idade, o
apóstolo Paulo recomenda a Timóteo a prática de exercícios espirituais,
aconselhando-o a não permitir ser desprezado pelo fato de ser jovem, antes a se
comportar como alguém que Deus quer usar para influenciar a outros e ser
respeitado pelas pessoas, ou seja, sendo um exemplo "na maneira de falar,
na maneira de agir, no amor, na fé e na pureza" (4.12). Afinal de contas,
era o seu caráter e não a sua idade que legitimariam sua liderança.
Paulo estava aconselhando a Timóteo
a ensinar com autoridade e gentileza, evitando discussões inúteis (5.1; 6.20),
a se comportar como representante de Jesus Cristo em toda sua vida (6.6-10), a
ensinar e agir com amor verdadeiro (1Co 13.1-7), a construir um ambiente
saudável para que a fé em Cristo fosse anunciada e a viver de maneira íntegra e
coerente.
A partir do exemplo de Timóteo e do
conselho do experiente Paulo, o adolescente cristão, que de forma pejorativa
tem sido chamado de "aborrecente", deve demonstrar às pessoas seu
comprometimento com Deus e com sua obra por intermédio de atitudes concretas.
Com isso, não queremos dizer que você deve ser um adulto precoce que não se
diverte, não tem conflitos decorrentes da faixa etária. Muito pelo contrário,
entendemos que você deve ser um adolescente com "A" maiúsculo. Deve
viver intensamente os dilemas, conflitos e alegrias de sua idade. Porém, evite
as más companhias, as conversas indecentes e viva com responsabilidade, devoção
e obediência a Deus (Ec 12.1-8). Seja radical em Jesus!
AUXILIO TEOLÓGICO
"[...] Podemos entender, em
virtude do ambiente social no qual pagãos e judeus igualmente esperavam que uma
pessoa tivesse entre 40 e 60 anos para ser qualificado a compreender e
aconselhar, por que Timóteo, com 30 anos de idade, podeterestado hesitante em
afirmar sua autoridade. É significativo a apresentação de novos critérios pelos
quais a igreja deve avaliar os seus líderes. O que qualifica uma pessoa para a
responsabilidade de liderança na igreja de Deus não é a idade, mas sim o
caráter. Timóteo e os líderes devem dar exemplo para os crentes no modo de falar,
na vida, no amor, na fé e na pureza" (RICHARDS, Lawrence 0. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.471).
Lição 11 – Combatendo o Bom Combate
TEXTO BÍBLICO – 2Timóteo 1.1-15
1 TU, pois, meu filho, fortifica-te
na graça que há em Cristo Jesus.
2 E o que de mim, entre muitas
testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também
ensinarem os outros.
3 Sofre, pois, comigo, as aflições,
como bom soldado de Jesus Cristo.
4 Ninguém que milita se embaraça com
negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra.
5 E, se alguém também milita, não é
coroado se não militar legitimamente.
6 O lavrador que trabalha deve ser o
primeiro a gozar dos frutos.
7 Considera o que digo, porque o
Senhor te dará entendimento em tudo.
8 Lembra-te de que Jesus Cristo, que
é da descendência de Davi, ressuscitou dentre os mortos, segundo o meu
evangelho;
9 Por isso sofro trabalhos e até
prisões, como um malfeitor; mas a palavra de Deus não está presa.
10 Portanto, tudo sofro por amor dos
escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus
com glória eterna.
11 Palavra fiel é esta: que, se
morrermos com ele, também com ele viveremos;
12 Se sofrermos, também com ele
reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará;
13 Se formos infiéis, ele permanece
fiel; não pode negar-se a si mesmo.
14 Traze estas coisas à memória,
ordenando-lhes diante do Senhor que não tenham contendas de palavras, que para
nada aproveitam e são para perversão dos ouvintes.
15 Procura apresentar-te a Deus
aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a
palavra da verdade.
DESTAQUE
"Faça todo o possível para
conseguir a completa aprovação de Deus, como um trabalhador que não se
envergonha do seu trabalho, mas ensina corretamente a verdade do
evangelho." (2 Tm 2.15)
LEITURA DEVOCIONAL
SEG................................................................2Tm
2.22
TER................................................................Mt
5.10 - 12
QUA...............................................................Hb
13.23
QUI................................................................Jo
17.16
SEX.................................................................1Co
9.24 - 27
SÁB...................................................................Hb 12.1-3
DOM...............................................................2Co
4.7
APRESENTAÇÃO
Caro professor, o grande educador
cristão Howard Herndricks descreveu sete conceitos acerca do ensino, que se
resumem basicamente na ideia de amaro ensino. ' Dentre eles, gostaria de
destacara "Lei do Professor", que sinteticamente pode ser traduzida
na seguinte sentença: "quem para de crescer hoje, para de ensinar
amanhã". Tal lei escreve o compromisso que o professor deve ter com o
aprendizado permanente. E preciso crescer sempre tanto em graça como em
conhecimento, diante de Deus e dos homens. É para isso é preciso ler bastante,
fazer cursos de atualização e conhecer bem os alunos.
Novamente prisioneiro de Roma, agora
sem esperança de ser solto e acreditando aproximar-se o dia de sua morte (2 Tm
4.6), o apóstolo Paulo escreveu sua segunda carta ao pastar e filho na fé,
Timóteo, com teor de despedida, exortação e advertência. Seu propósito era
encorajar o jovem líder a dar continuidade ao seu ministério. Agora, veremos o
quanto os conselhos de Paulo a Timóteo podem nos orientar hoje.
A LUTA DO DIA A DIA
Como representante da nova geração
de líderes da igreja, Paulo diz a Timóteo que, em meio às lutas e aos
sofrimentos experimentados por causa da fidelidade a Deus, ele deveria se
fortalecer na graça do Pai revelada em Cristo Jesus (2.1). Paulo diz que Timóteo,
o jovem pastor, devia enfrentar os desafios do ministério como "um fiel
soldado de Cristo" (2.3). Com essa metáfora, o apóstolo procura estimular
o tímido discípulo a desenvolver resistência, coragem e obediência. Pois o
inevitável sofrimento viria sobre Timóteo (Hb 13.23). Entretanto, como soldado,
ele não deveria se "envolver em negócios da vida civil", ou seja,
deveria evitar os embaraços da vida, pois tinha que agradar o seu comandante
(2.4).
AUXÍLIO TEOLÓGICO
O soldado, o atleta e o lavrador nos
ensinam a mesma lição - perseverar até o fim - e, ao mesmo tempo, também nos
ajudam a compreender outros requisitos para o serviço cristão.
O soldado deve confiar no comandante
e desejar agradá-lo, de modo que obedecê-lo se torna essencial, mesmo quando
são encontradas dificuldades. Agradar a Cristo nos dá resistência para suportar
as dificuldades. O atleta aceita as regras da competição para cumprir o desafio
do jogo, inclusive as suas dificuldades. [...] O soldado sujeita-se ao
superior; o atleta, às normas da competição. [...] O crente submete-se a Jesus
Cristo. Nele, nós temos um graciosa comandante: alguém que dá o exempla e as
orientações para o nosso caminho e que recompensa o trabalho árduo e paciente
dos seus servos" (Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Vol.2.
Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.528).
PREPARADOS PARA CORRER
Além da figura do soldado que busca
agradar o seu comandante, Paulo agora utiliza como exemplo a imagem do atleta
em uma competição (2.5). Na antiguidade, além de buscar um bom condicionamento
físico, os atletas precisavam compreender claramente as regras da competição de
que participariam. Logo, ao propor a Timóteo essa metáfora, a intenção do
apóstolo era instruir o jovem pastor, que como um atleta de Cristo, deveria correr
a carreira da fé observando criteriosamente as regras do Senhor. Timóteo tinha
de ser fiel e obediente em tudo ao Senhor que o salvara e o fizera membro do
Corpo de Cristo, a Igreja. Não deveria correr para impressionar os torcedores
da arquibancada da vida, mas para agradar a Jesus Cristo, o autor e consumador
da fé. O alvo do jovem pastor não deveria ser a fama da criatura, mas a honra
do Criador.
Você também foi chamado para ser um
atleta de Cristo, para representá-lo na corrida da fé. Entretanto, é preciso
que você entenda que não adianta chegar primeiro ou ser o mais bem preparado. O
importante nesta corrida é sua lealdade e obediência ao Senhor. Não adianta
honrá-lo com os lábios e difamá-lo com o coração distante (Mt 15.8); dizer que
o ama em sua presença e negá-lo em sua ausência (Mt 26.31-35;69-75). A vida
precisa ser vivida para a glória de Deus (1Co 10.31-33); aceite viver a boa,
perfeita e agradável vontade de Deus (Rm 12.1,2).
AUXILIO DIDÁTICO
Prezado professor, explique que ser um crente
de verdade e ter uma vida espiritual frutífera não é nada fácil. Precisamos nos
santificar, orar, ler a Bíblia e jejuar. Mas, existe um prémio, uma recompensa
para o crente fiel. Leia com os alunos 1Coríntios 9.24,25 e diga que '"o
prémio', a coroa 'incorruptível', refere-se à vitória de obtermos a salvação
eterna, o alvo precioso da vida cristã. Este alvo somente podemos atingir,
abrindo mão de alguns dos nossos direitos, por amor ao próximo (1Co 8.7-13), e
renunciando as coisas que nos eliminariam para a corrida espiritual (1Co
10.5-22)" (Bíblia de Estudo Pentecostal: CPAD, p. 1749).
VASO PREPARADO PARA TODA BOA OBRA
Vamos ver agora uma terceira
metáfora utilizada por Paulo para auxiliar Timóteo na compreensão de sua grande
responsabilidade. O apóstolo fala sobre as vasilhas ou vasos de uma casa. Em
seu ensino, o apóstolo diz que em uma "casa grande não existem somente
vasilhas de ouro e de prata, mas também de madeiras e de barro" (2.20).
Aqui, Paulo divide os vasos da casa em duas categorias: primeiro, os de honra,
feitos com materiais raros — ouro e prata — utilizados em ocasiões especiais; e
depois, os de desonra, produzidos com materiais baratos — pau e barro.
Na verdade, o apóstolo está
distinguindo entre os verdadeiros e os falsos mestres da Palavra, descritos em
2Timóteo 2.16-18. Os vasos verdadeiros são como os de materiais raros
utilizados para ocasiões especiais, pois honram a Deus e servem aos homens com
a boa notícia dos céus ao mundo, que é o evangelho verdadeiro. Jaós falsos não
possuem valor algum. Por mais populares que sejam não passam de impostores
hipócritas e desobedientes, pois não há verdade neles. São divulgadores de
noticias velhas e sensacionalistas. Não são capazes de sobreviver a prova do
fogo, são consumidos rapidamente.
Paulo convida Timóteo a uma vida
santa e de boas obras. E, para isso, será preciso que o jovem discípulo
"fuja das paixões da mocidade e procure viver uma vida carreta, com fé,
amor e paz, junto com os que com um coração puro pedem ajuda ao Senhor"
(2.22).
AUXÍLIO TEOLÓGICO
O achado arqueológico mais comum em
terras bíblicas são pedaços de cerâmica quebrada. Quando Paulo falou dos muitos
Vasos1 encontrados em cada casa, ele se referiu aos potes, às vasilhas e pratos
de cerâmica e madeira, bem como aos de metal que guarneciam as casas do século
I. Mas a sua referência a uma 'grande casa' e a ouro e prata deixou claro que
ele tinha em mente a casa de uma pessoa realmente muito rica. Naturalmente,
mesmo os ricos usavam os vasos mais comuns de barro para coisas comuns (para
desonra'). Mas, assim como hoje usamos a melhor louça e a prataria para receber
os convidados, o dono da casa reservou os seus melhores vasos para usar quando
uma oportunidade de uso 'para honra' se apresentasse. O que Paulo quis dizer é
que na igreja de Jesus todos vasos são úteis. Mas alguns, talvez por não terem
se dedicado a seguir à justiça (v. 22), ou por não terem se purificado de uma
atitude hostil (w. 24,25), são adequados somente para as tarefas mais comuns.
O empolgante é que Paulo sugeriu que
cada um de nós pode se tonar um vaso apropriado para Deus usar nos propósitos
mais nobres. Se quisermos ser 'idóneos para uso do Senhor e preparados para
toda boa obra', você e eu precisamos nos purificar e nos comprometer com a
santidade. Aplicação Pessoal: Para que sejamos usados, devemos estar em
condições de ser usados (RlCHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional da
Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.913).
Lição 12 – Falando o que Convém
TEXTO BÍBLICO – Tito 2.1-10
1 TU, porém, fala o que convém à sã
doutrina.
2 Os velhos, que sejam sóbrios,
graves, prudentes, sãos na fé, no amor, e na paciência;
3 As mulheres idosas,
semelhantemente, que sejam sérias no seu viver, como convém a santas, não
caluniadoras, não dadas a muito vinho, mestras no bem;
4 Para que ensinem as mulheres novas
a serem prudentes, a amarem seus maridos, a amarem seus filhos,
5 A serem moderadas, castas, boas
donas de casa, sujeitas a seus maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja
blasfemada.
6 Exorta semelhantemente os jovens a
que sejam moderados.
7 Em tudo te dá por exemplo de boas
obras; na doutrina mostra incorrupção, gravidade, sinceridade,
8 Linguagem sã e irrepreensível,
para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós.
9 Exorta os servos a que se sujeitem
a seus senhores, e em tudo agradem, não contradizendo,
10 Não defraudando, antes mostrando
toda a boa lealdade, para que em tudo sejam ornamento da doutrina de Deus,
nosso Salvador.
DESTAQUE
"Use palavras certas, para que
ninguém possa criticá-lo e para que os inimigos fiquem envergonhados por não
terem nada de mau a dizer a nosso respeito." (Tt 2.8)
LEITURA DEVOCIONAL
SEG................................................................Mc
1.14,15
TER................................................................2Tm
4.2
QUA...............................................................Tt
2.7
QUI................................................................Rm
12.2
SEX.................................................................1Ts
5.1-11
SÁB...................................................................2Tm 2.15
DOM...............................................................Cl
3.5 - 11
APRESENTAÇÃO
Professor, o maior desafio da vida
cristã da século 21 é praticar o que se ensina; é ensinar vivendo, não apenas
falando, pois a prática do ensino jamais pode ser divorciada da vida do
ensinador. À semelhança de nossa sociedade, nossos alunos também não aceitam
mais qualquer coisa. Você precisa ser um bom exemplo para os adolescentes que
estão sob sua liderança na classe. Para alguns que não têm seus pais na igreja,
você será tudo de Jesus que eles ouvirão e verão. A sua vida, e não somente o
seu discurso, será o que eles de fato vão avaliar e seguir. Não se esqueça:
você é o referencial deles. Pense nisso!
A carta de Paulo a Tito é
classificada como "carta pastoral", pois foi escrita para auxiliar o
jovem líder com questões relacionadas à vida da igreja que estava localizada na
ilha de Creta. Pelo que sabemos, Tito era um cristão de origem grega (Gl 2.3),
conduzido a Cristo por intermédio do ministério de Paulo (1.4). Era um amigo
querido de Paulo. O próprio apóstolo deu testemunho dele ao dizer "afirmo
que ele é meu companheiro de trabalho na ajuda que dou a vocês" (2 Co
8.23).
Pregue a VERDADE
Na igreja de Creta, haviam se
infiltrado semeadores da mentira e da discórdia; pessoas que "vieram do
judaísmo, que eram revoltadas e enganavam os outros com as suas tolices" e
que atrapalhavam famílias inteiras com seus ensinamentos errados de casa em
casa (Tt 1.10,11). O apóstolo revela-nos a verdadeira motivação por detrás de
seus ensinos: "a intenção vergonhosa de ganhar dinheiro" (1.11); e
como se não bastasse estavam cheias de ódio, eram rebeldes e não eram capazes
de fazer nenhuma coisa boa(1.16). Paulo diz ao jovem líder que ele não deveria
aceitar passivamente o ensino dos falsos mestres. Pelo contrário, ele deveria
repreendê-los duramente, a fim de torná-los sadios na fé (1.11,13). Diante
disso, o apóstolo convoca Tito a ensinar o que está de acordo com a doutrina
verdadeira (2.1). Paulo entende que a melhor maneira de combater uma heresia é
ensinando a verdade.
O que há de comum entre a época de
Tito e a nossa é a maldade das pessoas. Há pessoas gananciosas em nosso meio,
que só pensam em construir riquezas. São escravas de Mamam. É perceptível aos
olhos e aos ouvidos a multiplicação do evangelho falsificado, pois nosso Senhor
disse que nos últimos dias surgiriam falsos profetas (Mt 7.15-20; 24.24).
Tito precisava combater o "fogo
estranho" da heresia com o fogo verdadeiro do Evangelho. Era necessário
vencer a mentira pela verdade. Paulo diz que um comprometimento com o evangelho
da graça traz desdobramentos para vida inteira, independente da faixa etária,
sexo ou posição social (2.2-10). Não basta doutrina carreta, é preciso
anunciá-la por intermédio da conduta correta. Verdade nos lábios deve ser
também verdade na vida.
Adolescentes, precisamos urgentemente
ser bíblicos em nossa maneira de pensar e agir. Precisamos ter um compromisso
com a verdade, tanto pregada quanto vivida. É preciso ter verdade nos lábios,
mas também nas ações; é preciso Cristo no púlpito, mas também na vida; na
igreja, mas igualmente em casa; precisamos de despertamento, mas também de
avivamento; de conhecimento na mente, mas de fogo no coração. Entretanto, isso
só será possível a partir de um compromisso real com a Palavra de Deus (He
3.2), coma vida de oração (At 2.42) e com um viver santo e irrepreensível (Hb
12.14).
AUXILIO TEOLÓGICO
Se estudarmos cuidadosamente as
epístolas pastorais, veremos que a ênfase de Paulo na instrução basicamente se
concentra em modelar um estilo de vida e não em transmitir a verdade. Esta
segunda geração de cristãos conhecia e aceitava as doutrinas básicas da nossa
fé. O que eles mais necessitavam era aprender como viver em harmonia com as
verdades que conheciam. Nós poderíamos resumir a visão que Paulo tem do ensino
usando suas próprias palavras: ensinar é ajudar o povo de Deus a aprender como
'andar na casa de Deus (1Tm 3.15). O segundo capítulo de Tito nos ajuda a
entender o que está envolvido neste tipo de ensino. [...] 'Ensinar' em Tito 2.1
é /a/eo, que também significa 'falar, afirmar, proclamar'. Qual deve ser o
sujeito desta instrução oral? Não a 'sã doutrina' propriamente dita, mas um
modo de vida que está em harmonia com as verdades reveladas que moldam a
compreensão que temos a respeito de Deus, e o significado da nossa vida neste
mundo (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-cultural do Novo Testamento.
Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.484).
SEJA EXEMPLO DE BOAS OBRAS
Enquanto os falsos mestres não
viviam o que pregavam, Paulo convoca a Tito a ser um exemplo de boa conduta em
tudo (2.7). Deveria ser sério e sincero em seu ministério de ensino, procurando
empregar as palavras certas para que ninguém o acusasse de dissolução. Para o
apóstolo, não bastava ter conhecimento teórico, era preciso ter vida exemplar.
Tito foi enviado a Creta não apenas para ser um professor de teoria sobre o
Evangelho, mas para ser um exemplo de vida irrepreensível por intermédio do
Evangelho. Os inimigos deveriam ficar envergonhados por não terem nada de mal a
falar sobre sua vida.
As pessoas estão cansadas de discursos
vazios, de conhecimento sem prática, de fé sem obras, de preocupação sem
cuidado. É urgente a necessidade de harmonizarmos graça e conhecimento, vida e
pregação, verdade e fogo do Espírito. Paulo exige de Tito pregação por meio da
vida. Pois ele bem sabia que a vida de um servo de Deus é uma carta aberta e
lida por todos (2 Co 3.2,3). Logo, o jovem pastor deveria ser um exemplo na
doutrina saudável, na seriedade, na sinceridade, no discurso irrepreensível e
nas boas obras.
Tudo isso porque "Deus revelou
a sua graça para dar a salvação a todos" (Tt 2.11). Como é possível
observar, é por meio da graça de Deus que podemos viver uma vida santa diante
dEle e dos homens. Pois o apóstolo afirma que ela "nos ensina a
abandonarmos a descrença e as paixões mundanas e a vivermos neste mundo uma
vida prudente, correia e dedicada a Deus" (2.12).
A nossa vida deve espelhar o
compromisso que temos com Deus e sua Palavra. Nossas ações devem ser cheias de
amor, respeito e cuidado. Caso contrário, seremos achados hipócritas e
mentirosos diante de Deus e dos homens. Nossas palavras devem ser sim, sim e
não, não. Nosso compromisso é com a verdade. Honre a Deus com sua vida. Permita
que Ele use sua boca, mãos, pés e olhos para a glória dEle.
AUXILIO DIDATICO
Professor, ao introduzir o segundo
tópico proponha aos alunos uma reflexão a partir das seguintes questões: Qual a
relação entre aquilo que falamos e aquilo que vivemos? O que é mais importante
para vocês, o discurso ou a prática cristã? Quando as pessoas nos analisam elas
se detêm naquilo que falamos ou na vida que vivemos? Após ouvi-los, faça uma
simples conclusão afirmando que existe uma íntima relação entre teoria e
prática, entre vida e discurso. Diga que é interesse de Deus que nossas vidas
sejam um reflexo do conhecimento que temos dEle e de sua Palavra, pois assim
como é incoerente um professor de educação física que não se exercita, um
cardiologista que não se preocupa com a saúde de seu coração, um jogador de
futebol que não sabe chutar e marcar; de igual forma, é inconcebível uma pessoa
que confessa Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador viver de qualquer maneira.
É preciso um compromisso prático com as verdades teóricas que assumimos;
precisamos viver o que cremos.
AGUARDE JESUS CRISTO COM EXPECTATIVA
E FELICIDADE
A volta de Cristo não deve ser um
peso para nós, nem tão pouco motivo de especulação duvidosa. Ao contrário, deve
ser a causa de grande alegria e felicidade incomparável. Desta forma, tanto o
compromisso com a pregação da Palavra da verdade como a motivação de vivermos
uma vida justa e santa são alimentadas pela convicção de que em breve Jesus
Cristo voltará para buscar a Igreja que Ele redimiu (2.13). Pois é nessa
esperança que vivemos diariamente desejosos de servi-Lo. Afinal de contas, por
meio de sua redenção e purificação, Ele nos fez um povo que pertence somente a
Ele e que se dedica a fazer o bem (2.14).
Tito deveria ensinar todas essas
coisas com autoridade para animar e repreender seus ouvintes (2.15). Ele não
poderia permitir que esse ensino fugisse de sua memória ou fosse roubado do seu
coração, pois era o fundamento e a base de sua vocação.
Permita que a graça do Senhor
discipline sua vida, a fim de que você seja educado para glorificar a Deus em
toda a sua maneira de viver, sem ter do que se envergonhar. Embora você viva
"neste mundo", você não pertence a ele; pois sua mente foi
transformada por Deus (Rm 12.1,2) para viver uma nova vida comprometida com a
santidade do Senhor. Deus o abençoe!
AUXÍLIO TEOLÓGICO
"Embora Tito 2.1-14 descreve os
benefícios da salvação por meio da obra de Cristo, esses versículos também
funcionam como uma exortação a viver a vida cristã. [...] O cerne da mensagem
do apóstolo centra-se na ética da santidade. Antes de mencionara provisão da
salvação, Paulo enfatiza o que se deve renunciar (impiedade) e o que se deve
buscar (sobriedade e devoção), A ligação da salvação com a instrução é digna de
nota. Não existe pensamento de que a salvação possa ser vivenciada sem a
expectativa de um tipo distinto de vida. [...] A vida cristã no 'presente
século' tem de ser consistente com a expectativa escatológica. A salvação deve
transformar a vida atual do cristão, ao mesmo tempo em que ele aguarda o
aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cisto' (v.13). A salvação
iniciada pela primeira vinda de Cristo será concluída no segundo advento"
(ZUCK, Roy B. (Ed.). Teologia do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2010,
pp.389-90).
Tito 2.7
NTLH (Nova Tradução na Linguagem de
Hoje):
"Você mesmo deve ser, em tudo,
um exemplo de boa conduta. Seja sincero e sério quando estiver ensinando."
ARC (Almeida Revista Corrigida):
"Em tudo, te dá por exemplo de
boas obras; na doutrina, mostra incorrupção, gravidade, sinceridade."
Romanos 12.2
NTLH:
"Não vivam como vivem as pessoas
deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma completa mudança
da mente de vocês. Assim vocês conhecerão a vontade de Deus, isto é, aquilo que
é bom, perfeito e agradável a ele."
ARC:
"E não vos conformeis com este
mundo, mas transformai-vos pelo renovação do vosso entendimento, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus."
Mateus 24.24
NTLH:
"Porque aparecerão falsos
profetas e falsos messias, que farão milagres e maravilhas para enganar, se
possível, até o povo escolhido de Deus".
ARC:
"Porque surgirão falsos cristos
e falsos profetas e farão tão grandes sinais e prodígios, que, se possível
fora, enganariam até os escolhidos."
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PAZ DO SENHOR
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