TEXTO ÁUREO
“Porque d’Ele, e por
Ele, e para Ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.”
(Rm 11.36).
VERDADE APLICADA
Adoração envolve tudo o
que está no interior da pessoa e tudo o que está fora dela.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Destacar a objetividade
da adoração na vida;
Enfatizar a adoração
como centralidade da vida;
Mostrar exemplos de
vidas que priorizaram a adoração.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Rm 12.1 - Rogo-vos,
pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresentei os vossos corpos em
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
Rm 12.2 - E não vos
conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso
entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita
vontade de Deus, que é o vosso culto racional.
Rm 12.3 - Porque, pela
graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não saiba mais do que convém
saber, mas que saiba com temperança, conforme a medida da fé que Deus repartiu
a cada um.
INTRODUÇÃO
Percebe-se que há uma
forte negligência na adoração verdadeira em muitas igrejas e, muito do que é
feito em nome da adoração hoje, na realidade desonra a Jesus Cristo.
1. O CONCEITO DE
ADORAÇÃO DE PAULO
o apóstolo Paulo faz uma
forte declaração em Romanos 12.1-2 sobre o conceito de adoração em tempo
integral. Essas suas palavras vêm depois do que possivelmente é a maior
exposição de teologia de toda a escritura.
1.1. ADORAÇÃO COMO UM
NOVO ESTILO DE VIDA
As igrejas têm vivido
uma crise no que diz respeito a adoração. Muitos são os cristãos que acreditam
que, ao frequentar a igreja uma vez por semana, já estão cumprindo sua “quota”
de adoração semanal. Mas isso é um engano! Um culto por semana na igreja, não é
suficiente para que nos tornemos adoradores. É necessário buscar uma
transformação de nossa vida para uma vida de adoração; é necessário também,
aprender apresentar o nosso corpo “como sacrifício vivo, santo e agradável a
Deus” (Rm 12.1), é preciso ter a adoração como um compromisso. A adoração é tão
importante no nosso relacionamento com Deus, porque é a única coisa que podemos
dar a alguém que não precisa de nada (Sl 116.12-19). Pense nisso. O que você dá
à pessoa que tem tudo? Será que existe alguém que tenha tudo? Sim, Deus tem
tudo e não precisa de nada. “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e
todos que nele habitam” (Sl 24.1). Então, o que podemos lhe dar? A não ser o
que Ele realmente deseje, "a nossa adoração". Deus está à procura de
adoradores verdadeiros (Jo 4.23). Temos que ter a adoração como um estilo de
vida? Estamos prontos para adorá-lo publicamente em nossos sentimentos, em
nossos pensamentos e por nossas palavras e atos? Estamos mergulhando na
dimensão da adoração particular, daquele momento do dia onde estamos a sós com
o Todo Poderoso? Estamos nos fortalecendo da adoração coletiva, na igreja, com
o povo de Deus? Ou só sentamos naquela cadeira para cumprir um protocolo
semanal? Meus queridos irmãos, que essas perguntas possam inquietar os nossos
corações, e nos fazer refletir para a nossa condição de VERDADEIROS ADORADORES.
1.2. ADORAÇÃO ATRAVÉS DE
NOSSO RELACIONAMENTO EXTERIOR
Uma demonstração de
atitudes externas que deixam incandescente a luz da adoração é exaltada por
Paulo partir do capítulo doze de Romanos, Paulo ensina a prática da graça de
Deus, quando menciona que devem apresentar os corpos como oferta agradável a
Deus, através do culto racional, não sendo conforme este mundo, mas renovando a
mente para conhecer a perfeita vontade de Deus. Que cada um não pense de si
nada além do que realmente é, sem soberba, pois assim como o corpo tem muitos
membros, e cada um tem uma função, assim também os eleitos sendo muitos, não
deixem de ser cada um como que membros uns dos outros. Cada um tem um dom
diferente do outro, segundo a graça que foi dada a cada um. “Amai-vos” uns aos
outros exorta Paulo, e que seja um amor sem hipocrisia. A paciência, oração e
perseverança também devem ser constantes. Se possível, no que depender da
pessoa, todos devem ter paz uns com os outros, pelo contrário, se o teu inimigo
tiver fome, dá-lhe de comer, se sede, de beber. A máxima é vencer o mal com
bem. A maior luz do adorador é demonstrada através de suas atitudes para com
Deus e ao próximo, ser exemplo dos féis, amar a Deus sobre todas as coisas e ao
próximo como a si próprio com atitudes reais, é realizar um dos maiores cultos
de adoração a Deus; isso é demonstrado de muitas formas, mas principalmente,
zelando da figura de Cristo em nós e levando o grande amor d’Ele, conquistando
almas com atitudes e amor ao próximo, conduzindo-os para o seu reino. Isso é
outro culto de adoração muito agradável a Deus (Mt 10.8).
1.3. ADORAÇÃO ATRAVÉS DE
NOSSO COMPORTAMENTO PESSOAL
A adoração reflete-se
num comportamento diferente e numa postura de vida onde o adorador passa a
vigiar e toma uma posição muito mais radical em relação ao pecado, pois ele
sabe que isso fere o coração de Deus. Muitos confundem adora com louvar, o povo
de Israel realizava festas e havia muito "louvor" com danças e
instrumentos musicais, havia louvor pela colheita, pelas bênçãos e por diversos
outros motivos. A adoração vai muito, além disso, pois se trata de um sentimento
de entrega e amor ao criador, que se reflete em comportamentos e gestos que
demonstram uma profunda admiração e temor a Deus. O maior testemunho de um
adorador é sua vida e sua entrega. Ganhar almas para Jesus é o grande objetivo
e a maior evangelização não se faz com palavras e sim com exemplo. Levar os
outros a conhecer o "Deus criador de todas as coisas" através de
nosso comportamento é o maior presente que podemos levar a todos aqueles que
ainda não o conhecem. Quando nós conhecemos verdadeiramente nosso Deus e nos
apaixonamos por Ele, queremos que todos compartilhem deste sentimento
envolvente e transformador.
2. A ADORAÇÃO COMO
PRIORIDADE DE VIDA
Maria procurou sentar-se
aos pés de Mestre em adoração. Resolveu priorizar a adoração em sua vida,
escolheu a boa parte (Lc 10.41-42), o que não lhe seria tirada. A adoração de
Maria teve significado eterno, enquanto a tarefa de Marta nada significou além
daquela tarde especial.
2.1. O EXEMPLO DO CULTO
DE ABEL
Nós não sabemos como se
deu a “conversão” de Abel ao Senhor. Eu, no entanto, imagino que tenha vindo
pela graça de Deus por instrumentalidade dos pais de Abel. Sim, creio que Adão
e Eva tenham testemunhado a Abel sobre os efeitos da desobediência e do pecado.
Creio que Adão e Eva tenham pregado a Abel sobre a promessa de Deus de enviar
um descendente que “pisaria a cabeça da serpente”, desfazendo-lhe os efeitos e
poder sobre a morte física e espiritual. E, sim, creio que o Senhor Deus deu a
Abel a capacidade de crer nesta mensagem, uma espécie de pronto evangelho, a
fim de poder oferecer ao Senhor um louvor e uma oferta (porque ofertas estão
ligadas também à adoração) ao Senhor. O que Abel ofereceu parece ter vindo do
grande cuidado e atenção que ele dava à sua relação com Deus. Hebreus diz que
foi pela fé que ele ofereceu, como um justo, ou seja, como um justificado,
perdoado, salvo. Abel ofereceu algo que, futuramente, seria prescrito pelo
próprio Senhor e seria registrado em Êx 13.12, Nm 18.17 e Pv 3.9. Deus se
agradou do louvor e oferta de Abel porque vinham conforme a vontade de Deus, e
não conforme aquilo que Abel achava o melhor. Abel ouviu a Deus e quis
agradá-lo. Abel creu no Senhor com todo seu coração e quis fazer a vontade de
Deus e não a sua própria. Abel ofereceu uma oferta ao Senhor que foi fruto do seu
louvor ao Senhor. Essa entrega de vida, essa autonegação, essa disposição em
dar aquilo que lhe era melhor faz de Abel um exemplo para nós, faz de Abel um
homem do qual o mundo não era digno (Hb 11.38).
2.2. O EXEMPLO DA
ADORAÇÃO DE ENOQUE
Por quase cinco séculos
depois da morte de Abel, ninguém se destacou como servo fiel de Deus. Ao
contrário, a conduta pecaminosa e ímpia se tinha tornado a norma. Foi durante
este período de degeneração espiritual que Enoque viveu para profetizar ao povo
a necessidade de nos voltar para ele, chamando ao arrependimento. A cronologia
bíblica fixa o seu nascimento em 3.404 aC. Dessemelhante dos seus
contemporâneos, Enoque mostrou ser um homem aceitável para Deus. O apóstolo
Paulo o incluiu entre os servos de Deus, cuja fé se destaca como exemplo de
adoração para os cristãos. Quem era Enoque? Com que desafios se confrontou?
Como os enfrentou? E de que importância é a sua integridade para nós? Enoque
foi o sétimo depois de Adão. Ele vem da geração que começou após a morte de seu
irmão Abel. Podemos encontrar todos os detalhes das sete gerações no início do
capítulo 5 de Gênesis. A versão resumida, encontramos em 1 Crônicas 1.1-4:
“Adão, Sete, Enos, Cainã, Maalalel, Jarede, Enoque, Metusalém, Lameque, Noé,
Sem, Cam e Jafé.” Sabemos muito pouco sobre Enoque. O pouco que sabemos,
contudo, nos permite compreender o porque de Deus tê-lo colocado na lista de
heróis da fé, na lista daqueles cujo testemunho devemos imitar, enquanto
perseveramos nós também em nossas próprias histórias de vida. Mas, o
diferencial na vida de Enoque é o que está no início do verso 22: “Andou Enoque
com Deus”. O que significa andar om Deus? Andar com Deus significa andar com
pensamentos em Deus. Significa também andar com atos de amor pelo Senhor e pelo
próximo, dizendo não ao pecado e a tudo que sua geração lhe oferecia e
chamando-os ao arrependimento. Significa que o coração de Enoque estava o tempo
todo em atitude de adoração a Deus.
2.3. O EXEMPLO DE
ADORAÇÃO DE NOÉ
É conhecido que Noé foi
o sobrevivente do dilúvio e tornou-se uma peça chave no recomeço da história
humana, porém isso foi o resultado de uma vida integra e justa diante de Deus.
Noé desfrutava de uma comunhão muito grande com Deus com um caráter justo e
integro totalmente diferente do restante da população de sua época que possuíam
um nível moral completamente corrompido pelo pecado. Ele também é descrito nas
Escrituras como um homem de fé, devoto e obediente a Deus. Noé já tinha quase
500 anos de experiência de vida quando recebeu de Deus o aviso da destruição da
raça humana e a ordem para que construísse a Arca. Embora com toda essa
experiência ele parecesse ser um homem totalmente qualificado para a missão
dada pelo Senhor, foram suas qualificações espirituais que realmente fizeram
diferença. A Bíblia diz que Noé achou graça aos olhos do Senhor. A civilização
da época de Noé já era suficientemente desenvolvida para que a notícia dos
feitos de Noé e a pregação de arrependimento fossem divulgadas por toda a terra
(Gn 6.11). Mesmo com todos os avisos do juízo de Deus sobre os ímpios, Noé foi
ridicularizado pela população de sua época. Mesmo com toda dificuldade no
processo de construção da Arca, pela dificuldade de se imaginar um evento nunca
visto antes (Hb 11:7) e tendo que suportar todo o escárnio de seus
contemporâneos, Noé foi fiel a Deus, construiu a Arca, colocou sua família e os
casais de cada espécie de animais dentro dela conforme a ordem de Deus. Quando
todos estavam dentro da Arca, Deus trancou a porta pelo lado de fora e a terra
foi inundada. Após o Dilúvio, Noé ofereceu um sacrifício de ação de graças a
Deus com animais limpos e aves.
3. CENTRALIDADE DA
ADORAÇÃO NA BÍBLIA
Desde o início (Gênesis)
até a consumação (Apocalipse), a adoração está entrelaçada na urdida e na trama
do texto bíblico (Dt 6.4-5; Mc 12.29-30).
3.1. ADORAÇÃO NO ANTIGO
TESTAMENTO
O primeiro culto. O
primeiro registro de culto que temos está em Gênesis 4.1-7. Ali os dois irmãos
Caim e Abel vão juntos prestar culto ao Senhor. Supõe-se que a oferta de Caim
foi rejeitada porque não foi acompanhada de um espírito de adoração, mas ele
estava apenas se conformando com a tradição familiar. Caim traz apenas dos
frutos, não há especificação; Abel traz do melhor do rebanho, aqui há
especificação. Caim é superficial, cumpre sua religiosidade. Abel dá o melhor,
intenso, homem de fé (Hb. 11.4), é adorador. Nesta cena quem vai oferecer os
sacrifícios são os próprios sacrificantes, não existe sacerdote intermediário,
é tudo muito simples. Nos inícios da adoração no Antigo Testamento é sempre
assim, há uma grande ênfase na adoração doméstica, é o pai de família quem
invoca Deus, constrói altares, oferece sacrifícios (Gn. 8.20; 12.7; 26.25; 35.
1; Êx. 17.15). Esta adoração doméstica, mesmo depois da construção do
Tabernáculo não perece, a Páscoa que a família israelita celebrava em casa é
seu exemplo (Êx. 12).
3.2. O TABERNÁCULO
O povo saiu da adoração
particular para o culto coletivo no templo, com muito simbolismo e liturgia
rebuscada (1Cr. 29. 20-36; Sl. 42.4). A construção da Tenda da Congregação ou
tabernáculo estabelece todo um sistema de adoração coletiva. Este sistema
comportava: 1- Sacerdotes. Estes agiam como intermediários entre o povo e Deus
(Êx. 28); 2- Sacrifícios. Desde o começo os holocaustos faziam parte da
adoração bíblica. O livro de Levítico divide-os em diversas categorias (Lv
1-6); 3- Festas. A adoração do povo quase toda se concentrava em torno de
grandes festas (Lv 23). Nestes dias todos os fieis deveriam se apresentar
diante de Deus com ofertas apropriadas; ninguém deveria ir a presença do Senhor
de mãos vazias (Dt 16.16-17). O sistema de culto visto no Tabernáculo e depois
no templo restringia a adoração a um lugar (templo), e a uma casta de pessoas
(sacerdotes), mostrando com isso a imperfeição que permeava aquela dispensação
(não se assuste dispensação é termo bíblico (Ef 3.2)). O autor de Hebreus diz
que tudo aquilo tinha prazo de validade, e acabaria quando Cristo, a realidade
que cumpriu aqueles símbolos chegasse (Hb. 8-10). Adoração na sinagoga. Quando
o povo do Reino do Sul foi levado ao cativeiro para a Babilônia (o Reino do
Norte já havia ido para a Assíria (2 Rs. 17; 25)) perdeu seu templo, seu centro
de culto. Então se desenvolve nesta situação as sinagogas, casas de instrução
da Lei do Senhor, onde o povo se reunia mesmo no exílio para estudar a Lei e
adorar a Deus (veja André Paul. Judaísmo Tardio, p. 170). O povo a terra, perde
a liberdade, mas não perde a adoração, ela é essencial na vida e é Deus quem o
exige.
3.3. A ADORAÇÃO NO NOVO
TESTAMENTO
A adoração na Igreja
Primitiva era algo essencial, vital. Todos os dias, de casa em casa ou no
templo, os irmãos se reuniam para celebrar ao Senhor (At. 2. 46). Entende-se
que a adoração era vista como serviço reverente a Deus, por meio de Jesus
Cristo, e impulsionada pelo Espírito Santo. O culto racional dos irmãos era
prestado visando o bem comum, e em ação de graças ao Senhor que tudo fez e
proporcionou a salvação. Assim, como soberano, Ele, e só Ele, deveria ser
adorado. Esta era a compreensão daquele povo. Para aqueles irmãos a adoração
poderia ser espontânea e carismática, sem implicar em desordem ou bagunça. O
Espírito que os unia, também os levava a ordem e a decência, sem com isso
transformar-se o culto num ritualismo morto. Se a Igreja atual quiser cultuar a
Deus, fazendo um culto que Ele aceite, deve urgentemente se espelhar na
adoração do NT. Evitar espetáculos e show que exaltam unicamente a figura
humana e dar muito valor à oração e Palavra de Deus debaixo da unção divina que
deve ser a estrela principal de um culto agradável a Deus.
CONCLUSÃO
Através do estudo da
longanimidade, pudemos perceber que o amadurecimento dessa característica do
fruto do Espírito Santo fará com que venhamos a nos sentir muito melhor diante
das adversidades da vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
PAZ DO SENHOR
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.