Apocalipse 20.1-6.
As Escrituras afirmam que Deus
é “Rei eterno” (Sl 10.16), “Rei da Glória” (Sl 24.8), “Rei sobre a terra” (Sl
47.2), e “Rei de Israel” (Is 44.6). O seu reino é atemporal (Sl 74.12) e domina
sobre todas as coisas (Sl 103.19). Ele o “dá a quem quer” (Dn 4.25). Deus, como
Rei, estabeleceu um reino teocrático com Adão, a quem deu o domínio sobre a
criação (Gn 1.28), com o governo humano (Gn 9.1-7), com os reis de Israel (1 Sm
12.13), e com os gentios (Dn 4.17). Porém, esses monarcas falharam na execução
da justiça e no reconhecimento da soberania de Deus sobre os reinos da terra
(Dn 4). No entanto, Deus, através do herdeiro eterno do trono de Davi, Jesus (2
Sm 7.16; Hb 1.8), mostrará às nações, durante mil anos, a excelência de um
governo regido com justiça e equidade (Hb 1.8) e orientado pela Palavra do
Senhor (Is 2.3).
O Século 21, aguardado
ansiosamente como um novo recomeço para a humanidade, viu-se turbado pelos
trágicos acontecimentos de 11 de setembro de 2001. Aquele atentado, que atingiu
o coração da mais poderosa nação do planeta, haveria de desdobrar-se em guerras
e desentendimentos. De repente, todo o sonho de paz desfazia-se em pesadelos,
tornando inevitável a pergunta: O que nos reserva o futuro?
A Bíblia Sagrada mostra que,
apesar de nossos temores, haverá uma era de tranquilidade e refrigério. Isto
acontecerá quando o Senhor Jesus, logo após o Arrebatamento da Igreja e da
Grande Tribulação, vier a este mundo instaurar o Milênio.
Nesta lição, veremos que o
Milênio, ao contrário do que muitos alegam, têm sólidas bases bíblicas.
O
QUE É O MILÊNIO
O termo “Milênio” não consta
do texto bíblico, mas a expressão correspondente (“mil anos”), sim. Não
obstante, a doutrina do Milênio é essencialmente bíblica e consistentemente
teológica.
Definição. O Milênio é um período
de mil anos durante o qual Cristo há de reinar plenamente sobre o mundo, de
acordo com o que explicita João no Apocalipse (20.1-5).
Trata-se de um reino literal,
cujo principal objetivo é a exaltação de Jesus não somente como o Messias de
Israel, mas como o Desejado de todas as nações (Ag 2.7).
O Milênio e o Reino de
Deus.
O
Milênio pode ser considerado ainda a manifestação plena do Reino de Deus na
terra. E isto nada tem a ver com a doutrina de algumas seitas que, renegando as
verdades bíblicas acerca do arrebatamento da Igreja, ensinam que este mundo
haverá de melhorar, pouco a pouco, até transformar-se num paraíso.
QUANDO
SERÁ O MILÊNIO
O Milênio terá início logo
após a Grande Tribulação, quando Nosso Senhor Jesus Cristo, na companhia de
todos os seus santos, houver aniquilado o dragão, o falso profeta e a besta (Ap
19.11-21). O Milênio, por conseguinte, dar-se-á, logicamente, depois do
arrebatamento da Igreja.
Neste período, Satanás estará
amarrado até que se completem os mil anos. Em seguida, importa que ele seja
solto por um pouco de tempo, até que seja definitivamente lançado no lago de
fogo (Ap 20.2,7,10). Ver também Mt 25.41.
QUEM
ESTARÁ NA TERRA DURANTE O MILÊNIO
Estarão na terra, durante o
Milênio, o povo de Israel e os gentios que houverem sobrevivido à Grande
Tribulação e ao juízo das nações (Mt 25.31-41). A Igreja, como já o dissemos,
estará, juntamente com Cristo, regendo o mundo. Afinal, dele recebemos esta
promessa (Ap 2.26,27).
Não sabemos exatamente em que
lugar encontrar-se-á a Igreja durante o Milênio: se no céu ou se entre a terra
e o céu. De uma coisa temos absoluta certeza: com os nossos corpos já glorificados,
estaremos reinando juntamente com Jesus. Aleluia! Onde estará o rei, aí também
estará o seu reino e os seus súditos. Os maravilhosos detalhes desse evento
encontram-se de posse do Rei dos reis.
OBJETIVOS
DO MILÊNIO
O Milênio será implantado,
tendo vários objetivos bem definidos:
Exaltar a Cristo. Todos os povos,
principalmente Israel, terão de se curvar ante Jesus Cristo, cujo nome será
sublime e soberanamente exaltado como o Rei dos reis e Senhor dos senhores (Fp
2.5-11; Ap 19.16). Ler também 1 Co 15.24-26.
Manifestar o Reino de
Deus na sua plenitude. Na Oração Dominical, o Senhor Jesus ensinou-nos a
orar: “Venha o teu reino” (Mt 6.10). Esta petição será plenamente respondida
quando vier o Senhor Jesus, juntamente com a sua Igreja, inaugurar o Milênio —
a exposição mais visível do Reino de Deus na terra.
Deixar bem claro que os reinos
deste mundo pertencem a Cristo. No deserto, Satanás tentou a Cristo, alegando
serem dele todos os reinos deste mundo. Na verdade, tudo pertence a Jesus: “Os
reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará
para todo o sempre” (Ap 11.15). Desta forma, cumprir-se-á a aliança que Deus
estabeleceu com a casa de Davi, da qual veio, legalmente, o Senhor Jesus (Is
9.7; Dn 7.14).
COMO
SERÁ O MILÊNIO
O Milênio será um reino não
somente de bênçãos espirituais, como também materiais, conforme o explicitam as
Sagradas Escrituras. Por conseguinte, o Milênio:
Terá início com um
grande derramamento do Espírito Santo. Profetiza Zacarias que, quando os israelitas se
virem cercados pelas nações da terra, para destruí-los, clamarão angustiados
pelo socorro divino. Nessa ocasião crucial, Jesus haverá de se manifestar com
grande poder e majestade sobre Jerusalém e, juntamente com sua Igreja
glorificada, livrará Israel de certeira destruição. Israel pranteará, humilhado
e arrependido, aceitando o Senhor Jesus, a quem rejeitaram na sua primeira
vinda (Zc 12.9,10; 13.1; 14.2-9; Ap 1.7; Is 66.15,16). Neste exato momento,
experimentarão uma grande efusão do Espírito Santo: “E sobre a casa de Davi e
sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o Espírito de graça e de súplicas;
e olharão para mim, a quem traspassaram: e o prantearão como quem pranteia por
um unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo
primogênito” (Zc 12.10).
Será um período de
grande conhecimento da Palavra de Deus. “E virão muitos povos e dirão: Vinde, subamos ao
monte do SENHOR, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine o que concerne aos
seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de
Jerusalém, a palavra do SENHOR” (Is 2.3). Diz ainda Isaías: “Não se fará mal
nem dano algum em todo o monte da minha santidade, porque a terra se encherá do
conhecimento do SENHOR, como as águas cobrem o mar” (Is 11.9).
Jerusalém será não somente a
sede do governo messiânico como também o centro de adoração divina (Zc 14.16).
Será um tempo de paz
universal. “E
julgará entre muitos povos e castigará poderosas nações até mui longe; e
converterão as suas espadas em enxadas e as suas lanças em foices; uma nação
não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra” (Mq
4.3).
Será uma era de
abundante saúde física e mental. “Confortai as mãos fracas e fortalecei os
joelhos trementes. Dizei aos turbados de coração: Esforçai-vos e não temais;
eis que o vosso Deus virá com vingança, com recompensa de Deus: ele virá. e vos
salvará. Então, os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se
abrirão. Então, os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará,
porque águas arrebentarão no deserto, e ribeiros, no ermo” (Is 35.3-6).
Será uma era de
prosperidade, segurança e vida longa. “Não edificarão para que outros habitem, não
plantarão para que outros comam, porque os dias do meu povo serão como os dias
da árvore, e os meus eleitos gozarão das obras das suas mãos até à velhice” (Is
65.22).
Israel habitará seguro, e
estará de posse de todo o território que o Senhor prometera a Abraão. O capítulo 48 de
Ezequiel descreve, em detalhes, os termos que as doze tribos de Israel ocuparão
no período do Milênio. Será um território muito maior e muito mais amplo em
relação ao ocupado hoje pelo Estado de Israel.
Ora, se o Milênio é tão
maravilhoso, o que não diremos da Nova Jerusalém? O primeiro, apesar de suas
realizações, será imperfeito e temporário; o segundo não, pelo contrário, há de
ser eterno e perfeitíssimo. Já pensou quando entrarmos naquela cidade, cujo
arquiteto e construtor é o próprio Deus? Como descrever a formosa cidade?
Senhor Jesus, ajuda-nos a
cumprir nossa carreira neste mundo, para que possamos adentrar na Jerusalém
Celeste. Queremos a tua companhia; desejamos ver o teu rosto. Sê conosco, meigo
Salvador.
“Apocalipse 20.1-3 e
vv.7-10 tratam da condenação de Satanás. Ficará preso no abismo durante mil
anos. O abismo permanecerá trancado e lacrado acima dele, de modo que não terá
nenhuma atividade na terra durante aquele período. Depois, será solto por um
pouco de tempo, antes de seu castigo eterno no lago de fogo.
Entre esses dois eventos, a
Bíblia fala, em Apocalipse 20.4-6, daqueles que são sacerdotes de Deus e de
Cristo, e que reinarão com Ele durante mil anos.
Apocalipse 20.4 trata de dois
grupos de pessoas: O primeiro se assentará em tronos para julgar (isto é:
governar). A mensagem a todas as igrejas (Ap 3.21,22) indica que são os crentes
oriundos da Era da Igreja que permaneceram fiéis, sendo vencedores (Ap 2.26,27;
3.21; 1 Jo 5.4). Entre eles, conforme a promessa de Jesus, estarão os doze
apóstolos julgando (governando) as doze tribos de Israel (Lc 22.30). Isso
porque Israel, restaurado, purificado, com a plenitude do Espírito Santo de
Deus, ocupará sem dúvida a totalidade da terra prometida a Abraão (Gn 15.18)”
(HORTON, S. M.: As últimas coisas. In HORTON, S. M.
(ed.) Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. RJ: CPAD, 1996, p.638-9).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
PAZ DO SENHOR
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.