1 - Revelação de Jesus Cristo, a
qual Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem
acontecer; e pelo seu anjo as enviou e as notificou a João, seu servo,2 - o
qual testificou da palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, e de tudo
o que tem visto.3 - Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras
desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo
está próximo. 4 - João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja
convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete
Espíritos que estão diante do seu trono; 5 - e da parte de Jesus Cristo, que é
a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o príncipe dos reis da terra.
Àquele que nos ama, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados,6 - e nos fez
reis e sacerdotes para Deus e seu Pai, a ele, glória e poder para todo o
sempre. Amém!7 - Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos
que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim!
Amém!8 - Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, diz o Senhor, que é, e
que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso.
“As Sete Cartas do Apocalipse”. Por isso,
comente com os alunos que o Apocalipse será a base temática para o nosso estudo
bíblico. Veremos que o Livro Profético mostra-nos o Jesus triunfante, exaltado
e poderoso. Desvendando os mais profundos segredos dos fatos que “foram”, “são”
e “acontecerão” nos últimos dias (Ap 1.19). O comentarista desse trimestre é o
pastor Claudionor de Andrade, que, além de ser ministro do evangelho, é
conferencista, autor de várias obras editadas pela CPAD e Gerente de Publicações
da Editora.
Palavra Chave
Revelação: Ato ou efeito de
revelar um segredo.
O Apocalipse é um dos livros mais
belos e fascinantes da Bíblia. Através de seus símbolos e figuras, mostra-nos
Jesus como serão os últimos dias da humanidade. Se no Gênesis tudo é começo, no
Apocalipse tudo é consumação. Uma consumação, porém, que recomeça quando a Nova
Jerusalém desce dos céus “ataviada como noiva adornada para o seu esposo”.
Neste trimestre, estudaremos o
último livro das Sagradas Escrituras. Deleite-se, pois, desde já, nas
consolações que nos traz a Escatologia Cristã. Está você preparado para as
Bodas do Cordeiro? Então, que a nossa súplica seja: “Ora vem, Senhor Jesus”.
I. O LIVRO DO APOCALIPSE
1. Apocalipse, o único livro
profético do NT. Embora haja profecias em quase todos os livros do Novo
Testamento, somente o Apocalipse pode ser considerado um documento
rigorosamente profético. Aliás, até o seu título é profético. Em grego,
Apocalipse denota a remoção de um véu estendido sobre algo que deve e precisa
ser conhecido urgentemente por você e por mim.
Quanto ao conteúdo, o Apocalipse é
revelação. Se lhe considerarmos a mensagem, é profecia. Enviado como carta aos
seus primeiros destinatários, o livro, na verdade, é uma epístola.
2. Um livro de advertências e
consolações. O Apocalipse não se limita a descortinar o futuro. Palavra
inspirada de Deus, adverte, exorta e ensina os cristãos de todas as épocas e
lugares a esperar, em ordem santa, o aparecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Suas consolações no Espírito Santo são abundantes.O Apocalipse é o único livro
profético do Novo Testamento. Ele serve tanto de advertência como de consolação
à Igreja de Cristo.
II. AUTORIA, DATA E LOCAL
1. Autoria. João, filho de
Zebedeu, é o autor do Apocalipse (Ap 1.1,4,9; 22.8). Ele também escreveu o
quarto evangelho e três das sete epístolas universais. Em virtude de sua
profundidade teológica, o apóstolo recebeu dos Pais da Igreja o título de
“João, o Teólogo”. Outra alcunha deram-lhe os antigos: João, o Divino. O
apóstolo é conhecido igualmente como o discípulo a quem Jesus amava (Jo 21.20).
Em todas as suas obras, João sempre buscou realçar, e deixar bem patente, a
divindade do Nazareno (Jo 20.31).
2. Data. O Apocalipse foi escrito
entre 90 e 96 d.C. Nessa época, imperava o cruel e desapiedado Domiciano. Em
nada diferia ele de Nero e de Calígula, os dois mais odiados, perversos e
sanguinários governantes de Roma.
3. Lugar. João escreveu o
Apocalipse em Patmos (Ap 1.9). Trata-se de uma pequena ilha da Grécia. Distando
55 quilômetros da costa sudoeste da Turquia, faz parte do arquipélago conhecido
como Dodecaneso. Sua área total é de 34,6 km² e sua população, hoje, gira em
torno de três mil habitantes.
Patmos acha-se dividida em duas
partes quase iguais: uma no lado norte e outra na banda do sul, ligadas por uma
estreita faixa de terra. De vegetação modesta, a ilha é caracterizada por
montes relativamente baixos; o mais elevado é o Profitis Ilias com 269 metros.
O lugar era utilizado como reclusão para os inimigos do Império Romano.João,
filho de Zebedeu, apóstolo do Senhor, é o autor do Livro de Apocalipse. Este
foi escrito entre os anos 90 e 96 d.C, na Ilha de Patmos.
III. APOCALIPSE, O LIVRO PROFÉTICO
DO NT
1. Tema do Apocalipse. O próprio
autor declina o tema do Apocalipse: “Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe
deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer” (Ap
1.1). “Composto por uma série de visões, imagens, símbolos e figuras, o
Apocalipse revela os conflitos do povo de Deus e a sua vitória final sobre o
império das trevas. E conclui, mostrando os redimidos a desfrutar de todas as
eternas bem-aventuranças” (Dicionário de Profecia Bíblica, CPAD).
2. Divisões do Apocalipse. Assim
podemos distribuir o conteúdo do livro: 1) “As coisas que tens visto”: a visão
do Cristo glorificado no meio dos sete candelabros (cap. 1); 2) “as que são”:
as cartas enviadas por Jesus, por intermédio de João, às sete igrejas da Ásia
Menor (caps. 2 e 3); 3) e as coisas “que depois destas hão de suceder”: a
ascensão do Anticristo, a Grande Tribulação, o Milênio, o Julgamento Final e a
inauguração da Jerusalém Eterna e Celeste (caps. 4-21).
No Dicionário de Profecia Bíblica
(CPAD), encontramos outras informações acerca da estrutura do Apocalipse: “O conteúdo
do livro pode ser dividido em oito partes: 1) As sete cartas às igrejas da Ásia
Menor (1-3); 2) Os sete selos (4.1 a 8.1); 3) As sete trombetas (8.2 a 11); 4)
As sete figuras simbólicas - a mulher vestida de sol, o dragão, o menino, a
besta que saiu do mar, a besta que se levantou da terra, o Cordeiro no monte
Sião e o Filho do Homem sobre a nuvem; 5) O derramamento das sete taças (15,
16); 6) A condenação eterna dos ímpios (17-20); 7) As glórias da Nova Jerusalém
(21-22.5); 8) Epílogo (22.6-21)”.
3. Objetivos do Apocalipse. João
escreveu o Apocalipse, tendo em vista: 1) corrigir as distorções doutrinárias e
desvios de conduta das igrejas da Ásia Menor; 2) consolar os santos que eram
impiedosa e duramente perseguidos pelas autoridades romanas; 3) mostrar aos
santos o que haveria de acontecer nos últimos dias; e: 4) alertar-nos quanto à
brevidade e urgência da vinda do Senhor.O tema do Apocalipse é: “Revelação de
Jesus Cristo das coisas que brevemente acontecerão”.
IV. A LEITURA DO APOCALIPSE
1. A produção de livros no período
do Novo Testamento. O livro, na época de João, era um produto dispendioso e
caro. Trabalhando cada obra artesanalmente, os escribas, sempre ciosos de sua
profissão, cobravam pelo serviço um preço nada módico. Somente os ricos podiam
sonhar com um livro à cabeceira.
2. A leitura das Escrituras
Sagradas. Na maioria das congregações, havia apenas um exemplar das Sagradas
Escrituras. Para que todos fossem edificados, um oficial da igreja punha-se a
ler a Palavra de Deus, enquanto a irmandade ouvia-o reverente e atentamente.
Por isso a recomendação do Cristo: “Bem-aventurado aquele que lê, e os que
ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas;
porque o tempo está próximo” (Ap 1.3).
3. A liturgia da Palavra. Embora
tenhamos amplo acesso à Bíblia Sagrada, voltemos à liturgia da Palavra. Leiamos
os profetas, ouçamos os apóstolos. Nesse ensejo, sugiro a leitura integral do
Apocalipse, em voz alta, do púlpito de nossas igrejas, logo no primeiro domingo
deste trimestre, para que todos, crentes e não crentes, ouçam-no e sejam
bem-aventurados.A leitura do Apocalipse é uma bem-aventurança para aquele que
lê e guarda a sua mensagem.
Que
ninguém venha a menosprezar o Apocalipse, alegando tratar-se de um livro
difícil e enigmático. Se o lermos com discernimento e paciência, viremos a
constatar: a chave para a sua interpretação acha-se em suas próprias páginas. O
Noivo jamais enviaria uma carta indecifrável à sua Amada.
Você já leu o Apocalipse? Abra a
sua Bíblia, e ponha-se a ler, agora mesmo, este maravilhoso e fascinante livro
de Deus.
“O Livro de Apocalipse pertence à
categoria geral da literatura apocalíptica. A expressão literatura
apocalíptica, no entanto, desagrada a alguns estudiosos por causa de sua ambiguidade.
A própria expressão está baseada na palavra grega que significa ‘revelação’
(apokalypsis). Um apokalypse é uma revelação recebida através de uma visão, de
um sonho, de uma viagem celestial ou (em alguns casos) de um mensageiro
angelical. Acompanhando esse conceito, o livro de Apocalipse é um apokalypse,
isto é, contém uma série de visões (Ap 9.17; 13.1; 21.2; 22.8), uma viagem
celestial (4.1) e um mensageiro angelical (1.12ss; 10.1,8,9; 17.3,7,15;
22.8,16). Contém, também, uma escatologia apocalíptica, como aparece em uma
série de outras passagens bíblicas (por exemplo: Is 24-27; 55-66; Ez 37-48; Dn
7-12; Jl [1 - 3]; Zc 14; Mt 24; Mc 13), mas o termo é demasiadamente
controvertido e complicado para que possa ser definido através de uma ou duas frases.
[...] A escatologia apocalíptica
parece surgir em momentos de grande tensão social [...]. A escatologia
apocalíptica é uma tentativa de restaurar ou manter [...] [uma] visão global à
luz (ou nas trevas!) de um mundo em rápida transformação” (ARRINGTON, F. L.;
STRONSTAD, R. (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. 1.ed.,
RJ: CPAD, 2003, pp.1824,25).
“As Diversas interpretações
Muitos tentam fazer do Apocalipse
um livro de adivinhações. Relacionam-no aos acontecimentos de suas respectivas
épocas, para descobrir o que há de acontecer no futuro próximo. Esta
interpretação é muito proeminente entre os que têm uma visão meramente
histórica do livro. Estes intérpretes vêm comparando o Apocalipse com a história
da Igreja desde o primeiro século, para realçar coisas como o aparecimento do
papado e as invasões mulçumanas. Por conseguinte, não conseguem ver a Grande
Tribulação no final dos tempos, pois espalharam os eventos do livro no decorrer
da história da Igreja. Como se vê, cada geração de eruditos vem retrabalhando a
interpretação do Apocalipse, numa tentativa de encaixar as profecias em suas
respectivas épocas.
Outros possuem uma visão
preterista do livro, e tentam relacionar suas profecias com eventos registrados
no final do primeiro século, tendo-se Roma e seus imperadores mais proeminentes
como pano de fundo. Noutras palavras: os preteristas creem que a maior parte do
Apocalipse já foi cumprida há muito tempo atrás, restando-nos dele apenas
interesse histórico. Devemos observar, porém, que o relacionamento que eles
fazem entre o texto e o evento é muito subjetivo e precário.
Há ainda outros que rejeitam a
tentativa de se identificar os eventos do livro com as fontes históricas. Optam
por uma visão idealística do Apocalipse. Veem os símbolos e figuras
simplesmente como representantes da disputa progressiva que há entre o bem e o
mal, com a certeza do triunfo derradeiro da justiça. Acham que não haverá
cumprimento literal de nenhum evento do livro. O que vemos, porém, é que apesar
de o Apocalipse ter muitas figuras simbólicas, representam estas algo real
[grifo nosso]. O Anticristo é chamado de a besta, mas será uma pessoa real, e
cumprirá as predições feitas sobre ele noutras profecias, tais como 2 Ts
2.3-12, onde se diz que Cristo virá pessoalmente trazer triunfo final.
[...] O pré-milenismo interpreta
as profecias do Antigo e do Novo Testamento de maneira literal, observando,
porém se o contexto assim o permite.[...] Reconheço haver cristãos que se
consideram a si mesmos evangélicos, nascido de novo, e que sustentam diferentes
posições de interpretar o Apocalipse. [...] Contudo, depois de muitos anos de
estudo e de ensino, creio que há mais evidências em favor da visão pré-milenial
e da interpretação literal do que a das outras. A perspectiva pré-milenista e a
futurista, juntas, encaixam-se melhor nas orientações de Jesus” (HORTON, S. M.
Apocalipse: As coisas que brevemente devem acontecer. 2.ed., RJ: CPAD, 2001,
pp.5,6,8).(fonte CPAD).
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PAZ DO SENHOR
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