APOCALIPSE 21.9-27
Os textos que descrevem a
Cidade Santa não terminam em Ap 21.27, mas prolongam-se até 22.5. A linguagem
lembra um antigo cortejo nupcial, portanto, valoriza as qualidades da nubente.
Nestes textos, encontramos agudo contraste com a Babilônia, a meretriz do
capítulo 17. Enquanto esta é prostituta e imunda, aquela é a noiva e santa; uma
é a cidade dominada por Satanás; a outra, por Deus. Devemos também observar a
relação entre a Nova Jerusalém e o Templo de Ezequiel: a glória do Senhor (Ez
43.5; Ap 21.11) as portas e o nome das doze tribos (Ez 48.31,32; Ap 21.12,13).
Quanto ao local, a Nova
Jerusalém vem do céu; quanto à origem, de Deus (Ap 21.2); quanto à identidade,
é a Cidade Santa, a Nova Jerusalém, o Tabernáculo de Deus, a Esposa do Cordeiro
(Ap 21.2,9).
Construa uma Tabela Expositiva
para facilitar a compreensão de seus alunos acerca de como será a nova vida na
formosa Jerusalém Celestial.
Emílio Conde, num momento de
raríssima inspiração, assim cantou a esperança do crente em relação à Nova
Jerusalém:
“Quão glorioso, cristão, é
pensares / Na cidade que não tem igual / Onde os muros são de puro jaspe / E as
ruas de ouro e cristal / Pensa como será glorioso / Ver-se a triunfal multidão
/ Que cantando, aguarda a chegada / Dos que vencem a tribulação” (Harpa Cristã,
26).
O anseio demonstrado pelo
irmão Conde, que já dorme no Senhor, é também o nosso. Não podemos depositar a
nossa esperança num mundo que jaz no maligno, e que não poupa esforços por
destruir a santíssima fé que recebemos de Cristo Jesus. Embora estejamos ainda
aqui, o nosso coração acha-se ligado àquela ditosa cidade, cujo arquiteto e
artífice é o próprio Deus. Na Jerusalém Celeste, passaremos a eternidade na
companhia de Cristo Jesus — o Imaculado Cordeiro que se entregou a si mesmo,
redimindo-nos de nossas iniquidades.
A
REALIDADE DA NOVA JERUSALÉM
A crença na Jerusalém Celeste
não é uma ficção futurística, nem um devaneio inconsequente. Trata-se de uma
doutrina sólida, cujas raízes podem ser descobertas já no alvorecer da História
Sagrada. Haja vista o sonho de Jacó. O patriarca viu uma escada unindo a terra
ao céu, e por esta desciam e subiam os anjos de Deus (Gn 28.10-17). Na
consagração do Santo Templo, o rei Salomão confessa a sua fé na imensidade do
Todo-Poderoso, afirmando que o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos
humanas (2 Cr 6.18). Referia-se ele à excelsa habitação do Senhor. Mais adiante,
nos Salmos, pergunta o poeta: “Senhor, quem habitará no teu tabernáculo? Quem
morará no teu santo monte?” (Sl 15.1).
No livro de Isaías,
deparamo-nos com explícitas referências aos novos céus e à nova terra: “Porque
eis que eu crio céus novos e nova terra; e não haverá lembrança das coisas
passadas, nem mais se recordarão” (Is 65.17). Embora haja abundantes
referências e muitas inferências sobre a futura morada dos santos, as passagens
citadas são mais do que suficientes para mostrar-nos que a crença no porvir não
é uma fantasia; é uma doutrina digna de todo o crédito.
A
GRANDE E BENDITA ESPERANÇA DO POVO DE DEUS
O verdadeiro crente tem a sua
esperança centrada em Deus. Sabe que, neste mundo, não passa de um peregrino
que, orando e chorando, encaminha-se para a Jerusalém Celeste. Concentremo-nos,
pois, no exemplo de Abraão, nosso pai na fé.
A experiência de Abraão. Apesar de Abraão haver
recebido a terra de Canaã por herdade perpétua, sua esperança achava-se voltada
para os céus, conforme escreve o autor da Epístola aos Hebreus: “Pela fé,
Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por
herança; e saiu, sem saber para onde ia. Pela fé, habitou na terra da promessa,
como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele
da mesma promessa. Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o
artífice e construtor é Deus” (Hb 11.8-10).
Ora, se a herança temporal e
terrena do patriarca era algo inaudito, o que não dizer da promessa de uma
cidade arquitetada e construída pelo próprio Deus? Abraão, olhando além do
horizonte material, visualizou a Jerusalém Celeste.
Pensando nas coisas que
são de cima. No
capítulo 12 de sua Segunda Epístola aos Coríntios, o apóstolo Paulo,
descrevendo suas experiências, revela que, certa vez, foi arrebatado ao
terceiro céu, onde ouviu palavras inefáveis que o comum dos mortais não poderia
escutar. Teria ele visto a Jerusalém Celeste? Eis porque exorta-nos a pensar
nas coisas que são de cima: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai
as coisas que são
de cima, onde
Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima e não
nas que são da terra” (Cl 3.1,2).
Que exortação! Se a nossa
mente estivesse sempre centralizada nas coisas que são de cima, jamais
perderíamos tempo com as coisas passageiras desta vida.
O
QUE É A NOVA JERUSALÉM
Ao contrário do que ensinam os
incrédulos, a Nova Jerusalém não é uma suposição nem algo imaginário; é real e
concreta. No Apocalipse, temos dela uma descrição rica e pormenorizada. Vejamos
o que é, de fato, a gloriosa cidade que, um dia, estaremos adentrando, a fim de
estarmos para sempre com Nosso Senhor Jesus Cristo.
Definição. A Nova Jerusalém, também
conhecida como a Jerusalém Celeste, é o lugar que nos preparou o Senhor, para
que, na consumação de todas as coisas, estejamos eternamente com Ele. É
descrita ainda, pelo próprio Senhor, como a casa de meu Pai, onde há muitas
moradas (Jo 14.1-4). Isto significa que há lugar para todos os que vierem a
recebê-lo como o seu único e suficiente Salvador.
A localização da Nova
Jerusalém. Acha-se
esta cidade muito além do espaço sideral, num lugar jamais imaginado pela mente
humana. Neste exato momento, enquanto ansiamos pela chegada do Cordeiro, a Nova
Jerusalém, lindamente ataviada, aguarda a chegada do Esposo que, juntamente com
a Igreja, adentrará os seus limites, levando os céus e a terra, conforme
cantamos no hino três da Harpa Cristã, a ser a mesma grei. É o que podemos
adiantar, por enquanto, acerca da localização da Nova Jerusalém. Quando lá
estivermos; viremos a conhecê-la detalhadamente.
Quem entrará na Jerusalém
Celeste? Aquele, cujo nome encontra se no Livro da Vida do Cordeiro. Portanto,
se você ainda não recebeu a Jesus como o seu único e suficiente Salvador,
aceite-o neste momento, e siga-o fielmente ate o fim. E, assim, entrará você na
Cidade, e para sempre estará com o Senhor.
Ressaltamos, porém, que o
nosso maior prazer não será propriamente estar na Jerusalém Celeste; e, sim,
permanecer na companhia de Nosso Senhor Jesus Cristo pelos séculos dos séculos.
Maranata! Ora vem, Senhor
Jesus!
“As cidades antigas eram
modestas, se não francamente sujas. Tinham paredes de pedra, construídas sobre
leitos de rochas ou montes de terra batida. Os portões eram feitos de madeira
grossa e suportados por barras de ferro. As estradas eram sujas, apenas
pavimentadas com pedras em casos excepcionais. Os melhores edifícios eram
feitos de pedra, e os menores com tijolo cozido ao sol. Sem nenhum sistema de
saúde pública e de remoção regular de lixo, a maioria delas estava assolada por
moléstias e maus odores.
A Nova Jerusalém será
totalmente diferente. Sua descrição nesse livro enfatiza sua pureza e
perfeição. Os limites da cidade formam um perfeito cubo, exatamente como o
lugar santíssimo do Tempo de Jerusalém. Suas dimensões são em números múltiplos
de doze, um número associado à perfeição desde as doze tribos de Israel. As
fundações da cidade são de pedras semipreciosas ao invés de barro, jaspe ao
invés de rochas em suas paredes e edifícios feitos de ouro, e não, de madeira
ou pedras.
A descrição da Nova Jerusalém
no Apocalipse é semelhante à de Isaías 60. O profeta do Antigo Testamento
mencionou um extenso uso de metais e materiais preciosos (60.5-9,17), a luz
eterna vinda do Senhor (vv.1,2,20) — não do sol, lua ou estrelas (v.19,20) —,
os portões que nunca se fecham (v.11), a justiça de cada habitante (v.21) e os
reis das nações estrangeiras que vêm à cidade para adorar a Deus (vv.11-14)”
(ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. (eds.) Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. RJ: CPAD, 2003, p.1923).
CARACTERÍSTICAS DO REINO
MILENIAL
Justiça. Somente os justos serão
admitidos no reino (Mt 25.37; Is 60.21; 26.2). A justiça será sinônimo do
Messias (Ml 4.2; Is 46.13; 51.5).
Obediência. Foi o propósito original
de Deus na criação do mundo o estabelecimento de um princípio de obediência
completa e voluntária a Deus. A árvore da vida foi colocada no Éden como uma
prova de obediência (Gn 2.16,17). Diz a Bíblia que Deus sujeitou todas as
coisas Àquele que é o Senhor (Ef 1.22).
Conhecimento universal
de Deus (Is 11.9; Jr 3134). O conhecimento estará disseminado e determinado em
toda a Terra. Na verdade, todas as pessoas terão conceitos corretos sobre Deus,
porque o mal estará detido naquele tempo.
Paz e prosperidade (Is
2.4; 35.1,2). A
maldição do pecado estará detida, sem poder de alastramento. A paz será
universal porque a sua base será a justiça do Messias.
Longevidade (Is 65.20,21,22;
33.24). Uma
vez que o mal estará detido, a vida física dos habitantes da Terra naqueles
dias não sofrerá tanto como hoje. E verdade que as pessoas não estarão isentas
da morte. Mas viverão muito mais.
FINAL DO MILÊNIO
A soltura de Satanás e
seus anjos. Vemos
uma descrição na Terra que mostra o fim do período milenial (Ap 20.2,3,7-9). A
razão pela qual Satanás será solto é discernida pela sua atividade no tempo de
sua soltura. Ele sairá para enganar as nações e promover sua última batalha
contra o povo de Deus.
Gogue e Magogue (Ap
20.8). Esses
dois nomes referem-se aos inimigos de Israel. Podem representar dois tipos de
inimigos: povos vindos do Norte; e, também, povos em geral. O que prevalece
mais fortemente é a representação de povos vindos do norte. Na verdade, a
batalha não será muito extensa, porque haverá a intervenção divina.
PÓS-MILÊNIO
Todos esses fatos conduzem ao
Grande Trono Branco, que é o Juízo Final (Ap 20.11), símbolo do poder de Deus
para executar a justiça. Jesus será o Juiz (At 17.31; Jo 5.22,27). Diante do
Supremo Juiz, todos haveremos de comparecer. Os perdidos não escaparão ao Lago
de Fogo (Ap 19.20; 20.10,14,15; 21.8). O Lago de Fogo é um lugar, e não um
conceito, uma idéia ou estado mental.
Na segunda fase de Sua vinda
em glória (visível em todo o mundo), Cristo vai julgar as nações (Juízo das
Nações) e inaugurar o Milênio, a gloriosa era de paz a ser implantada na Terra.
Seguindo-se o Grande Trono Branco, o Juízo Final, ocasião em que somente haverá
dois destinos: a morte eterna ou a vida eterna. Os crentes em Jesus estarão
livres de qualquer condenação e irão desfrutar da eternidade.
“O Apocalipse não oferece
nenhum pormenor do Milênio, provavelmente porque as profecias anteriores já
sejam suficientes. Depois dos mil anos, Satanás será solto, provavelmente para
levar a uma vindicação final da justiça de Deus. Isto é: embora as pessoas
tenham experienciado o governo maravilhoso de Cristo, parece que seguirão a
Satanás na primeira oportunidade que se lhes ofereça. Assim fica demonstrado
que, com ou sem conhecimento de como é o reino de Cristo, os inconversos se
rebelam. Na Sua justiça, Deus nada mais poderá fazer senão separá-los
eternamente das suas bênçãos. Satanás, o grande enganador, também engana a si
mesmo, a ponto de acreditar que ainda conseguirá derrotar a Deus. Mas sua
derradeira tentativa fracassará. Nunca mais haverá rebelião contra Deus e o seu
amor”. (Teologia Sistemática, CPAD)
“O apóstolo Paulo tinha um
grande amor pelo povo de Israel, que então rejeitara o Evangelho. Estava
disposto a desistir da própria salvação eterna, se isto garantisse a salvação
deles (Rm 9.1 -5). Ele sabia que isso seria impossível, mas demonstra o quanto
os amava. E pergunta, em Romanos 11.1: ‘Porventura, rejeitou Deus o seu povo?’
Ele mesmo responde: ‘De modo nenhum!’ (no grego, me genoito). Deus jamais
permitirá que isso aconteça. Está claro que Deus não rejeitou o seu povo! E o
contexto mostra que a Bíblia está falando de um Israel literal, e que Deus não
alterou suas promessas.
“Lembremo-nos, ainda, que os
12 apóstolos julgarão, ou governarão, as 12 tribos de Israel (Mt 19.28; Lc
22.30). Isso requer uma restauração literal de Israel. Não há como a Igreja
possa vir a ser dividida em 12 tribos.
“Assim, a visão pré-milenista
é a única que permite a restauração de Israel como nação e o cumprimento
literal das profecias de paz e bênção que Isaías e outros profetas previram.” (Doutrinas
Bíblicas, CPAD)
“À medida que a eternidade for
‘passando’, conheceremos mais e mais da sabedoria e do poder insondáveis de
Deus. As infinitas belezas celestiais irreveladas começarão a ser conhecidas.
‘Mas como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais
penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam’ (1
Co 2.9). Os maravilhosos e profundos mistérios de Deus começarão a ser
conhecidos. 1 Coríntios 4.5 diz: ‘Portanto, nada julgueis antes do tempo, até
que venha o Senhor, o qual não somente trará à luz as cousas ocultas das
trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações; e então cada um
receberá de Deus o louvor’. Esta é uma das razões por que Jesus vem revelar e
explicar os grandes segredos que hoje tanto nos intrigam, mas que nossa mente
não os alcançaria se hoje fossem revelados.
“Os salvos oriundos do Milênio
viverão para sempre na terra, mediante a árvore da vida (Ap 22.2), não mediante
a ressurreição, nem porque passaram do estado mortal para o imortal.
“Jesus, em sua forma humana,
pessoal, a qual jamais deixará, estará eternamente associado ao Pai na regência
do Universo, conforme a promessa divina feita a Davi: ‘Este edificará uma casa
ao meu nome, e eu estabelecerei para sempre o trono do seu reino’. ‘Porém a tua
casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti: o teu trono será
estabelecido para sempre’(2 Sm 7.13,15). ‘Este será grande e será chamado Filho
do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai’. ‘Ele reinará
para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim’ (Lc 1.32.33).
‘O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará
pelos séculos dos séculos’ (Ap 11.15).” (O Calendário da Profecia, CPAD).
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