TEXTO ÁUREO
“E lhe disse: Ouvi-me, ó levitas;
santificai-vos agora, e santificai a casa do Senhor, Deus de vossos pais, e
tirai do santuário a imundícia.” (2 Cr 29.5).
VERDADE APLICADA
A verdadeira motivação dos levitas
era o serviço da casa de Deus.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
* OBSERVAR a confusão generalizada
que se faz com a palavra levita;
* COMPREENDER quem eram os levitas
verdadeiros;
* APRENDER a importância de servir
ao Senhor em Sua Casa.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
2 Cr 29.1 - Tinha Ezequias vinte e
cinco anos de idade, quando começou a reinar, e reinou vinte e nove anos em
Jerusalém; e era o nome de sua mãe Abia, filha de Zacarias.
2 Cr 29.2 - E fez o que era reto aos
olhos do Senhor, conforme a tudo quanto fizera Davi, seu pai.
2 Cr 29.3 - Ele, no primeiro ano do
seu reinado, no primeiro mês, abriu as portas da casa do Senhor, e as reparou.
2 Cr 29.4 - E trouxe os sacerdotes,
e os levitas, e ajuntou-os na praça oriental.
2 Cr 29.11 – Agora, filhos meus, não
sejais negligentes; pois o Senhor vos tem escolhido para estardes diante dele
para o servirdes, e para serdes seus ministros e queimadores de incenso.
INTRODUÇÃO
Há um grande equívoco
histórico-cultural enraizado na mente de alguns crentes e ministros de louvores
levando-os a se autodenominarem levitas. No Novo testamento não há qualquer
menção de que pessoas que realizaram algum trabalho na obra de Deus passaram a
ser chamados de levitas. Nosso objetivo não é necessariamente condenar alguém
pelo uso do termo, mas, apenas mostrar que o seu uso deliberado pode trazer
algumas distorções teológicas perigosas, como supervalorizar o Sacerdócio
Levítico e renegar a de ordem superior, por quem vem a perfeição (Hb 7.11-24).
Quem eram os levitas descritos na Bíblia? Como estava organizado o Ministério
Levítico? Que ligações possuem os levitas descritos na Bíblia com os ministros
de louvores, cantores ou músicos atuais? Estes são alguns dos questionamentos
que precisam ser respondidos durante o estudo desta lição.
1. SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS
Há poucas semelhanças e muitas
diferenças entre o exercício do Ministério Levítico do Antigo Testamento e o do
“Ministério Levítico” dos cristãos atuais. Teologicamente falando, não existe
nenhuma ligação entre estes dois grupos, quer seja no seu aspecto estrutural ou
organizacional. A verdade é que o Ministério Levítico era amplo em suas
atribuições e atividades e abrangia: o serviço no santuário (Nm 3.6; 1 Cr
15.2); o auxilio nos sacrifícios (Jr 33.18-22); no transporte da arca da
aliança (Dt 31.9); na responsabilidade com o ensino da lei (Dt 22.10); e, na
música (1 Cr 25.1). Fazendo uma análise dos dias atuais, há aqui na música uma
semelhança que ligaria um ministério ao outro, entretanto, é preciso que esses
músicos que dizem “levitas” devem ter a consciência que ser levita não está
restrito só na área da música, mas deve trabalhar na casa do Senhor em todos os
departamentos. Devem ser leais, dispostos, peritos, unidos e abraçam a visão do
ministério completamente.
1.1. O esvaziamento das palavras
Levita é uma pessoa consagrada para
trabalhar na obra do Senhor, não somente na área da música, mas em todos os
serviços referente a casa de Deus. Entretanto, na atualidade parece que algumas
pessoas não se dão conta dessa verdade. Pois muitos dizem ser “levita”, porém
não são adoradores verdadeiros. Gostam de serem chamados de levitas, mas não
está disposto a ouvir alguém chamar de servos. Logicamente, não estou
generalizando, porque sei que existem aqueles que são sinceros, que têm
compromissos nos trabalhos da obra do Senhor nos variados departamentos e
buscam tão somente louvar e adorar a Deus. Há cantores “levitas” que por causa
do sucesso querem ser tratados como “estrelas gospel”, mas se formos observar
as letras de suas composições são totalmente vazias de conteúdo da Palavra de
Deus, erros teológicos, palavras que não edificam em nada a vida do cristão e
até mesmo paródia de músicas mundanas estão sendo tocadas em nossas igrejas.
Esses que assim o fazem, infelizmente, não considero adorador “levitas”. Pois
não têm nenhuma reverência ao nome de Deus, se preocupam mais com o sucesso
individual do que agradar a Deus. O louvor deve engrandecer as obras de Deus,
anunciar seus feitos, reconhecê-lo como doador da vida e de todas as coisas
boas.
1.2. Semelhanças técnicas, diferenças teológicas
Nós podemos nos envolver com muitas
canções que nos deixam do lado de fora do templo, às pessoas estão prontas, mas
isso não é necessariamente adoração. O foco, o resultado final de qualquer
culto de canções deve ser adoração. O plano é trazer a congregação, trazer as
pessoas à presença do Senhor. O louvor que edifica não é aquele que atrai uma
grande multidão, onde há gritos, aplausos e muita euforia. De que adianta tudo
isso, se não houver arrependimento, transformação de vidas e salvação? A
adoração reverente, não é acompanhada de pulos, gritos ou assobios. É
introspectiva, é “em espírito”. De espírito para Espírito. Não precisa de
coreografias e shows visto nas festas mundanas, pois não tem valor algum na
adoração, a não ser afastar a nossa mente do verdadeiro foco da adoração que é
Deus. A adoração exige que o adorador se concentre tão somente em Deus.
1.3. Semelhanças físicas, diferenças
espirituais
Se for atentar para a aparência
corremos o risco de sermos enganados. Muitos são as pessoas que na igreja tem
uma conduta ética, seja ele ministro de louvor, de palavras, de ensino ou mesmo
um membro da igreja. Porém, em outros lugares a sua conduta não condiz como um
verdadeiro servo do Senhor, espiritualmente está distante de ser adoradores de
verdade. Pessoas assim, pode até nos enganar pela aparência física, mas de modo
algum engana a Deus que conhece todo nosso ser. Davi por ser um adorador de
verdade disse ao Senhor: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me,
e conhece os meus pensamentos” (Sl 139.23). Samuel, apesar de ser profeta de
Deus atentou para a aparência de Eliabe, pensando que era o ungido do Senhor.
“E sucedeu que, entrando eles, viu a Eliabe, e disse: Certamente está perante o
Senhor o seu ungido” (1 Samuel 16.6). Mas Deus o advertiu de que não julgasse
pela aparência. Ao decidir pelo aspecto físico, não se observa virtudes
individuais que faltam nas qualidades físicas que a sociedade admira. A
aparência nâo revela como a pessoa é na verdade ou quais são seus verdadeiros
valores espirituais. Muitos adoradores são crentes na igreja, mas fora em
outros lugares, têm uma conduta fora do padrão para um cristão. Felizmente,
Deus olha para o caráter; não à aparência. É porque Ele conhece o interior do
coração. A maioria das pessoas preocupa-se muito com sua aparência externa;
elas deveriam fazer muito mais para desenvolver seu caráter. Enquanto todos
podem ver o seu rosto, apenas você e Deus sabem como é realmente o seu coração.
2. LEVITA COMO MARCA DE LEGITIMIDADE
O comércio da música gospel é um
mercado de disputa acirrada, cantores e cantoras evangélicas em busca de
sucesso fazem de tudo para serem reconhecidos, alguns adotam nomes artísticos
para se destacarem. Muitos vão à televisão e sentem-se como verdadeiros
“astros” e “celebridades”. Alguns esquecem que são apenas servos de Deus. A
busca pelo dinheiro, shows e espaço na mídia têm ofuscado a visão de muitos
cantores que se dizem “levitas”. Do primeiro amor já não se lembra mais, querem
alcançar uma estabilidade financeira como se fosse qualquer outra profissão.
2.1. O problema do ego: a doença da
superioridade
A verdade é que existem muitos
“levitas” humildes que são verdadeiros adoradores, seus objetivos visam louvar
e engrandecer o nome do Senhor. O problema acontece quando alguns se deixam
influenciar pela fama, elogios e o sucesso alcançado. Esse momento é delicado,
pois se não tiver um coração humilde pode se tornar orgulhosos, alguns já não
obedecem a seus líderes, achando-se superiores as demais pessoas. É preciso ter
cuidado, o sucesso às vezes é passageiro. É importante que o “levita” seja
realmente servo do Senhor e tenha um coração humilde. É muito gratificante
ouvir uma música que toca na alma. Nos tempos antigos a harpa de Davi acalmava
o coração do rei Saul.
2.2. O perigo da distorção: o
desrespeito à Palavra
Ao compor uma música, é de suma
importância atentar para letra, ainda mais se tratando de música gospel. Usar a
Palavra de Deus de qualquer maneira é agir com falta de reverência ao Senhor. O
nome do Senhor não pode ser pronunciado ou “cantado” em vão. “Não tomarás o
nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que
tomar o seu nome em vão”. (Êx. 20.7). O problema não é só isso, pois como foram
ditos pelo autor da revista, eles usam versículos isolados da Bíblia
distorcendo de forma grave o sentido da Palavra no texto bíblico, não atentando
as regras da hermenêutica. Interpretações erradas são responsáveis pelas seitas
e heresias que estão em nosso meio. Precisamos ter mais conhecimento das
Escrituras. Jesus Cristo já nos libertou com verdades absolutas. Não podemos
continuar vivendo debaixo de ensinos, de músicas ou de qualquer coisa
distorcida da Palavra de Deus. “Para que não sejamos mais meninos inconstantes,
levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com
astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos
em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Ef 4.14-15).
2.3. A crise dos holofotes: o
terrível medo do esquecimento
O mercado da música é muito
disputado. Quando um cantor está no auge do sucesso é muito bom, pois se torna
o centro das atenções nos meios de comunicações e são vistos como celebridades
pela sociedade. Porém, são poucos os que conseguem se firmar por muito tempo
fazendo sucesso, com o passar do tempo, alguns são até esquecidos pelas mesmas
pessoas que antes aplaudiam. É assim o mundo, no meio artístico, só tem valor
enquanto pode oferecer alguma coisa, se não permanecer em destaque não serve
mais. Alguns cantores que já não fazem sucesso com músicas mundanas encontram
na música evangélica um meio de voltar ao sucesso que já tiveram em tempos
atrás. Talvez seja por isso, que a música gospel virou apenas um grande
comércio para satisfazer o ego de alguns “levitas/artistas” que vieram para
nosso meio, dizendo-se que aceitaram a Jesus como Salvador, mas na verdade,
nunca se converteram de coração, não houve mudança de vida. O intuito é apenas
de lucrar e voltar a ser visto pela mídia, usam as denominações religiosas e
lucram da fé de cristãos. Certamente, Deus não tem agrado nenhum com tais
adoradores. “Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e
com a sua boca, e com os seus lábios me honra, mas o seu coração se afasta para
longe de mim e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em
que foi instruído” (Is. 29.13).
3. REDESCOBRINDO O SERVIR
No Antigo Testamento o povo de
Israel era formado por tribos. Essas tribos descendiam dos doze filhos de Jacó.
Uma das tribos era a tribo de Levi, que era um dos doze filhos de Jacó. Todas
as pessoas que faziam parte da tribo de Levi eram chamadas de levitas. O nome
levitas, também veio a ser aplicado aos homens que ajudavam os sacerdotes nos
serviços do tabernáculo e, mais tarde, no templo construído por Salomão. As
atividades dos levitas eram muito amplas em seus trabalhos, diferentemente da
forma de pensar em nossos dias, que pensam que levitas só são os músicos. Os
levitas eram responsáveis por vários serviços, entre eles o Santuário (Nm 3.6;
1 Cr 15.2); auxiliar nos sacrifícios (Jr 33.18,22); também o transporte da Arca
da Aliança; tinha a responsabilidade do ensino da Lei (Dt 31.9; 22.10); na
música (1 Cr 25.1) e, no uso da autoridade para abençoar. Assim, percebemos que
os deveres dos levitas não se restringiam apenas na música, eles tinham muitas
responsabilidades em todos os serviços. Vemos que dentre muitas atribuições
como as citadas, os levitas eram os responsáveis direto por tão excelente
atitude, a de louvar a Deus. Na ocasião da dedicação do Templo (1 Cr 7.6),
encontramos os levitas fazendo uso dos instrumentos musicais e entoando louvor.
3.1. A vida como serviço ao Senhor
A tribo de Levi foi escolhida por
Deus para o ministério Levítico, por isso, são chamados levitas. Foram
separados, santificados, para servir, ministrar as coisas sagradas no
Tabernáculo e mais tarde no Templo. “mas incumbe tu os levitas de cuidarem do
tabernáculo do Testemunho, e de todos os seus utensílios, e de tudo o que lhe
pertence; eles levarão o tabernáculo e todos os seus utensílios; eles
ministrarão no tabernáculo e acampar-se-ão ao redor dele.” (Nm 1.50). “levita” é
aquele que está disposto a servir na casa de Deus. Todos são responsáveis a
cuidar do templo e trabalhar na obra do Senhor.
3.2. Servir por amor
De modo algum podemos servi a Deus
apenas pelas obrigações na igreja, esse tipo de serviço pode até agradar os
irmãos, mas não alegra o coração de Deus. Servir ao Senhor, antes de ser um ato
de obediência regrada, tem de ser um ato de amor. Nosso serviço ao Senhor deve
ser motivo de satisfação em nossa alma, servimos a Deus porque O amamos acima
de todas as coisas. O próprio mandamento bíblico já deixa clara a forma de como
servir a Deus. “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a
tua alma, e todo o teu pensamento” (Mt 22.37). Nosso trabalho deve ter por
fundamento principal o amor, isso em todos os tipos de trabalhos que envolvem a
igreja. Nossa adoração e louvor se não for motivado por amor genuíno não
alegrará o coração de Deus porque Deus sonda o coração do adorador, Ele sabe se
apessoa realmente está oferendo louvor, adoração com sinceridade. Devemos amar
a Deus de todo nosso coração e servir a Ele com alegria e amor, e Ele
providenciará tudo o que for necessário para estimular ainda mais este amor em
nossos corações.
3.3. Servindo além dos horários de
culto
Os levitas eram designados nominalmente
para ministrarem na casa do Senhor segundo a ordenança de cada dia (1 Cr
16.37-42). Ora cantando, ora tocando e ora cuidando da arca. Os levitas devem
estar sempre em sintonia com a casa do Senhor e seus ofícios. Hoje, não vivemos
literalmente na casa do Senhor para ministrar, mas nós somos o templo do Senhor
e assim podemos de forma contínua, mesmo não estando na igreja (templo),
podemos ministrar ao Senhor e oferecer sempre o nosso sacrifício. “Por ele,
oferecemos sempre a Deus em sacrifício de louvor, isto é o fruto dos lábios que
confessam o seu nome” (Hb 13.15). Nosso louvor e adoração não estão restritos a
um determinado local, onde quer que estejamos, a qualquer hora, louvamos e
adoramos a Deus pela praticidade de nossas vidas.
CONCLUSÃO
Embora, hoje, biblicamente não
tenhamos mais levita, pois os levitas pertenciam à tribo de Levi, temos o
“ministério” de continuar servindo a Deus. O trabalho do levita é muito
importante e cada vez mais deve ser ensinada, tirando-se a falsa ideia de que
apenas os músicos são levitas. Os levitas separados por Davi para servirem na
casa do Senhor eram quase quarenta mil, contudo, apenas cerca de 3600 eram
músicos ou cantores. Isso mostra a imensa deficiência de levitas que temos nas
igrejas atuais. Muitos são levitas e não tem consciência disso, outros não são
porque nunca foram ensinados sobre como podem ser e não há nada melhor do que
ter verdadeiros “levitas” trabalhando na casa do Senhor em todos os
departamentos.
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