1 - Tem misericórdia de mim, ó Deus,
segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão
das tuas misericórdias.
2 - Lava-me completamente da minha
iniquidade e purifica-me do meu pecado.
3 - Porque eu conheço as minhas
transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.
4 - Contra ti, contra ti somente
pequei, e fiz o que a teus olhos é mal, para que sejas justificado quando
falares e puro quando julgares.
5 - Eis que em iniquidade fui
formado, e em pecado me concebeu minha mãe.
6 - Eis que amas a verdade no
íntimo, e no oculto me fazes conhecer a sabedoria.
7 - Purifica-me com hissopo, e
ficarei puro; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve.
8 - Faze-me ouvir júbilo e alegria,
para que gozem os ossos que tu quebraste.
9 - Esconde a tua face dos meus
pecados e apaga todas as minhas iniquidades.
10 - Cria em mim, ó Deus, um coração
puro e renova em mim um espírito reto.
11 - Não me lances fora da tua
presença e não retires de mim o teu Espírito Santo.
12 - Torna a dar-me a alegria da tua
salvação e sustém-me com um espírito voluntário.
13 - Então, ensinarei aos
transgressores os teus caminhos, e os pecadores a ti se converterão.
Davi foi um homem que certamente
amava a Palavra de Deus e a oração, porém ele não era imune à tentação e ao
pecado. No auge do seu reinado transgrediu a Lei do Senhor cometendo um
adultério e um assassinato. Todavia, depois de ser advertido pelo profeta Natã
reconheceu a sua iniquidade e transgressão: “Pequei contra o Senhor” (2 Sm
2.13). Davi trilhou o caminho que todo pecador deve percorrer para ser
restaurado: arrependimento, confissão do pecado e abandono da prática.
“‘Portanto és indesculpável quando
julgas, ó homem, quem quer que sejas’.
Quando o apóstolo Paulo fez esta
declaração, estava na verdade, acusando os judeus que se consideravam inculpáveis.
Paulo coloca o judeu e o gentio na mesma condição espiritual diante de Deus:
Culpados! O escritor condena os moralistas que julgavam os erros dos gentios,
pois julgavam erros que eram cometidos por eles mesmos. Os judeus julgavam que
pelo fato de Deus ter mostrado graça e favor especial à sua raça, os livraria
da condenação. Imaginavam que, pelo simples fato de serem israelitas de sangue,
estariam salvos. Entretanto, era um conceito comodista e falso. Lucas escreveu
a mensagem de João Batista que colocava cada judeu na mesma condição dos demais
seres humanos. Se não se arrependessem, de nada valeria serem filhos de Abraão,
pois dizia: ‘Porque eu os afirmo que mesmo destas pedras Deus pode Suscitar
filhos a Abraão’ — (Lc 3.3-9) (Compare João 8.31-47: Romanos 9.1-13).
Entendemos então que, diante de
Deus, tanto judeus como gentios são pecadores e estão debaixo da ira divina.
São dois tipos de pecadores, que se protegem atrás de sua ‘própria moralidade’
para se justificarem diante de Deus. O judeu justificava-se na sua ‘religião’ e
o gentio na sua moralidade. Porém, a Bíblia responde a ambos e diz: ‘O que
encobre as suas transgressões, jamais prosperará’ (Pv 28.13). ‘És indesculpável
quando julgas, ó homem’ (2.1). Esta expressão anula a pretensão do pecador de
querer julgar. Na verdade, ele não está em condições de julgar, porque Deus é
quem julga. Ele é o Supremo Juiz! Quando Ele sentencia, não há apelação, pois
seu julgamento é justo e nele não há possibilidade de erro” (Carta aos Romanos,
CPAD).
Jesus disse em Mt 5.20: “Se a vossa
justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no
Reino dos Céus”. O que Jesus pretendia dizer com essas palavras é respondido em
Mt 5.21-48. A verdade é que o pecado está no coração dos homens e que as suas
intenções são más. A natureza humana é má, ainda que o homem não cometa o ato
de pecado. Esta verdade pode ser exemplificada na vida dos próprios judeus.
Eles não matavam, mas muitas vezes estavam cheios de ódio; não cometiam
adultério, mas permitiam que um homem olhasse para uma mulher com desejos
lascivos; exigiam justiça (“olho por olho”), mas não se dispunham a perdoar uns
aos outros; amavam aos que os amavam, mas odiavam os inimigos. Que nenhum
crente tenha o mesmo pensamento que os judeus, principalmente, os escribas e
fariseus — achavam que a sua religiosidade exterior os tomariam salvos diante
de Deus. Mas tinham coração cheio de ira, de lascívia, de mentira, de vingança,
e de preconceito.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, divida a classe em 3:
grupos. Depois que os grupos já estiverem formados, entregue a cada um deles
uma das questões abaixo. As questões devem ser respondidas tendo como base o
Salmo 51. Cada grupo terá, no máximo, três minutos para discutir seu tema e
dois minutos para expor sua opinião à classe.
1. Davi estava verdadeiramente arrependido por ter transgredido a Lei
divina? Como ele demonstrou isso?
2. Qual o caminho a ser percorrido, segundo o Salmo 51, pelo pecador
arrependido?
3. Davi foi totalmente restaurado diante de Deus?
Conclua explicando que Davi trilhou
o caminho que todo pecador deve percorrer para ser restaurado: arrependimento,
confissão do pecado e abandono da prática.
Palavra
Chave.Perdão: [Do gr. aphesis]. “Perdoar ou remir os pecados de alguém”.
A oração é o modo pelo qual o homem
fala com Deus e coloca diante dEle suas alegrias, tristezas, necessidades,
anseios, enfim, tudo o que aflige sua alma. Quando se peca, é através da oração
que se chega a Deus para confessar as culpas e pedir-lhe o seu perdão. A oração
que Davi fez, logo após ser confrontado pelo profeta Natã a respeito de seu
adultério (com Bate-Seba) seguido de assassinato (de Urias), é um exemplo do
que se deve fazer ao pecar, a fim de alcançar misericórdia diante de Deus.
I. O PECADO NOS AFASTA DE DEUS
1. O pecado afronta a Deus. Pecado é
a transgressão deliberada e consciente das leis estabelecidas por Deus. O
pecado afronta o caráter de Deus e a sua santidade. Esta falta de conformidade
com a lei moral de Deus é rebelião; quem usa dessa prática se distancia da
comunhão com Deus, que, por hipótese alguma, comunga com o pecado ou com alguém
que permanece nesse estado. Davi pecou gravemente e permaneceu em pecado até
que, advertido peio profeta, se arrependeu e suplicou ao Senhor o perdão.
2. As consequências do pecado. Os
relatos do rei Davi evidenciam que o pecado entristece o Espírito Santo e causa
separação entre Deus e o homem (Is 59.2). Foi esse afastamento de Deus que Davi
viveu. A única maneira de o crente manter comunhão com Deus, por meio do seu
Espírito Santo, é andar segundo a sua vontade (Rm 8.1,2,8,9,13,14).
3. Consciência do pecado. A
expressão que Davi usou para rogar a Deus a sua purificação, revela o
reconhecimento do seu estado de impureza moral, pois havia cometido delitos
contra a santidade de Deus e à sua Lei. Ao pedir a Deus que o limpasse com
hissopo (v.7), ele revela que se havia contaminado tal qual um leproso ou
alguém que havia tocado em um morto; símbolos de impureza máxima em sua época
(Lv 14; Nm 19.16-19). O pecado destrói a paz com Deus, e a falta dessa paz,
como decorrência do pecado, é como um sinal vermelho, a fim de que o crente
pare imediatamente e volte-se para Deus em oração. É preciso que se arrependa,
confesse o seu pecado e abandone-o, e pela fé em Cristo, e por Ele, receba o
perdão de Deus (1 Jo 1.7-9).O pecado afronta a Deus, entristece o Espírito
Santo e causa separação entre Deus e o homem.
II. CONFISSÃO E PERDÃO
1. Reconhecer e confessar o pecado.
Ao pecar, Davi não considerou as consequências de seus atos. No entanto, assim
que caiu em si como pecador, reconheceu a gravidade dos seus pecados cometidos
e a necessidade de confessá-los, para, em seguida, pedir perdão. Todo ser
humano deve saber que aquele que “encobre as suas transgressões nunca
prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia” (Pv 28.13). O
rei sabia que seu pecado era, em primeiro lugar, contra o próprio Deus (v.4).
No Salmo 32, Davi mostra o dever e a necessidade de reconhecer e de confessar o
pecado a Deus (Sl 32.1-5) e expressa a certeza do perdão do Senhor (v.5).
2. Conhecendo o caráter de Deus
(vv.6,16). Davi conhecia a Deus e sabia que só homens limpos de mãos e puros de
coração entram no santuário (Sl 24.3,4). Seus salmos revelam que ele conhecia a
Deus pessoalmente e tinha um relacionamento íntimo com o Senhor.
3. O afastamento de Deus. Como todo
o crente que desobedece às ordenanças divinas, Davi estava sentindo a angústia
resultante da falta de comunhão com Deus. O pecado era como um muro, que o
impedia de ver e sentir a presença de Deus. Para um homem acostumado à comunhão
com o Criador, o vazio provocado pela falta desta doía como um corpo com os
ossos quebrados (v.8); a tristeza havia tomado conta de seu ser.Para receber o
perdão divino, o pecador deve reconhecer, confessar e abandonar o pecado.
III. A RESTAURAÇÃO DO PECADOR
1. Arrependimento e contrição. Davi
tinha consciência do seu pecado. Porém, sabia que Deus está sempre disposto a
perdoar todo homem que, com o coração arrependido, volta-se para Ele,
confessando as suas culpas e rejeitando-as, por meio da oração espontânea e
sincera (Pv 28.13). O perdão divino está à disposição de todos os pecadores
que, arrependidos, confessam a Deus os seus pecados e aceitam a purificação
provida pelo Senhor mediante o sangue de Jesus Cristo (Lc 24.46,47; 1 Jo 1.9).
Todavia, é necessário que se rejeite totalmente a prática do pecado, pois o que
alcança misericórdia é aquele que confessa e deixa (Pv 28.13).
2. Mudança de atitude. O verdadeiro
arrependimento resulta em mudança de vida. Pode-se tomar como exemplo o Filho
Pródigo. Ele, distante do pai, sem dinheiro ou condições dignas de, inclusive,
se alimentar reconheceu seu pecado e resolveu voltar. Confessou suas
transgressões ao pai e pediu-lhe perdão. O importante, porém, foi que a oração
o levou à ação. Ele foi, fez tudo o que havia proposto e alcançou misericórdia
(Lc 15.11-24). Davi também demonstrou com atos sinceros e profundos o
arrependimento, vindo da alma.
3. Renovação interior. Na oração de
Davi, pode-se ver que o Senhor já estava trabalhando em seu interior. Observe
os desejos de Davi depois de confessar seus pecados e buscar o perdão de Deus:
a) Um espírito voluntário. O que
demonstra seu desejo e sua disposição de servir a Deus (v.12).
b) Ensinar os caminhos do Senhor.
Assim que se sente perdoado Davi se propõe a falar sobre o quanto Deus fora
compassivo e misericordioso com ele, para que mais pecadores (como ele) se
convertam de seus caminhos (v.13). Davi não se contenta em apenas desfrutar o
seu perdão; ele também quer que o mundo conheça o Deus perdoador.
c) Louvar a Deus. Conhecendo o seu
Senhor, Davi sabia que, na situação de pecado em que se encontrava, seus
louvores não seriam aceitos. Era necessário que, antes de oferecer sacrifícios,
ele se quebrantasse diante de Deus. Só então, estaria livre para louvá-Lo
(vv.16,17). Deus recebe o louvor dos filhos obedientes, que procuram viver de
acordo com a Palavra; a estes Ele denomina verdadeiros adoradores (Jo 4.23). O
verdadeiro louvor ao Senhor não está em palavras ou canções, mas primeiramente
na vida santa e consagrada e no testemunho do adorador.
d) Prontidão para agradar a Deus.
Uma das características mais marcantes de um homem perdoado por Deus é o desejo
profundo de agradá-Lo. O próprio Jesus fez alusão a este fato, quando estava em
casa de Simão (Lc 7.36-50). A motivação maior do serviço do crente no Reino é o
fato de ter sido perdoado, isto o constrange a fazer tudo e qualquer coisa para
agradar ao Deus que o perdoou e o livrou da morte e do inferno. Por isso, um
dos desejos expressos por Davi em sua oração foi o de ser um prestador de
serviço para Deus com espírito voluntário.Deus restaura o pecador que
verdadeiramente se arrepende e muda de atitude.A oração é um instrumento de
comunhão com Deus, inclusive para aquele que a perdeu por causa do pecado.
Depois que o homem reconhece que pecou, através da oração sincera, como a do
publicano em Lucas 18.10-14, pode confessar seus pecados ao Senhor e pedir-lhe
o seu perdão. O verdadeiro arrependimento, no entanto, implica na mudança de
atitude e conduta daquele que pecou. A orientação amorosa do Senhor Jesus é:
“vai-te e não peques mais” (Jo 8.11).
O Pecado e seu
Domínio
“Infelizmente, para o questionamento
do porquê de Davi ter pecado, a resposta é simples e, ao mesmo tempo, complexa:
Ele pecou exatamente porque é um ser humano.
[...] Mesmo sendo o ‘homem segundo o
coração de Deus’, ele não possuía uma natureza divina assim como Jesus Cristo que,
apesar de ser chamado de ‘Filho de Davi’ — por sua ascendência ou natureza
humana —, era Deus e, portanto, não sujeito a pecar (Hb 4.15; 1 Pe 2.21,22).
Ser um ‘homem de Deus’ (2 Cr 8.14), como Davi o era, infelizmente não significa
invulnerabilidade ou imunidade em relação ao pecado. Talvez nisso resida o
problema de muitas pessoas que se espelham em outras. Quando seus referenciais
fracassam, elas igualmente perdem a fé, pois caíram na ilusão de acreditar que
existe alguém perfeito.
A doutrina do pecado ou
hamartiologia é um dos grandes ensinos que precisa ser resgatado nos dias
atuais. Saber que todos nós fomos afetados peia realidade do pecado, que por
meio de um ato único entrou no mundo e, consequentemente, no seio da humanidade
(Gn 3), é muito importante, pois mostra que a sua universalidade é algo que só
pode ser resolvido com um único ato universal (Rm 5.18,19). O pecado é, por
definição, um desvirtuamento do propósito original de Deus para o homem, pois o
‘sentido básico da palavra é o de errar um alvo ou um caminho’”.
(CARVALHO, C. M. Davi: As vitórias e
as derrotas de um homem de Deus. 1.ed. RJ: CPAD, 2009, pp.147-8)
O Perdão
Pela Confissão
“Qual é a garantia de que a
confissão é importante para Deus? A própria Palavra de Deus. Ela garante que a
confissão é premiada com a misericórdia. ‘O que encobre as suas transgressões
nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia’ (Pv
28.13).
Deus sabe que estamos sujeitos às
leis deste mundo, mais exige que pautemos uma vida dentro dos padrões
estabelecidos por Ele. E quando nos afastamos desse padrão, Ele espera que
admitamos nossa falha e retornemos para Ele por meio da confissão. Todos nós
conhecemos o texto áureo da confissão: ‘Se confessarmos os nossos pecados, Ele
é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça’
(1 Jo 1.9).
Não podemos ter por hábito apenas
dizer para Deus o que fizemos como se lêssemos para Deus uma lista de nossas
infelizes decisões e atos. Mais que enumerar pecados, Deus espera que
concordemos com Ele que erramos e que precisamos do seu perdão.
E Davi reconheceu o seu erro. Ele
sabia que em Deus acharia a graça para a recuperação de seu pecado. Deus, por
meio da confissão de Davi, não permitiu que ele permanecesse naquela situação:
‘Os passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor, e ele deleita-se no seu
caminho. Ainda que caia, não ficará prostrado, pois o Senhor o sustém com a sua
mão’ (Sl 37.23,24). Como diz Richard D. Philips, ‘enquanto a verdade condena, a
verdade e a graça juntas restauram o pecador’.
Não estamos imunes ao pecado em um
mundo decaído. Não podemos dizer que jamais pecaremos, ou que ficaremos o tempo
todo em vigilância. Mas podemos ter certeza de que Deus, em sua grande
misericórdia, aceitará o pecador arrependido e o restaurará à comunhão
perdida”.(COELHO, A. Davi: As vitórias e as derrotas de um homem de Deus. 1.ed.
RJ: CPAD, 2009, pp.168-72)
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