O juízo
da quarta trombeta terá grande efeito sobre os amantes da astrologia e que
creem ser suas vidas reguladas pelo movimento do sol, da lua e das
estrelas. As afirmações encontradas em horóscopos no que diz respeito à
sua associação com os acontecimentos do presente ou do futuro é pura
bobagem. Nossos dias não estão nas estrelas, mas nas mãos daquele que criou as
estrelas! Astronomia é um estudo legítimo e fascinante, mas
a astrologia não passa de
invencionice dos adivinhos ávidos por dinheiro.
O homem
fala da fixidez das leis da natureza, mas a ordem que Deus mantém sobre os
luminares dos céus declara-o Senhor do universo. No que se refere à luz ou às
trevas, ele faz o que lhe agrada, como o descobriram os egípcios ao sofrerem
escuridão terrível e verem que os israelitas tinham luz. Ao serem criados, o
sol, a lua e as estrelas foram comissionados para dar luz à terra e
seu potencial para o bem tem sido sempre grande. Agora, entretanto, o seu
benefício é diminuído de um terço, pois o édito de Deus proclama a destruição
de uma terça parte deles.
Durante a
Segunda Guerra Mundial o povo inglês acostumou-se à escuridão durante os
ataques aéreos desastrosos. Mas tudo o que o homem pode fazer é destruir a
luz artificial. Não pode impedir a luz
celestial de brilhar. Durante um desses momentos de escuridão parecia irônico
ouvir um oficial gritar a alguém: “Apague essa luz”! ao passo que no
céu brilhava uma linda lua, tudo revelando aos atacantes aéreos. Mas
aproxima-se uma escuridão divina na qual Deus há de retirar os raios do sol, da
lua e das estrelas fazendo com que a terra experimente trevas tais que lhe
infundam pavor.
O último
versículo deste capítulo contém um anúncio alto e universal de três ais que
precedem as três últimas trombetas. Estes ais solenes indicam a severidade dos
juízos que se seguirão e seu efeito aterrorizador. Estas três últimas trombetas
resultarão em uma nova qualidade e grau de desprazer divinos e
desastre consequente. O ai é tríplice porque os três piores juízos ainda estão
por vir. Ao som das primeiras quatro trombetas revela-se o homem em seus
relacionamentos terrenos. Os homens podem procurar onde desejarem as coisas
que lhes deem prazer ou sustento, mas em todos os lugares devem ver a marca do
juízo de Deus causada por seu próprio pecado.
A Quinta
Trombeta (9:1-12)
Com o
soar das últimas três trombetas passamos do visível para
o invisível. Nas trombetas anteriores
o homem era visto em seu ambiente material e as coisas vistas pelo olho humano,
mas agora, com a quinta trombeta, já não estamos no reino material,
mas no espiritual. Apresenta-se uma luz triste sobre este juízo, mas o pior
ainda está para acontecer. Nestes versículos temos uma das mais horríveis
descrições de devastação jamais escrita, à medida que o quinto anjo
apresenta-se a fim de exercer sua missão terrível.
Aqui, novamente,
a estrela que
cai à terra tem sido identificada de várias maneiras. Alguns dizem
ser ela descritiva de Satanás sendo lançado do céu, ou do anticristo, ou do
falso profeta ou de um sistema político ou religioso. Achamos que a estrela
caída pode ser o anticristo, um instrumento escolhido por Satanás a fim de
infligir tais cenas de crueldade e derramamento de sangue descritos por
João. A esse que foi expulso é entregue “a chave do poço do Abismo”—a cadeia
dos demônios. A posse da “chave” significa poder e autoridade sombrias para
executar a morte. A fumaça que se levanta do abismo resulta em um exército
devastador de gafanhotos. Porfumaça podemos compreender o
efeito cegador e lúgubre da ilusão satânica. O retrato que Paulo faz
da imitação demoníaca em 2 Tessalonicenses 2:9-12 corresponde ao poder que
Satanás torna possível para o exército de gafanhotos.
Os
gafanhotos com poder como escorpiões simbolizam as ordens de agências
diabólicas que trazem vingança sobre os culpados, descritos como “os homens que
não têm na fronte o selo de Deus” (9:4). Como os 144.000 de Israel estão
selados, e portanto, a salvo do juízo (7:3, 4), são as multidões gentias
não seladas que devem beber a taça da vingança. Como diz Swete: “Assim
como Israel no Egito escapou das pragas que puniram seus vizinhos, assim também
o novo Israel é isento do ataque dos gafanhotos que saíram do abismo.”
A
descrição dos gafanhotos é cheia de significação. Essa praga de gafanhotos
baseia-se em pragas similares no Êxodo e em Joel, asquais
nos lembram
a natureza terrível da destruição produzida por gafanhotos no reino vegetal. Sob a quinta trombeta eles são o símbolo da
terrível natureza do juízo que há de sobrevir aos homens. Os gafanhotos literalmente devastaram o reino
vegetal do Egito sob a mão de Moisés, e aqui temos uma figura do juízo destes
gafanhotos que saíram do abismo sobre os homens não selados.
Os
gafanhotos receberam poder semelhante ao dos escorpiões (9:3). Os viajantes do
Oriente, onde os escorpiões são comuns, precavêm-se desta criatura,
que muitas vezes é encontrada debaixo de pedras soltas e em ruínas,
pois suas ferroados são severas e doridas quando perturbados. Com a
aparência de lagosta os escorpiões secretam veneno em suas caudas. Esta arma de
ataque é um instrumento de dor excruciante, perturbação mental e até mesmo a
morte. Os nativos temem a picada do escorpião por causa do sofrimento horrível
que ela causa. Nosso Senhor ligou serpente e escorpiões com o poder de Satanás
(Lucas 10:19).
Foi dito
aos escorpiões que não causassem dano à erva da terra (9:4). Por que
esta proibição específica? Deus, como Criador, intervém na lei natural outra
vez e suspende os hábitos alimentares naturais dos gafanhotos, que
geralmente se alimentam de erva, coisas verdes e de árvores. O poupar o mundo
vegetal sugere uma preservação temporária das mercadorias mais essenciais. Sob
a oitava praga do Egito os gafanhotos destruíram tudo o que era verde
(Êxodo 10:12-15). Mas agora o seu consumo de coisas verdes é restringido,
e ferem somente aos homens que não pertencem a Deus.
Foi-lhes
dado poder para atormentar os homens por cinco meses (9:5). Por que
somente cinco meses? Esse tempo
limitado significa que este juízo não separará os culpados de Deus para sempre
e é permitido principalmente para prevenir os pecadores do castigo final que os
aguarda se não se arrependerem. Os meses especificados estão da mesma
forma relacionados com os gafanhotos porque este é o seu tempo de vida
normal (de maio a setembro). O tempo completo de sua vida normal é ocupado com
a angústia dos homens. Aqui temos um período breve mas determinado de
ais aos indicados para a tortura. Que alívio será para os atormentados que os
gafanhotos não vivam mais de cinco meses! Durante a atividade destas criaturas,
a angústia humana será indescritível e sem alívio, uma praga horrível e consumidora,
angustiante ao extremo.
Nesses
dias os homens buscarão a morte mas não a encontrarão (9:6). O pecado
produz tormento, tira todo o prazer da vida e muitas vezes faz com que o
pecador deseje a morte. Mas os poderes permitidos de perturbação física não
podem matar os homens diretamente, e nisto jaz a advertência ao arrependimento. A morte seria alívio bem-vindo aos que são
afligidos tão gravemente, mas ela os ilude. O suicídio não será possível, e o
poder de matar é retirado dos próprios gafanhotos, pois a incumbência é apenas
de torturar. Que desespero dominará
os que desejam terminar sua angústia tirando a vida, mas não podem morrer!
A
aparência dos gafanhotos era semelhante à de cavalos aparelhados para a guerra
(9:7). O pecado acarreta seu próprio castigo, e há sempre forças prontas para
atacar o pecador, enquanto peca, como é enfatizado pela descrição contínua dos
gafanhotos. Como cavalos aparelhados para a guerra, o exército de gafanhotos
está disposto e pronto para executar o mandamento de seu rei. Exércitos hostis,
especialmente a cavalaria, são simbolizados por uma invasão de gafanhotos em
Jeremias 51:27 e Joel 2. Na Itália e em outros países onde há
abundância de gafanhotos, eles são chamados de cavalinhos por causa da semelhança de suas cabeças com as
dos cavalos. “A sua aparência é como a de cavalos; e como cavaleiros, assim
correm” (Joel 2:4).
Os
gafanhotos usavam coroas semelhantes ao ouro (9:7). A frase
característica semelhantes a sugere soberania falsa.
“Coroas” representam vitória e domínio, e “ouro” denota deidade. O homem jamais
poderá pecar sem sofrer porque, por decreto divino, a penalidade do pecado
sempre será executada. Uma coroa de ouro divinamente conferida jaz sobre a
cabeça de Cristo (Apocalipse14:14), mas aqui a dignidade e pretensão de
autoridade real são espúrias. Satanás sempre tem sido o imitador do real.
Os
gafanhotos tinham rostos como de homens (9:7). Aqui, de novo, a palavra como implica que os gafanhotos não tinham rostos
humanos reais, mas simples imitações. Sublinhando esta descrição existe o
pensamento de que a dor que os gafanhotos infligem não o é de maneira
indiscriminada, mas inteligentemente regulada segundo o pecado cometido. Os
rostos semelhantes aos dos homens dessas hordas demoníacas, sugerindo
inteligência e capacidade humana, dar-lhes-ão terror adicional. Mas, tendo
falta da inteligência humana, não podem apelar para o raciocínio humano e agem
mecanicamente como lhes fora ordenado.
Os
gafanhotos tinham dentes como os de leões (9:8). O que sugere mais a destruição
do que dentes de leões? O pecado, ao ser avidamente seguido, finalmente destrói
o pecador como se sua cabeça fosse literalmente amassada entre os dentes das
mandíbulas do leão. A implicação deste símbolo é que os terríveis gafanhotos
nascidos da fumaça serão cruéis, selvagens e implacáveis no tormento que
causarão.
Os
gafanhotos tinham, por assim dizer, couraças de ferro (9:9). Esses agentes
infernais de tortura são imunes à destruição pessoal.Destituídos de todo
sentimento, vêm eles não mostrando piedade nenhuma. O homem não pode desbaratar
lhes a defesa. Todo o esforço em afugentá-los será inútil. Arma alguma que o
homem possa construir será forte suficiente para conservá-los à distância. Mas
para o filho de Deus sempre há proteção contra as forças das trevas. Paulo a
chama de “escudo da justiça” (Efésios 6:14).
As asas
dos gafanhotos faziam um ruído como o de muitos carros que correm ao combate
(9:9). Quão vivido é a esta altura o símbolo! “O ruído de suas asas era como o
ruído de carros de muitos cavalos que correm ao combate.” O homem não poderá
vencer ou fazer retroceder seu juízo merecido pelo poder de suas próprias
armas, nem poderá evadir ou escapar dele, pois os exércitos do terror marcharão
contra ele de todos os lados. Joel emprega uma descrição semelhante da
desesperança total da resistência contra os exércitos atacantes da destruição
(Joel 2:5).
Os
gafanhotos tinham caudas com ferrões (9:10). Os naturalistas dizem-nos que o escorpião
sacode a cauda constantemente a fim de atacar, e que o tormento causado por sua
picada é muito severo. Outra leitura de Apocalipse 9:10 é: Havia
ferrões, e seu poder estava em suas caudas para ferir. Seduzido pelo pecado,
apenas para ser destruído por seus dentes como os de leões, o pecador que vai
após o pecado certamente há de receber a picada como a de escorpiões.
Os
gafanhotos tinham rei (9:11). Salomão, um dos maiores naturalistas do passado,
diz-nos que os gafanhotos comuns não têm rei (Provérbios 20:37). Mas os
horríveis escorpiões que João descreve possuem um líder cruel. De Joel
aprendemos que a hoste invasora não vagueia sem destino, mas que cada um anda
em sua rota designada. As forças destrutivas que João retrata estão sob as ordens
do diabo, que é o rei dos poderes infernais. Enquanto o anticristo será a
personificação da influência maligna de Satanás, o comandante do exército dos
gafanhotos é o próprio Satanás, mencionado como Abadom, e Apoliom (nomes
que têm significados similares).
Abadom significa “perdição” e é
o nome dado ao local de destruição. “Não há cobertura para o Abadom”—isto
é, perante Deus (Jó 26:6). Veja também Provérbios 15:11.
Apoliom é a forma grega do nome
hebraico e significa “destruidor”. Satanás é o rei destas hordas de gafanhotos
e é o espírito de destruição que inspira estas hostes terríveis. Este quadro
vivido revela Satanás como “o destruidor dos gentios” (Jeremias 4:7)—não
somente do cristianismo corrupto, mas também do judaísmo apóstata.
Quão
significativa é a afirmação: Passado é já um ai! Que alívio é livrar-se do terror da meia-noite e
do tormento! Mas os que rejeitam a Deus não terão descanso; o pior ainda está
por vir: “Eis que depois disto vêm ainda dois ais.”
A Sexta
Trombeta (9:13-21)
O juízo
desta segunda trombeta de ais embora se pareça com o
juízo da trombeta anterior, tem natureza muito mais grave. Aos vastos
exércitos, aos poderes do cavalo, ao leão, e aos escorpiões são acrescentadas
forças novas e desoladoras. As multidões são mais numerosas e as cabeças dos
cavalos mais parecidas com as do leão. Ao soar o sexto anjo, João ouve “uma voz
que vinha das quatro pontas do altar de ouro que estava diante de Deus” (9:13).
O altar de ouro estava na presença imediata de Deus e recebia orações e adoração
do povo de Deus. Aqui o altar de ouro lembra-nos que os juízos que se seguem
vêm em resposta ao clamor dos santos perseguidos e martirizados: “Até quando, ó
Senhor?”
O
quarteto distinto de anjos possui uma missão sombria a realizar, e sua voz
autoritária e unida leva a resposta de Deus aos clamores de seus filhos que
sofrem. Agora serão vingados. O número quatro é significativo pois é
o número da terra e sugere universalidade. Temos as quatro estações do ano e os
quatro pontos cardeais. Os quatro metais e as quatro bestas de Daniel 2 e 7
representam os quatro impérios universais—Babilônia, Medo-Persa, Grécia e Roma.
As quatro divisões da raça humana são nações, tribos, povos e línguas
(Apocalipse 7:9).
Chifre simboliza força e poder
(Salmo 132:17) e o altar de ouro fala do privilégio de
adoração e da comunhão que foi possível mediante o sangue derramado no altar de bronze. Acorrentados em obediência amorosa ao altar até
o momento necessário, os quatro anjos (escravos do amor de Deus) são libertados
para realizar sua tarefa mortal. Este quarteto angelical é diferente dos quatro
anjos retentores de 7:1-3, pois a missão daqueles é reter as forças do mal.
Aqui os quatro anjos libertam os poderes destruidores e operam na região
delimitada do rio Eufrates.
O rio
Eufrates merece ser chamado grande pois tem
2865 quilômetros de extensão e é o rio mais comprido e mais importante da Ásia
Ocidental. Na fronteira nordeste da Palestina, este rio constituía-se linha de
defesa contra os poderosos inimigos de Israel, os assírios. Às vezes suas águas
transbordavam levando tudo o que encontravam pela frente. É por isso que Isaías
usou o rio como símbolo da destruição do avanço dos assírios ao executar os
juízos divinos sobre Israel (Isaías 8:5-8). Como usado por João, embora o
elemento destruidor seja limitado à “terça parte”, o mesmo rio é o local do
juízo de Deus sobre o mundo perdido. Foi no Eufrates que o pecado humano teve
início e onde Satanás exerceu domínio por tanto tempo. Agora experimenta a
punição divina (Apocalipse 9:14; 16:12).
Os
ministros angélicos da retribuição não podem agir sem o sinal de Deus. São
retidos por uma “hora, dia, mês e ano”. Estes períodos de tempo referem-se à
retenção dos anjos, e não à duração do ministério da destruição. Por quanto
tempo foram retidos não o sabemos. Tudo o que sabemos é que não podem atacar
até o momento determinado pelo relógio de Deus. Estavam sempre prontos para
desincumbir-se de sua tarefa, mas não foram libertados até que chegasse o
momento exato determinado nos conselhos de Deus (9:15). Os juízos de Deus são
retidos em suas limitações divinas.
Que o
juízo do sexto selo será grave e avassalador pode ver-se pela afirmativa de que
“a terça parte dos homens” será morta. Sob o terceiro selo a quarta parte foi morta (6:8), e agora morre um terço
das três quartas partes restantes. Que morticínio aguarda os habitantes de todo
o território associado com o Eufrates!
Em 9:16-19
João descreve 200 milhões de cavaleiros. Para o morticínio terrível dos ímpios,
Deus ordena que saiam suas reservas, e uma hoste tão invasora e vingativa não é
constituída de seres humanos, mas de encarnações demoníacas. As guerras globais
fazem com que nos acostumemos a falar e agir em termos de milhões e ver milhões
morrerem. Pense nos milhões de milhões de mortes associadas com a Segunda
Guerra Mundial!
João vê
uma época em que Deus há de permitir que um grande e avassalador exército limpe
a terra dos que há muito o desprezaram. Um dentre cada três seres humanos
sucumbirá nas mãos destes cavaleiros do inferno, cuja armadura de defesa é uma
combinação de fogo, de jacinto e de enxofre—símbolos de tormento eterno.
Como o expressa J. Stafford Wright:
João
agora vê todos os horrores da guerra. Em seus dias a cavalaria era uma das
forças mais terríveis, e ele vê esta em primeiro lugar. Mas enquanto olha, toma
consciência de que estes não são cavalos comuns, mas monstros estranhos que
destroem com a fumaça que lhes sai da boca, e de outras bocas na ponta das
caudas como as de serpentes. Não há dúvida de que foi permitido a João ver os
instrumentos destruidores na forma de artilharia. Sob a inspiração de Satanás,
o homem transforma tudo para sua própria destruição e guerra sucede a guerra.
Referências
bíblicas quanto às qualidades do cavalo são numerosas, mas pouco se diz do seu
uso como animal de carga ou com finalidades agrícolas. Era proibido aos
judeus multiplicar cavalos por causa do risco de esses cavalos
afastarem-nos do coração de Jeová (Deuteronômio 17:16). O Egito foi famoso
por seus cavalos de guerra e nas Escrituras o cavalo é visto como o
símbolo da guerra, assim como o asno simboliza a paz. O êxito na guerra e
na conquista é associado com os cavalos que João descreve (Apocalipse 6:1-8;
Zacarias 6:1-8). Sob a sexta trombeta, os gafanhotos, com sua destruição e
agonia, dão lugar aos cavalos—horrendos e pavorosos; agentes agressivos e
militares de rapina e morticínio.
Tinham cabeça como de leão (9:17). Você já tomou
tempo para estudar a cabeça de um leão, num zoológico ou numa foto? Que
majestade, coragem, força e audácia suas feições representam! Não é de admirar
que se refira ao leão como o rei da selva. Estes cavalos do juízo, com cabeças
como de leão, são investidos com todas as qualidades temíveis dos leões.
Tinham bocas de fumaça (9:17). Satanás há de armar sua hoste de quatro
pernas com uma trindade de forças ofensivas e
destruidoras: fogo, fumaça e enxofre. Estes elementos saindo da boca dos
cavalos transmitirão ao ímpio um antegosto da agonia do lago do fogo. Arrotando
vapores infernais, os cavalos manifestarão prazer diabólico em sua tarefa. Mais
referências a estes símbolos de angústia podem ser encontradas em 2:18;
14:10; 19:20.
Tinham caudas como serpentes (9:19). Na
Escritura, cauda é símbolo de profetas
falsos e de ensinamento falso (Isaías 9:14, 15). Seu uso no Apocalipse
expressa a influência maligna de Satanás, a falsidade e a injúria (12:4).
. .cabeças, e com elas causavam
dano” (9:19) mostra que a astúcia de Satanás é dirigida inteligentemente.
A cabeça é emblemática do trono do governo
moral, da inteligência e do poder (Isaías 7:8, 9; Zacarias 6:11; 1 Coríntios
11:3-10). Que esperança pode ter o pecador contra tal combinação de sutileza
satânica e sabedoria mal dirigida?
O fato de
que a terça parte dos homens é morta pelo fogo, fumaça e enxofre que saem das
bocas dos cavalos não exerce nenhum efeito de sobriedade sobre o restante dos
homens. O limite da paciência divina foi alcançado, de modo que Deus permite
que os merecedores de sua ira colham o que semearam. Esquecimento ou desafio
persistente de Deus termina no abandono à sorte merecida. Os apóstatas poupados
persistem em sua dureza de coração a despeito dos terrores horríveis dos
cavaleiros do inferno. Lemos duas vezes: “Não se arrependeram.” Por causa
disto, permite-se ao pecado operar seu juízo inevitável.
Ao
descrever o período dos fins dos tempos da era gentia, Jesus declarou que “a
iniquidade abundará”. Aqui resumimos algumas formas da pior iniquidade durante
os últimos dias.
Adoravam aos demônios. Demonismo, adoração a Satanás,
e magia negra hoje em dia são comuns. Vivemos em um mundo demonizado. João
prediz o tempo quando a hoste demoníaca será adorada aberta e universalmente.
Adoravam a ídolos. O restante dos homens
têm ídolos sem vida, segundo sua posição social. Os ricos têm deuses de ouro e
de prata. A classe média possui ídolos de bronze e de pedra. Os pobres têm
ídolos de madeira. Desta forma dupla de idolatria, Satanás e ídolos, aparecem
os feitos malignos.
Eram assassinos. “Não se arrependeram dos
seus homicídios.” Nosso Senhor disse que Satanás foi homicida desde o
princípio; ele instigou Caim a assassinar seu irmão Abel. Desde o primeiro
homicídio do mundo, incontáveis milhões de pessoas têm sido assassinadas,
inclusive grandes multidões de crentes como mártires por sua fé. Em nossos
dias, a cota de homicídios é assustadora, mas nos dias que João descreve, sendo
os homens energizados por Satanás, o homicídio será praticado ainda mais
habitualmente.
Eram feiticeiros. A feitiçaria e o trato
ilícito com os espíritos (que é parte integral do espiritismo ou
espiritualismo) aumentaram rapidamente durante os últimos 50 anos e lançam
sombra negra sobre o futuro. Fortemente condenada na
Escritura, a feitiçaria encontra sua própria sorte quando o juízo
desce sobre todos os que operam com “espíritos familiares”. É interessante
notar o fato que a palavra “feiticeiro” é pharmakos no original, de onde nos vem a palavra farmácia. De uma raiz que significa “encantamento” a
palavra passou a significar “droga”.
A. T.
Robertson diz: “A palavra farmácia, como aplicada a drogas e
remédios, certamente evoluiu de um péssimo ambiente, mas ainda há um mau odor
acerca dos remédios patenteados.” Certamente chegamos a uma era drogada,
quando drogas variadas distorcem as mentes de multidões, especialmente de
grande parte da juventude de nossos dias. O arrependimento estará longe dos
viciados em narcóticos na era da Tribulação.
Eram fornicadores. Quando Deus e a justiça
são rejeitados, e quando a impiedade geral prevalece, que mais se
pode esperar a não ser a indulgência nas formas mais desabridas da cobiça sem
freios? Divórcios fáceis zombam dos laços sagrados do matrimônio. As uniões são
quebradas quase tão rapidamente quanto feitas. Nossos padrões morais baixos são
sombra da condição corrupta do mundo quando do soar da sexta trombeta.
Eram ladrões (9:21). Jamais na
história mundial os furtos foram tão generalizados como o são hoje. Roubos de
lojas, bancos e outros estabelecimentos comerciais alcançaram um número
assustador. A massa de homens que não foram mortos pelos cavaleiros do
inferno terão pouco respeito pelos direitos uns dos outros. O evangelho do
dia será: “Cada um por si e o diabo por todos.” O homem se
enriquecerá às custas do próximo. Gangsters internacionais,
sem nenhuma consideração pela propriedade alheia, tornar-se-ão mais comuns à
medida que a era se deteriora, mas sua destruição é certa.
Antes de
tratarmos do parêntese entre as sexta e a sétima trombetas, recapitulemos os
significados das primeiras seis.
As primeiras quatro trombetas mostram-nos o homem como cidadão de um mundo
infestado pelo pecado; tudo acima dele e ao seu redor fala da maldição
ocasionada pela queda do homem.
A quinta trombeta apresenta o homem como pecador, e mostra-nos que
o mundo todo “jaz no maligno”. Os pecados do homem, portanto, procedem do
diabo, e seus pecados acarretam tormentos enviados pelo inferno.
A sexta trombeta torna claro que os juízos sobrevêm aos pecadores
por virtude de leis fixas segundo as quais o pecado deve inevitavelmente
ocasionar sofrimento. Os juízos divinamente infligidos lembram-nos da verdade
que “Deus ira-se contra o ímpio todos os dias”. Ao soar desta trombeta está
simbolizada a imposição positiva dos juízos divinos sobre o homem. Uma vez que
o homem fica sem desculpa, seu escape do castigo é impossível.(notas comentario biblico Normam R. champlin).
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PAZ DO SENHOR
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