ULTIMA PAGINA POSTADA DA ESCOLA DOMINICAL TODOS ASSUNTOS DO BLOG

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

As trombetas do apocalipse (2)



                            A Quarta Trombeta (8:12, 13)




                                       Professor Mauricio Berwald

O juízo da quarta trombeta terá grande efeito sobre os amantes da astrologia e que creem ser suas vidas reguladas pelo movimento do sol, da lua e das estrelas. As afirmações encontradas em horóscopos no que diz respeito à sua associação com os acontecimentos do presente ou do futuro é pura bobagem. Nossos dias não estão nas estrelas, mas nas mãos daquele que criou as estrelas! Astronomia é um estudo legítimo e fascinante, mas a astrologia não passa de invencionice dos adivinhos ávidos por dinheiro.

O homem fala da fixidez das leis da natureza, mas a ordem que Deus mantém sobre os luminares dos céus declara-o Senhor do universo. No que se refere à luz ou às trevas, ele faz o que lhe agrada, como o descobriram os egípcios ao sofrerem escuridão terrível e verem que os israelitas tinham luz. Ao serem criados, o sol, a lua e as estrelas foram comissionados para dar luz à terra e seu potencial para o bem tem sido sempre grande. Agora, entretanto, o seu benefício é diminuído de um terço, pois o édito de Deus proclama a destruição de uma terça parte deles.

Durante a Segunda Guerra Mundial o povo inglês acostumou-se à escuridão durante os ataques aéreos desastrosos. Mas tudo o que o homem pode fazer é destruir a luz artificial. Não pode impedir a luz celestial de brilhar. Durante um desses momentos de escuridão parecia irônico ouvir um oficial gritar a alguém: “Apague essa luz”! ao passo que no céu brilhava uma linda lua, tudo revelando aos atacantes aéreos. Mas aproxima-se uma escuridão divina na qual Deus há de retirar os raios do sol, da lua e das estrelas fazendo com que a terra experimente trevas tais que lhe infundam pavor.

O último versículo deste capítulo contém um anúncio alto e universal de três ais que precedem as três últimas trombetas. Estes ais solenes indicam a severidade dos juízos que se seguirão e seu efeito aterrorizador. Estas três últimas trombetas resultarão em uma nova qualidade e grau de desprazer divinos e desastre consequente. O ai é tríplice porque os três piores juízos ainda estão por vir. Ao som das primeiras quatro trombetas revela-se o homem em seus relacionamentos terre­nos. Os homens podem procurar onde desejarem as coisas que lhes deem prazer ou sustento, mas em todos os lugares devem ver a marca do juízo de Deus causada por seu próprio pecado.

A Quinta Trombeta (9:1-12)

Com o soar das últimas três trombetas passamos do visível para o invisível. Nas trombetas anteriores o homem era visto em seu ambiente material e as coisas vistas pelo olho humano, mas agora, com a quinta trombeta, já não estamos no reino material, mas no espiritual. Apresenta-se uma luz triste sobre este juízo, mas o pior ainda está para acontecer. Nestes versículos temos uma das mais horríveis descrições de devastação jamais escrita, à medida que o quinto anjo apresenta-se a fim de exercer sua missão terrível.

Aqui, novamente, a estrela que cai à terra tem sido identificada de várias maneiras. Alguns dizem ser ela descritiva de Satanás sendo lançado do céu, ou do anticristo, ou do falso profeta ou de um sistema político ou religioso. Achamos que a estrela caída pode ser o anticristo, um instrumento escolhido por Satanás a fim de infligir tais cenas de crueldade e derramamento de sangue descritos por João. A esse que foi expulso é entregue “a chave do poço do Abismo”—a cadeia dos demônios. A posse da “chave” significa poder e autoridade sombrias para executar a morte. A fumaça que se levanta do abismo resulta em um exército devastador de gafanhotos. Porfumaça podemos compreender o efeito cegador e lúgubre da ilusão satânica. O retrato que Paulo faz da imitação demoníaca em 2 Tessalonicenses 2:9-12 corres­ponde ao poder que Satanás torna possível para o exército de gafanhotos.

Os gafanhotos com poder como escorpiões simbolizam as ordens de agências diabólicas que trazem vingança sobre os culpados, descritos como “os homens que não têm na fronte o selo de Deus” (9:4). Como os 144.000 de Israel estão selados, e portanto, a salvo do juízo (7:3, 4), são as multidões gentias não seladas que devem beber a taça da vingança. Como diz Swete: “Assim como Israel no Egito escapou das pragas que puniram seus vizinhos, assim também o novo Israel é isento do ataque dos gafanhotos que saíram do abismo.”

A descrição dos gafanhotos é cheia de significação. Essa praga de gafanhotos baseia-se em pragas similares no Êxodo e em Joel, asquais
nos lembram a natureza terrível da destruição produzida por gafanhotos no reino vegetal. Sob a quinta trombeta eles são o símbolo da terrível natureza do juízo que há de sobrevir aos homens. Os gafanhotos literalmente devastaram o reino vegetal do Egito sob a mão de Moisés, e aqui temos uma figura do juízo destes gafanhotos que saíram do abismo sobre os homens não selados.

Os gafanhotos receberam poder semelhante ao dos escorpiões (9:3). Os viajantes do Oriente, onde os escorpiões são comuns, precavêm-se desta criatura, que muitas vezes é encontrada debaixo de pedras soltas e em ruínas, pois suas ferroados são severas e doridas quando perturbados. Com a aparência de lagosta os escorpiões secretam veneno em suas caudas. Esta arma de ataque é um instrumento de dor excruciante, perturbação mental e até mesmo a morte. Os nativos temem a picada do escorpião por causa do sofrimento horrível que ela causa. Nosso Senhor ligou serpente e escorpiões com o poder de Satanás (Lucas 10:19).

Foi dito aos escorpiões que não causassem dano à erva da terra (9:4). Por que esta proibição específica? Deus, como Criador, intervém na lei natural outra vez e suspende os hábitos alimentares naturais dos gafanhotos, que geralmente se alimentam de erva, coisas verdes e de árvores. O poupar o mundo vegetal sugere uma preservação temporá­ria das mercadorias mais essenciais. Sob a oitava praga do Egito os gafanhotos destruíram tudo o que era verde (Êxodo 10:12-15). Mas agora o seu consumo de coisas verdes é restringido, e ferem somente aos homens que não pertencem a Deus.

Foi-lhes dado poder para atormentar os homens por cinco meses (9:5). Por que somente cinco meses? Esse tempo limitado significa que este juízo não separará os culpados de Deus para sempre e é permitido principalmente para prevenir os pecadores do castigo final que os aguarda se não se arrependerem. Os meses especificados estão da mesma forma relacionados com os gafanhotos porque este é o seu tempo de vida normal (de maio a setembro). O tempo completo de sua vida normal é ocupado com a angústia dos homens. Aqui temos um período breve mas determinado de ais aos indicados para a tortura. Que alívio será para os atormentados que os gafanhotos não vivam mais de cinco meses! Durante a atividade destas criaturas, a angústia humana será indescritível e sem alívio, uma praga horrível e consumi­dora, angustiante ao extremo.

Nesses dias os homens buscarão a morte mas não a encontrarão (9:6). O pecado produz tormento, tira todo o prazer da vida e muitas vezes faz com que o pecador deseje a morte. Mas os poderes permitidos de perturbação física não podem matar os homens diretamente, e nisto jaz a advertência ao arrependimento. A morte seria alívio bem-vindo aos que são afligidos tão gravemente, mas ela os ilude. O suicídio não será possível, e o poder de matar é retirado dos próprios gafanhotos, pois a incumbência é apenas de torturar. Que desespero dominará os que desejam terminar sua angústia tirando a vida, mas não podem morrer!

A aparência dos gafanhotos era semelhante à de cavalos aparelhados para a guerra (9:7). O pecado acarreta seu próprio castigo, e há sempre forças prontas para atacar o pecador, enquanto peca, como é enfatizado pela descrição contínua dos gafanhotos. Como cavalos aparelhados para a guerra, o exército de gafanhotos está disposto e pronto para executar o mandamento de seu rei. Exércitos hostis, especialmente a cavalaria, são simbolizados por uma invasão de gafanhotos em Jeremias 51:27 e Joel 2. Na Itália e em outros países onde há abundância de gafanhotos, eles são chamados de cavalinhos por causa da semelhança de suas cabeças com as dos cavalos. “A sua aparência é como a de cavalos; e como cavaleiros, assim correm” (Joel 2:4).

Os gafanhotos usavam coroas semelhantes ao ouro (9:7). A frase característica semelhantes a sugere soberania falsa. “Coroas” representam vitória e domínio, e “ouro” denota deidade. O homem jamais poderá pecar sem sofrer porque, por decreto divino, a penalidade do pecado sempre será executada. Uma coroa de ouro divinamente conferida jaz sobre a cabeça de Cristo (Apocalipse14:14), mas aqui a dignidade e pretensão de autoridade real são espúrias. Satanás sempre tem sido o imitador do real.

Os gafanhotos tinham rostos como de homens (9:7). Aqui, de novo, a palavra como implica que os gafanhotos não tinham rostos humanos reais, mas simples imitações. Sublinhando esta descrição existe o pensamento de que a dor que os gafanhotos infligem não o é de maneira indiscriminada, mas inteligentemente regulada segundo o pecado cometido. Os rostos semelhantes aos dos homens dessas hordas demoníacas, sugerindo inteligência e capacidade humana, dar-lhes-ão terror adicional. Mas, tendo falta da inteligência humana, não podem apelar para o raciocínio humano e agem mecanicamente como lhes fora ordenado.

Os gafanhotos tinham dentes como os de leões (9:8). O que sugere mais a destruição do que dentes de leões? O pecado, ao ser avidamente seguido, finalmente destrói o pecador como se sua cabeça fosse literalmente amassada entre os dentes das mandíbulas do leão. A implicação deste símbolo é que os terríveis gafanhotos nascidos da fumaça serão cruéis, selvagens e implacáveis no tormento que causarão.

Os gafanhotos tinham, por assim dizer, couraças de ferro (9:9). Esses agentes infernais de tortura são imunes à destruição pessoal.Destituídos de todo sentimento, vêm eles não mostrando piedade nenhuma. O homem não pode desbaratar lhes a defesa. Todo o esforço em afugentá-los será inútil. Arma alguma que o homem possa construir será forte suficiente para conservá-los à distância. Mas para o filho de Deus sempre há proteção contra as forças das trevas. Paulo a chama de “escudo da justiça” (Efésios 6:14).

As asas dos gafanhotos faziam um ruído como o de muitos carros que correm ao combate (9:9). Quão vivido é a esta altura o símbolo! “O ruído de suas asas era como o ruído de carros de muitos cavalos que correm ao combate.” O homem não poderá vencer ou fazer retroceder seu juízo merecido pelo poder de suas próprias armas, nem poderá evadir ou escapar dele, pois os exércitos do terror marcharão contra ele de todos os lados. Joel emprega uma descrição semelhante da desesperança total da resistência contra os exércitos atacantes da destruição (Joel 2:5).

Os gafanhotos tinham caudas com ferrões (9:10). Os naturalistas dizem-nos que o escorpião sacode a cauda constantemente a fim de atacar, e que o tormento causado por sua picada é muito severo. Outra leitura de Apocalipse 9:10 é: Havia ferrões, e seu poder estava em suas caudas para ferir. Seduzido pelo pecado, apenas para ser destruído por seus dentes como os de leões, o pecador que vai após o pecado certamente há de receber a picada como a de escorpiões.

Os gafanhotos tinham rei (9:11). Salomão, um dos maiores naturalis­tas do passado, diz-nos que os gafanhotos comuns não têm rei (Provérbios 20:37). Mas os horríveis escorpiões que João descreve possuem um líder cruel. De Joel aprendemos que a hoste invasora não vagueia sem destino, mas que cada um anda em sua rota designada. As forças destrutivas que João retrata estão sob as ordens do diabo, que é o rei dos poderes infernais. Enquanto o anticristo será a personificação da influência maligna de Satanás, o comandante do exército dos gafanhotos é o próprio Satanás, mencionado como Abadom, e Apoliom (nomes que têm significados similares).

Abadom significa “perdição” e é o nome dado ao local de destruição. “Não há cobertura para o Abadom”—isto é, perante Deus (Jó 26:6). Veja também Provérbios 15:11.

Apoliom é a forma grega do nome hebraico e significa “destruidor”. Satanás é o rei destas hordas de gafanhotos e é o espírito de destruição que inspira estas hostes terríveis. Este quadro vivido revela Satanás como “o destruidor dos gentios” (Jeremias 4:7)—não somente do cristianismo corrupto, mas também do judaísmo apóstata.

Quão significativa é a afirmação: Passado é já um ai! Que alívio é livrar-se do terror da meia-noite e do tormento! Mas os que rejeitam a Deus não terão descanso; o pior ainda está por vir: “Eis que depois disto vêm ainda dois ais.”

A Sexta Trombeta (9:13-21)

O juízo desta segunda trombeta de ais embora se pareça com o juízo da trombeta anterior, tem natureza muito mais grave. Aos vastos exércitos, aos poderes do cavalo, ao leão, e aos escorpiões são acrescentadas forças novas e desoladoras. As multidões são mais numerosas e as cabeças dos cavalos mais parecidas com as do leão. Ao soar o sexto anjo, João ouve “uma voz que vinha das quatro pontas do altar de ouro que estava diante de Deus” (9:13). O altar de ouro estava na presença imediata de Deus e recebia orações e adoração do povo de Deus. Aqui o altar de ouro lembra-nos que os juízos que se seguem vêm em resposta ao clamor dos santos perseguidos e martirizados: “Até quando, ó Senhor?”

O quarteto distinto de anjos possui uma missão sombria a realizar, e sua voz autoritária e unida leva a resposta de Deus aos clamores de seus filhos que sofrem. Agora serão vingados. O número quatro é significativo pois é o número da terra e sugere universalidade. Temos as quatro estações do ano e os quatro pontos cardeais. Os quatro metais e as quatro bestas de Daniel 2 e 7 representam os quatro impérios universais—Babilônia, Medo-Persa, Grécia e Roma. As quatro divisões da raça humana são nações, tribos, povos e línguas (Apocalipse 7:9).

Chifre simboliza força e poder (Salmo 132:17) e o altar de ouro fala do privilégio de adoração e da comunhão que foi possível mediante o sangue derramado no altar de bronze. Acorrentados em obediência amorosa ao altar até o momento necessário, os quatro anjos (escravos do amor de Deus) são libertados para realizar sua tarefa mortal. Este quarteto angelical é diferente dos quatro anjos retentores de 7:1-3, pois a missão daqueles é reter as forças do mal. Aqui os quatro anjos libertam os poderes destruidores e operam na região delimitada do rio Eufrates.

O rio Eufrates merece ser chamado grande pois tem 2865 quilôme­tros de extensão e é o rio mais comprido e mais importante da Ásia Ocidental. Na fronteira nordeste da Palestina, este rio constituía-se linha de defesa contra os poderosos inimigos de Israel, os assírios. Às vezes suas águas transbordavam levando tudo o que encontravam pela frente. É por isso que Isaías usou o rio como símbolo da destruição do avanço dos assírios ao executar os juízos divinos sobre Israel (Isaías 8:5-8). Como usado por João, embora o elemento destruidor seja limitado à “terça parte”, o mesmo rio é o local do juízo de Deus sobre o mundo perdido. Foi no Eufrates que o pecado humano teve início e onde Satanás exerceu domínio por tanto tempo. Agora experimenta a punição divina (Apocalipse 9:14; 16:12).

Os ministros angélicos da retribuição não podem agir sem o sinal de Deus. São retidos por uma “hora, dia, mês e ano”. Estes períodos de tempo referem-se à retenção dos anjos, e não à duração do ministério da destruição. Por quanto tempo foram retidos não o sabemos. Tudo o que sabemos é que não podem atacar até o momento determinado pelo relógio de Deus. Estavam sempre prontos para desincumbir-se de sua tarefa, mas não foram libertados até que chegasse o momento exato determinado nos conselhos de Deus (9:15). Os juízos de Deus são retidos em suas limitações divinas.

Que o juízo do sexto selo será grave e avassalador pode ver-se pela afirmativa de que “a terça parte dos homens” será morta. Sob o terceiro selo a quarta parte foi morta (6:8), e agora morre um terço das três quartas partes restantes. Que morticínio aguarda os habitantes de todo o território associado com o Eufrates!

Em 9:16-19 João descreve 200 milhões de cavaleiros. Para o morticínio terrível dos ímpios, Deus ordena que saiam suas reservas, e uma hoste tão invasora e vingativa não é constituída de seres humanos, mas de encarnações demoníacas. As guerras globais fazem com que nos acostumemos a falar e agir em termos de milhões e ver milhões morrerem. Pense nos milhões de milhões de mortes associadas com a Segunda Guerra Mundial!

João vê uma época em que Deus há de permitir que um grande e avassalador exército limpe a terra dos que há muito o desprezaram. Um dentre cada três seres humanos sucumbirá nas mãos destes cavaleiros do inferno, cuja armadura de defesa é uma combinação de fogo, de jacinto e de enxofre—símbolos de tormento eterno. Como o expressa J. Stafford Wright:

João agora vê todos os horrores da guerra. Em seus dias a cavalaria era uma das forças mais terríveis, e ele vê esta em primeiro lugar. Mas enquanto olha, toma consciência de que estes não são cavalos comuns, mas monstros estranhos que destroem com a fumaça que lhes sai da boca, e de outras bocas na ponta das caudas como as de serpentes. Não há dúvida de que foi permitido a João ver os instrumentos destruidores na forma de artilharia. Sob a inspiração de Satanás, o homem transforma tudo para sua própria des­truição e guerra sucede a guerra.

Referências bíblicas quanto às qualidades do cavalo são numerosas, mas pouco se diz do seu uso como animal de carga ou com finalidades agrícolas. Era proibido aos judeus multiplicar cavalos por causa do risco de esses cavalos afastarem-nos do coração de Jeová (Deuteronômio 17:16). O Egito foi famoso por seus cavalos de guerra e nas Escrituras o cavalo é visto como o símbolo da guerra, assim como o asno simboliza a paz. O êxito na guerra e na conquista é associado com os cavalos que João descreve (Apocalipse 6:1-8; Zacarias 6:1-8). Sob a sexta trombeta, os gafanhotos, com sua destruição e agonia, dão lugar aos cavalos—horrendos e pavorosos; agentes agressivos e militares de rapina e morticínio.

Tinham cabeça como de leão (9:17). Você já tomou tempo para estudar a cabeça de um leão, num zoológico ou numa foto? Que majestade, coragem, força e audácia suas feições representam! Não é de admirar que se refira ao leão como o rei da selva. Estes cavalos do juízo, com cabeças como de leão, são investidos com todas as qualidades temíveis dos leões.

Tinham bocas de fumaça (9:17). Satanás há de armar sua hoste de quatro pernas com uma trindade de forças ofensivas e destruidoras: fogo, fumaça e enxofre. Estes elementos saindo da boca dos cavalos transmitirão ao ímpio um antegosto da agonia do lago do fogo. Arrotando vapores infernais, os cavalos manifestarão prazer diabólico em sua tarefa. Mais referências a estes símbolos de angústia podem ser encontradas em 2:18; 14:10; 19:20.

Tinham caudas como serpentes (9:19). Na Escritura, cauda é símbolo de profetas falsos e de ensinamento falso (Isaías 9:14, 15). Seu uso no Apocalipse expressa a influência maligna de Satanás, a falsidade e a injúria (12:4). . .cabeças, e com elas causavam dano” (9:19) mostra que a astúcia de Satanás é dirigida inteligentemente. A cabeça é emblemática do trono do governo moral, da inteligência e do poder (Isaías 7:8, 9; Zacarias 6:11; 1 Coríntios 11:3-10). Que esperança pode ter o pecador contra tal combinação de sutileza satânica e sabedoria mal dirigida?

O fato de que a terça parte dos homens é morta pelo fogo, fumaça e enxofre que saem das bocas dos cavalos não exerce nenhum efeito de sobriedade sobre o restante dos homens. O limite da paciência divina foi alcançado, de modo que Deus permite que os merecedores de sua ira colham o que semearam. Esquecimento ou desafio persistente de Deus termina no abandono à sorte merecida. Os apóstatas poupados persistem em sua dureza de coração a despeito dos terrores horríveis dos cavaleiros do inferno. Lemos duas vezes: “Não se arrependeram.” Por causa disto, permite-se ao pecado operar seu juízo inevitável.

Ao descrever o período dos fins dos tempos da era gentia, Jesus declarou que “a iniquidade abundará”. Aqui resumimos algumas formas da pior iniquidade durante os últimos dias.

Adoravam aos demônios. Demonismo, adoração a Satanás, e magia negra hoje em dia são comuns. Vivemos em um mundo demonizado. João prediz o tempo quando a hoste demoníaca será adorada aberta e universalmente.

Adoravam a ídolos. O restante dos homens têm ídolos sem vida, segundo sua posição social. Os ricos têm deuses de ouro e de prata. A classe média possui ídolos de bronze e de pedra. Os pobres têm ídolos de madeira. Desta forma dupla de idolatria, Satanás e ídolos, aparecem os feitos malignos.

Eram assassinos. “Não se arrependeram dos seus homicídios.” Nosso Senhor disse que Satanás foi homicida desde o princípio; ele instigou Caim a assassinar seu irmão Abel. Desde o primeiro homicídio do mundo, incontáveis milhões de pessoas têm sido assassinadas, inclusive grandes multidões de crentes como mártires por sua fé. Em nossos dias, a cota de homicídios é assustadora, mas nos dias que João descreve, sendo os homens energizados por Satanás, o homicídio será praticado ainda mais habitualmente.

Eram feiticeiros. A feitiçaria e o trato ilícito com os espíritos (que é parte integral do espiritismo ou espiritualismo) aumentaram rapida­mente durante os últimos 50 anos e lançam sombra negra sobre o futuro. Fortemente condenada na Escritura, a feitiçaria encontra sua própria sorte quando o juízo desce sobre todos os que operam com “espíritos familiares”. É interessante notar o fato que a palavra “feiticeiro” é pharmakos no original, de onde nos vem a palavra farmácia. De uma raiz que significa “encantamento” a palavra passou a significar “droga”.

A. T. Robertson diz: “A palavra farmácia, como aplicada a drogas e remédios, certamente evoluiu de um péssimo ambiente, mas ainda há um mau odor acerca dos remédios patenteados.” Certamente chega­mos a uma era drogada, quando drogas variadas distorcem as mentes de multidões, especialmente de grande parte da juventude de nossos dias. O arrependimento estará longe dos viciados em narcóticos na era da Tribulação.

Eram fornicadores. Quando Deus e a justiça são rejeitados, e quando a impiedade geral prevalece, que mais se pode esperar a não ser a indulgência nas formas mais desabridas da cobiça sem freios? Divórcios fáceis zombam dos laços sagrados do matrimônio. As uniões são quebradas quase tão rapidamente quanto feitas. Nossos padrões morais baixos são sombra da condição corrupta do mundo quando do soar da sexta trombeta.

Eram ladrões (9:21). Jamais na história mundial os furtos foram tão generalizados como o são hoje. Roubos de lojas, bancos e outros estabelecimentos comerciais alcançaram um número assustador. A massa de homens que não foram mortos pelos cavaleiros do inferno terão pouco respeito pelos direitos uns dos outros. O evangelho do dia será: “Cada um por si e o diabo por todos.” O homem se enriquecerá às custas do próximo. Gangsters internacionais, sem nenhuma consideração pela propriedade alheia, tornar-se-ão mais comuns à medida que a era se deteriora, mas sua destruição é certa.

Antes de tratarmos do parêntese entre as sexta e a sétima trombetas, recapitulemos os significados das primeiras seis.

As primeiras quatro trombetas mostram-nos o homem como cidadão de um mundo infestado pelo pecado; tudo acima dele e ao seu redor fala da maldição ocasionada pela queda do homem.

quinta trombeta apresenta o homem como pecador, e mostra-nos que o mundo todo “jaz no maligno”. Os pecados do homem, portanto, procedem do diabo, e seus pecados acarretam tormentos enviados pelo inferno.



sexta trombeta torna claro que os juízos sobrevêm aos pecadores por virtude de leis fixas segundo as quais o pecado deve inevitavelmen­te ocasionar sofrimento. Os juízos divinamente infligidos lembram-nos da verdade que “Deus ira-se contra o ímpio todos os dias”. Ao soar desta trombeta está simbolizada a imposição positiva dos juízos divinos sobre o homem. Uma vez que o homem fica sem desculpa, seu escape do castigo é impossível.(notas comentario biblico Normam R. champlin).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

PAZ DO SENHOR

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.