Filadélfia não era tão importante
quanto Éfeso, nem tão rica como Laodiceia. No entanto, possuía um amor que
tirava forças da fraqueza. E, de sua pobreza temporal, extraía bens eternos
para enriquecer o mundo. Se a igreja em Filadélfia tinha algum segredo, era o
amor que ela santificava a Cristo.
A uma igreja amante como
Filadélfia, o Amado abre uma porta que ninguém poderia fechar. Sim, Jesus
escancara-lhe os portais da evangelização e da obra missionária, levando-a a
avançar como Reino de Deus além de suas fronteiras. Quando a igreja local é
amorosa, logo Deus a universaliza.
I. FILADÉLFIA, A CIDADE DO AMOR
FRATERNAL
1. A história de Filadélfia.
Filadélfia foi estabelecida pelo rei Átalos Filadelfos II de Pérgamo em 189
a.C. Ao construir a cidade, tinha como objetivo helenizar a região que, até
aquela época, usava como língua comum, o gálico.
O território da bíblica Filadélfia
é ocupado, hoje, pela cidade turca de Alasehir, situada a 130 quilômetros ao
leste de Esmirna.
2. A igreja em Filadélfia. À
semelhança das demais igrejas da Ásia Menor, Filadélfia também foi estabelecida
ou pelo apóstolo Paulo, ou por algum membro de sua equipe (At 19.10). Poucas
informações temos dessa congregação, que passaria à história como a igreja do
amor fraternal. A essa igreja, endereçou o Senhor Jesus uma carta carinhosa e
terna.Filadélfia era a igreja do amor fraternal. Esta igreja não recebeu
nenhuma repreensão do Senhor.
II. A IDENTIFICAÇÃO DO MISSIVISTA
Ao anjo da igreja em Filadélfia,
apresenta-se o Senhor Jesus como aquele que é Santo e Verdadeiro (Ap 3.7).
Somente alguém com essas credenciais far-se-ia digno de receber do Pai a chave
da casa de Davi, para abrir-nos todas as portas da oportunidade (Is 22.22).
1. Jesus, o Santo de Deus (Ap
3.7). A santidade é um dos principais atributos de Cristo. Embora separado do
pecado, Ele não se separou dos pecadores, mas ofereceu-se, amorosa e
sacrificalmente, para salvar-nos de nossas iniquidades (Hb 2.14).
Se Ele é santo, de sua Igreja
requer santidade e pureza (1 Pe 1.16). Portanto, Filadélfia deveria fazer-se
notória também pela santidade, pois sem esta ninguém verá o Senhor (Hb 12.14).
Sua igreja é santa? Ela segue a paz com todos?
2. Verdadeiro (Ap 3.7).
Apresentando-se também como verdadeiro, o Senhor Jesus demanda de sua Igreja
uma postura verdadeira e confessante. Filadélfia tinha tais características.
Por isso, estava disposta a professar o nome de Cristo até o fim. Ela não se
conformava com este mundo.
3. A chave da Casa de Davi. Jesus
é o representante mais autorizado da casa de Davi, pois somente Ele reuniu as
condições necessárias para exercer o tríplice ministério messiânico: profeta,
sacerdote e rei (Sl 110.1-7). Dessa forma, ficou ao seu encargo a chave da Casa
de Davi que, no Antigo Testamento, fora confiada a Eliaquim (Is 22.22-25).
Apresentando-se assim a
Filadélfia, Ele deixa bem claro que, na expansão do Reino de Deus, nenhuma
porta haverá de prevalecer contra a Igreja, porque Ele as abrirá (Mt 16.13-19).
Portanto, se nos dispusermos a alcançar os confins da terra, certamente seremos
bem sucedidos. O que estamos esperando? Aleluia! Não há portas fechadas aos que
se dispõem a ganhar o mundo para Cristo.Jesus se apresenta ao pastor da igreja
em Filadélfia como aquele que é Santo e Verdadeiro. Filadélfia deveria fazer-se
notória também pela sua santidade.
III. UMA IGREJA AMOROSA, PACIENTE
E CONFESSANTE
Sendo rica em amor, Filadélfia era
também abundante em obras e virtudes teológicas (Ap 3.8). Eis alguns traços da
personalidade dessa igreja tão amorosa e tão amada:
1. Amar é a maior das obras.
Embora nenhuma de suas obras haja sido particularizada por Cristo, a igreja em
Filadélfia cumpria zelosa, e perseverantemente, os termos da Grande Comissão
(Mt 28.19,20; At 1.8).
O que disso concluímos? Somente
uma igreja amorosa se preocupa com a evangelização e com a obra missionária.
Que exemplos temos nas igrejas da Macedônia (2 Co 8.1-6).
2. Força na fraqueza. Filadélfia
não era uma igreja forte (Ap 3.8). Mas pela fé, sabia como tirar forças da
fraqueza (Hb 11.34). Portanto, não importa se a sua igreja é pequena: faça
grandes coisas para Deus. Ela é pobre? Enriqueça os miseráveis com o Evangelho
de Cristo. Ela é desconhecida? Leve os pecadores a serem conhecidos como filhos
diante do Pai.
3. Amorosa perseverança. Em meio
às perseguições, Filadélfia jamais negou o nome do Senhor (Ap 3.8). Ela não
capitulou diante do Império Romano, pois estava compromissada com o Reino de
Deus.
Além das tribulações externas, a
igreja em Filadélfia enfrentava, no âmbito doméstico, as investidas de um grupo
denominado de sinagoga de Satanás (Ap 3.9). Tratava-se de uma gente herege e
ímpia que, desfraldando impiamente a bandeira da Lei de Moisés, buscava anular
a graça de Cristo. Paulo, aliás, tivera muitas dificuldades com esses
indivíduos (Gl 1.1-7).
As dificuldades que os falsos
obreiros causavam à Filadélfia não eram pequenas. Todavia, haveriam eles de
reconhecer que a igreja, embora fraca, contava com um forte defensor: “Eis que
eu farei aos da sinagoga de Satanás (aos que se dizem judeus e não são, mas
mentem), eis que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam
que eu te amo” (Ap 3.9).
Estejamos, pois, tranquilos. Jesus
batalha nossas batalhas e guerreia nossas guerras.Filadélfia era uma igreja
amorosa e paciente. Pela fé sabia como tirar forças da fraqueza.
IV. FILADÉLFIA NOS ÚLTIMOS DIAS
Enquanto Laodiceia existia para o
aqui e o agora, Filadélfia tinha uma perspectiva escatológica verdadeiramente
bíblica. Ela encarava com seriedade a iminência da volta de Jesus Cristo.
1. A iminência da volta de Jesus.
Em sua carta à igreja em Filadélfia, o Senhor Jesus alerta-nos: “Eis que venho
sem demora” (Ap 3.11). Nunca estas palavras fizeram-se tão urgentes quanto
hoje. Basta ler os jornais, para se confirmar o cumprimento das profecias que
preanunciam o arrebatamento da Igreja. Tenho certeza de que Filadélfia, ao
receber tal exortação, alegrou-se muito, pois, amante como era, suspirava pelo
Amado (2 Tm 4.8). E você? Ama realmente a volta do Senhor?
2. A Grande Tribulação. Muitas
eram as tribulações que se abatiam sobre Filadélfia. De uma coisa, porém, sabia
aquela amantíssima igreja: o Senhor não permitira viesse ela a ser alcançada
pela Grande Tribulação. É o que nos promete Jesus: “Como guardaste a palavra da
minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre
todo o mundo, para tentar os que habitam na terra” (Ap 3.10).
Não tenha medo. Antes que chegue a
angústia, Jesus virá arrebatar-nos. E assim estaremos para sempre com o Senhor
(1 Ts 4.13-17).
3. A coroa de glória. A igreja em
Filadélfia já havia recebido sua inteira aprovação do Senhor. No entanto,
haveria ela de mostrar-se vigilante e cuidadosa para que ninguém lhe furtasse o
galardão: “Guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap 3.11).
Está você vigilante e cuidadoso
com o que lhe confiou Jesus? Não permita que o Diabo lhe roube no tempo os bens
que o Senhor lhe preparou na eternidade (Ap 2.10).
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
A igreja em Filadélfia tinha uma
perspectiva escatológica verdadeiramente bíblica, por isso encarava com
seriedade a iminência da volta de Jesus Cristo.
Mantenhamo-nos fiéis. O Senhor
Jesus não tarda. Em seu inconfundível amor, promete-nos: “A quem vencer, eu o
farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele
o nome do meu Deus e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce
do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome” (Ap 3.12).
Sabe você o que significa esta
promessa? Além de termos o privilégio de morarmos nos céus por toda a
eternidade, seremos lá tidos como ilustres. Sobre nós estará o nome de Deus, do
Noivo e da Jerusalém Celeste.
Quem tem ouvidos ouça o que o
Espírito diz às igrejas.
“Filadélfia
Tinha sido fundada pelos cidadãos
de Pérgamo, em uma região fronteiriça, como uma porta de entrada ao platô
central da Ásia Menor. De Filadélfia, saíam rotas de comércio que levavam a
Mísia, Lídia, e Frígia. A rota postal do império romano também passava por
Filadélfia, e a cidade ganhou o nome ‘Porta para o Oriente’. As planícies ao
norte eram propícias para a plantação de uvas, de maneira que a economia de
Filadélfia se baseava na agricultura e na indústria. O terremoto de 17 d.C, que
tinha destruído Sardes, também tinha sido particularmente devastador em
Filadélfia, porque a cidade estava próxima a uma linha de falha geológica e
sofreu muitos tremores de terra subsequentes. Isto fazia com que a população se
preocupasse e levava muitos deles a viver fora dos limites da cidade.
Filadélfia era uma igreja pequena em uma área difícil, sem prestígio e sem
riquezas, desencorajada porque tinha crescido. Mas Cristo não tinha palavras de
repreensão para esta igreja pequena e aparentemente insignificante, e Ele
descreveu-se à igreja de Filadélfia como o que é santo, o que é verdadeiro.
Este era um título familiar de Deus (veja Is 40.24; Hc 3.3; Mc 1.24; Jo 6.69)”
(Comentário do Novo Testamento: Aplicação Pessoal. 1.ed., Vol.2, RJ: CPAD,
2009, p.846).
fonte CPAD
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PAZ DO SENHOR
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