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sábado, 26 de novembro de 2016

Lições adolescentes as cartas de Paulo hoje (N.1-8)







“Meus irmãos, eu afirmo a vocês que o evangelho que eu anuncio não é uma invenção humana. Eu não o recebi de ninguém, e ninguém o ensinou a mim, mas foi o próprio Jesus Cristo que o revelou para mim." (Gl 1.11,12)

TEXTO BÍBLICO

Gálatas 1.6-12

LEITURA DEVOCIONAL
SEG........................................................Atos 7.54-60
TER.........................................................Atos 22.6-16
QUA....................................................Felipenses 3.5-7
QUI........................................................Atos 22.26-29
SEX.......................................................2Pedro 3.15,16
SÁB.................................................2Coríntios 11.23-27
DOM......................................................1Coríntios 11.1

ESTUDANDO A BÍBLIA

Caro professor, o início de um novo trimestre é uma ótima e indispensável oportunidade para reavaliar sua atuação em sala de aula. Não tenha medo de se perguntar em que você e sua podem melhorar para se tornar mais atraentes e relevantes. Fuja da mediocridade em todos os sentidos. Você não foi chamado para ser superficial, a superficialidade é inimiga de um professor que busca aprofundamento. Seus alunos esperam muito mais de você.
Em relação ao s estudos: leia mais, pesquise mais; seja um rio de águas correntes e cristalinas, não aceite ser um brejo. E no que diz respeito a sua intimidade como Deus em relação à oração e meditação da Palavra: não perca tempo. Mergulhe sem medo de se afogar em Deus. Seja um exemplo de espiritualidade sincera e contagiante. Boa aula.
Neste trimestre teremos a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a vida e a obra do apóstolo Paulo, mais tarde conhecido como o "apóstolo dos gentios", pois levou a mensagem do Evangelho de Jesus Cristo às pessoas que não eram de origem judaica. Sua história é intrigante; suas epístolas, edificantes; sua conversão, desconcertante; e seu ministério, contagiante. Vamos caminhar pelos corredores das Escrituras Sagradas em busca de informações a respeito de Paulo e de seus ensinamentos?


CONHECENDO O HOMEM CHAMADO PAULO

Saulo, também conhecido como Paulo (At 13.9), além de desfrutar do status de cidadão romano (At 22.26-29), título recebido por herança de seu avô ou pai, era um judeu nascido na próspera, culta e importante cidade de Tarso, a qual em suas próprias palavras era uma "cidade não insignificante da Cilicia" (At 21.39).
Ele foi educado em Jerusalém quando ainda era um adolescente, tendo como mestre um fariseu de grande destaque na cultura e religião judaica, o famoso Gamaliel.

Já crescido e instruído no Judaísmo, tornou-se um membro do Sinédrio (uma espécie de Suprema Corte de Justiça dos judeus) e um intolerante extremista religioso, capaz de perseguir os primeiros seguidores de Jesus, consentindo inclusive com a morte do diácono Estevão (At 8.1).
Com autorização do sumo sacerdote, Caifás, Saulo foi em direçao a cidade de Damasco para prender todos os que confessavam Jesus como Senhor e Salvador (At 9.1,2). Entretanto, seus planos foram frustrados por Deus. Ele foi confrontado por Jesus ressuscitado e feito seu "prisioneiro" (At 9.3-9,15,16). Agora o perseguidor foi transformado em perseguido; o invencível foi vencido; o prepotente e autossuficiente foi humilhado e levado a nocaute.

AUXILIO TEOLÓGICO
Prezado professor, de acordo com o professor de Estudos do Novo Testamento do Dálias Theological Seminary, David K. Lowery, a ironia é uma palavra que descreve muito bem a vida e o ministério do apóstolo Paulo. Segundo o Dicionário Woua/ss, citado pelo autor, ironia é definida como "contraste ou incongruência entre o resultado real de uma sequência de acontecimentos e o que seria o resultado normal ou esperado". Veja a seguir parte da argumentação do autor: "Em Atos, ele é o primeiro mencionado em conexão ao apedrejamento de Estêvão (7.58), 'consentiu na morte dele' (8.1). Depois disso, ele 'assombrava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão' (8.3). Mas essa sequência de eventos é realmente distinta da última palavra sobre Paulo em Atos, palavras que registram que ele lprega[va] o Reino de Deus e ensina[va] com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum' (28.31). [...] O próprio Paulo, em sua epístola aos Coríntios, testifica essa ironia quando escreve: 'Porque eu sou o menor dos apóstolos, que não sou digno de ser chamado apóstolo, pois que persegui a igreja de Deus. Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vá1 (l Co 15.9,10). [...] O perseguidor da igreja transformou-se em um missionário de destaque e deixou um legado escrito para as igrejas que fundou e onde logo passou a ser reconhecido por ter relevância e autoridade permanentes" (ZUCK, Roy B. (Ed.). Teologia do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.270).

A COMPOSIÇÃO DAS CARTAS DE PAULO

Não mais conhecido como Saulo, Paulo se tornou um homem muito bem preparado. Ele investiu tempo e dedicação quando ainda era adolescente. Muito embora tenha se divertido enquanto criança, não perdeu nem desperdiçou seu tempo, antes, aproveitou cada oportunidade recebida nas diferentes fases de sua vida. Tinha como profissão a arte de fabricar tendas (At 18.2,3), ofício que aprendera com seu pai. Além disso, era um poliglota, falava hebraico, aramaico, grego e latim, bem como conhecia a filosofia e a cultura do seu tempo. Agora, adulto e convertido, Deus usou-lhe toda a capacidade física e intelectual a serviço do Reino, tornando-o o maior missionário e escritor do Novo Testamento.

Como sabemos, o Novo Testamento constitui-se de 27 livros, dentre os quais 21 são classificados como epístolas ou cartas. Destas, 13 são de autoria do apóstolo Paulo, sendo cartas encaminhadas por ele tanto às igrejas localizadas em cidades (como Roma, Corinto, Eféso) quanto a pessoas (como os pastores Timóteo, Tito e ao irmão Filemon).
Essas cartas foram inspiradas por Deus e escritas por Paulo quando este exercia seu ministério de pregação e implantação de igrejas no primeiro século. Elas são uma espécie de documentos ocasionais, ou seja, nasceram a partir de uma ocasião específica e por alguma circunstância especial (comportamentos que precisavam ser corrigidos, erros doutrinários, questionamentos, dúvidas).

Além das epístolas de Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gaiatas e 1 e 2 Tessalonicenses, que não possuem uma classificação específica, os demais escritos de Paulo são didaticamente classificados de duas maneiras: Cartas do cárcere, as quais foram escritas quando Paulo estava preso (Filipenses, Filemom, Colossenses e Efésios); e Cartas pastorais, que são escritos direcionados às pessoas que exerciam o ministério pastoral na igreja (1 e 2 Timóteo e Tito).

AUXÍLIO DIDÁTICO

As epístolas ou cartas eram correspondências escritas que funcionavam como método popular de comunicação. Por meio delas, seus escritores encurtavam distâncias e alimentavam uma sensação de proximidade pessoal que elas proporcionavam. Em geral, elas possuíam seis partes: nome do escritor; destinatário; saudação; um desejo ou ações de graças; o corpo da carta; e a saudação final e despedida. Peça aos alunos que escrevam uma simples carta a um amigo de classe considerando as partes citadas.

A ATUALIDADE DOS CONSELHOS DE PAULO PARA NÓS

As cartas de Paulo estão distantes de nós há aproximadamente vinte e um séculos. No entanto, sua mensagem continua atual e relevante. Diferente de alguns livros que têm um caráter puramente descartável, as cartas de Paulo são diferentes, os conselhos contidos nelas permanecem atuais, inteligentes e dignos de serem ouvidos e seguidos por aqueles que buscam uma vida para glória de Deus e o benefício do próximo.
Dos muitos conselhos oferecidos pelo apóstolo às igrejas e às pessoas para quem escreveu, vamos refletir sobre três:

1- Obedeça aos pais: Filhos, o dever cristão de vocês é obedecer ao seu pai e à sua mãe, pois isso é certo (Ef 6.1). Obedecer é uma atitude inteligente e recompensadora. Deus se agrada de jovens que escolhem trilhar o caminho da obediência.

Infelizmente, perto ou longe de nós, temos visto e ouvido falar de inúmeros adolescentes que perderam suas vidas ou estão chorando amargamente por causa da desobediência. Moças e rapazes, que por não controlarem ou fugirem de seus impulsos sexuais, perderam a virgindade e acabaram, prematuramente, tornando-se pais. O que dizer daqueles que por causa das más companhias e em busca de aceitação em determinados grupos sociais foram seduzidos e iniciados às drogas e hoje são dependentes delas. Adolescente, ouça o conselho de Paulo: obedeça seus pais para que você viva muito tempo na terra, pois obedecer é melhor do que quebrar a cara!

2- Ore pelas autoridades: [...] Peço que sejam feitos orações, pedidos, súplicas e ações de graças a Deus em favor de todas as pessoas [...] (1 Tm 2.1). Vivemos uma crise generalizada na política, na religião, na família, na polícia e em outras instituições sociais. Há roubo e corrupção por todos os lados; os homens não pensam no próximo nem tão pouco em Deus. O conselho de Paulo ao jovem pastor Timóteo deve ser encarado com muita seriedade por você. Não perca tempo! Ore pelas autoridades do país, peça a Deus que levante uma nova geração de homens e mulheres dispostos a dedicarem-se a Ele e a respeitarem aos outros. Inclua-se nos planos de Deus e seja um instrumento disponível a Ele para sua geração.

3- Viva para glória de Deus: Portanto, quando vocês comem, ou bebem, ou fazem qualquer coisa, façam tudo para a glória de Deus (1Co 10.31). Embora o contexto do texto seja os alimentos que eram oferecidos como sacrifícios aos demónios na antiga cidade de Corinto, o princípio por detrás desse conselho é atualíssimo. Paulo nos convida a usar nossa liberdade com amor e responsabilidade para com Deus e com o próximo. Nossa vida não deve ser vivida de maneira egoísta, buscando somente nossos próprios interesses. Você não é uma "ilha" em si mesmo, nem a única cereja do bolo. Não. Definitivamente não! Você nasceu para viver em sociedade; deve considerar os interesses dos outros. Por isso, leia, estude, escreva, faça amigos, divirta-se, cultue, ouça, fale, busque a Deus de todo o seu coração, ame o próximo, viva sua adolescência com intensidade e verdade; mas nunca esqueça: Faça tudo para glória de Deus!

AUXÍLIO DIDÁTICO

Caro professor, ao estudar sobre o apóstolo Paulo e seus ensinamentos deixados às igrejas em suas cartas, percebemos o quanto Deus usou esse homem, cheio de graça e de verdade. Ele sofreu naufrágios, foi apedrejado, caluniado, desacreditado, confrontado, aprisionado, picado por uma víbora, acometido por uma enfermidade "incurável", decepcionado, mas continuou firme em sua vocação. Considerava-se um escravo de Jesus Cristo, ao ponto de dizer: "Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim" (Gl 2.20).

O grande destaque da vida de Paulo não foi a completa perfeição, mas a inteira entrega a Deus. Entendo que as palavras do pastor e teólogo inglês Brooke Foss Westcostt sintetizam muito bem a pessoa de Paulo, bem como aquilo que Deus espera de cada um de nós: "A marca de um santo não é a perfeição, mas a consagração. Um santo não é um homem sem falhas, mas um homem que se entregou, sem reservas, a Deus".

RECAPITULANDO

A vida de Paulo está repleta de lições valiosas e inspiradoras. Por intermédio dela temos a oportunidade de ver que o Senhor da Igreja é um Deus de amor, oportunidades e recomeços. Assim, o que outrora pedia cartas de autorização para prender e até matar cristãos, agora escreve cartas para corrigir, aconselhar e abençoar seus irmãos em Cristo.

Responsável por escrever treze das vinte e uma cartas do Novo Testamento, e de realizar três grandes e desafiadoras viagens missionárias que o levaram a experimentar circunstâncias intensas de dor e sofrimento, o apóstolo Paulo, depois de Jesus Cristo, é a maior personalidade do cristianismo.

Paulo foi um herói da fé; um homem que combateu o bom combate, encerrou a carreira e guardou a fé.

REFLETINDO

1. Qual era a profissão de Paulo?
R. Construtor de Tendas.
2. Como podemos CLASSIFICAR PAULO antes de sua conversão, no que diz respeito aos primeiro seguidores de Jesus?
R. Um intolerante extremista religioso
3. Quantas cartas são de autoria do apóstolo Paulo?
R. Treze cartas, também chamadas de epístolas.


Lição 2 - A manifestação da Graça de Deus

DESTAQUE

“Mas existe uma diferença entre o pecado de Adão e o presente que Deus nos dá. De fato, muito morreram por causa do pecado de um só homem; mas a graça de Deus é muito maior, e ele dá a salvação gratuitamente a muitos, por meio da graça de um homem, que é Jesus Cristo (Rm 5.15)”.

TEXTO BÍBLICO

Romanos 5.12-21
LEITURA DEVOCIONAL
SEG........................................................2Tm 1.8,9
TER.........................................................Rm 11.6
QUA........................................................Sl 86.15
QUI.........................................................Êx 33.19
SEX.........................................................Rm 6.23 SÁB........................................................Rm 4.4,5
DOM.......................................................Ef 2.8-10

 Prezado professor, não existe nada melhor ou maior que a graça de Deus; ela é o presente mais valioso que o ser humano pode receber na vida. Nenhum bem móvel ou imóvel, durável ou perecível é capaz de produzir o efeito que a graça produz aqueles que são encontrados por ela. Considerando que a graça é aquilo que recebemos sem merecer, devemos entende-la não como um privilégio ofertados a alguns, mas como uma responsabilidade.  Temos um compromisso de horar esse Deus que veio ao nosso encontro para nos salvar e nos libertar do império das trevas. Valorize-a e conduza seus alunos no mesmo caminho. Deus abençoe você hoje e sempre.

Não há nada melhor do que olhar para a história e ver a operação e a generosidade da graça de Deus; além de você, ela alcançou e resgatou pessoas como Maria Madalena, Saulo de Tarso, C. S. Lewis, John Stott, Charles Colson, Gunnar e Frída Vingren, Daniel e Sara Berg.

A maravilhosa graça não faz distinção de pessoas. Não há branco ou negro, forte ou fraco, ateu ou crédulo, patrão ou empregado, culto ou ignorante, homem ou mulher, judeu ou gentio, rico ou pobre. Para a graça de Deus o que existe são seres humanos pecadores indesculpáveis, necessitados do amor e da misericórdia de Deus a fim de serem salvos. Então, que tal falar sobre esse valioso presente de Deus dado a nós, sua graça?

O QUE É A GRAÇA?

Certamente você já cantou, ouviu pregações, recitou poemas, leu textos bíblicos, postou na rede social, e talvez até falou sobre ela para algum amigo; mas ainda assim persiste em sua mente uma intrigante e desconcertante pergunta: afinal de contas, o que significa mesmo a palavra "graça"? Bem, é exatamente sobre esse assunto que iremos conversar.

Entretanto, para início de conversa, é preciso destacar que não podemos falar sobre a "graça" sem tratar do "pecado", uma vez que "graça" é o que Deus concede aos pecadores. Assim, somente uma compreensão correta sobre o pecado nos dará o devido sentido do significado da graça de Deus revelada em Jesus Cristo.

O apóstolo Paulo foi enfático ao dizer que "todos pecaram e estão afastados da presença gloriosa de Deus" (Rm 3.23); e radical ao afirmar que: "o salário do pecado é a morte" (Rm 6.23). Não se engane, pois o pecado mata, destrói e causa separação entre o ser humano e Deus. Logo, não precisa ser inteligente para concluir, que ao invés de amigos, o pecado nos torna inimigos de Deus. Ou seja, todos nós estávamos espiritualmente mortos por causa de nossa desobediência e alienados em relação a Deus, ao próximo, à natureza e a nós mesmos; condenados a sofrer o castigo eterno de Deus. Entretanto, Ele nos mostrou o quanto nos ama enviando o seu filho Jesus Cristo para morrer pelos nossos pecados na cruz, sendo nós ainda pecadores (Rm 5.8). Assim, a graça nos foi revelada e trouxe salvação (Tt 2.11-14; Ef 2.8-10). Razão pela qual alguns a definem corretamente não apenas como "favor imerecido" de Deus para nós, mas também como "favor concedido" a pecadores que merecem a ira de Deus.

A graça deve ser entendida como algo que vai além de um simples conceito de valor meramente intelectual; ela é uma experiência transformadora, uma presença que comunica vida, é uma pessoa em ação: Jesus Cristo.
Como dizia o pastor John Stott, graça "é Deus amando, Deus se humilhando em favor de nós, Deus vindo nos resgatar, Deus se entregando generosamente em Jesus Cristo e por intermédio dele".

AUXILIO TEOLÓGICO

A natureza da Graça: Favor imerecido

A graça, portanto, é um favor imerecido. Aquilo pelo qual trabalhamos é considerado nossa conquista; mas aquilo pelo qual não trabalhamos, não é considerado nossa conquista. Como a salvação vem até nós sem a necessidade de qualquer tipo de obra da nossa parte, concluímos que não nos cabe qualquer mérito nela: a salvação é dom gratuito de Deus' (Rm 6.23). A graça salvífica de Deus é o favor imerecido que Ele faz por nós. Algumas pessoas têm contrastado a graça e a misericórdia ao observar que a graça é dar aquilo que não se merece (por exemplo, a salvação), ao passo que a misericórdia é não dar aquilo que se merece (por exemplo, a condenação). Embora o uso bíblico destes termos não esteja, necessariamente, de acordo com esta distinção, esta observação continua sendo bíblica. Os atos da graça e da misericórdia de Deus representam dois lados do seu amor incondicional por nós" (GEISLER. Norman. Teologia Sistemática: Pecado, salvação, igreja, ultimas coisas. Rio de Janeiro:CPAD, 2010, p.158).

A GRAÇA NO ANTIGO E EM O NOVO TESTAMENTO

Apesar de o Antigo Testamento estar caracterizado pelo tempo da Lei, ou ao que os estudiosos denominam de "dispensação da Lei", ao folhearmos as páginas tanto do Antigo quanto do Novo Testamento veremos a graça de Deus se manifestando na vida de pessoas, de famílias e de nações. Considerando a graça como uma demonstração da misericórdia e do amor de Deus pelo ser humano pecador que não merece o seu favor, fica evidente sua efetiva presença no Antigo Testamento.

Afinal de contas, Israel merecia ser escolhida como a nação da promessa, mesmo demonstrando ingratidão, infidelidade e desobediência? O que dizer do mentiroso, enganador e usurpador Jacó? Por acaso ele merecia ser perdoado? E Elias? O profeta do fogo que após a vitória sobre os profetas de Baal e Aserá, no Carmelo, foge e se esconde em uma caverna com medo de uma mulher. Você acha que ele era digno da visitação de Deus para encorajá-lo? Que tal Moisés, o homem que assassinou um egípcio? E o jovem Davi? E Gomer, a esposa infiel de Oseias? Merecia mesmo ser resgatada tantas vezes?

Esses e outros exemplos servem como prova de que o Deus misericordioso atua com graça na vida e na história de pecadores para salvá-los (Ex 33.19; SI 86.15; 145.8; Jr 31.2,3). Foi a graça que fez Deus escolher a Israel, a preservar Noé, a perdoar Jacó, a visitar Elias, a convocar Moisés e a oferecer outra chance a uma mulher adúltera.

Apesar de tudo isso, não há como negar que o Novo Testamento, por intermédio da pessoa de Jesus, apresenta a graça de Deus de uma forma mais clara e contundente. Ele representa o que os estudiosos denominam de a "Dispensação da Graça". O tempo divino onde o Filho de Deus morreu na Cruz do Calvário a fim de pagar e perdoar os nossos pecados. Razão pela qual o próprio apóstolo Paulo diz que "pela graça de Deus vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas é um presente dado por Deus" (Ef 2.8).

AUXILIO TEOLÓGICO
Misericórdia e Graça

Para Paulo, a misericórdia (oiktirmos) e a graça (charis) refletem os aspectos gémeos do caráter de Deus, e isso resolve o dilema da pecarninosidade da humanidade e a justiça de Deus. Se Deus se caracterizasse apenas pela justiça, todo o mundo seria condenado com razão (Rm 3.19,20). Paulo considera que o povo de Israel é uma boa ilustração do dilema da humanidade. O povo, libertado da escravidão no Egito, logo se volta da adoração a Deus para a idolatria [...].
No entanto, quando Moisés intercede pelo povo, Deus apieda-se e diz a ele: 'Terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia e me compadecerei de quem me compadecer' (£x 33.19). Paulo aponta para esse versículo em uma declaração que resume a solução do dilema da humanidade (Rm 9.15). A misericórdia de Deus, o favor imerecido do Senhor para conosco, fornece o meio de libertação 'pela redenção que há em Cristo Jesus' (Rm 3.24). Em última análise, para Paulo, a salvação não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece (9.16).
A graça e a misericórdia de Deus tornam-se o fundamento por meio do qual Paulo exorta o povo a se entregar de todo coração ao Senhor e a realizar a vontade dEle. Isso é ilustrado por passagens complementares da epístola para os Romanos. A certa altura, Paulo exorta o povo a entregar los vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça [...] Porque [...] estais [...] debaixo da graça' (Rm 6.13,14). Depois, ele escreve: 'Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo' (12.1). Paulo entende a experiência da salvação, do começo ao fim, como uma expressão da misericórdia e graça de Deus e, como tal, ele incita o povo a responder com fé e obediência sinceras a Deus e sua vontade" (ZUCK, Roy B (Ed.). Teologia do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, pp. 275,76).


A GRAÇA DE DEUS APRESENTADA EM ROMANOS

A carta de Paulo à igreja que está situada em Roma é a mais longa e doutrinária de todas as cartas do Novo Testamento. Não por acaso, o reformador alemão, Martinho Lutero, a chamava de "a verdadeira obra primado Novo Testamento". Nela, o apóstolo trata de questões relacionadas à justiça de Deus, à justificação pela fé, o pecado, à graça de Deus, à influência de gruposju-daizantes na igreja, à questão entre alguns crentes gentios e judeus em relação à dieta de alimentos, à posição de Israel diante de Deus considerando sua rejeição ao Messias.

Ao iniciar sua carta, nos três primeiros capítulos, o apóstolo argumenta de forma doutrinária que a humanidade precisa desesperadamente da graça de Deus para viver, caso contrário, ela será alvo do justo juízo do Deus eterno. Ele anuncia a má notícia de que o ser humano está separado de Deus por causa do pecado, que segundo o escritor Max Lucado "não somos suficientemente fortes para removê-lo, e não somos bons o bastante para apagá-lo". Embora distantes de Deus, ainda assim os pecadores não pedem sua ajuda nem seu auxílio, demonstrando então, dureza de coração. Por isso, Paulo diz que eles buscam satisfazer suas próprias paixões (1.21-25); vivem monitorando o próximo, como se fossem juízes (2.1-6); e se acham dignos de algo devido aos seus próprios méritos (2.17-24). Não tem jeito, todos pecaram!

Em meio ao caos descrito acima, o apóstolo faz ecoar o grito da graça, a boa notícia de Deus aos pecadores: "agora Deus já mostrou que o meio pelo qual ele aceita as pessoas [...] [é pela] fé que elas têm em Jesus" (3.21,22). Essa boa notícia nos diz que podemos ser aceitos pelo Pai e tornados justos pela fé em Cristo; tendo paz com Deus e uma nova vida de lealdade e serviço ao Senhor, pois se por um homem (Adão) entrou o pecado e a morte no mundo, por outro homem (Jesus) entrou a graça e avida.

AUXILIO TEOLÓGICO

A Relação entre a Graça e a Ira
Portanto, a rejeição da graça provoca a ira, e sua aceitação gera a salvação. Como já vimos, a exemplo de uma pessoa que se coloca debaixo de uma grande queda d'água como as de Foz de Iguaçu, ou do Niágara, com uma xícara virada de cabeça para baixo, o vazio vem de rejeição da graça que é copiosamente derramada sobre a pessoa. Por meio de um simples ato de arrependimento (do ato de virarmos a "xícara" da alma com o lado certo para cima), poderemos receber as bênçãos que sobre nós são derramadas pelo copioso fluxo do amor de Deus. (GEISLER, Norman. Teologia Sistemática: Pecado, salvação, igreja, últimas coisas. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.159)


Lição 3- A respeito dos Dons, não sejas Ignorante
DESTAQUE

“ Meus irmãos, quero que vocês saibam a verdade a respeito dos dons que o Espírito Santo dá (1Co 12.1)”.

TEXTO BÍBLICO


1Coríntios 14.4-11:

4 O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja.
5 E eu quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis; porque o que profetiza é maior do que o que fala em línguas, a não ser que também interprete para que a igreja receba edificação.
6 E agora, irmãos, se eu for ter convosco falando em línguas, que vos aproveitaria, se não vos falasse ou por meio da revelação, ou da ciência, ou da profecia, ou da doutrina?
7 Da mesma sorte, se as coisas inanimadas, que fazem som, seja flauta, seja cítara, não formarem sons distintos, como se conhecerá o que se toca com a flauta ou com a cítara?
8 Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?
9 Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? porque estareis como que falando ao ar.
10 Há, por exemplo, tanta espécie de vozes no mundo, e nenhuma delas é sem significação.
11 Mas, se eu ignorar o sentido da voz, serei bárbaro para aquele a quem falo, e o que fala será bárbaro para mim.

                                        LEITURA DEVOCIONAL

SEG.........................................................1Co 14.12
TER..........................................................1Co 12.1-11
QUA.........................................................Ef 4.8
QUI.........................................................1Pe 4.10
SEX.........................................................1Jo 4.1 SÁB.........................................................1Co 14.26
DOM........................................................1Co 2.3,4




ESTUDANDO A BÍBLIA

Caro professor, à semelhança da igreja de Corinto, a igreja atual tem abundância de dons espirituais, porém, varias comunidades locais continuam ignorantes a respeite.
Ainda hoje é possível verificarmos muitas manifestações essencialmente emocionais e carnais com o título de "espirituais" dentro da igreja; tais como "unção do riso, "unção dos quatro seres viventes", "cair no espírito", "autopromoção e supervalorização de indivíduos supostamente espirituais, e outros demonstrando ingenuidade e ignorância das pessoas quanto as coisas espirituais e, sobre tudo, no que diz respeito ao ensinamento bíblico. Hoje você terá uma grande oportunidade de instruir seus alunos sobre a devida utilização dos dons dentro e fora da igreja local. Faça isso como responsabilidade e reverência!

Em pleno século 21 ainda existem pessoas que preferem não acreditar na atualidade dos dons espirituais, dizendo que eles cessaram no primeiro século; e outras que escolhem acreditar apenas em alguns dons. Entretanto, ao estudarmos a Bíblia Sagrada e a história da Igreja, em especial a das Assembleias de Deus no Brasil, percebemos que o doador dos dons espirituais, o Espírito Santo, continua operando e equipando sua amada Igreja com seus extraordinários dons, conforme sua perfeita vontade (1Co 12.11).
Longe de serem realidades do passado, os dons são atuais, úteis e necessários à vida da Igreja de Cristo. Vejamos o que a Palavra de Deus nos diz sobre eles.

O CONCEITO DE DONS ESPIRITUAIS

Em primeiro lugar, devemos afirmar que os dons espirituais não devem ser confundidos com habilidades humanas herdadas ou aprendidas por meio de esforços físicos  e intelectuais. Eles não têm sua origem na terra, mas são dos céus, vêm de Deus (Ef 4.8; Tg 1.17); não são concedidos por méritos pessoais, mas pela graça divina 12.6; 1 Pe 4.10).

Segundo o pastor e teólogo Elinaldo Renovato, os dons espirituais são "habilidades dadas a cada pessoa pelo Espírito Santo", cujo propósito é o de "capacitar os salvos em Cristo Jesus, como membros da Igreja, para que esta alcance sua missão e seus objetivos". Paulo ensina que todo crente é dotado de um dom, concedido soberanamente pelo Espírito Santo para o que for útil (l Co 12.7).

Outro aspecto interessante sobre os dons espirituais diz respeito à sua utilização. Os dons não devem ser utilizados para autopromoção, muito menos para a exposição desnecessária das pessoas; eles precisam ser exercidos sem falsidade, em amor e com responsabilidade (1Co 13), tendo em vista que eles devem promover edificação do corpo de Cristo, a Igreja (l1Co 14.12). Paulo também ensina sobre a necessidade de haver ordem e decência na manifestação pública deles no culto (1Co 14.26-40).
Como é possível observar, os dons espirituais são ferramentas indispensáveis à Igreja de Jesus, tanto do passado como do presente. Valorize e utilize o seu dom de acordo com a boa e perfeita vontade de Deus promovendo edificação e crescimento espiritual à Igreja (1Co 14.26).

AUXILIO TEOLÓGICO

No Antigo Testamento, escrito em hebraico, há várias palavras que traduzem o sentido de 'dom'. Dentre elas destacamos os termos mattan, com o sentido de alguma coisa oferecida, gratuitamente, ou presente', como em Provérbios 19.6; 21.14; ou como dote, dádiva (Gn 34.12).

Há o termo maseth, que também significa 'presente', 'dádiva' (Et 2.18; Jr 40.5); a mais usada, no entanto, é minchach, que ocorre duzentos e nove vezes, com o significado de 'ofertas', 'presente' (SI 45.12; 72.10). Em todas as ocorrências, o sentido é sempre o de algo que é dado ou oferecido gratuitamente. [...] No Novo Testamento, escrito em grego, a palavra 'dom' assume de igual modo significados diversos. O termo 'doma' indica a oferta de um 'presente', 'boa coisa' (Mt 7.11); o 'pão nosso' é uma dádiva de Deus (Lc 11.13); 'dons', concedidos por Deus aos homens (£f 4.8), com base no Salmo 68.19. A palavra cháris indica 'dom gratuito', ou 'graça' (2 Co 8.4). O termo charisma é muito utilizado em estudos bíblicos, pois tem o significado de 'dons do Espírito' concedidos pela graçade Deus, com propósito muito elevado; é relacionado ao termo ta charismata, utilizado em 1Coríntios 12.4,9,28,30,31, que tem o sentido de 'dons da graça'. Há o termo grego ta pneumática, usado por Paulo, em l Coríntios 12.1; 14.1, que se refere a 'dons espirituais'. Em o Novo Testamento, os dons de Deus estão à disposição de todos os que creem, com a finalidade de promover graça, poder e unção à Igreja no exercício de sua missão, de forma que Cristo seja glorificado (RENOVATO, Elinaldo. Dons Espirituais e Ministeriais. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, pp.11,12).

CLASSIFICANDO OS DONS

A lista dos nove dons espirituais descritos em 1Coríntios 12.8-10, costumeiramente é classificada por alguns estudiosos da Bíblia em três categorias, cada qual contendo três dons em cada categoria, a saber:
(1) Dons de revelação: Palavra da sabedoria, palavra do conhecimento e discernimento dos espíritos;
(2) Dons de poder: Dom da fé, dons de curar e operações de milagres;
(3) Dons de expressão: Dom de profecia, variedades de línguas e interpretação de línguas.
Os dons de revelação manifestam o profundo conhecimento de Deus acerca de todas as coisas e do seu cuidado em proteger sua Igreja das sutilezas do Adversário. Por intermédio da palavra de sabedoria Deus orienta e aconselha sua Igreja convocando-a a não depender da sabedoria humana (1Co 2.5).

No que diz respeito a palavra do conhecimento, o dom está relacionado às coisas que não podemos compreender por nossas faculdades intelectuais. E Deus iluminando a mente e o coração do discípulo, concedendo conhecimento que vai além do intelecto humano. Já o discernimento de espíritos envolve a capacidade de distinguir a origem de uma determinada manifestação espiritual, a fim de que os espíritos enganadores não tenham espaço na Igreja (1 Jo 4.1).

Quanto aos dons de poder, eles visam à capacitação da Igreja para a proclamação do Evangelho na força e no poder do Espírito Santo (1Co 2.4,5). O dom da fé não deve ser confundido com a fé salvadora ou a fé como fruto do Espírito, ou fé natural, mas como a capacidade espiritual para se realizar coisas que vão além da esfera natural, trazendo manifestações extraordinárias do poder de Deus. Os dons de curar atuam na cura de enfermidades de todos os tipos: físicas, emocionais ou espirituais. Já a operação de milagres ou maravilhas, diz respeito a uma grande manifestação do poder de Deus operando grandes mudanças na ordem natural das coisas.

No que diz respeito aos dons de expressão! eles têm por finalidade transmitir a vontade plena de Deus para orientação e exortação do seu povo. Desta forma, o dom de profecia é a comunicação de uma mensagem inspirada pelo Espírito com a finalidade de edificar, exortar e consolar a Igreja de Cristo.

Entretanto, é importante que nenhuma outra profecia, além da Bíblia Sagrada, seja utilizada para guiar a Igreja ou para formar doutrina. Quanto ao dom de variedades de línguas, não se pode confundi-lo com o falar em línguas como evidência do batismo com o Espírito Santo, conforme nos apontam os nossos principais manuais de teologia pentecostal. Ele possui dentre outras finalidades, a transmissão de uma mensagem em línguas desconhecidas à igreja, razão pela qual é necessário o dom de interpretação. Este dom tem como finalidade a interpretação de uma mensagem espiritual transmitida à Igreja de Deus.

AUXILIO TEOLÓGICO

Natureza encarnacional dos Dons

Os dons são encarnacionais. Isto é, Deus opera através dos seres humanos. Os crentes submetem a Deus sua mente, coração, alma e forças. Consciente e deliberadamente, entregam tudo a Ele. O Espírito, então, os capacita de modo sobrenatural a ministrar acima das suas capacidades humanas e, ao mesmo tempo, a expressar cada dom através de sua experiência de vida, caráter, personalidade e vocabulário. Os dons manifestos precisam ser avaliados, Isto não diminui em nada a sua eficácia, pelo contrário, dá à congregação a oportunidade de testar, pela Bíblia, sua veracidade e valor para a edificação. [...] Não precisamos ter medo. O que Deus ministra através de sua vida, ministério e personalidade talvez seja diferente do que Ele ministra através dos outros. Não devemos pensar que estamos garantindo a perfeição quando temos um dom espiritual. Isto pode ser avaliado por outras pessoas, com amor cristão. Basta sermos vasos submissos, buscando edificar o corpo de Cristo" (HORTON, Stanley M. (Ed.). Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.470).

DONS DE LÍNGUA E DOM DE PROFECIA; PARA QUE SERVEM?

De acordo com o texto bíblico, em especial o de1 Coríntios 14, tanto o dom de línguas quanto o de profecia possuem finalidades distintas, porém, complementares.

Para Paulo, o falar em outra língua deve ser acompanhado de sua interpretação, por algumas razões:
(1) quem fala, fala a Deus e não aos homens;
(2) não entende e nem é entendido, pois fala em mistério;
(3) edifica a si mesmo e não à igreja;

(4) constitui um sinal para os descrentes, mas também um ato de loucura para os incrédulos, dependendo da forma como é utilizado (w. 2,4,13,14, 22, 23). Logo, para que haja edificação na igreja é indispensável sua devida interpretação. Assim, ao expor essas questões, o apóstolo não tem em mente proibir ou inibir o uso do dom, como fica claro no versículo 39, mas instruir sobre a maneira correta de manifestá-lo num cultuo público. Até porque o propósito básico das línguas estranhas com interpretação é adorar a Deus e encorajar os outros a fazer o mesmo.

Coloque V para verdadeiro F para falso.
[ ] Os dons espirituais são habilidades humanas herdadas.
[ ] O dom de profecia nada mais é que uma habilidade humana de interpretar as Escrituras.
[ ] Os dons não devem ser utilizados para autopromoção.
[ ] Quem fala em línguas fala a Deus e não aos homens.
[ ] O dom da fé é sinónimo da fé salvífica.
[ ] O propósito básico das línguas estranhas com interpretação é adorar a Deus e encorajar os outros a fazer o mesmo.

Já a profecia, segundo o ensinamento do apóstolo, é um dom "superior" ao de línguas porque quem anuncia a mensagem de Deus (profetiza), fala direto às pessoas, ajudando-as e dando-lhes coragem e consolo (v.3), bem como produz convencimento do pecado, rendição e adoração a Deus (vv.24,25). Entretanto, é interessante observarmos que a profecia não está acima do julgamento da congregação (v.29), pois o apóstolo dos gentios recomenda a avaliação do conteúdo da profecia.
Sendo assim, como corretamente evidenciou o teólogo pentecostal David Lim "as línguas servem como indicador; a profecia, como comunicador. As línguas chamam a atenção aos atos poderosos de Deus; a profecia conclama ao arrependimento e à fé como forma de corresponder aos atos poderosos de Deus".

AUXÍLIO DIDÁTICO

Prezado professor, leve uma música cristã em inglês para sala de aula e após colocá-la para seus alunos ouvirem, pergunte-os acerca do conteúdo da letra. A menos que algum deles saiba inglês, ninguém conseguirá traduzir e, consequentemente, entender a letra, ficando a mesma inteligível. Em seguida, leia 1 Co 14.1-13 e discuta com eles sobre o texto. Explique-os que o dom de interpretação se faz necessário para traduzir o dom de variedade de línguas, a fim de que o conteúdo da mensagem anunciada em línguas desconhecidas se torne compreensível aos ouvintes.

RECAPITULANDO

A igreja local precisa reconhecer a necessidade dos dons espirituais, bem como amadurecer a forma de utilizá-los, pois eles foram dados pelo Espírito para edificação e crescimento dela e não para orgulho pessoal ou divisão local. Assim, o propósito dos dons não é a exaltação de quem os exerce, mas o serviço aos demais membros do Corpo de Cristo e tudo para a glória de Deus.

O fato de alguns, em nosso tempo, utilizarem de forma irresponsável os dons não deve produzir em nós uma atitude de desprezo por essas capacitações espirituais, muito pelo contrário, deve nos estimular a buscá-los com zelo e praticá-los com amor.

Que sejamos bons administradores dos diferentes dons recebidos da parte de Deus, Utilizando o nosso dom para a glória de Deus e o bem da Igreja de Cristo (1Pe 4.10,11),

REFLETINDO

1. Quem é o doador dos dons espirituais?
O Espírito Santo.
2. De acordo com 1Corintios 12.8-10 quantos e quais são os dons espirituais?
Nove dons espirituais. A saber: Palavra de sabedoria, palavra do conhecimento, fé, dons de curar, operações milagres, profecia discernimento de espíritos, variedade de línguas, capacidade de interpretá-las.
3. Segundo o apóstolo Paulo, por que a variedade de línguas precisa de interpretação?
O Apóstolo Paulo recomenda que o que fala em outra língua deve orar para que a possa interpretar.



Lição 4- Confrontando a Nossa Natureza

DESTAQUE

Porque o que nossa natureza humana quer é contra oque o Espírito Santo quer, e o que o Espírito quer é contra o que a natureza humana quer. Os dois são inimigos, e por isso vocês não podem fazer o que vocês querem (Gl 5.17).

TEXTO BÍBLICO
Gálatas 5.16-26

16 Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne.
17 Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis.
18 Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei.
19 Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia,
20 Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias,
21 Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.
22 Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.
23 Contra estas coisas não há lei.
24 E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.
25 Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito.
26 Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros.

LEITURA DEVOCIONAL
SEG.......................................................Lc 6.43-45
TER........................................................Jo 15.16
QUA........................................................Rm 8.12,13
QUI.........................................................Ef 4.17-24
SEX............................................................Cl 3.1-3,5-11 SÁB............................................................Gl 5.16
DOM.......................................................Rm 13.13,14



ESTUDANDO A BÍBLIA

Não podemos nos esquecer de que os seres humanos são produto tanto da Criação como da Queda; embora criados à imagem e semelhança de Deus, fomos deformados pelo pecado. Depois que o pecado entrou no mundo nunca mais fomos os mesmos. Agora, a criatura vive em conflito com o Criador, com seus semelhantes e o restante da Criação; vive segundo sua natureza pecaminosa. Somente a ação poderosa do Espírito Santo no interior do ser humano pecaminoso é capaz de transformá-lo em nova criatura e conduzi-lo à liberdade plena para uma vida frutífera.

O CONFRONTO COM A NOSSA NATUREZA

Todos nós passamos da condição de inimigos para amigos de Deus por meio da graça revelada em Jesus Cristo no Calvário. Entretanto, apesar desta nova condição desfrutada a partir do novo nascimento (Jo 3.3-8; Gl 3.2; 4.29), ainda que perdoados, purificados e habitados pelo Espírito Santo, não deixamos de hospedar, dentro de nós, uma fera chamada "carne". Tal expressão, no capítulo cinco de Gaiatas, sobre a qual iremos refletir, não guarda nenhuma relação com aquilo que envolve o nosso esqueleto, ou o corpo, mas sim com a natureza pecaminosa que herdamos de nossos primeiros pais, Adão e Eva, quando resolveram desobedecer ao Criador (Gn 3). A partir desse raciocínio Paulo diz que diariamente, em nós, ocorre um conflito, uma luta, uma ferrenha oposição entre nossa velha natureza (carne) e o Espírito Santo, pelo qual recebemos essa nova natureza por intermédio do novo nascimento (Gl 5.17).

Como solução do conflito entre a carne e o Espírito que ocorre em nosso interior, a Bíblia nos convida a lutar contra a carne, mas entregando totalmente o controle da nossa vida ao Espírito Santo, a fim de que Ele, que é capaz de efetuar em nós a verdadeira justiça que vem pela fé, nos ajude a combater efetivamente os desejos de nossa natureza pecaminosa, a qual conspira diuturnamente contra Ele e, conseguintemente, a nossa santidade (5. 1.16-25). Ora, o Espírito Santo não é uma influência ou força ativa; Ele é uma pessoa divina, assim como o Pai e o Filho. De maneira que se o Filho, na cruz, pagou o preço pelos nossos pecados como parte do plano que o Pai nos planejou, é o Espírito Santo que aplica isso à nossa vida quando nos submetemos a Ele.

Somente pelo e no Espírito somos fortalecidos e podemos vencer a carne. Não abra mão de viver uma vida cheia do Espírito Santo. Não temos nada a perder, muito pelo contrário, com o Espírito e em sua força somos mais que vencedores.

Ande no Espírito! mento marca uma maneira completamente diferente de vivermos, que é permitir o Espírito de Deus dirigir nossa vida (vv.16,18). Agora, como bem afirmou Paulo, "já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem vive em mim" (2.20). Ou seja, aqueles que andam no Espírito têm sua carne controlada, mortificada diariamente, e neles o Espírito produz o que o apóstolo chamou de "fruto". Na carta, o "fruto do Espírito" apresenta nove virtudes que descrevem a atitude do cristão para com Deus, consigo mesmo e com próximo:

1) Atitudes relacionadas a Deus: amor, alegria, paz;
2) Atitudes relacionadas ao próximo: paciência, delicadeza, bondade;
3) Atitudes relacionadas com o indivíduo: fidelidade,
humildade, domínio próprio.

AUXILIO TEOLÓGICO

Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne' (Gl 5.16-18).
O motivo de sermos verdadeiramente livres não é o fato do nosso passado ter sido mudado, ou o fato dos nossos sentimentos atuais terem mudado. Ainda podemos nos sentir inadequados, inseguros, hesitantes, e com medo. Nós somos livres porque Deus nos deu o seu Espírito Santo.

O Espírito de Deus em nosso interior nos capacita. Liberdade não significa uma vida sem conflitos, significa a possibilidade de viver sem experimentar derrotas! As nossas fraquezas não precisam nos arrastar para baixo, o nosso passado não mais nos incapacita. O Espírito Santo está ao nosso lado na guerra contra os desejos da nossa natureza pecadora. Nós não olhamos mais para a Lei, e lutamos. Olhamos para o Espírito Santo, confiamos nEle, e fazemos o que é certo" (RICHARDS, Lawrence 0. Comentário Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.848).

FRUTO DO ESPIRITO X OBRAS DA CARNE

Dando sequência em seu argumento, Paulo fala de dois tipos de comportamentos possíveis produzidos pelas respectivas naturezas quando assumem o controle de nossas vidas, a saber:

1. Obras da Carne (vv.19-21). As obras da natureza humana caída, embora invisíveis, são conhecidas por todos: "As coisas que a natureza humana produz são bem conhecidas" (Gl 5.19). Ainda que não exaustiva, o apóstolo relaciona, em uma lista, quinze práticas que demonstram uma vida controlada pêlos desejos humanos pecaminosos, conhecidas como obras da carne. Tais obras, segundo o pastor John Stott, abrangem pelo menos quatro áreas da vida humana:

1) área do sexo: imoralidade sexual, impureza e ações indecentes;
2) área da religião: Adoração de ídolos, feitiçarias;
3) área social: inimizades, brigas, ciumeiras, acessos de raiva, ambição egoísta, desunião, divisões, invejas; e
4) área da alimentação: bebedeiras e farras.

Paulo deixa evidente que aqueles que escolhem viver suas vidas debaixo do domínio da natureza pecaminosa, produzindo suas más obras, recebem uma dura advertência: [...] não receberão o Reino de Deus" (v.21).

2. Fruto do Espírito (vv.22,23).
A nova natureza que recebemos com o novo nascimento marca uma maneira completamente diferente de vivermos, que é permitir o Espírito de Deus dirigir nossa vida (vv.16,18). Agora, como bem afirmou Paulo, "já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem vive em mim" (2.20). Ou seja, aqueles que andam no Espírito têm sua carne controlada, mortificada diariamente, e neles o Espírito produz o que o apóstolo chamou de "fruto".

Na carta, o "fruto do Espírito" apresenta nove virtudes que descrevem a atitude do cristão para com Deus, consigo mesmo e com próximo:

1) Atitudes relacionadas a Deus: amor, alegria, paz;
2) Atitudes relacionadas ao próximo: paciência, delicadeza, bondade;
3) Atitudes relacionadas com o indivíduo: fidelidade, humildade, domínio próprio.

Aqueles que andam no Espírito e manifestam visivelmente seu fruto, o apóstolo ratifica: "Contra essas coisas não existe lei" (v.23).
Não se esqueça, sua nova natureza tem sede de comunhão com Deus e de uma vida santa. Porém, sua velha natureza anseia pelos perversos desejos pecaminosos.

AUXILIO TEOLÓGICO

A vida pelo Espírito' (5.13-26) [...] Deus não nos libertou da Lei para que pudéssemos nos comportar de maneira ilegal, mas para que ao confiarmos completamente no Espírito, Ele pudesse
transformar nosso interior. [...] A primeira lista contém quatro categorias distintas de atos da carne. Cada uma delas é um comportamento, um ato público e não uma característica de personalidade... Em contraste, a lista que Paulo fornece do Fruto produzido pelo Espírito não inclui nenhum ato nem comportamento específico! Tudo nesta lista é interior, uma qualidade de caráter. Por que Paulo não faz estas duas listas estritamente correspondentes e contrasta as ações devotas com as ações pecadoras, ou contrasta as características devotas da personalidade com as pecaminosas? Quem sabe a melhor explicação é que a Lei, que os judaizantes tanto elogiavam, lida somente com o exterior em sua abordagem à justiça. Ela está relacionada com o que uma pessoa faz, e não com o que a pessoa é... Na melhor hipótese, o que fazemos é apenas um reflexo do que somos. A maneira de se produzir justiça é fazer uma mudança interior para que a pessoa torne-se realmente amorosa e boa" (RICHARDS, Lawrence 0. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.414).

A MANIFESTAÇÃO DO FRUTO DO ESPÍRITO

O fruto do Espírito se manifesta em nossas vidas por meio das obras. Não há como negar que nossas atitudes falam mais alto
que as palavras. Foi o próprio Jesus quem disse que as pessoas são conhecidas ou reveladas pela qualidade dos frutos que produzem, pois "a árvore boa não dá frutas ruins, assim como a árvore que não presta não dá frutas boas" (Lc 6.43). Ou seja, assim como a mangueira não pode produzir nada diferente de manga, igualmente o ser humano descomprometido com Deus - que rejeitou Jesus Cristo como seu Salvador e Senhor - não pode produzir nada além de obras que manifestam os desejos pecaminosos escondidos em seu coração.

O fruto que o Espírito Santo produz em nós não é produzido para ser apenas admirado ou usado como adereço, ou ainda, publicado como troféu nas redes sociais, a fim de ser compartilhado ou curtido. Mas para ser oferecido como alimento às pessoas carentes da graça de Deus que estão em nosso redor, pois elas estão famintas e sedentas de amor, alegria, paz, paciência, delicadeza, bondade, fidelidade, humildade e domínio próprio.

Jesus é a videira verdadeira e nós os galhos, enquanto estivermos ligados nEle, o Espírito Santo produzirá belos e saborosos frutos em nós (Jo 15), pois o próprio Cristo disse "não foram vocês que me escolheram; pelo contrário, fui eu que os escolhi para que vão e deem fruto e que esse fruto não se perca. Isso a fim de que o Pai lhes dê tudo o que pedirem em meu nome" (Jo 15.16).

AUXILIO TEOLÓGICO

O Relacionamento entre os Dons e o Fruto' Qual o relacionamento entre os dons e o Fruto do Espírito? O Fruto tem a ver com o crescimento e o caráter; o modo da vida é o teste fundamental da autenticidade.

O Fruto, em Gaiatas 5.22,23, consiste nas "nove graças que perfazem o Fruto do Espírito - o modo de vida dos que são revestidos pelo poder do Espírito que neles habita". Jesus disse: "Por seus frutos os conhecereis" (Mt 7.16-20); ver também Lc 6.43-45). Os aspectos do Fruto estão entrelaçados de modo delicado nas três passagens que falam dos dons. Tanto em Gaiatas quanto nos textos que definem os dons, as qualidades do Fruto fluem horizontalmente entre si no ministério (1Co 13; Rm 12.9,10;Ef 4.2).
O tema principal de Gaiatas não é a justificação pela fé, embora pareça predominar. O fato é que o propósito da justificação pela fé é o andar no Espírito. A mesma ênfase no andar (ou vida) no Espírito prevalece nas lições às igrejas na Ásia Menor (Éfeso), na Acaia (Corinto) e na Itália (Roma)" (HORTON, Stanley M. ed. Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.488).

Recapitulando

Nós cristãos vivemos uma luta interna permanente. A carne e o Espírito lutam pelo controle de nossa vida, a carne ao dominar o ser humano produz obras perversas. Em contrapartida, o Espírito ao assumir o controle de nossa vida produz em nós amor, alegria, paz, paciência, delicadeza, bondade, fidelidade, humildade e domínio próprio.

Devemos assumir um compromisso diante de Deus e dos homens de sermos adolescentes guiados peio Espírito Santo, pois assim seremos capazes de influenciar uma geração perversa e rebelde. Somente pelo Espírito somos capazes de vencer a carne e frutificar em toda boa obra. Jesus disse: "sem mim vocês não podem fazer nada" (Jo 15.5). Viva pelo Espírito. Ande no Espírito.

Refletindo

1. Como e possível vencer a natureza pecaminosa?
Somente pelo e no Espírito somos fortalecidos e vitoriosos sobre ela.
2. Quando o apóstolo Paulo refere-se à "carne", ele tem em mente o nosso corpo físico?
Não. Ele tem em mente a natureza humana caída
3. Onde e como podemos manifestar o fruto do Espírito?
O fruto do Espírito se manifesta em nossas vidas por meio de nossas obras, palavras e ações concretas.



Lição 5- Efésios: a Carta da Fé, do Amor e das Virtudes

TEXTO BÍBLICO
Efésios 2.1-10

1 E VOS vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados,
2 Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência.
3 Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.

4 Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou,
5 Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo ( pela graça sois salvos ),
6 E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus;
7 Para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus.
8 Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.
9 Não vem das obras, para que ninguém se glorie;
10 Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.



DESTAQUE

"Pois pela graça de Deus vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas é um presente dado por Deus. A salvação não é o resultado dos esforços de vocês; portanto, ninguém pode se orgulhar de tê-la.” (Ef 2.8,9)

LEITURA DEVOCIONAL
SEG.......................................................Ef 2.1-4
TER........................................................Jo 2.15
QUA........................................................Gl 5.16-21
QUI.........................................................Rm 5.8
SEX............................................................Mt 5.13,14 SÁB............................................................Ef 2.10
DOM.......................................................Rm 5.1



ESTUDANDO A BÍBLIA

Caro professor, você tem orado petos seus alunos? Certamente eles precisam de sua ajuda. Muitos enfrentam grandes problemas em suas casas, com seus familiares; outros possuem problemas de ordem emocional, física e espiritual. A oração é uma ferramenta muito importante para a professor da Escota Dominical, Por meio dela temos a oportunidade de apresentar a nossa vida e a dos nossos alunos a Deus. Sugiro que você, sempre ao iniciar as aulas, convoque a classe a manifestar seus pedidos de oração para que uns orem pelos outros.
Mostre-se atencioso e preocupado com os problemas e dilemas mais simples que eles confidenciarem a você. Faça questão de sempre após uma boa conversa, terminar com uma oração, a fim de incentivá-los a confiarem a Deus seus medos e preocupações.

Paulo escreveu aos efésios quando estava preso em Roma, por volta de 61 d.C. Essa carta não foi escrita para responder questões problemáticas levantadas pela igreja, mas para encorajar os santos e compartilhar "uma visão exaltada da Igreja de Cristo". Conforme afirmou o comentarista bíblico Lawrence Richards, nela "descobrimos nossa identidade como o corpo de Cristo, como um templo que está sendo edificado pelo Espírito Santo, e como a família de Deus".

O apóstolo começa sua carta louvando a Deus pelas bênçãos recebidas, ação de graças e oração (Ef 1.3-23); em seguida, narra a reconciliação entre judeus e gregos (2.1-22); exorta os irmãos a manterem-se unidos (4.1-5.20), bem como a permanecerem em Cristo e no Espírito para resistirem aos poderes do mal (6.10-20).
A partir de agora passaremos a refletir sobre o alcance universal da obra de Cristo na Cruz do Calvário.

QUEM NÓS ÉRAMOS ANTES DE ESTAR EM CRISTO?

Essa pergunta diz respeito à nossa condição espiritual no passado, quando nós ainda não havíamos confessado Cristo como Senhor e Salvador de nossas vidas.
A resposta de Paulo a esta pergunta envolve três aspectos:
a) Estávamos "espiritualmente mortos" (2.1). Em Adão, independente de cor, condição social ou capacidade intelectual, todos nós fomos feitos pecadores, e por isso, estávamos "afastados da presença gloriosa de Deus" (Rm 3.23). Com o pecado, o ser humano morreu espiritual e fisicamente, e teria morrido eternamente se não tivesse aceitado a provisão de salvação oferecida pelo Pai por intermédio do seu Filho. O pecado nos tornou inimigos de Deus.

b) Seguíamos "o mau caminho deste mundo" (2.2). Ou seja, vivíamos com base no pensamento mundano, hostil e descompro-metido com os valores eternos de Deus revelados em sua Palavra (Cl 3.5-7). Éramos, nas palavras de João, "amantes do mundo" (ijo 2.15); escravos de "argumentos sem valor, que vêm da sabedoria humana. Essas coisas vêm dos ensinamentos de criaturas humanas e dos espíritos que dominam o Universo" (Cl 2.8); percorríamos as "trilhas de Satanás" ao invés de andarmos no caminho de Deus.

c) Vivíamos de acordo com a nossa natureza humana, fazendo o que o nosso corpo e a nossa mente queriam (2.3).

O apóstolo afirma que a nossa vontade era satisfazer nossa própria natureza pecaminosa. Éramos escravos de nossa natureza e as obras que praticávamos eram más, porque brotavam de um coração enganoso e perverso (Mc 7.21-23), que conspira contra o que o Espírito deseja (Gl 5.16-21).

Como podemos perceber, nosso problema não estava no lado de fora, mas nas profundezas de nosso próprio coração. Como diz o apóstolo Paulo, éramos filhos da ira, merecedores do justo castigo de Deus; pecadores nas mãos de um Deus irado. Mas graças a Deus que apesar de um passado de inimizade e justa condenação pelos pecados praticados, na Cruz do Calvário Jesus Cristo ofereceu-se a Deus por nós, para nos salvar, oferecendo-nos seu gracioso perdão. Hoje temos paz com Deus por meio de Jesus Cristo (Rm 5.1).

AUXÍLIO TEOLÓGICO

Entendendo o Texto

Estando vós mortos em ofensas e pecados1 (Ef 2.1-3). O termo "morto" é um dos conceitos bíblicos mais espantosos e complexos.
Nós entendemos a morte biologia e até certo ponto a perdição espiritual est exemplificada nela. Assim como o corpo morto não pode sentir ou responder d mundo material, também o espírito perdido não pode sentir ou responder a Deus. Mas a morte espiritual vai além disso, implicando a corrupção. Assim como o corpo físico si deteriora, também o espiritualmente morto se torna infestado de todo tipo de corrupção.

Os espiritualmente mortos andaram segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar [Satanás].

A carne apodrecida dos espiritualmente mortos sofre e geme sob o domínio das 'inclinações da... carne' (v. 3, ARA), cujos desejos e pensamentos os perdidos seguem cegamente. O retrato vívido mostrado por Paulo é horrível, e poderia nos fazer recuar. Mas ele queria que nós entendêssemos que esta é a matéria-prima da qual Deus constrói a sua igreja! Esta massa de corrupção é a que Deus pretende usar para mostrar a sua glória e a beleza da sua santidade. Não é agradável. Mas é importante que sejamos totalmente honestos com nós mesmos e com Deus. Paulo fez esta descrição, e disse: 'Este era você'. Ele prosseguiu, 'Todos nós também vivemos entre eles outrora, andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos'. Graças a Deus isso é o que nós éramos, e não o que somos! E graças a Deus que Ele, assim mesmo, achou conveniente fazer com que você e eu pertencêssemos a Ele" (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp.855,56).

SALVOS PELA GRAÇA MEDIANTE A FÉ

A salvação é um presente maravilhoso de Deus à humanidade. Não é fruto da engenhosidade dos filhos dos homens, mas do planejamento do Pai (Ef 1.4-6); não é conquistada por esforços pessoais de homens e mulheres bem-intencionados, mas ofertada gratuitamente pelo incalculável preço pago com o sangue de Jesus Cristo, o Filho (Ef 1.7-12). Essa salvação é aplicada e confirmada pelo Espírito Santo, o qual nos marcou como propriedade de Deus, sendo Ele mesmo a garantia de que receberemos o que Deus prometeu ao seu povo (Ef 1.13,14).

Paulo destaca que a salvação, do início ao fim, é obra de um Deus misericordioso e amoroso (Rm 5.8; Ef 2.4,5) que vem ao nosso encontro por intermédio de seu Filho Jesus Cristo. Se no passado estávamos mortos espiritualmente, no presente estamos vivos em Cristo. Agora pela graça de Deus somos salvos.

Em Efésios 2.8, o apóstolo ressalta que a graça, e não as obras, é a fonte da nossa salvação; caso contrário nos gloriaríamos em nossas próprias obras. Pois graça é o favor de Deus para com aqueles que nada merecem. Entretanto, como bem afirmou o pastor Myer Pearlman: "uma dádiva precisa ser aceitada. Como é que um homem aceita a salvação? Mediante a fé... A fé é a mão que recebe aquilo que Deus oferece".
Como é possível observar, a salvação não pode ser comprada nem tampouco vendida pelos seres humanos. Ela não é uma moeda de troca, um bem negociável, mas um presente recebido pela fé das mãos de um Deus gracioso e que deve ser cuidado por nós.
Não se esqueça: você não é salvo porque é bom, bonito ou religioso, mas porque a graça de Deus revelada em Jesus o salvou. Valorize isso. Testemunhe dessa salvação. Não abra mão deste presente, é valioso demais para ser jogado na lata do lixo ou ser apagado como se faz com algo indesejado nas redes sociais.



AUXILIO DIDATICO

Professor, como nos tempos de Lutero, ainda hoje existem pessoas e instituições religiosas que tentam de alguma maneira comercializar a salvação e/ou a bênção de Deus. As indulgências do passado continuam sendo vendidas e compradas por centenas de religiosos na atualidade. No mercado da fé surge vassoura, cimento, rosa, tijolo, água, sabonete, lenço ungido com preços exorbitantes. Entretanto, é preciso que você sedimente no entendimento dos alunos que nada que façamos é capaz de tornar a salvação um direito nosso, senão a graça de Deus. Reafirme na aula de hoje que a cura, a prosperidade e a salvação não podem ser compradas. Elas são dádivas de Deus aos homens.

UMA VIDA DE AMOR E DE BOAS OBRAS

Se é verdade que não fomos salvos porque praticamos boas obras, também é verdade que somos salvos para praticar as boas obras. Pois são por elas que demonstramos nosso amor, gratidão e serviço a Deus e aos homens. Paulo deixa isso claro quando diz que "em nossa união com Cristo Jesus, ele nos criou para que fizéssemos as boas obras que eleja havia preparados para nós" (2.10). A prática das boas obras não é uma opção para os salvos, mas um compromisso com o Deus que nos salvou.

Jesus, no sermão da montanha, disse aos seus discípulos que eles deveriam ser o "sal da terra" e a "luz do mundo" (Mt 5.13,14). Essas alegorias revelam o compromisso que Jesus espera de seus seguidores para com o mundo. Eles devem exercer influência positiva, contagiante e transformadora tanto
na terra que está em estado de deterioração como no mundo marcado por profundas trevas, por causa do pecado; devem praticar boas obras para que os homens as vejam e glorifiquem ao Pai que está nos céus (Mt 5.16). O Pai deve ser glorificado não apenas com mensagens virtuais, mas acima de tudo com atitudes reais na vida.

Essa influência só será possível com um engajamento radical de nossa parte. Precisamos tornar nossa vida um instrumento de glorificação a Deus e de serviço ao próximo. Devemos utilizar toda nossa capacidade intelectual, criativa, emocional e física para o Reino de Deus. Nossas relações, sejam interpessoais ou virtuais, devem revelar Cristo. O nosso compromisso deve ser integral; precisamos cuidar não só do próximo, mas também da terra que o Senhor nos deu (Gn 2.15); precisamos orar e respeitar tanto as autoridades, como nossos pais (Ef 5); devemos falar a verdade na igreja, mas também na escola, no trabalho, em casa. A nossa luz precisa brilhar em todos os lugares onde as trevas do pecado estão a dominar.

AUXILIO TEOLÓGICO

Professor, embora ainda hoje a Igreja Católica Apostólica Romana defenda a salvação pelas obras, é importante reafirmarmos que fomos salvos pela graça de Deus para praticarmos boas obras. Razão pela qual destacamos um texto do apologista cristão Dr. Norman Geisler para reflexão em sala de aula com seus alunos: "[...] o Catolicismo falha em não reconhecer a importante diferença entre obras para a salvação e obras que surgem a partir da nossa salvação. Nós não fazemos nada para obter a salvação; fazemos boas obras porque já recebemos a salvação. Deus opera a salvação em nós por meio da sua justificação, e nós 'operamos a nossa salvação com temor e tremor' pela sua graça (cf. Fp 2.12,13)" (GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. Vol.2. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.237).



                  Lição 6 – Alegrias e Fidelidades

TEXTO BÍBLICO – Filipenses 4.4-13

4 Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos.
5 Seja a vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o SENHOR.
6 Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças.
7 E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.

8 Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.
9 O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco. 

 10 Ora, muito me regozijei no Senhor por finalmente reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade.
11 Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.
12 Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade.
13 Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.

DESTAQUE
Tenha sempre alegria, unidos no Senhor! Repito; Tenham alegria (Fl 4.4).

LEITURA DEVOCIONAL
SEG.......................................................Sl 16.11
TER........................................................Sl 51.8,15
QUA........................................................Lc 2.10
QUI.........................................................1Pe 4.13
SEX............................................................Sl 31.7 SÁB............................................................Fp 1.25
DOM...........................................................Mt 5.12

  

APRESENTAÇÃO

Professor, inadvertidamente muitos de nós temos confinado a Educação Cristã às quatro paredes do templo, aos domingos pela manhã e num período de tempo aproximadamente 50 minutos de aula. Entretanto, caso não ampliemos campo de ação e incluamos outros ambientes não convencionais junta ao nosso programa educacional, correremos o risco de não frutificarmos tanto quanto poderíamos. Nós precisamos entender que o mundo/a vida é a nossa sala de aula. 

Devemos aproveitar todas as oportunidades para ensinar e aprender. Jesus ensinou no monte, no barco, em casas, no velório, no vale, no Templo, nas festas, e, à mulher samaritana no poço.
Paulo fundou a igreja de Filipos quando realizou sua segunda viagem missionária (At 16.9-40). Nessa cidade, o evangelho da graça chegou de forma maravilhosa levando salvação à vendedora de púrpura, Lídia (At 16.13,14), à jovem escrava de Satanás e dos homens (At 16.16-18), ao carcereiro romano (At 16.27-34) e a muitas outras pessoas.
A carta aos filipenses foi escrita por Paulo quando ele estava preso na cidade de Roma, por volta de 62 d.C. Por intermédio dela o apóstolo agradeceu a generosidade dos irmãos (4.15-18), mas alertou sobre os perigos da quebra da comunhão (2.3,4; 4.2) e da heresia (3.2), bem como convocou os irmãos a se alegrarem no Senhor, razão pela qual a epístola é chamada por alguns como a "carta da alegria".

O QUE É ALEGRIA?

De acordo com alguns manuais de Ética Cristã, alegria ‘e' a emoção prazerosa resultante da satisfação da sede insaciável do homem por uma vida mais plena. Essa definição se confirma na prática quando observamos em todas as partes do mundo, entre religiosos e ateus, das mais variadas idades, o empenho de homens e mulheres na incansável busca da tão almejada alegria plena.

Em sua legítima busca pela alegria, o ser humano tem sido distraído pelas ilusões momentâneas dos prazeres sexuais, da aquisição de riquezas, do glamour oferecido pela fama, do sucesso profissional, do consumismo e da sensação de autossuficiência ocasionada pela aquisição do poder. Entretanto, em sua velhice, o sábio Salomão entendeu o caráter transitório da alegria terrena fundamentada meramente no prazer: não passa de vaidade (Ec 2.1-12).

Ao estudarmos a Bíblia Sagrada, percebemos que a alegria está por todo lugar fazendo parte da história de vida do povo de Deus (Dt 12.6,12; Fp 4.4; 1Pé 4.13). Ela é experimentada quando o ser humano se aproxima do Eterno (SI 16.11) e recebe o seu perdão (SI 51.8,15) ou encontra o seu amor (SI 31.7). O próprio Evangelho é uma mensagem de grande alegria (Lc 2.10). Só em filipenses o tema "alegria" aparece dezesseis vezes (1. 4,18,25; 2.2,28; 3.1; 4.1,4,11).
O conteúdo da alegria bíblica não está no entretenimento que distrai, mias no relacionamento com o Deus que se revelou em Cristo Jesus para nos salvar e possibilitar a restauração da comunhão que no jardim do Éden, por intermédio da Queda, foi afetada. Por isso, o mundo não pode fios conceder ou remover essa alegria, pois esta vem exclusivamente de Deus.

AUXILIO DEVOCIONAL

Sustentado pela Alegria

As suas mãos são torcidas e os seus pés são inúteis. Ele não consegue tomar banho sozinho. Ele não consegue comer sozinho, nem escovar os dentes, nem pentear o cabelo, nem vestir a sua roupa debaixo. As suas camisas são fechadas por tiras de velcro. A sua fala se arrasta como em uma fita cassete já muito usada.

Robert sofre de paralisia cerebral.
A doença impede que ele possa dirigir um automóvel, andar de bicicleta e sair para um passeio. Mas não o impediu de concluir o colégio nem de frequentar as aulas da Universidade Crista Abilene, onde obteve um título universitário em Latim. A doença não impediu que ele lecionasse em um ginásio em Sr. Louis nem de ir para o outro lado do oceano em cinco viagens missionárias.
E a doença de Robert não o impediu de ser um missionário em Portugal.
Ele se mudou para Lisboa, sozinho, em 1972. Ali, ele alugou um quarto de hotel e começou a estudar português. Conheceu um dono de restaurante que poderia lhe dar comida depois da hora do rush e um professor que poderia lhe ensinar o idioma.
Depois, ele passou a ir diariamente a um parque onde distribuía folhetos que falavam de Cristo. Em um período de seis anos, ele conduziu setenta pessoas ao Senhor, uma das quais tornou-se a sua esposa, Rosa.
Recentemente ouvi Robert em uma palestra. Eu vi outros homens carregando-o na sua cadeira de rodas até a plataforma. Observei quando eles colocaram uma Bíblia no colo dele. Eu vi os seus dedos rígidos e o seu esforço para abrir as páginas. E vi as pessoas na plateia enxugando as lágrimas de admiração. Robert poderia ter pedido consolo ou piedade, mas ele fez exatamente o oposto. Ele levantou a sua mão curvada ao ar e anunciou: 'Tenho tudo o que preciso para ser alegre'.
As suas camisas são fechadas com velcro, mas a sua vida é sustentada pela alegria" (LUCADO, Max. Experimentando o coração de Jesus. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, pp.151,52).

TENHAM SEMPRE ALEGRIA, UNIDOS NO SENHOR

Por mais estranha que pareça a frase citada acima, ela não foi escrita por alguém que estava fazendo a viagem turística dos seus sonhos. A frase é fruto de um homem maduro, que embora esteja injustamente encarcerado, aprendeu a confiar e a descansar em Deus em meio às circunstâncias que o convidavam a questioná-lo. Embora não tivesse as rédeas da situação, Paulo cria no controle de Deus. O apóstolo é uma prova de que embora a alegria possa ser ofuscada momentaneamente pelas frequentes aflições do tempo presente (jo 16.20-22), ela será constantemente renovada pelo Espírito Santo que habita em nós e por intermédio da esperança eterna (Rm 8.22-30).

Escrevendo aos filipenses, o apóstolo nos ensina algumas valiosas lições sobre a verdadeira alegria desfrutada pelo povo de Deus:
a) Ela não é circunstanciai.
Paulo está preso, porém escrevendo e desfrutando da alegria interior. A soma dos problemas do lado de fora do corpo não foi capaz de subtrair a alegria de dentro do seu coração.
b) Ela não é opcional.
O apóstolo dos gentios exorta aos irmãos a se manterem alegres. Afinal de contas, eles têm o Evangelho, o Reino e o Espírito Santo que nos oferecem alegria gratuita, plena e verdadeira.
c) Ela não é humana.
O apóstolo diz: "alegrem-se no Senhor". A nossa alegria não nasce a partir das circunstâncias favoráveis nem tão pouco do coração enganoso do homem, mas de Jesus Cristo — aquele que morreu, ressuscitou e está assentado à direita de Deus Pai e que em breve voltará para tomar a sua "noiva" para si eternamente.
d) Ela não é descartável.
A alegria não é algo que se desfaz como um copo de plástico. Ela é uma joia preciosa dada por Deus aos homens e que precisa ser preservada e desfrutada diariamente em todos os mentos da vida. Ela não acaba quando cru o sofrimento, pelo contrário, é em meio aos sofrimentos, e sob a graça de Deus, que a nossa alegria é renovada.
Unidos a Cristo triunfaremos em alegria diante das maiores tristezas que a vida possa nos apresentar. Nele, somos mais do que vencedores (Rm 8.31-39), pois "essa pequena e passageira aflição que sofremos vai nos trazer uma glória enorme e eterna, muito maior do que o sofrimento" (2 Co 4.17).

AUXÍLIO DIDÁTICO

Professor, você precisa conduzir seus alunos adolescentes ao amadurecimento. E para isso é preciso tempo, dedicação, cuidado e amor sincero. Instrua-os mostrando que Deus tem compromisso com eles independente das circunstâncias difíceis vivenciadas por eles.

POSSO TODAS AS COISAS NAQUELE QUE ME FORTALECE!

Paulo é um servo de Deus exemplar. Sua vida inspira fidelidade a Deus, cuidado ao próximo e contentamento com ávida. Após ordenar aos irmãos que se alegrassem no Senhor (4.4), destacar o papel da oração como um antídoto à preocupação (4.6) e a falar sobre a paz de Deus que guarda o coração e a mente daqueles que entregam confiantemente suas inquietações ao Senhor em oração (4.7), o apóstolo Paulo revela o porquê de ele poder todas as coisas em Cristo (4.10-23):
Faça um verso que descreva a alegria cristã, utilizando as seguintes palavras: Cristo; verdadeira; encontrar; prazer.
Resposta pessoal.

a) Ninguém nasce sabendo tudo sobre o contentamento (v.11). Paulo aprendeu o segredo de viver contente. Como é bom ter humildade para aprender. Infelizmente, muitos jovens que estão iniciando a vida não têm paciência e humildade para ouvir experiências e aprender lições com os mais velhos. E com isso acabam aprendendo as coisas da fornia mais difícil e dolorosa. Porém, o apóstolo nos ensina que na vida é preciso estar disponível ao aprendizado. Ele diz que aprendeu a viver contente; significa estar satisfeito com o que tem, seja pouco ou muito (Pv 30.7-9; Mt 6.11).
b) As circunstâncias geram vítimas ou vencedores (v.12). Paulo não foi vítima das circunstâncias, pelo contrário, ele andou sobre as circunstâncias. Aprendeu a viver contente em todos os lugares e em qualquer situação. Transitava com naturalidade entre a escassez e a abundância. Apesar de ter razões suficientes para reclamar ou se vitimar, escolheu acreditar na providência, no poder e na promessa de Deus. O apóstolo não permitiu que as circunstâncias externas determinassem suas atitudes internas. Ao invés de fracassar, escolheu triunfar sobre as circunstâncias.
c) Contentamento nasce da comunhão com Deus (v.13). O contentamento de Paulo não foi resultado de sua autodisciplina, conhecimento intelectual, dons e talentos pessoais, experiência ministerial ou f orça física. Ele é categórico ao dizer que a fonte de seu contentamento e força foi Jesus Cristo. Que preciosa lição o apóstolo nos ensina! Era o poder de Cristo nele que o habilitava a viver contente em todas as situações. Jesus disse que sem Ele nada podemos fazer (Jo 15.5).
Assim como Paulo, cada um de nós deve aprender a valiosa lição do contentamento para que possamos triunfar sobre as circunstâncias sendo fortalecidos pela comunhão em Jesus Cristo, para um dia dizermos com plena certeza: "Posso todas as coisas naquele que me fortalece!".
Você tem contentamento em Cristo?

AUXÍLIO PEDAGÓGICO

Professor, introduza o terceiro tópico com a seguinte ilustração extraída do livro editado pela CPAD Experimentando coração de Jesus, de Max Lucado: "Uma lenda da Índia conta de um rato que morria de medo de gatos, até que um mágico o transformou num gato. Isto resolveu o problema do seu medo... até que ele encontrou um cachorro, então o mágico transformou-o num cachorro. Então o rato-virado-gato-vira-do-cachorro ficou satisfeito até encontrar um tigre - então, uma vez mais, o mágico transformou-o no que lhe dava medo. Mas quando o tigre chegou reclamando que tinha encontrado um caçador, o mágico recusou-se a ajudar. 'Eu vou transformar você novamente num rato, porque embora você tenha o corpo de um tigre, ainda tem o coração de um rato'."
Em seguida, reflita com eles sobre a questão do contentamento. Pergunte-os por que as pessoas se demonstram tão insatisfeitas com o que são e têm. Diga-lhes que é preciso que busquemos contentamento em Deus, para que possamos triunfar sobre todas as circunstâncias da vida, pois é muito triste viver a vida refém das coisas que nos cercam.
Procure em sua Bíblia três versículos relacionados à alegria e transcreva-os abaixo:
Filipenses 4.4; Salmos 30.5; Salmos 16.11.

RECAPITULANDO

O ser humano peregrina incansavelmente em busca da experiência da vida plena, da felicidade, da alegria verdadeira. Experiência que só pode ser vivida por meio do relacionamento sincero com Jesus Cristo.
O cristão, em meio às adversidades da vida, é capaz de desfrutar da verdadeira alegria, uma vez que ela não é circunstancial, opcional, humana ou descartável.

REFLETINDO

1. Você já teve uma experiência de sofrimento em que seu coração foi confortado por uma alegria inexplicável? Resposta pessoal.
2. Quais as quatro lições abordadas nesta lição sobre a verdadeira alegria?
A alegria do cristão não é circunstanciai, opcional, humana, descartável.
3. Corno você definiria contentamento?




                  Lição 7- Vista-se do que é Bom

TEXTO BÍBLICO – Colossenses 3. 1-16
1 PORTANTO, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus.
2 Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra;
3 Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.
4 Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória.

5 Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, a afeição desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria;
6 Pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência;
7 Nas quais, também, em outro tempo andastes, quando vivíeis nelas.
8 Mas agora, despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca.
9 Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos,
10 E vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou;
11 Onde não há grego, nem judeu, circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos.
12 Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade;
13 Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também.
14 E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição.
15 E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos.
16 A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao SENHOR com graça em vosso coração.
DESTAQUE
"Vocês são povo de Deus. Ele os amou e os escolheu para serem dele. Portanto, vistam-se de misericórdia, de bondade, de humildade, de delicadeza e de paciência." (Cl 3.12)

LEITURA DEVOCIONAL
SEG.........................................................Rm 6.5-8
TER..........................................................Ef 2.5,6
QUA..........................................................Mt 6.33
QUI...........................................................Sl 119.19
SEX............................................................Jo 17.14 SÁB............................................................Gl 5.16
DOM...........................................................1Ts 4.1-4



APRESENTAÇÃO

Professor, educar não é uma tarefa fácil, rápida, desprovida de reflexão e diálogo; não ocorre apenas em um ambiente geográfico previamente definido; muito menos é algo que se concretiza na mera transferência de informações da cabeça do professor para a cabeça do aluno. Ao contrário, educar é um empreendimento extremamente trabalhoso; requer tempo, dedicação, pesquisa, diálogo, criatividade, dinamismo, integralidade, reflexão e amor. Quanto mais uma educação cristã que tem em Cristo o seu fundamento e seu ensinamento como verdade plena, absoluta e eterna?!

 Para o desenvolvimento fiel desta tarefa, você precisará atingir três objetivos:
1) Amar Quem o vocacionou para o ministério do ensino (Deus), bem como àqueles que são a razão de sua vocação (alunos);
2) Ser humilde para com as pessoas e com o ensino; e
3) orar, expressando profunda dependência de Deus.
Paulo escreveu aos colossenses, quando esteve preso em Roma, com a finalidade de combater algumas doutrinas novas que estavam sendo ensinadas na igreja, e ameaçando o futuro espiritual daquela comunidade (Cl 2.8). Segundo o comentarista bíblico Warren Wiersbe é possível perceber que esses novos ensinamentos eram uma "combinação de filosofias orientais e de legalismo judaico com elementos de uma crença que os estudiosos da Bíblia chamam de gnosticismo". Esse grupo acreditava ser conhecedor das verdades profundas de Deus. Achavam-se melhores do que os outros.

JUNTO DO PAI

Contraditando os falsos ensinamentos, o apóstolo Paulo passa a mostrar aos colossenses que a nova vida que passamos a viver em Cristo é marcada por três importantes momentos que falam sobre o nosso relacionamento com Ele, a saber: morte, ressurreição e ocultamente.

a) Momento em que fomos mortos com Cristo (3.3).

Estávamos mortos espiritualmente antes de conhecermos a Jesus Cristo e termos sido convencidos pelo seu Espírito a entregar nossa vida ao seu grande amor (Ef 2.1). Ao nos rendermos à graça de Deus fomos mortos em sua morte. Ou seja, fomos crucificados com Cristo (Rm 6.5-8; Gl 2.20) e igualmente para o mundo (Gl 6.14). Razão pela qual podemos alcançar vitória sobre a nossa velha natureza caída (carne) que conspira diuturnamente contra o Espírito Santo (Gl 5.16-18).

b) Momento em que fomos ressuscitados com Cristo (3.1).

Ao experimentarmos sua morte, recebemos o direito de desfrutarmos sua vida na ressurreição (Ef 2.5,6; Cl 2.13). Jesus nos tirou da morte e nos colocou nas regiões celestiais. Agora devemos viver comprometidos em buscar com empenho as "coisas que são do céu, onde Cristo está sentado ao lado direito de Deus". Nós temos uma certidão de nascimento espiritual!

c) Momento em que fomos escondidos em Cristo (3.3).

Nossa vida não é mais do mundo, mas de Cristo. Nosso prazer não está no pecado, mas na santidade. Não nos escondemos mais de Deus por causa do pecado, mas fomos escondidos em Cristo para triunfarmos sobre o pecado. Estamos escondidos em Cristo e unidos a Deus. Nós temos um selo de propriedade espiritual!

Em Cristo, somos novas criaturas, ressurretas e escondidas para desfrutarmos de um relacionamento pleno com Deus, com o próximo e com a Criação. O desânimo não deve nos parar, os inimigos não devem nos amedrontar, os falsos mestres não devem nos afastar da verdade. Olhemos para o alto e vejamos Cristo assentado à direita de Deus. Então, perceberemos que nós estamos seguros, pois nossa vida está escondida em Cristo Jesus, o nosso Senhor.

AUXÍLIO TEOLÓGICO

Morrer e ressuscitar com Cristo

A existência do crente está tão identificada com Jesus, que Paulo escreve sobre morrer com Cristo 'quanto aos rudimentos do mundo' e ressuscitar com Ele ([Colossenses] 2.20; 3.11). Essa linguagem repete a imagem de
[Colossenses] 2.9-15. Ela reflete a mudança de identidade e submissão para que os padrões, métodos e forças criadas do mundo não mais definam a vida. Em vez disso, Deus, que os libertou em Cristo, guia e define a vida. Assim, aquele que tem a mente voltada para o céu não deve fugir nem retrair-se, mas refletir as características divinas da nova vida que Deus disponibilizou para os crentes (3.1-17)11 (ZUCK, Roy B. Teologia do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.336).

PENSANDO NO QUE IMPORTA

O ser humano pensa o tempo todo. Não conseguimos viver um minuto sequer sem produzir ou sermos surpreendidos por algum tipo de pensamento, seja bom ou ruim. Pensamos na vida, na morte, no passado, no presente, no futuro, na crise, na dor, no casamento, na profissão, no namoro, na igreja, no céu, na terra. Entretanto, devemos ter cuidado com o tipo de pensamento que produzimos, pois como acertadamente afirmou o Dr. Augusto Cury: "quem é exigente com a qualidade dos produtos que consome, mas não com a qualidade dos pensamentos que produz, trai sua saúde psíquica".
O apóstolo Paulo convoca aqueles que nasceram de novo a concentrar seus pensamentos nas "coisas lá do alto e não nas que são aqui da terra" (3.2). Isso significa dizer que precisamos empenhar tempo pensando nas coisas de Deus e do seu Reino. Nossa vida não deve ser refém de pensamentos temporais, medíocres e sem esperanças, antes deve ser oxigenada pela eternidade, pelo céu. Devemos buscar primeiro o Reino dos céus e a sua justiça, pois as coisas que nos são necessárias nos serão acrescentadas (Mt 6.33).

Pensar nas coisas do alta não significa alienação com as coisas de baixo. Pelo contrário, é um convite a colocarmos as coisas em seu devido lugar. E viver na terra sem tirar os olhos do céu; é possuir endereço fixo lembrando-nos de que somos peregrinos (SI 119.19; l Pé 2.11); é conquistar coisas sem ser conquistado por elas (Mc 10.17-31); é ter consciência de que estamos no mundo, mas não somos do mundo (jo 17.14); é viver a uberdade oferecida pelo Evangelho de Cristo (Cl 2.16-23); é enfrentar a vida sob uma perspectiva celestial.

Que o conselho de Paulo aos irmãos de Colossos seja ouvido e considerado por nós: "Tenham cuidado para que ninguém os torne escravos por meio de argumentos sem valor, que vem da sabedoria humana. Essas coisas vêm dos ensinamentos de criaturas humanas e dos espíritos que dominam o universo e não de Cristo" (Cl 2.8). Domine seus pensamentos humanos levando-os a obedecerem a Cristo (2 Co 10.5). Pense nas coisas do alto!

AUXILIO TEOLÓGICO

"Portanto, seja ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima (Colossenses 3.1). A palavra grega é zeteite, que significa literalmente 'buscar'. A palavra indica tanto o foco quanto a urgência. Seu tempo verbal no imperativo presente indica uma ação contínua. Portanto, mantenha sua vida no foco correto, e continue a buscar as coisas do alto [...] Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da terra (3.2). A palavra grega é phroneite, que significa 'considerar' no sentido de 'julgar', 'prestar atenção', 'estar atento' ou 'ser sensato e razoável1. A espiritualidade cristã não é simplesmente uma paixão por santidade, mas é um modo de pensar; uma orientação para a vida que não é terrena em natureza, mas que constantemente leva em consideração tanto a Cristo quanto a sua perspectiva" (RICHARDS, Lawrence 0. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.450).

VESTINDO A ROUPA DA SANTIDADE

Paulo chama nossa atenção para o fato de não podermos permitir que a nossa velha natureza assuma o controle de nossas palavras e atitudes. £ para isso, ele diz que devemos "matá-la" (Cl 3.5). Somente aqueles que foram mortos e ressuscitados com Cristo são espiritualmente capazes de matar os desejos pecaminosos que os tentam controlar, pois eles são guiados pelo Espírito Santo (Gl 5.16).

O apóstolo afirma que algumas práticas da velha vida não combinam mais com a nova vida baseada na comunhão com Jesus, a ponto de orientar os irmãos a abandonarem-nas por definitivo. Em sua lista (3.5), Paulo cita cinco pecados relacionados à sexualidade (imoralidade, indecência, paixões más, maus desejos e cobiça).

Quem alimenta esses tipos de desejos sempre encontra uma maneira de satisfazê-los, é só uma questão de tempo. Em tempos como os nossos, de frouxidão moral, devemos rechaçar toda prática imoral, pois ela não apenas seduz e escraviza aqueles que a experimentam, mas distorce a verdadeira sexualidade conforme ensinam as Sagradas Escrituras. Ou seja, ela conduz seus adeptos a viver na contramão do projeto de Deus para o casamento. Paulo faz questão de destacar àqueles que praticam tais atitudes que o castigo de Deus cairá sobre os que não o obedecem (3.6).

Em seguida, o apóstolo condena a prática dos pecados relacionais, tais como a raiva, a paixão, o ódio, o insulto, a conversa indecente e a mentira (3.8,9). O ser humano está tão acostumado com esses tipos de pecados que acaba interpretando-os como menos nocivos à vida cristã. Esses pecados des-troem relacionamentos, criam confusão no meio da igreja e põem em risco a comunhão do Corpo de Cristo. Não se engane, Deus não se deixa escarnecer!
Devemos sempre nos lembrar que em Cristo nos despimos da velha natureza e nos vestimos da nova natureza. Somos convocados a nos vestir de misericórdia, de bondade, de humildade, de delicadeza e de paciência. Nossas novas vestes são roupas de santidade, amor, paz e perdão. Somos seu povo (3.10-16).

AUXILIO TEOLÓGICO

"'Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena' (Cl 3.5-11, ARA). O maior inimigo do cristão não esta no exterior, mas no interior. E a 'natureza terrena' que luta para se expressar em nossas atitudes e atos. Nós precisamos estar alerta, reconhecer esta natureza pelo que ela é, e lidar imediatamente com a sua aparição. Como você pode reconhecer a natureza terrena? E esta natureza que se infiltra sempre que você pressente que está sentindo ira ou maldade, sempre que os seus pensamentos vagam pelo que é impuro, ou a sua imaginação se
concentra no que você faria se tivesse um milhão de dólares. £ o momento para lidar com isto é exatamente quando os primeiros pensamentos e sentimentos passam pela nossa consciência.


Como? Paulo disse, 'Mortificai' (ou 'Fazei morrer' v. 5, ARA) e explicou com a imagem de 'nos despirmos' do velho homem e 'nos vestirmos' com o novo.
A minha esposa gosta de experimentar roupas. Ela se orgulha, como professora, de parecer profissional, e é muito preocupada com a maneira como se veste. E é muito crítica com o que veste. O que parece bom na loja pode não estar bem pendurado, ou ter um corte justo demais, para ficar bem no seu corpo. Esta é a imagem do que Paulo está nos dizendo, aqui, na epístola aos colossenses. Dê uma boa olhada no espelho, e quando você sentir ira ou impureza ou maus desejos em você, decisivamente, rejeite-os. Estas coisas simplesmente não ficam bem em um cristão!
Deus tem um conjunto de roupas de muito melhor aparência para nós, um conjunto que nos serve e nos lisonjeia. E também que o honra." (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.882,883). 


          Lição 8- A Santidade Não saiu de Moda


TEXTO BÍBLICO – Tessalonicenses 4.1-7

1 FINALMENTE, irmãos, vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus, que assim como recebestes de nós, de que maneira convém andar e agradar a Deus, assim andai, para que possais progredir cada vez mais.
2 Porque vós bem sabeis que mandamentos vos temos dado pelo Senhor Jesus.

3 Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação; que vos abstenhais da prostituição;
4 Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra;
5 Não na paixão da concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus.
6 Ninguém oprima ou engane a seu irmão em negócio algum, porque o SENHOR é vingador de todas estas coisas, como também antes vo-lo dissemos e testificamos.
7 Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação.


DESTAQUE
"Deus não nos chamou para vivermos na imoralidade, mas para sermos completamente dedicados a ele." (1 Ts 4.7)

LEITURA DEVOCIONAL
SEG.............................................................Lv 11.45
TER.............................................................2Co 3.18
QUA............................................................1Pe 1.15,16
QUI.............................................................1Ts 4.7
SEX.............................................................Rm 6.13,19 SÁB.............................................................1Co 6.19,20
DOM............................................................2Co 7.1

  
APRESENTAÇÃO

Caro professor, um ensino bíblico relevante aos jovens é aquele onde a mensagem é ensinada com criatividade. Dentre algumas características que podemos destacar nos jovens, a criatividade e o dinamismo são algumas que merecem nossa atenção. Jovens não gostam de monotonia; buscam coisas que trazem significados, mas de forma criativa e dinâmica. Jesus usou de criatividade para comunicar uma verdade profunda a mulher samaritana (Jo 4). Ele introduz no diálogo sobre a água a "água viva", uma água diferente cuja finalidade é saciar a sede da alma. Temos um universo enorme de coisas que podemos usar de forma criativa para comunicar o Evangelho aos jovens. Seja criativo; incentive criatividade de seus alunos.
Para o cristão, a vida é um lugar santo, 'pois é por intermédio dela que acontece o verdadeiro culto a Deus. É por isso que o chamado à santidade não está somente circunscrito aos ambientes sagrados; ele se dá na vida, onde nos encontramos com o Deus santo. O Deus que nos salvou e nos tornou justos pelos méritos de Jesus Cristo também nos santificou para o seu serviço. Vejamos o que as Escrituras Sagradas têm a nos dizer sobre esse assunto: "ser santo".

FUI CHAMADO PARA SER SANTO!

Ao lermos o Antigo e o Novo Testamento percebemos que o Deus Santo convocou seu povo escolhido para ser santo (Lv 11.45; l Pé 1.15,16). O termo "santo" na Bíblia traz basicamente "a ideia de separação do uso comum para a dedicação a Deus e ao seu serviço". Ou seja, um Deus santo que quer ter comunhão com pessoas vem ao encontro delas por meio de Jesus e seu sacrifício na cruz, fazendo isso ser possível ao tornar puro o impuro e santo o ímpio. O apóstolo Paulo diz aos irmãos da cidade de Tessalônica que a vontade de Deus para vida deles é que sejam santificados (1Ts 4.7); eles deveriam ser completamente dedicados a Deus e ao seu serviço.
Desta forma, devemos atender ao chamado à vida santa que o Senhor nos convoca a viver. Tal chamado deve se expressar em nossa vida com atitudes concretas como, por exemplo, quando tomamos a iniciativa de curtir ou publicar algo nas redes sociais ou quando estamos distantes de nossos pais, mas na companhia de colegas da escola que tentam nos influenciar a fazer coisas equivocadas. Ser santo não é uma moda passageira, mas um compromisso de vida que veio para ficar, pois o Espírito Santo que habita em nós está nos transformando diariamente.

Em sua oração sacerdotal, em João 17, Jesus não pediu ao Pai que retirasse seus discípulos do mundo, mas que os livrasse do Maligno. Fica evidente que o chamado de Jesus à vida santa não é um isolamento nem tampouco uma conformação com o mundo. Ele nos chama para viver "no mundo" e, ao mesmo tempo, "não sermos do mundo". Não precisamos copiar o mundo para ganharmos pessoas para Cristo. O nosso poder de atração está exatamente em nossa diferença do mundo, pois como disse Jesus: "assim como eu não sou do mundo, eles também não são" (v.15,16). Bem como disse o pastor John Stott: "Não devemos preservar nossa santidade fugindo do mundo, nem sacrificá-la nos conformando a ele".

Não se esqueça: Jesus não morreu para comprar pessoas perfeitas, mas para perdoar pecadores e torná-los santos. O compromisso com o Deus Santo, de sermos seus santos, em um mundo nada santo, só é possível com a maravilhosa ajuda do Espírito Santo. Você foi chamado a ser santo! Então, seja santo porque o Senhor é santo.

AUXÍLIO TEOLÓGICO

"[...] Viver para agradar a Deus é a prioridade de todo cristão [...]. A frase 'esta é a vontade de Deus, a vossa santificação' refere-se a um processo que prossegue durante todo o período de vida de cada crente na Terra. Deus toma os antigos padrões e comportamentos e os transforma nos seus padrões e na sua vontade. Aqueles que estão sendo santificados aceitaram Cristo como Salvador e estão permitindo que o Espírito Santo trabalhe em suas vidas, tornando-os cada vez mais parecidos com Cristo. Porque Deus deseja que o seu povo torne santificado, os crentes precisam observar determinados padrões aqui na Terra. O cristianismo não é uma lista 'faço isso, não faço aquilo', mas sim um relacionamento no qual os crentes desejam agradar o seu Pai Celestial (2.4; 4.1). Agradá-lo exige obediência aos seus padrões" (Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.444).

O QUE É SANTIFICAÇÃO?

De acordo com os principais dicionários de Teologia a palavra santificação remonta a ideia de o ato divino tornar santa a pessoa que crê em Jesus. Após a conversão, momento em que somos convencidos pelo Espírito Santo acerca dos nossos pecados e entregamos nossa vida a Jesus Cristo, recebemos instantaneamente a libertação do pecado (Rm 8.1). Paralelamente, ocorre a libertação do poder do pecado, a santificação. Ou seja, o processo contínuo em que Deus, pelo Espírito Santo, retira de nós o pecado nos devolvendo à imagem do seu Filho (2 Co 3.18). A partir desse momento somos conduzidos dia após dia, até o arrebatamento, em vitória sobre o mundo (1Jo 5.4), sobre a carne (Rm 7.24,25) e sobre o Diabo (Tg4.7). No futuro seremos completamente livres da presença do pecado (Rm 8.18-23).

Ser santificado é ser separado do mal em todas as suas formas até a volta de Jesus. A obra do Espírito não cessa. Ele não só nos purifica, mas também nos ajuda a evitar o pecado. Nós somos convidados a cooperar com Ele nesse processo (Is 1.16; Rm 6.13,19; 2 Co 7.1; Fp 2.12; Tg 1.27).

Como é possível perceber, a santificação é tanto um fato ocorrido quanto um processo permanente; aconteceu no passado quando aceitamos a Jesus e continua acontecendo até o retorno do Senhor. A operação do Espírito Santo em nossa vida é algo instantâneo e ao mesmo tempo progressivo, partindo do coração para fora, do interior para a exte rior, da essência para a aparência. Somos santos em processo de santificação.
Que o processo de santificação iniciado pelo Espírito Santo alcance nossas relações com as redes sociais, com o namoro, com os pais, com os amigos na escola; bem como nosso espírito, alma e corpo a fim de que sejam inteiramente dedicados ao Senhor (l Ts 5.23), pois sabemos que sem a santificação ninguém verá o Senhor (Hb 12.14).

AUXÍLIO TEOLÓGICO

Definição de Santificação

A santificação é o processa mediante o qual Deus está purificando o mundo e os seus habitantes. Seu alvo derradeiro é que tudo, tanto as coisas animadas quanto as inanimadas, sejam purificados de qualquer mancha de pecado ou de impureza. Com essa finalidade, Ele tem proporcionado os meios de salvação mediante Jesus Cristo, e, no fim dos tempos, Ele pretende consignar ao fogo tudo quanto não pode ou não quer ser purificado (Ap 20.11-21.1; ver também 2 Pé 3.10-10), e assim tirar da Terra tudo o que é pecaminoso. A tarefa do Espírito Santo na presente etapa da história da salvação é quádrupla:

(1) levar o mundo à convicção,
(2) purificar o crente mediante o sangue de Cristo, no novo nascimento,
(3) tornar real na vida do crente o pronunciamento jurídico da justificação já feita por Deus e
(4) revestir o crente de poder, a fim de que este possa ajudar no processo de santificação de outras pessoas por meio (a) da proclamação do Evangelho ao descrente e (b) da edificação do crente" (HORTON, Stanley M. ed. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.407).

NÃO FUI CHAMADO PARA "FICAR"!

Precisamos ter muito cuidado para não copiar as ações praticadas por pessoas de nosso tempo, que não demonstram nenhum tipo de compromisso com Deus e com os seres humanos. Uma dessas atitudes, sem sombra de dúvidas, é o famoso, concorrido, porém superficial e pecaminoso "ficar". Precisamos refletir sobre isso cuidadosamente.

Não há razão para dois adolescentes cristãos estabelecerem precipitadamente um relacionamento. Primeiro, porque eles devem priorizar os estudos para que tenham uma excelente formação. Depois, de acordo com as Escrituras Sagradas, o relacionamento entre homem e mulher visa constituir uma família diante de Deus (Gn 2.22-25; £f 5.31; cf. l Co 6.12-20; 7.8,9,32).

O termo "ficar" em nossa cultura "teen" atua! pode ser entendido como um ato des-compromissado entre duas pessoas de se beijarem ou realizarem algo mais sem nenhum interesse de manter vínculos emotivos duradouros. Aqui não se busca conhecer ou se tornar conhecido pelo outro, muito menos a preocupação com os sentimentos que possam vir a existir em f unção da experiência física e emocional vivenciada. Daí ser natural e corriqueiro ouvirmos expressões como: "foi apenas um beijo", "eu não quero nada com ele", "afila anda".

O conselho de Jesus aos seus discípulos vale perfeitamente para a ocasião: "façam aos outros o que querem que eles façam a vocês" (Mt 7.12). Certamente ninguém gostaria de ser tratado como um objeto descartável ou como um animal irracional e insensível. Afinal de contas, somos seres humanos dotados de capacidade para pensar, sentir e escolher. Deus nos criou para vivermos relacionamentos saudáveis. O seu corpo é templo do Espírito Santo (l Co 3.16; 6.19,20; 2 Co 6.16); você tem a mente de Cristo (l Co 2.14-16); o ser humano não nasceu para ser usado, mas para ser amado (jo 3.16; Rm 12.9,10). Portanto, e definitivamente, "ficar" não é atitude de quem serve a Deus e tem compromisso com o seu Reino.

AUXILIO DIDATICO

Professor, utilize o texto do pastor Ciro Zibordi para explicar que "quem 'fica' envolve-se em relacionamentos superficiais, sem compromisso, irresponsáveis, perigosos e pecaminosos. Entendo o quanto é difícil abrir mão de uma aventura a dois. Estar com alguém, sem compromisso, era tudo que eu queria em minha adolescência, antes de assumir um compromisso com Jesus. Na verdade, só o Senhor preencheu o vazio que havia dentro de mim, que me obrigava a buscarem outras opções de prazer, como o 'ficar' - este, então, não era um modismo, mas já existia. Os prazeres do mundo sempre parecem superiores aos que podem ser desfrutados na presença de Deus. Mas quando, de fato usufruímos da verdadeira comunhão com o Senhor, vemos quanto tempo perdemos por querer 'curtir' a vida" (ZIBORDI, Ciro Sanches. Adolescentes S/A: Coisas que rapazes e moças precisam saber. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.14).

RECAPITULANDO

Ser santo é um imperativo do Senhor para o seu povo, quer seja criança, adolescente, jovem, adulto ou idoso. Não há meio-termo, o escritor aos hebreus diz que sem a santificação ninguém verá o Senhor (Hb 12.14), pois é preciso ser completamente dedicado a Ele.
O fato de a santificação ser um processo contínuo realizado pelo Espírito Santo em nosso interior não nos dá o direito de continuar pecando irresponsavelmente (1Jo 3.9). Afinal de contas, viver para agradar a Deus é uma prioridade para todo cristão.
Refletindo
1. O que não significa ser santo para você? Resposta pessoal.
2. A santificação é um processo. Explique.
No Arrebatamento, quando teremos nossos corpos transformados e glorificados.

3. De acordo com a lição, aponte duas causas do porquê.; recomendado "ficar"? Resposta pessoal,!'



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