O QUE É DOM DE LÍNGUAS? (4)
O dom de línguas é o meio sobrenatural através do qual
o Espírito Santo leva o crente a falar uma ou mais línguas nunca antes
estudada, portanto, estranhas àquele que a fala. Este dom nada tem a ver com a
habilidade natural de se falar diferentes idiomas. Falar em línguas pela unção
do Espírito Santo é "glossolalia" e não "poliglotismo".
O
dom de línguas está na esfera do sobrenatural.Muitos estudiosos desse assunto,
com freqüência, citam casos de missionários que, após longos anos tentando
aprender a língua do povo ou da tribo com que trabalham, de momento começam a
falar aquela língua com uma fluência invejável, dispensando a ajuda de
intérprete. E confundem, assim, esse fenômeno com o dom de línguas, quando o
que aconteceu na verdade foi a manifestação do dom de milagres ou
maravilhas.Quando Paulo escreveu aos Coríntios: "Dou graças ao meu Deus,
porque falo mais línguas do que vós todos" (1 Co 14.18), não estava com
isso dizendo que falava mais idiomas estrangeiros do que os crentes da igreja
em Corinto. Se assim fosse o que Paulo estaria fazendo era demonstrar pura
vaidade. Ele fazia alusão à glossolalia, ou seja, à habilidade sobrenatural de
falar em línguas nunca antes estudadas
.3. QUAL A UTILIDADE DO DOM DE LÍNGUAS?
Grande é a utilidade do dom de línguas quando
exercitado humildemente e com orientação do Espírito Santo. À luz de 1
Coríntios 14, o exercício do dom de línguas é útil para:a. falar mistérios com
Deus. "... quem fala em outra língua, não fala a homens, senão a Deus,
visto que ninguém o entende, e em espírito fala mistérios" (v.2);b. edificação individual. "O que
fala em outra língua a si mesmo se edifica..." (v.4);c. orar bem. "Porque, se eu orar em
outra língua, o meu espírito ora de fato..." (v.14);d. complemento do culto. "Que fazer,
pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro doutrina; este traz
revelação, aquele outro língua, eainda outro interpretação", v.26.Falar de
mistérios com Deus é um grande privilégio. Aquele que fala em línguas
estranhas tem consciência de que está orando a Deus, louvando-o ou rogando algo
a Ele, não obstante desconheça o __significado daquilo que ora. Fala de acordo
com o momento, e com uma força a jorrar dentro de si; mesmo assim, tem
consciência de que é ele quem fala, e tem controle para começar ou terminar á
hora que quiser.
A pessoa fica
perfeitamente calma e em pleno uso de suas faculdades mentais, consciente do
que está fazendo e do que está acontecendo em torno dela. Freqüentemente está
absorvida por uma conversa racional, e normal, imediatamente antes e depois de
falar em línguas.Não há nenhum pecado em o crente buscar edificação espiritual
ou individual através de uma identificação mais íntima com Deus. John F.
MacArthur diz no seu livro "Os Carismáticos" que o falar em línguas
é um individualismo condenado por Paulo e que o individualismo deve ser evitado
pelo cristão.
Essa assertiva não tem apoio nas Escrituras. Veja, por exemplo:
se o falar em línguas mostra individualismo, e se o individualismo não edifica
ninguém, como iria Paulo dizer que "o que fala em outras línguas a si mesmo
se edifica"? 1 Co 14.4.Há uma grande incoerência entre a afirmação de John
F. MacArthur e o pensamento de Paulo, que está mais claro no versículo 39 de 1
Coríntios 14: “... não proibais falar línguas". Se a edificação pessoal
fosse individualismo e egoísmo, Paulo jamais teria escrito a Timóteo: "Tem
cuidado de ti mesmo..." 1 Tm 4.16. Noutro lugar escreveu Judas: "Mas
vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé...",
Jd 20.Uma igreja sólida ergue-se com o respaldo da edificação individual de
cada um de seus membros.Falar a Deus em outras línguas é orar com o espírito e
no espírito; fazer assim é orar bem. Através das línguas estranhas, o crente
fala e o Espírito Santo comunica a ele a alegria (ou a angústia) que lhe vai no
coração, o que, de outro modo, ao crente não seria revelado. Isto é o que
ensina Paulo em Romanos 8.26:"E da mesma maneira também o Espírito ajuda
as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém,
mas o Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis".Através das
línguas estranhas, podemos elevar a Deus o mais puro louvor que as nossas
tribulações e tentações impedem que façamos em nossa própria
língua.(NOTAS,IBID)
QUEM NÃO FALOU
EM OUTRAS LÍNGUAS?
Robert G. Gromacki, no seu livro "Movimento
Moderno de Línguas", escreve:"Tem havido, e ainda há, muitos homens
piedosos que não falaram línguas: Calvino, Knox, Wesley, Carey, Judson,
Moody, Spurgeon, Torrey, Sundey e Billy Graham (...) Certamente eles têm
manifestado mais santidade e têm testemunhado mais efetivamente em prol de
Cristo do que muitos que pretendem ter falado línguas".Este argumento de
Gromacki baseia-se em homens, antes que nas Escrituras. O fato de não se ler
que esses homens falaram em línguas estranhas, implica deveras em que eles não
as tenham falado? Pode-se usar o silêncio deles sobre o assunto para formar uma
doutrina de negação daquilo que a Bíblia ensina com clareza meridiana? E se
eles não falaram línguas, isto invalidará a promessa divina? - De maneira nenhuma!Se
o fato de alguns cristãos nobres não terem falado em línguas anula a promessa
de Deus, ou se o dom de línguas é inautêntico só porque os pentecostais
"pretensamente" dizem ter falado em línguas, dar-se-ia o caso que a
autenticidade ou a inautenticidade de qualquer dom divino pode ser evidenciada
pela aceitação ou pela rejeição parcial ou total desses dons.
Partindo dessa
premissa, atrevo-me a mostrar um número muito maior de crentes célebres que
falaram e falam outras línguas do que aquele que os antipentecostais apontam
como não tendo falado línguas.Vem o caso de fazer aqui a indagação de Paulo,
feita em 1 Coríntios 3.5: "Quem é Apoio? e quem é Paulo?...". Quem
foi Calvino, Knox, Wesley, Ca-rey, Judson, Moody, Spurgeon, Torrey, Sundey? e
quem é Billy Granam senão "servos por meio de quem crestes, e isto
conforme o Senhor concedeu a cada um". Deve-se porventura evocar a vida
piedosa de qualquer um desses homens de Deus com o propósito de se anular
algum dom do Espírito Santo, mesmo que seja o de língua? - Evidentemente não.
QUAL O
COMPORTAMENTO MAIS SENSATO QUANTO AO DOM DE LÍNGUAS?
Evidentemente, o melhor comportamento quanto ao dom
de línguas é o que foi demonstrado pelo apóstolo Paulo, ainda no capítulo 14 de
1 Coríntios:- "Eu quero que todos vós faleis línguas estranhas",
v.5.- “... pelo que, o que fala línguas estranhas, ore para que possa
interpretar", v.13.-"Não proibais falar línguas", v.39.À igreja
de Corinto não faltava dom algum (1 Co 1.7), o que faltava era o ensino quanto
ao uso desses dons, haja vista o abuso que se fazia deles, principalmente do
dom de línguas. Diante dessa necessidade, que fez Paulo? a) Disse que todos os
crentes na igreja poderiam falar em línguas, desde que o fizessem de forma
ordeira e dirigida, b) Orientou no sentido de que aqueles que falavam línguas
orassem para que recebesse do Espírito Santo a capacidade de interpretá-las, a
fim de que a igreja fosse edificada. Paulo poderia ter escrito: "Pelo que,
o que fala línguas estranhas e não pode interpretar [deixe de falar]", mas
não foi assim que fez.
O objetivo da observação do apóstolo, visava a
dimensionar o uso correto desse dom. c) Exortou então aqueles que, por não
possuírem sabedoria, queriam proibir o dom de línguas, a que dessem livre
curso a esse dom.Não há dons imperfeitos ou desnecessários, o que há é
imperfeição ou omissão quanto ao uso dos dons por parte de alguns crentes.Se
alguém tem um dos membros afetado por uma enfermidade, o que deve fazer para
extirpar a enfermidade desse membro? - Cortar o membro doente? Não, de modo
nenhum! O que deve é tratar do membro enfermo até que este possa voltar a
exercer a sua função insubstituível, para o bem de todo o corpo.Billy Graham é
de opinião que existe um dom de línguas real, em contraste com uma imitação, e
que muitos dos que receberam esse dom foram transformados espiritualmente -
alguns por pouco tempo e outros permanentemente.
. NORMAS QUANTO AO USO DO DOM DE LÍNGUAS
Quanto ao exercício do dom de línguas, o apóstolo
Paulo não só ratifica a liberdade que o crente tem de exercitar o dom, mas
também estabelece um princípio normativo para esse exercício, principalmente
no culto público, onde pessoas não-crentes tenham acesso.Segundo Paulo, aquele
que possui o dom de línguas deve observar o seguinte:a) -
"Pelo que, o que fala em outra língua, ore para que a possa
interpretar", 1 Co 14.13.Paulo diz que se alguém fala em línguas e as
interpreta está contribuindo para a edificação da igreja, como também o faz
aquele que profetiza. Assim, aquele que fala em outra língua deve ter o cuidado
de não fazer do culto público um espetáculo de glossolalia, a não ser que
possa interpretar a língua que fala.b) - "No caso de alguém falar em outra
língua, que não seja mais do que dois ou quando muito três, e isto sucessivamente,
e haja quem interprete. Mas não havendo intérprete, fique calado na igreja,
falando consigo mesmo e com Deus", 1 Co 14.27,28.O culto público nunca
deve ser transformado num festival de línguas estranhas; tampouco a mensagem
evangelística ou de doutrina deve ser interrompida pelo falar em língua
estranha. Pergunta o apóstolo Paulo:"Se, pois, toda a igreja se reunir no
mesmo lugar, e todos se puserem a falar em outras línguas, no caso de entrarem
indoutos ou incrédulos, não dirão porventura, que estais loucos?" 1 Co
14.13.No caso de manifestar-se o dom de línguas em culto público, que somente
dois, ou quando muito três, falem em línguas; não os dois ou os três de uma só
vez, mas um após o outro, e com a condição de haver quem interprete; do contrário,
que "fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com Deus", ou
seja, que não perturbe a boa ordem do culto atraindo para si as atenções dos
presentes, em detrimento da pregação e do louvor.(NOTAS,IBID)
.. "FAÇA-SE TUDO DECENTEMENTE E COM ORDEM",
1 Co 14.40Os
pentecostais, em geral, são tachados de barulhentos, emocionais e, às vezes,
de desordeiros. Para aqueles que se lhes opõem, "faça-se tudo
decentemente e com ordem" é o versículo preferido. Para esses (os
antipentecostais) "decência e ordem" é o mesmo que silêncio. Um
cemitério, por exemplo, retrata muito bem a decência e ordem que eles gostariam
de ver entre os pentecostais. Os que habitam os cemitérios não perturbam
ninguém, eles têm perfeita ordem; mas eu conheço milhares de pessoas que
preferem mil vezes a "desordem" dos vivos à decência e ordem dos
mortos. Vem ao caso lembrar as palavras do Dr. John Alexander Mackay,
presidente emérito do Seminário Princeton:"Se eu tivesse de fazer uma
escolha entre a vida inculta dos pentecostais e a morte estática das igrejas
mais antigas, pessoalmente, preferiria essa vida inculta". Noutra
oportunidade disse ainda o Dr. _Mackay: "Alguma coisa está errada quando a
emoção se torna legítima em tudo, exceto na religião". Um certo pregador
disse:"Hoje em dia, vai-se ao futebol para torcer; ao cinema para chorar,
e à igreja para gelar". E, prosseguindo, disse como testar a realidade da
emoção em qualquer experiência espiritual, usando esta regra: "Não me
importa seus pulos e gritos em meio à emoção, desde que, passando aquele
momento, você tenha vida equilibrada".
O medo dos "erros" dos
pentecostais, manifestos por excesso de emoção, tem impedido que muitos
crentes sinceros gozem um Cristianismo vivo e dotado do genuíno frescor espiritual.
Eles são pessoas incapazes de acertar, porque são dominados pelo medo de
errar, pelo que jamais farão coisa alguma. Conheço muitos crentes que estão
acuados entre o profundamente humano e aquilo que podem experimentar pela
operação do Espírito Santo, só porque os seus líderes os ensinaram a pensar e a
agir assim. Lembra-me a história do pescador que, ao apanhar um peixe, o media,
e, se o pescado medisse mais de 25 centímetros de comprimento, ele o devolvia
à água.
Naquele instante aproximou-se um turista que, curioso com o que via,
perguntou porque o pescador agia assim, ao que ele respondeu: "É que
minha frigideira só tem vinte e cinco centímetros de diâmetro, e não adianta
levar para casa um peixe maior do que a medida que ela comporta".
Infelizmente, muitos crentes são como esse pescador: incapazes de buscar e
reter consigo uma experiência que vá além dos limites estabelecidos pelos seus
teólogos e líderes.João Wesley, o grande avivalista inglês, acerca dos gritos,
convulsões, danças, visões e coisas testemunhadas nos seus dias, disse:"O
perigo consiste em dar-lhes um pouco de valor, em condená-las abertamente, em
imaginar que não provenham da parte de Deus; e isso serve de obstáculo ao
trabalho do Espírito, pois a verdade é que:"a. Deus tem convencido, forte e subitamente, a muitos de que são
pecadores perdidos, e as conseqüências naturais disso têm sido clamores
súbitos e violentas convulsões corporais;"b. para fortalecer e encorajar
os que crêem, e para tornar a sua obra mais evidente, o Senhor favoreceu a
alguns deles com sonhos divinos, e a outros com êxtases e visões;"c. em
algumas dessas instâncias, após algum tempo, a natureza humana mescla-se com a
graça;"d. o próprio Satanás imita essa parte da obra de Deus, a fim de
lançar no descrédito toda a obra; no entanto, não é mais sábio desistir dessa
porção do que desistir do todo.
A princípio, sem dúvida alguma, tudo se
originava inteiramente em Deus. E, parcialmente, continua assim, até os nossos
próprios dias; e Ele nos capacitará a discernir até que ponto, em cada caso, a
situação é pura, bem como onde se mescla com coisas estranhas e se degenera. A
sombra não é motivo para desprezarmos a substância, nem o diamante falso para
recusarmos o autêntico".Outro depoimento digno de observação quanto a
esse assunto, é do Dr. T.B.Barratt, de Oslo, Noruega:"Os sinais
sobrenaturais, os dons do Espírito, as _demonstrações do corpo, tudo é uma
parte apenas desse Movimento Pentecostal, mas a grande influência moral desse
avivamento, o poderoso ímpeto espiritual que ele nos traz é de monta muito
maior".
Os antipentecostais, preocupados em denunciar as
exceções, pisoteiam as regras. Ao tentarem expurgar os pentecostais do seio da
Igreja, estão denunciando a esterilidade de suas próprias igrejas. Isso lembra
o que disse o teólogo suíço, Karl Barth:"Ao jogarem fora a água em que
banharam a criança, jogaram também a criança. Ao tentarem tornar o cristianismo
plausível para os céticos, o que conseguiram foi torná-lo destituído de
sentido".O capítulo 6 de 2 Samuel relata a volta da arca do Senhor á
cidade de Jerusalém. A alegria de Davi pelo evento era tal, que "saltava
com todas as suas forças diante do Senhor".Mas "sucedeu que, entrando
a arca do Senhor na cidade de Davi, Mical, a filha de Saul, estava olhando pela
janela; e, vendo o rei Davi, que ia bailando e saltando diante do Senhor, o
desprezou no seu coração".No final da festa, "embriagado" pela
alegria do Senhor, Davi volta para casa, e Mical, sua mulher, sai-lhe ao
encontro e lhe censura o comportamento, dizendo:"Quanto honrado foi o rei
de Israel, descobrindo-se hoje aos olhos das servas de seus servos, como sem
pejo se descobre qualquer vadio. "Disse, porém, Davi a Mical: Perante o
Senhor, que me escolheu a mim antes do que a teu pai, e a toda a sua casa, mandando-me
que fosse chefe sobre o povo do Senhor, sobre Israel, perante o Senhor me tenho
alegrado.
E ainda mais do que isto me envilecerei, e me humilharei aos seus
olhos; e das servas, de quem me falaste, delas serei honrado",
vv.20-22.Para Mical, indiferente ao significado da volta da arca do Senhor à
cidade de Jerusalém, era fácil, através da janela do palácio real, fazer mau
juízo de Davi, que, feliz, em meio ao povo, dançava de alegria na presença do
Senhor. Para Mical importava a "etiqueta", como para os
antipentecostais importa hoje a "decência e ordem" cemiterial.Na
cristandade de hoje acontece o mesmo: ser pentecostal é para muitos um agravo
ao pudor evangélico.
Alguém pode escrever ou dizer porque não é pentecostal, e
o seu testemunho é como um grande serviço prestado a Deus; mas, se alguém
escreve porque é pentecostal, isso parece uma idiotice: é como Davi tentando
convencer a Mical porque dançava nas ruas de Jerusalém no meio da plebe.
O último versículo do capítulo 6 de 2 Samuel
diz:"E Mical, a filha de Saul, não teve filhos, até ao dia da sua
morte".O contexto deste versículo mostra que a esterilidade de Mical era
devida à censura feita por ela ao rei Davi. Esta, sem dúvida, tem sido a
inevitável sentença sob a qual têm estado grande parte das denominações cujos
líderes têm feito do antipentecostalismo o seu apostolado.Apesar disso, o
número de pentecostais continua crescendo, e sabe-se que há hoje em todo o
mundo nada menos de cinqüenta milhões de crentes que têm experimentado a promessa
pentecostal __do batismo com o Espírito Santo, acompanhada do falar em outras
línguas.O crescimento das igrejas pentecostais tem sido considerado um
verdadeiro fenômeno pelos estudiosos de assuntos eclesiásticos.
A HISTORICIDADE DO DOM DE LÍNGUAS
A história mostra que a experiência pentecostal de
falar línguas estranhas constitui-se num círculo ininterrupto desde o dia de
Pentecoste até os nossos dias, e continuará até que Cristo volte.Agostinho
escreveu no IV século:"É de esperar-se que os novos convertidos falem em
novas línguas".Irineu, discípulo de Justino discípulo do apóstolo João,
escreveu:"Temos em nossas igrejas irmãos que possuem dons proféticos e,
pelo Espírito Santo, falam toda classe de idiomas".João Crisóstomo, no V século
escreveu:"Qualquer pessoa que fosse batizada nos dias apostólicos,
imediatamente falava em línguas".Tertuliano inseriu nos seus escritos
manifestação dos dons do Espírito Santo, entre os quais o dom de línguas, no
meio dos montanistas, movimento ao qual ele pertencia.O decano Farrar, em seu
livro "Das Trevas à Aurora", refere-se aos cristãos perseguidos em
Roma, cantando hinos e falando em línguas desconhecidas.Na História da Igreja
Alemã, lemos o seguinte:"O Dr. Martinho Lutero foi um profeta, evangelista,
falador em línguas e intérprete, tudo em uma só pessoa, dotado de todos os dons
do Espírito".
Na História da Igreja Cristã, escrita por Filipe Schaff,
edição de 1882, ele escreve que o fenômeno de falar em línguas tem reaparecido
de quando em quando nos avivamentos dos Camisards e dos Cevennes, na França e
entre os primitivos Quakers e Metodistas, seguidores de Lasare da Suécia em
1841-1843, e entre os irlandeses em 1859, e finalmente, até os nossos dias.Na
história dos avivamentos de Finney, Wesley, Moody e outros, houve demonstração
do poder do Espírito Santo no dom de falar línguas com prostrações físicas e
estremecimento debaixo do poder de Deus. Charles G. Finney assegura em sua
autobiografia que o Senhor se manifestou aos seus discípulos nesta geração,
assim como fez nos tempos apostólicos.__James Gilchrist Lawson, em seu livro
"Profundas Experiências de Cristãos Famosos", escreve: "Em
algumas ocasiões o poder de Deus se manifestava em tal grau nas reuniões de
Finney, que quase todos os presentes caíam de joelhos em oração, ou melhor,
oravam com lamentos e queixumes inenarráveis pelo derramento do Espírito de
Deus". O Rev. R. Boyd, batista, amigo íntimo de Dwight L. Moody, relata no
seu livro "Provas e Triunfes da Fé", edição de 1875:"Quando
cheguei ao Vitória Hall, Londres, encontrei a assembléia ardendo. Os jovens
estavam falando em línguas e profetizando. Qual seria a explicação de tão
estranho acontecimento? Somente que Moody os estava dirigindo naquela
tarde".Stanley Frodsham, em seu livro "Estes Sinais Seguirão",
dá detalhes do poderoso derramamento do Espírito Santo em 1906, em Los Angeles,
Califórnia:"Centenas de leigos e ministros, todos por igual, de todo os
Estados Unidos - metodistas, episcopais, batistas, presbiterianos, e os
denominados seguidores da doutrina da Santidade - de diferentes
nacionalidades, foram batizados com o Espírito Santo e falavam em outras
línguas, seguindo-se os sinais".
No seu livro "Demonstração do Espírito
Santo", H.H. Ness escreveu:"Quando o fogo pentecostal brotou com
ímpeto entre os cristãos das igrejas da Aliança Missionária Cristã nos estados
de Ohio, Pensilvânia, Nova Iorque e outros estados do Noroeste dos Estados
Unidos, faz alguns anos, em muitos deles houve demonstração do poder do Espírito
Santo, o que foi visto, sentido e ouvido. Resultaram notáveis milagres de cura
divina - recuperação de saúde de cegos, surdos, mancos e outros afligidos -
pela oração da fé. Mais ainda, não houve ali somente prostrações e línguas
desconhecidas, mas houve também surpreendentes casos em que pessoas foram
levantadas do solo pelo poder de Deus".Nestes últimos anos tem-se tornado
comum ler em jornais, revistas e livros, a respeito da experiência de falar
línguas estranhas entre evangélicos de denominações até então invulneráveis à
ação sobrenatural do Espírito Santo.
O jornal episcopal "The Living
Church", há alguns anos, trouxe o seguinte sobre o fenômeno de falar
línguas estranhas:"O falar em línguas não é mais um fenômeno de alguma
seita estranha do outro lado da rua. Está em nosso meio, e vem sendo praticado
pelo clero e pelos leigos, homens de nomeada e boa reputação na igreja. Sua
introdução generalizada se chocaria contra nosso senso estético e contra
algumas de nossas mais intrincheiradas idéias preconcebidas. Mas sabemos que
somos membros de uma igreja que de toda sorte precisa de um choque - se Deus
tem escolhido este tempo para dinamitar o que o bispo Sterling, de Montana,
designou de 'respeitabilidade episcopal', não conhecemos explosivo de efeito
mais terrivelmente eficaz".No "The Episcopalian" de 15/05/1968,
disse o Rev. Samuel M. Shoemaker:"Sem importar o que significa o
antigo-novo fenômeno do 'falar línguas', o mais admirável é que se declara,
não apenas no seio dos grupos pentecostais, mas também entre os episcopais, os
luteranos _e os presbiterianos. Eu mesmo não passei por essa experiência, mas
tenho visto pessoas que a têm recebido, e isso as tem abençoado e dado um
poder que não possuíam antes.
Não pretendo entender esse fenômeno, mas estou
razoavelmente certo de que indica a presença do Espírito Santo, assim como a
fumaça que sai de uma chaminé indica a presença de fogo por baixo. E sei com
certeza que isso significa que Deus quer entrar na igreja antiquada e
autocentralizada como geralmente ocorre, para que lhe outorgue uma modalidade
de poder que a torne radiante, excitante e altruísta. Deveríamos procurar
compreender e ser reverentes para com esse fenômeno, ao invés de desprezá-lo ou
zombar dele".
9.CESSOU O DOM
DE LÍNGUAS?
No seu livro "Os Carismáticos", John F.
MacArthur escreve o seguinte:"Primeiro Coríntios 13.8 declara claramente
que 'as línguas cessarão'. Quanto a esse 'cessar', o verbo grego não se
encontra na voz passiva mas na voz reflexiva, que sempre enfatiza o sujeito que
faz a ação. O que essa frase no versículo 8 está dizendo é que 'as línguas
cessarão por si mesmas'."Se as línguas cessarão por si, a questão é
quando? Depois de diversos anos de estudo, em que li todos os lados da questão
e discuti com carismáticos como também com pessoas não-carismáticas, estou
convencido, sem dúvida alguma, de que as línguas cessaram na era apostólica, e
que, quando cessaram, foi uma coisa permanente".É evidente que este
raciocínio do antipentecostal John F. MacArthur é falho e não honra as
Escrituras, nem se harmoniza com a historicidade da glossolalia que se tem
tornado um círculo ininterrupto desde o dia de Pentecoste até os nossos dias. O
dom de línguas é um dom atualíssimo.Para melhor compreensão do assunto, é
importante citar não só o versículo 8 de 1 Coríntios 13, mas também os
versículos 9 e 10:"A caridade nunca falha; mas havendo profecias, serão
aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciências desaparecerá; porque
em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; mas, quando vier o que é
perfeito, então o que é em parte será aniquilado".
.MacArthur assegura que as línguas cessaram na era
apostólica, porém, como os demais antipentecostais, é de opinião de que
"profecia" e "ciência" são dons ainda operantes na igreja
de hoje. É simplesmente inconcebível que as línguas tenham cessado, e
"profecia" e "ciência" que estão sujeitas ao mesmo espaço
de vigência, ainda continuem.A alusão de Paulo às línguas, profecia e ciência,
é feita em termos de comparação com a caridade. É evidente que há circunstancia
em que o próprio amor chega a faltar, mas isto não é regra, mas uma
exceção.John F. MacArthur tem dificuldade em fixar com exatidão bíblica, quando
o dom de línguas cessaria. A maioria dos antipentecostais, cujas obras tenho
consultado, são de opinião de que 1 Coríntios 13.10 - “... mas quando vier o
que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado" - significa que
quando fosse encerrado o cânon divino (segundo eles) o que Paulo se refere como
"o que é perfeito", __então o que é perfeito em parte (segundo eles,
referente ao dom de línguas e aos demais dons), será aniquilado.
Se as
Escrituras não dizem o que dizem os seus escritos, como dirão aquilo que dizem
os antipentecostais? Ao escrever sobre uma aparente transitoriedade do dom de
línguas, o apóstolo Paulo se referia simplesmente às limitações às quais
estamos sujeitos até que aquele que é perfeito (Jesus Cristo) apareça na
plenitude da sua glória, quando então seremos semelhantes a Ele: Jó 19.25-27;
Sl 17.15; 1 Jo 3.2."De igual modo, agora só podemos ver e compreender um
pouquinho a respeito de Deus, como se estivéssemos observando seu reflexo num
espelho muito ruim; mas o dia chegará quando o veremos integralmente, face a
face. Tudo quanto sei agora é obscuro e confuso, mas depois verei tudo com
clareza, tão claramente como Deus está vendo agora mesmo o interior do meu
coração", 1 Co 13.12 (notas ,0 Novo Testamento Vivo).
10. MAIS EVIDÊNCIAS DA ATUALIDADE DO DOM DE LÍNGUAS .
Sabe-se que, hoje, nada menos de cinqüenta milhões de
cristãos, espalhados por todas as partes do mundo, em diferentes denominações,
falam em línguas. São crianças, jovens, e adultos que gozam do glorioso
privilégio de adorar a Deus em novas línguas. Sabe-se que até irmãos
mudos-surdos têm sido tomado pelo Espírito Santo e inspirados a falar em
línguas como acontece a qualquer pessoa normal. Mesmo igrejas até há pouco
invulneráveis à operação do Espírito Santo, têm levantado a sua voz, num
vibrante testemunho quanto à atualidade dos dons do Espírito Santo.Sob o
patrocínio do Rev. Sílvio Ribeiro Ladeira, pastor da Igreja Presbiteriana
Independente de Carapicuíba, São Paulo, foi publicado recentemente o livro
"O Movimento Carismático e a Teologia Reformada", de autoria do Dr.
J. Rodman Williams, que traz a opinião de ilustres teólogos e de famosas
igrejas quanto à atualidade do dom de línguas.A. A. Hoekema, teólogo reformado
conservador, escreve:"... não podemos certamente limitar o Espírito Santo,
sugerindo que seria impossível para Ele conceder o dom de línguas hoje."A
"Dutch Reformed Church" da Holanda, em sua carta pastoral de 1960,
sobre a Igreja e os Grupos Pentecostais, diz:"Achamos presunçoso afirmar
que o falar em línguas foi algo somente para o início do Cristianismo. A
evidência bíblica em Atos e 1 Coríntios 12 a 14 é demasiado explícita para
isso. O fato de falar em línguas ter também um significado em nossos dias, não
pode ser, portanto, posto de lado."
Os dons do
Espírito Santo hoje
Dentre as insondáveis riquezas espirituais que Deus
colocou à disposição da sua Igreja na terra, destacam-se os dons sobrenaturais
do Espírito Santo, apresentados pelo apóstolo Paulo, em sua primeira epístola
aos Coríntios, como agentes de poder e de vitória desta mesma Igreja.A Igreja
é um organismo vivo, um fenômeno sobrenatural cujas origens estão no Céu. Como
tal, ela possui uma responsabilidade igualmente sobrenatural, pelo que carece
da operação sobrenatural do Espírito do Deus vivo. Foi por isso que Jesus, após
sentar-se à direita do Pai, enviou o Espírito Santo como agente capacitador da
Igreja, para levá-la a cumprir a sua missão no mundo: At 2.33.Devemos ter
sempre em mente que o próprio Cristo não exerceu o seu ministério na sua
própria força, mas na força do Espírito Santo: Lc 4.18,19. -_Os apóstolos,
igualmente, a exemplo do seu Mestre, também levaram a cabo o seu próprio
ministério na força e poder do Espírito Santo. Todas as decisões da igreja
primitiva partiam sempre do seguinte princípio: “... pareceu bem ao Espírito
Santo e a nós...", At 15.28.
Qual tem sido o erro de muitas das nossas igrejas hoje, senão o de
negligenciar o ministério soberano, poderoso e determinante do Espírito Santo?
Essas igrejas, ignorantes das grandes possibilidades do Espírito Santo,
condenam milagres sem processo, desprezam profecias sem consulta e ignoram a revelação sem a mínima razão. Como diz a
Bíblia Sagrada: “... falando mal daquilo em que são ignorantes...", 2 Pe
2.12. Esquecem-se de que há quase dois mil anos, Jesus prometeu, de maneira categórica,
que o Espírito Santo estaria conosco e nos
guiaria a toda a verdade: Jo 16.13.A igreja dos dias hodiernos jamais
será uma igreja de visão de alcance novitestamentário, senão por meios
novitestamentários.As grandes conquistas da igreja dos primeiros cem anos da
era atual, não foram alcançadas como o resultado de métodos e recursos
teológicos empregados pelos apóstolos. Foram, sim, o resultado concreto da
operação sobrenatural do Espírito Santo na vida dos convertidos. O Espírito
Santo foi o grande estrategista e comandante das conquistas realizadas. Onde
quer que um crente fosse, aí ia a Igreja do Deus vivo, a caixa ressonante do
Espírito.Onde quer que o Espírito Santo fosse derramado, os doentes eram
curados; revelações, profecias, línguas e interpretação eram vistas e ouvidas.
Os dons do Espírito Santo eram a combustão que punha em ação a dinâmica máquina
da Grande Comissão.A Igreja de Cristo da nossa geração possui uma
responsabilidade apostólica, e, para cumpri-la, necessita dos grandes recursos
espirituais, que são os dons do Espírito Santo.
(notas 1.F.Raimundo Oliveira,doutrina
do Espirito santo,1988,cpad)
Interpretação das línguas (1 Co 12.10). É um dom de manifestação de
mensagem verbal, sobrenatural, pelo Espírito Santo. Não se trata de “tradução
de línguas”, mas de “interpretação de línguas”. Tradução tem a ver com
palavras; interpretação com mensagem.
2. Dons espirituais de ministérios práticos (Rm
12.6-8; 1 Co 12.28-30). São administrações de serviços práticos que, pela sua
natureza, residem no portador.
a) Ministério (Rm 12.7). É servir capacitado
sobrenaturalmente pelo Espírito Santo. Ministração, prestar serviço material e
espiritual sem esperar reconhecimento ou remuneração.
b) Ensinar (Rm 12.7). É o dom espiritual de ensinar,
tanto na teoria, como na prática; ensinar fazendo; ensinar a fazer e a
entender. Não confundir com o ministério de ensino de Efésios 4.11 e Atos 13.1.
c) Exortar (Rm 12.8). Exortar aqui, é como dom:
ajudar, assistir, encorajar, animar, consolar, unir pessoas separadas,
admoestar.
d) Repartir (Rm 12.8). O sentido é doar generosamente,
oferecer; distribuir aos necessitados sem esperar recompensa ou reconhecimento,
movido pelo Espírito. Este dom ocupa-se da benevolência, beneficência,
humanitarismo, filantropia, altruísmo.
e) Presidir (Rm 12.8). É conduzir, dirigir, organizar,
liderar, orientar com segurança, conhecimento e discernimento espiritual.
f) Exercitar misericórdia (Rm 12.8). Este dom
refere-se à assistência aos sofredores, necessitados, carentes; fracos,
enfermos, presos, visitação, compaixão.
g) Socorros (1 Co 12.28). Literalmente “achegar-se
para socorrer”. É o caso de enfermos, exaustos, famintos, órfãos, viúvas, etc.
h) Governos (1 Co 12.28). É um dom plural no seu
exercício. É dirigir, guiar e conduzir com segurança e destreza. O termo
original sugere pilotar uma embarcação com segurança, destreza e
responsabilidade.
3. Dons espirituais na área do ministério. Esses dons
são enumerados em Efésios 4.11 e 1 Coríntios 12.28,29, a saber: apóstolos, profetas,
evangelistas, pastores, doutores ou mestres.
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogpsot.com
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