Charles
Spurgeon
Artigo Mauricio Berwald
Nome completo Charles Haddon
Spurgeon
Nascimento 19 de junho de 1834
Kelvedon,
Essex, Inglaterra
Morte 31 de janeiro de 1892 (57 anos)
Menton, Alpes
Marítimos, França
Nacionalidade Inglaterra
Cônjuge Susannah Spurgeon
Ocupação Pastor, Autor
Charles
Haddon Spurgeon, foi um pregador batista reformado britânico referido como C.
H. Spurgeon (Kelvedon, Essex, 19 de junho de 1834 — Menton, 31 de janeiro de
1892).
Converteu-se
ao cristianismo em 6 de janeiro de 1850, aos quinze anos de idade. Aos
dezesseis, pregou seu primeiro sermão; no ano seguinte tornou-se pastor de uma
igreja batista em Waterbeach, Condado de Cambridgeshire (Inglaterra). Em 1854,
Spurgeon, então com vinte anos, foi chamado para ser pastor da capela batista
de New Park Street, Londres, que mais tarde viria a chamar-se Tabernáculo
Metropolitano, transferindo-se para novo prédio.
Desde o
início do ministério, seu talento para a exposição dos textos bíblicos foi
considerado extraordinário. Sua excelência na pregação das Escrituras Bíblicas
lhe renderam o título de O Príncipe dos Pregadores e O Último dos Puritanos.
Histórico
A família de
Spurgeon, escapando da perseguição contra os protestantes perpetrada por Filipe
II, fugiu da Holanda para Inglaterra, por volta de 1570, estabelecendo na
região de East Anglia. No século XVII, os Spurgeons sofreram dura perseguição
incitada por Carlos II contra os não-conformistas (dissidentes da Igreja
Anglicana que não aceitavam o Ato de Uniformidade de 1662). Anos mais tarde, os
Spurgeons estabeleceram em Stambourne.
Charles
Haddon Spurgeon nasceu em 19 de Junho de 1834, como o primogênito de 16 irmãos,
de John Spurgeon e sua esposa Eliza Jarvis, em Keveldon, e foi batizado em 3 de
agosto desse ano por seu avô, o pastor congregacional James Spurgeon. Recebeu o
nome de 'Charles' de um tio de sua mãe. 'Haddon', devido a um antigo amigo da
família de Spurgeon que os ajudou em hora de necessidade.
Em agosto de 1835,
seus pais mudaram para Colchester, e entregaram Charles aos cuidados de seu
avô, com quem viveu até os 5 anos. Durante esse tempo, leu muitos livros, entre
os principais "O Peregrino" de John Bunyan, obra que marcaria o resto
de sua vida. Também leu muitas obras de Puritanos, como Richard Baxter e John
Owen. Aos seis anos, voltou a morar com os pais, já devidamente instalados em
Colchester.
James
Spurgeon, avô de Charles
Aos 10 anos,
um pastor itinerante chamado Richard Knill impressionou muito ao jovem Charles
ao declarar que "esse menino pregaria o Evangelho a grandes
multidões". Esse fato marcou profundamente a mente da jovem criança.
Spurgeon cursou seus estudos em Colchester até 1848, indo depois para
Newmarket, para estudar numa escola localizada na área de Cambridgeshire.
Conversão
De 1848 a
1850, Charles Spurgeon teve um período de muitas dúvidas e amarguras. Esteve
sob grande convicção de pecado. Ficou convicto que não era um cristão de fato,
mesmo sendo criado em todo o ambiente religioso de sua família e região, e sob
forte influência puritana e não-conformista. Em janeiro de 1850, tendo como
objetivo ir a uma reunião matutina em uma igreja congregacional em Colchester,
para buscar paz em sua perturbada alma, se deteve numa capela de metodistas
primitivos em Artilley Stree, mais em consequência da forte nevasca que por
vontade própria. Nessa capela, Spurgeon juntou-se a pequena congregação quando,
sem pregador para ministrar a Palavra, um simples ministro intinerante chamado
Robert Eaglen, em missão pela região de Colchester entre 1850-1851 [1] , nesse
dia, subiu ao púlpito, mesmo sem grande habilidade de orador, e repetiu nervosa
e constantemente o texto de Isaías 45.22a: Olhai para mim e sereis salvos, vós
todos os termos da terra. . Depois de certo tempo, apelou aos presentes que
olhassem para Jesus Cristo. Spurgeon olhou para Jesus com fé e arrependimento,
tendo Ele como seu Salvador e substituto, e foi salvo.
Primeiros
anos
Após a
conversão, Spurgeon voltou das férias em Colchester para Newmarket. Foi
batizado pelo pastor da Igreja Batista de Islehan, W.W.Cantolw, no rio Lark, em
3 de maio de 1850, e foi aceito como membro da congregação batista de
Newmarket. Depois, Spurgeon começou a distribuir folhetos nas ruas e a ensinar
a Bíblia na escola dominical para crianças. Em agosto, mudou-se para Cambridge.
Lá também trabalhou na escola dominical também. Nesse mesmo ano, pregou seu
primeiro sermão em Teversham. Em outubro de 1851, foi convidado a pregar na
Igreja Batista de Waterbeach, ao norte de Cambridge. A congregação cresceu
rapidamente. Em Janeiro de 1852, Spurgeon aceitou o pastorado efetivo dessa
Capela. A fama de Spurgeon logo cresceu na região, como um potente pregador.
Spurgeon
pensou em cursar um seminário em 1852, mas desistiu da ideia, crendo que não
fora direcionado pela Providência para tal empreitada. Em novembro de 1853,
Spurgeon falou na União das Escolas Dominicais de Cambridge. George Gould,
diácono em Essex, o ouviu, e contou sobre o jovem pregador a Thomas Olney,
diácono-chefe da Capela de New Park Street, a maior igreja batista localizada
ao sul de Londres. Olney também impressionou-se com a pregação do jovem
Spurgeon, e o convidou a pregar em sua Igreja em dezembro de 1853. Spurgeon
aceitou o convite, mesmo não gostando da ideia de pregar na agitada cidade
metropolitana. Em 1854, os membros de New Park Street, sem pastor efetivo desde
1853, convidaram de novo o jovem a pregar, e nessa ocasião, convidaram-lhe para
ser testado por seis meses para assumir o pastorado vago da Igreja. Porem, em
Abril de 1854,só 2 meses depois, foi eleito pastor e confirmado no cargo, o
qual preencheu efetivamente até 1891.
New Park Street, em 1855.
Localizada em
uma área metropolitana, a Capela Batista da Rua de New Park, (New Park Street
Chapel) em Southwak, outrora fora uma das maiores igrejas da Inglaterra. No
entanto, naquele momento, o edifício, com 1.200 lugares, contava com uma
platéia de 232 pessoas.
"No
início, eu pregava somente a um punhado de ouvintes. Contudo, não me esqueço da
insistência das suas orações. Às vezes, parecia que eles rogavam até verem a
presença de Jesus ali para abençoá-los. Assim desceu a bênção, a casa começou a
se encher de ouvintes e foram salvas dezenas de almas", lembrou Spurgeon
alguns anos depois.
Spurgeon logo
causou muita agitação em Londres; alguns o criticavam pelo seu estilo de
pregação (teatral demais para alguns; 'caipira' e vulgar para outros). Spurgeon
era posto em dúvida até mesmo por seus colegas batistas. Alguns chegaram a
publicar em jornais sobre suas dúvidas da real conversão do jovem Spurgeon.
Mesmo com toda a oposição, a antes vazia e reduzida congregação atraiu a
atenção de tantos, que em certos periódicos chegou-se a citar que "desde
os tempos de George Whitefield e John Wesley, Londres não era tão agitada por
um reavivador." Diversas caricaturas foram publicadas, algumas o elogiando,
e outras debochando de sua pregação.
Depois de
1861, o prédio da congregação em New Park Street foi ocasionalmente usado para
comportar os primeiros alunos do "Colégio do Pastor". Em 1866, a
Capela foi fechada e vendida, e posteriormente, demolida.
Tabernáculo
Metropolitano
Nos anos que
se seguiram, o templo da capela Batista da New Park Street, antes vazio, não
suportava a audiência, que chegou a dez mil pessoas, somado a assistência de
todos os cultos da semana. O número de pessoas era tão grande que as ruas
próximas à igreja se tomaram intransitáveis. Tentou-se ampliar New Park Street
em 1858, mas logo viu-se a necessidade de um local ainda maior. Portanto, foi
construído o grande Tabernáculo Metropolitano,em Newington, com capacidade para
12 mil ouvintes, e aberto oficialmente em 25 de março de 1861. Mesmo assim, de
três em três meses, Spurgeon pedia às pessoas, que tivessem assistido aos
cultos naquele período, que se ausentassem a fim de que outros pudessem estar
no templo para conhecer a Palavra.
No começo de
seu ministério, Spurgeon, um ardoroso calvinista desde o início de sua
conversão, teve que se defender da acusação de ser mais pendente ao
arminianismo do que os demais batistas particulares (deve-se notar que um dos
predecessores de Spurgeon no pastorado de New Park Street foi o pastor e
teólogo John Gill, que em muitas ocasiões era um ferrenho hipercalvinistas). Em
diversas ocasiões Spurgeon pregou sermões que provavam que seus acusadores
estavam equivocados.
O
Tabernáculo, nos dias atuais.
Com o passar
do tempo, Charles Haddon Spurgeon se tornou uma celebridade mundial. Recebia
convites para pregar em outras cidades da Inglaterra, bem como em outros países
como França, Escócia, Irlanda, País de Gales, Holanda e Estados Unidos (foi
convidado a pregar em Nova York, e em diversas outras oportunidades na América,
mas sempre recusou os convites). Spurgeon pregava não só em reuniões ao ar
livre, mas também nos maiores edifícios de 8 a 12 vezes por semana.
Segundo uma
de suas biografias, o maior auditório em que pregou continha, exatamente,
23.654 pessoas: este imenso público lotou o The Crystal Palace, de Londres, no
dia 7 de outubro de 1857, para ouvi-lo pregar por mais de duas horas.
Casou-se em
20 de setembro de 1856 com Susannah Thompson e teve dois filhos, os gêmeos
não-idênticos Thomas e Charles. Fazíamos cultos domésticos sempre; quer
hospedados em um rancho nas serras, quer em um suntuoso quarto de hotel na
cidade. E a bendita presença do Espírito Santo, que muitos crentes dizem ser
impossível alcançar, era para nós a atmosfera natural. Vivíamos e respirávamos
nEle, relatou, certa vez, Susannah. Thomas Spurgeon chegou a pastorear o
Tabernáculo Metropolitano 2 anos após a morte de seu pai.
Spurgeon
pregando por volta de 1858.
Sermões
A importância
de Charles Haddon Spurgeon como pregador é evidente e chega até nosso dias
principalmente através de seus trabalhos impressos. John Passmore, que era
sobrinho do Dr. Rippon, antecessor de Spurgeon, e membro de New Park Street
desde 1840, e James Alabaster, membro de outra igreja, que era sócio de
Passmore em uma editora de panfletos evangélicos, a Passmore & Alabaster,
começaram em 1855 a publicar, semanalmente, os sermões de Spurgeon, que eram
vendidos à preços populares. Pelos idos de 1850, era uma prática muito comum a
publicação e distribuição de sermões escritos, pelos maiores pastores tanto na
Inglaterra como nos Estados Unidos. Spurgeon publicou seu primeiro sermão em
Cambridge, num sermonário avulso, e em 1855, surgiu a ocasião da publicação
semanal.
Os sermões
pregados por Spurgeon domingo de manhã, eram publicados na quinta-feira
seguinte, (e revisados pelo próprio Spurgeon) e os sermões pregados domingo de
noite e quinta-feira de noite eram reservados para futura publicação: isso e mais
alguns sermões escritos por Spurgeon quando doente formaram um acervo tal que
garantiu a publicação semanal até o ano da morte de Spurgeon, (até essa data,
2241 publicados) e dos outros até 1917, totalizando 3.653 sermões publicados
divididos em 63 volumes ( maior que a Enciclopédia Britânica e até hoje
considerada a maior quantidade de textos escritos por um único cristão em toda
a história da cristianismo).
O sermão nº
537 "A Regeneração Batismal" pregado em 1864, foi o que mais vendeu
individualmente quando Spurgeon era vivo; a demanda chegou a 300.000 impressões
em uma semana. Em 1892, os sermões de Spurgeon já eram traduzidos para cerca de
9 línguas diferentes.
Sussana
Spurgeon
Muitos
sermões de Spurgeon eram enviados via telegrafo aos Estados Unidos e
republicados lá: depois de 1865, muitos deles foram censurados, pelo fato de
Spurgeon ser contra a escravidão dos negros africanos (Nessa época, ocorreu a
Guerra de Secessão)
Spurgeon,
além da obra semanal de seus sermões, também escreveu e editou 135 livros
durante 27 anos (1857-1892) e editou uma revista mensal denominada A Espada e a
Espátula. Eventualmente, Spurgeon deixou de receber salário como pastor de sua
igreja e vivia dos royalties de suas obras. Seus vários comentários bíblicos
ainda são muito lidos. (O "Tesouro de Davi”, uma compilação de comentários
sobre os Salmos, levou mais de 20 anos para sua conclusão).
Colégio do
Pastor e obra evangelista
Spurgeon,
desde o início de seu pastorado, começou a treinar alguns jovens que ele cria
terem o chamado para obra evangelística e pastorado. Seu primeiro aluno foi
Thomas Medhurst, em 1856. Com o tempo, muitos jovens começaram a requerer de
Spurgeon instrução, e ele, junto com o congregacional George Rogers abriram, em
1856 o "Colégio do Pastor", e Rogers foi colocado como diretor. Nos
primeiros anos, o Colégio funcionou na casa de Rogers, e Spurgeon bancava as
despesas dos alunos, com o lucro da venda de seus livros e sermões.
Depois de
certo tempo e o aumento dos alunos, as aulas eram dadas na antiga e desocupada
Capela de New Park Street, e posteriormente, na parte inferior do Tabernáculo
Metropolitano. Várias Conferências Pastorais na época de Spurgeon foram
realizadas nesse colégio, e posteriormente impressas e distribuídas em formato
de livros. Até mesmo um brasileiro, João Manoel Gonçalves dos Santos, foi
enviado pelo Dr. Robert Kalley, do Rio de Janeiro em 1872 para se preparar para
o ministério pastoral nesse Colégio, regressando em 1875, e sendo depois o
primeiro ministro protestante congregacional brasileiro.
Depois da
morte de Spurgeon, em sua homenagem, o Colégio foi renomeado de Spurgeon
College , e sua sede foi transferida para um novo prédio em 1923; hoje, é uma
instituição não vinculada com o ministério do Tabernáculo Metropolitano (que
tem um seminário próprio) perdendo assim vários aspectos ligados a fé reformada
e ao ministério calvinista de Spurgeon. Todavia, continua sendo uma instituição
de preparação de pastores ao ministério.
Em conexão
com esse trabalho, surgiu uma associação de colportores, responsáveis pela
evangelização e distribuição de material evangelístico e teológico. Em
1891,essa Colportagem contava com 96 associados . Mais tarde, Sussanah Spurgeon, abriu um
fundo de para distribuição de literatura para pastores, e um fundo de ajuda aos
pastores pobres.
Obras
assistenciais
Quando
Spurgeon chegou a Londres, a Capela de New Park Street mantinha uma casa, desde
a época do pastorado de John Rippon, no século XVIII, destinada ao cuidado das
viúvas pobres e necessitadas. Nesse local, elas viviam gratuitamente. Depois de
1861, foi construído um novo prédio, e instalado perto do Tabernáculo
Metropolitano.
Orfanato
Stockwell
A ideia para
abrir o futuro Orfanato Stockwell para meninos nasceu em 1866, de uma reunião
de oração, quando Spurgeon sentiu o desejo de fazer mais da Obra do Senhor aos
necessitados. Uma volumosa oferta lhe chegou em mãos, e Spurgeon a recusou, até
mesmo sugerindo que se doasse o dinheiro para o famosos irmão George Muller,
conhecido por manter uma grande obra social em Bristol. Porem, a ofertante
insistiu que Spurgeon tocasse esse projeto. Assim, teve para si que era reposta
a oração feita anteriormente, Em 1867 o orfanato foi construído, em Stockwell.
Em 1876, foi aberto outro orfanato, esse para meninas.
Também depois
de 1861, e com o grande aumento do Tabernáculo, foi aberto um fundo de ajuda
aos necessitados da igreja. Outros grupos de senhoras tinham uma associação de
benfeitoras, e uma sociedade para ajudar moças pobres grávidas foi inaugurada.
Diversas outras obras de cunho assistencial foram abertas com o fim de ajudar
os necessitados de Londres.
Luta e
oposição: A controvérsia do Declínio
Spurgeon
enfrentou muita oposição no fim de seu ministério. Em 1887, ele foi envolvido
na que se chamou "A controvérsia da Declínio": em Março e Abril de
1887, Robert Schilinder escreveu dois artigos para a revista de Spurgeon,
"A Espada e a Colher" (com anuência e influência de Spurgeon)
descrevendo o declínio teológico das igrejas batistas inglesas, associando esse
declínio ao abandono do calvinismo e a incredulidade de muitos quanto a
infabilidade e inspiração da Bíblia, por conta do racionalismo alemão que
contaminava várias igrejas; Spurgeon, vendo que as acusações eram verdadeiras e
reagindo as críticas dos artigos de Schilinder em outros 3 artigos, apoiou
isso, e ainda afirmou que a União Batista não estava repelindo isso, mas antes
abrigando isso em seu meio, por conta de não ter uma confissão de fé mais
elaborada, e por aceitar pastores claramente antitrinitarianos em suas
convenções, e ainda criticou aqueles que, por aceitarem o criticismo contra a
inspiração bíblica, apoiavam entretenimento nas igrejas.
Spurgeon foi duramente criticado, sendo
acusado de criar intriga onde não existia, e acusado de estar sendo
influenciado por suas doenças, acusações infundadas pois o próprio secretário
geral da União havia informado a Spurgeon extra-oficialmente que havia casos de
pastores criticarem partes da Palavra de Deus e frequentarem teatros e
aceitavam pastores socianos em seus púlpitos. Porem, logo após a controvérsia,
o secretário e outros quiseram inquirir Spurgeon sobre suas críticas; em
outubro, Spurgeon pediu sua saída da União em 28 de Outubro de 1887, por
acreditar que a mesma estava contrária a princípios da Palavra, e em janeiro, a
União aprovou sua saída e ainda aprovou uma moção de censura contra Spurgeon.
em abril, a União aprovou uma confissão de fé mínima, mas ela mesma aprovou que
não podia impô-la para nenhum membro e igreja.
É certo para
muitos que essa controvérsia, que foi travada em sermões, reuniões e
editoriais, desgastou ainda mais a debilitada saúde de Spurgeon. A Igreja
apoiou sua saída, se retirando também, da União. Posteriormente, a congregação
batista voltou a se associar a União, mas desde que Peter Master assumiu o
pastorado do Tabernáculo Metropolitano, em 1970, ela rompeu novamente com a
União Batista.
Últimos dias
Spurgeon em
1890
Até o último
ano de pastorado, 14.692 pessoas foram batizadas. Nesse meio tempo, Spurgeon
teve sua saúde grandemente debilitada. Spurgeon desenvolveu, por volta dos 25
anos, Gota e Reumatismo, e sofreu de grandes ataques de depressão, principalmente
depois de 1857, quando um culto realizado em Surrey Garden foi organizado para
cerca de 10.000, e devido a um tumulto provocado por um falso alarme de
incêndio, levou a morte de seis pessoas.
Quanto mais a
idade avançava, mais essas enfermidades o debilitavam. Spurgeon posteriormente
teve uma melhora da Gota, mas nunca esteve em pleno vigor novamente. Sua esposa
Susannah também tinha graves problemas de saúde, devido uma cirurgia que a
deixou praticamente inválida depois do nascimento de seus filhos gêmeos, e por
diversos anos isso agravava mais ainda a situação. Por diversas ocasiões
Spurgeon teve que se ausentar de seu púlpito por recomendação médica. Chegou a
passar alguns período de férias na Europa, e depois de 1876, muitas vezes,
sempre no fim do ano, se hospedava em Menton, Sul da França, pelo clima mais
quente que na Inglaterra, por recomendação médica. Depois de 1887, foram cada
vez mais constantes essas viagens, chegando a passar meses em retiro.
Nessa época,
Spurgeon foi diagnosticado de doença de Bright, uma doença renal degenerativa e
crônica, hoje denominada de insuficiência renal crónica. Muitos sermões seus
eram lidos, e outros escritos e enviados ao Tabernáculo para leitura, para
suprir a falta do pastor. Em 1891, sua condição se agravou, forçando Spurgeon a
convidar o pastor presbiteriano americano Arthur Pierson, para assumir
temporariamente a função principal no Tabernáculo; e Spurgeon ficou em Menton
até 31 de janeiro de 1892, quando, depois de alguns dias de melhora de seu
estado, houve uma grande deterioração de sua saúde, levando ao óbito nessa
data, aos 57 anos.
O corpo de
Spurgeon foi trasladado da França para Inglaterra, onde foi sepultado no West
Norwood Cemetery and Crematorium, próximo a Londres.[3] Na ocasião de seu
funeral - 11 de fevereiro de 1892 - muitos cortejos e cultos foram organizados
em Londres, e seis mil pessoas leram diante de seu caixão o texto de sua
conversão, Isaías 45.22a: Olhai para mim e sereis salvos, vós todos os termos
da terra. Spurgeon está sepultado no cemitério de Norwood com uma placa que diz
"Aqui jaz o corpo de CHARLES HADDON SPURGEON, esperando o aparecimento do
seu Senhor e Salvador JESUS CRISTO".
Período
pós-Spurgeon
Thomas
Spurgeon, filho de Charles, que sucedeu seu pai no pastorado do Tabernáculo.
Em 1893,
Arthur Pierson voltou aos Estados Unidos, e o Tabernáculo Metropolitano foi
pastoreado por Thomas Spurgeon, um dos filhos gêmeos de Charles, e que fora
pastor na Austrália. Em 1898, devido a um incêndio, o Tabernáculo Metropolitano
foi completamente destruído, só restando dele o pórtico frontal. Foi
reconstruído e re-inaugurado em 1901, seguindo o modelo original de 1861. Em
1908, assumiu o pastorado do Tabernáculo o pastor inglês Archibald G. Brown,
(que fora conhecido de Spurgeon e também se retirara da União Batista em
solidariedade a Spurgeon). Em 1911, assumiu o pastorado o pastor americano Anzi
Clarence Dixon, que afastou doutrinariamente a Igreja das doutrinas pregadas
por seus antecessores, incluindo até novidades, como um orgão (na época de
Spurgeon, os hinos eram cantados à capela), entre outras, como promover
cruzadas de "Decisões por Cristo" no Tabernáculo (prática
norte-americana que foi inicialmente desenvolvida por Charles Finney). Dixon ediu
demissão em 1919, sendo sucedido pelo pastor inglês calvinista Tydeman Chilvers
Harry.
Em 1938 , o
Dr. W Graham Scroggie, assumiu o pastorado; em 1941, devido a Segunda Guerra
Mundial, e aos bombardeios de Londres pelos Nazistas, o Tabernáculo
Metropolitano foi novamente incendiado e destruído. Seria totalmente
reconstruído em 1957 (com um projeto arquitetônico diferente do original, e
menor que o original) sob o pastorado de Eric W Hayden (que foi sucessor de
Gerald B Griffiths, até 1954).
Dennis
Pascoe, foi pastor da Igreja de 1963 até 1970, quando Peter Master assumiu o
pastorado e o mantêm até os dias de hoje. Ele resgatou muito do que foi
ensinado por Spurgeon, e re-colocou em prática no serviço dominical, nas
escolas dominicais, e nas ações evangelísticas.
Alguns dos
trabalhos escritos mais conhecidos de Charles Haddon Spurgeon[editar | editar
código-fonte]
New Park
Street Pulpit Volums and Metropolitan Tabernacle Pulpit Volums — 63 volumes de
sermões publicados por Spurgeon pela Alabaster & Passmore, de 1855 a 1917,
divididos em duas grandes seções (NPSPV de 1855 a 1861, e MTPV de 1861 a 1917)
All of Grace
— editado em português sob o título Tudo pela Graça
Miracles and Parables of Our Lord — três volumes
The Clue of
Mazen — livro escrito por Spurgeon em Menton, sul da França, sobre a fé e a
dúvida, em português publicado como "A Dica do Labirinto"
Spurgeon’s
Morning and Evening — livro de leituras devocionais diárias
The Sword and
The Trowel — revista mensal editada por Spurgeon
The Treasury
of David — comentário em vários volumes sobre os Salmos
Around the
Wicket Gate — Livros escrito como complemento ao All of Grace; publicado em
português como Diante da Porta Estreita
Till He Come
— sermões sobre a ceia do Senhor
A Puritan
Catechism — uma compilação feita por Spurgeon em 1855 usando as Confissões de
Fé Batista de 1689 e a Confissão de Fé de Westminster
Come, ye
children — sermões sobre a evangelização infantil e as escolas dominicais
Faith's
Checkbook — Devocionário escrito na época na Controvérsia do Declínio
fonte WIKIPEDIA
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