OS TEMPOS DOS GENTIOS (Lc
21.24)
Artigo Mauricio Berwald
Que são os
tempos dos gentios. O texto de Lucas refere-se a um período especial no qual Jerusalém
será pisada pelos gentios.
A duração dos
tempos dos gentios. Esse período (não o da Grande Tribulação) teve seu início quando
uma parte de Israel foi levada de sua terra para o cativeiro na Babilônia em
586 a.C. (2 Cr 36.1-21; Dn 1.1,2) e só terminará quando Cristo voltar para
governar sobre todo o mundo, e assumir o trono de Davi (Lc 1.31,32).
O CURSO DOS TEMPOS DOS GENTIOS
Duas revelações paralelas no livro de
Daniel nos dão a descrição completa desse período.
O paralelo
entre os capítulos 2 e 7 de Daniel. No capítulo 2 a visão foi dada
a um rei pagão, Nabucodonozor e, no capítulo 7, a visão foi dada a um servo de
Deus, o profeta Daniel.A Nabucodonozor Deus revelou o lado político dos reinos
gentios representados na grande estátua. A Daniel, Deus revelou o lado moral e
espiritual desses reinos representados pelos “quatro animais”. A história
política havia sido mostrada a Nabucodonozor, mas a história espiritual foi
mostrada a Daniel.Notemos ainda o seguinte: No capítulo 2, as figuras
representadas são tomadas da esfera inanimada, materiais como ouro, prata,
bronze, ferro e barro. No capítulo 7, as figuras são representadas por seres
animados, aqueles animais estranhos.
Os quatro ventos e o Mar Grande (Dn 7.2).
a) os quatro
ventos. Simbolizam os poderes celestiais que movimentam o mundo nos seus
quatro pontos cardeais. São ventos que agitam as nações do mundo nos seus
quatro cantos e, podem representar as grandes comoções políticas, conflitos
sociais e mudanças climáticas. São poderes usados por Deus para agitar a
humanidade. São específicos. Obedecem e cumprem fielmente sua missão, agitando
geologicamente mares, rios e a terra com seus vulcões. Açoitam a Terra varrendo
os continentes, e também sopram brandamente sobre a Terra, avisando-a de
possíveis catástrofes.
b) O Mar Grande. Duas
correntes de interpretação têm sido apresentadas por vários estudiosos. Uns
interpretam o Mar Grande como representando toda a humanidade, e não se refere
a nenhum mar em particular. No entanto, esse não é outro, senão o mar
Mediterrâneo, uma vez que, os quatro reinos mundiais (Babilônia, Medo-Persa,
Grécia e Roma) surgem junto dele.
A palavra “mar” na linguagem
escatológica sempre representa as nações gentílicas (Is 17.12,13). O
ressurgimento do antigo Império Romano é identificado geograficamente na Bíblia
como sendo junto ao Mar Grande, que é o Mediterrâneo. O animal terrível e espantoso
de Daniel 7.3, que representa o Império Romano, saía do Mar Grande.
O PODER DOS GENTIOS (Dn 7.3-8)
O leão com
asas de águia (v.4). Assim como a cabeça de ouro da estátua do capítulo 2 representa o
reino da Babilônia, também o leão na visão de Daniel (Dn 2.37,38). No mundo
animal o leão é o rei dos animais, por isso, Nabucodonozor destacou-se como o
leão, pela sua riqueza e imponência. Era um leão com asas de águia. A águia é
uma ave solitária e rainha dos ares, e indica conquista em extensão
territorial. Dn 7.4 diz que, depois, “foram-lhe arrancadas as asas” para
indicar a queda do poderio desse rei diante do poder de Deus (Dn
4.24,25,32-37).
O urso destruidor
(v.5). Representa o império medo-persa, seqüente, que derrotou a
Babilônia, e na visão do capítulo 2 é representado pelo peito e os braços de
prata (Dn 2.39). Diz o texto que o urso surgiu com três costelas entre os
dentes. Isto indica que dominou sem reservas as nações à sua frente. O texto de
Dn 2 esclarece melhor esse fato pois os braços da estátua indicam mais
especificamente a aliança da Média e da Pérsia. Daí o reino medo-persa,
conhecido pelos reis que o governaram, Ciro, o persa (Dn 10.1) e Dario, o medo
(Dn 11.1).
O leopardo altivo
(v.6). Animal de indescritível rapidez que representa o império grego, em
paralelo com o ventre e as coxas de cobre (ou bronze) da estátua de Dn 2.32.
Esse leopardo, dada a sua rapidez conquistou o mundo velozmente, a saber:
Alexandre, o Grande. O animal tinha quatro asas (Dn 7.6) denotando o seu rápido
progresso em apenas 12 anos. Tinha, também, quatro cabeças que tipificam as
quatro divisões do império grego logo depois da morte de Alexandre, o seu
conquistador.
O animal terrível e
espantoso (v.7). A característica principal desse animal é o fato de não haver nele
nada comparável no mundo animal. Era, de fato, incomparável em força e presença
e representa o Império Romano. No capítulo 2, esse império é representado pelas
pernas de ferro e os pés com mistura de ferro e barro (Dn 2.33,41). O animal se
destaca pela força bruta e dureza típica do ferro, metal que o representa. Na
história mundial, esses quatro impérios foram fortes e tiveram seu final com o
quarto que foi o romano. Entretanto, a profecia sobre esse último império
indica seu ressurgimento no futuro, especialmente no período da Grande
Tribulação.
O FIM DO PODER MUNDIAL
DOS GENTIOS
A forma
política e material do poder gentio. É destacada especialmente nos
dez dedos com barro e ferro (Dn 2.41,42). O fim do poder gentio está marcado
pela divisão. Por isso, a ênfase nos dez dedos dos pés da estátua, o que
caracteriza a fragilidade e força, autocracia e democracia do quarto reino, o
romano, uma confederação simbolizada pelo ferro e o barro. Essa mistura não é
natural porque se constitui de elementos soltos, ainda que juntos. Não há muita
consistência. Ferro e barro se juntam, mas não se misturam.
Outra verdade acerca da forma final
do poder gentio é a indicação de uma ação futura, profética, algo que ainda não
aconteceu (a pedra cortada do monte) marcará o fim desse império, nos dias da
Grande Tribulação (Dn 2.45).
Visão espiritual do
poder dos gentios. No capítulo 2, a forma final do poder dos gentios é demonstrada
pela união de dez reis e seus reinos. Em Daniel 7.7, o destaque é o animal que
aparece com dez chifres sobre a cabeça. Esses chifres indicam, também, a
confederação de dez reis (nações gentílicas) para a formação do quarto grande
reino mundial (Dn 7.24).
O líder que surgirá
do poder gentio (Dn 7.8). Dentre os dez reinos (dez chifres) surgirá o
líder (o chifre pequeno) que se levantará e se manifestará como “o homem da
perdição”, ou “Anticristo”, o qual blasfemará contra o Altíssimo até que lhe
venha o juízo (Dn 7.25). Na verdade, na segunda metade da “semana” predita (Dn
9.27), esse “chifre pequeno”, o Anticristo, assumirá a direção política dos
reinos dos “dez chifres”, (dez dedos da estátua), e infligirá sobre Israel
grande perseguição (Ap 17.12,13).
Sua influência será mundial, pois
conquistará o apoio das nações do mundo inteiro contra Israel. Mas ao final,
esse chifre pequeno será destruído. O poder mundial dos gentios representado na
estátua do capítulo 2, será detonado pela “pedra cortada do monte sem mãos” (Dn
2.34,35; 7.26,27). Tudo isso acontecerá exatamente em três anos e meio, ou
seja, no período de “um tempo (1 ano), dois tempos (2 anos) e metade de um
tempo (meio ano)”. Podem ser, também, o período de 42 meses iguais a 1.260 dias,
conforme o calendário judaico (Dn 9.27; 12.7; Ap 12.14). Todas essas cifras
correspondem a um mesmo período, a Grande Tribulação, que só se findará com a
vinda do Filho do Homem, Jesus Cristo (Dn 7.13,14).
Em 1968 foi fundado em Roma o chamado
Clube de Roma, sendo seus membros desde então, personalidades de gabarito
reconhecidamente mundial, na política, na economia, nas ciências e na educação.
O objetivo fundamental do clube é estudar o futuro da raça humana, considerando
o seu passado e o seu presente, para planejar o seu futuro. Uma das conclusões
a que chegou o clube, há poucos anos, é a de que a humanidade necessita
urgentemente de um governo único e centralizado para resolver seus problemas e
suprir suas necessidades.
Aqui está mais uma indicação da
iminência do surgimento do super-homem de Satanás — a Besta, que presidirá a
confederação de nações que espelhamos na parte anterior. Talvez este homem já
esteja aí, camuflado, aguardando apenas o momento de manifestar-se, o que ele
está impedido de fazer enquanto a Igreja do Senhor permanecer aqui. (Ler 2
Tessalonicenses 2.7,8.) O ‘ministério da iniqüidade’ aí mencionado é o
diabólico princípio oculto da rebelião contra Deus e contra a autoridade
constituída, a qual vem dele. Esta diabólica ação secreta, subterrânea, vem
operando desde o princípio do mundo, porém neste tempo do fim não haverá
restrição para sua total manifestação e operação. O rapto da Igreja ocorrerá
antes dessa manifestação pública do Anticristo. Depois disso o pecado não
conhecerá limites.
O Anticristo será um homem
personificando o Diabo, porém, apresentando-se como se fosse Deus. ‘Este rei
fará segundo a sua vontade, e se levantará e se engrandecerá sobre todo o deus;
e contra o Deus dos deuses; falará coisas incríveis, e será próspero, até que
se cumpra a indignação; porque aquilo que está determinado será feito’ (Dn
11.26). ‘Ninguém de nenhum modo vos engane, porque isto não acontecerá sem que
primeiro venha a apostasia, e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da
perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus, ou objeto
de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se
fosse o próprio Deus’ (2 Ts 2.3,4). (notas,O Calendário da Profecia,Antonio
Gilberto,1998,cpad)
O comentário sobre os versículos 10 e
11 do capítulo 17 no livro seguinte:“Daniel 7.24 diz: ‘dez reis que se
levantarão daquele mesmo reino’. É pois uma forma daquele antigo império. É
claro que não poderá ser o mesmo, porque aquele era regido por um único soberano,
e o futuro sê-lo-á por dez reis com suas dez capitais. Eles formarão uma
confederação de nações durante a Grande Tribulação. Dizemos confederação porque
num pé os dedos são ligados (Dn 2.42). Com a formação desses dez estados estará
pronto o palco para a formação do reino do Anticristo—o oitavo rei (v.11). A
área geográfica desses dez reinos é a mesma do antigo Império Romano, isto é,
parte da Europa, parte da Ásia e parte da África (Ver um mapa do antigo Império
Romano)”
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