O ARREBATAMENTO DA IGREJA
ESCOLAS DE
INTERPRETAÇÃO
Artigo Mauricio Berwald
Existem três escolas distintas de
interpretação a respeito do arrebatamento da Igreja. Elas abrem espaço para entendermos
como e quando ocorrerá esse grandioso evento.
Pós-tribulacionista. Essa escola
interpreta que a Igreja remida por Cristo passará pela Grande Tribulação.
Midi-tríbulacionista. Ensina que a
Igreja entrará no período da Grande Tribulação até a sua metade. Seus
intérpretes se baseiam numa interpretação isolada de Dn 9.27, cujo texto fala
que depois do opressor firmar um concerto com Israel por uma semana, “na metade
da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares”.
Pré-tribulacionista. Podemos
começar entendendo essa escola de interpretação com as palavras de Paulo aos
tessalonicenses, quando escreveu: “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas
para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo”, 1 Ts 5.9. Ensina
que o arrebatamento da Igreja ocorrerá antes que se inicie o período da Grande
Tribulação. É uma interpretação que honra as Sagradas Escrituras e ajusta-se
devidamente à esperança cristã da volta do Senhor nos ares.
DUAS
PALAVRAS GREGAS RELATIVAS AO ARREBATAMENTO.
Encontramos várias palavras no grego
do Novo Testamento relativas ao arrebatamento que podem aclarar nosso
entendimento acerca do arrebatamento. Destacaremos duas palavras principais:
Parousia. Literalmente
quer dizer “presença”, “chegada rápida”, “visita”. É a palavra mais
freqüentemente usada nas Escrituras para descrever o retorno de Cristo, pois
ocorre 24 vezes. Seu sentido é abrangente porque não define apenas a volta de
Cristo até ou sobre as nuvens, mas em outras vezes se refere à Sua volta
pessoal à Terra (1 Co 15.23; 1 Ts 2.19; 1 Ts 4.15; 5.23; 2 Ts 2.1; Tg 5.7,8; 2
Pe 3.4). Portanto, o sentido é geral e não específico. A ênfase maior é dada à
vinda corporal e visível de Cristo.
Epiphanéia. Literalmente
significa “manifestação”, “vir à luz”, “resplandecer” ou “brilhar”. O sentido é
mais específico, porque se refere especialmente à vinda sobre as nuvens. É a
volta pessoal de Cristo à Terra que acontecerá com uma manifestação visível e
gloriosa (2 Ts 2.8; 1 Tm 6.14; 2 Tm 4.6-8). Parousia é abrangente e pode referir-se tanto à vinda de Cristo para a
Igreja como para o mundo. Entretanto, epiphanéia é um termo
que especifica a volta de Cristo à Terra de modo mais direto, porque diz
respeito à Sua manifestação pessoal ao mundo.
A diferença
entre as duas etapas. Referente ao arrebatamento, Cristo virá até ou sobre as nuvens (1
Ts 4.17). Será de modo invisível para a Terra, porque virá para os Seus santos
nos ares. Em relação à manifestação pessoal de Cristo na Terra, Ele virá sobre
as nuvens, de modo visível e com os seus santos (Cl 3.4).
No primeiro evento, Cristo, pelo
poder da Sua Palavra e com voz de arcanjo, arrebatará, num abrir e fechar de
olhos, a Igreja remida pelo Seu sangue (1 Co 15.52). Esse arrebatamento
acontecerá antes que venha o Anticristo e instale o seu domínio sobre a terra
por sete anos.
O segundo evento da volta de Cristo
acontecerá no final dos sete anos da Grande Tribulação, quando Ele irá destruir
o domínio do Anticristo e instalar seu reino de mil anos (Ap 19.11; 20.1-60).
PARTICIPANTES DO ARREBATAMENTO DA IGREJA
O próprio Senhor
Jesus Cristo. Diz a Escritura: “Porque o mesmo Senhor... descerá do céu” (1 Ts
4.16). O apóstolo Paulo dá ênfase ao senhorio de Jesus conquistado no Calvário
quando diz : “o mesmo Senhor”. Os vivos em Cristo e os mortos salvos receberão
a ordem de comando do próprio Senhor Jesus Cristo.
O arcanjo. A tradução do
texto diverge na forma, mas não anula o fato, conforme está escrito: “à voz do
arcanjo” ou “com voz de arcanjo” (1 Ts 4.16). O texto de Daniel indica que o
arcanjo Miguel participará do evento da segunda vinda de Cristo (Dn 12.1), mui
especialmente da epiphanéia, quando Cristo,
rodeado de exércitos celestiais, descerá sobre a Terra, no monte das Oliveiras (Zc
14.3,4; Ap 1.6,7). Porém, no evento do arrebatamento da Igreja, a participação
do arcanjo será efetuada pela voz de comando e chamamento, a qual será ouvida
apenas pelos remidos.
Os mortos em
Cristo. Naquele dia, os mortos e os vivos em Cristo ouvirão a voz de
chamamento da trombeta do Senhor pelo arcanjo, e “num abrir e fechar de olhos”
(1 Co 15.51,52), estarão na presença do Senhor nos ares, com corpos
glorificados. A palavra “mortos” diz respeito aos santos que ressuscitarão com
corpos transformados em corpo espiritual (soma pneumatikon), enquanto que, os
corpos dos ímpios permanecerão em suas sepulturas até o dia do Juízo Final (Ap
20.12). Assim como Cristo ressuscitou corporalmente, também, os crentes salvos
ressuscitarão corporalmente (Lc 24.39; At 7.55,56). Na lição referente à
ressurreição tratamos sobre a natureza dos corpos ressurretos.
Os vivos
preparados. O mesmo poder transformador operado nos corpos dos que morreram no
Senhor atuará nos corpos dos crentes vivos naquele dia. Aos tessalonicenses,
Paulo declarou: “depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados” (1 Ts
4.17); e aos coríntios, também, disse: “nem todos dormiremos, mas todos seremos
transformados” (1 Co 15.51). Quase que simultaneamente à ressurreição dos
mortos em Cristo naquele momento, os vivos em Cristo também ouvirão a voz do
arcanjo, e num tempo incontável, serão transformados e arrebatados ao encontro
do Senhor nos ares. Os corpos mortais serão revestidos de imortalidade, porque
nada terreno ou mortal poderá entrar na presença de Deus. Será o poder do
espírito sobre a matéria, do incorruptível sobre o corruptível (1 Co 15.53,54).
O arrebatamento dos vivos implica livrá-los do período terrível da Grande
Tribulação.
ELEMENTOS
ESPECIAIS DO ARREBATAMENTO
Alguns elementos especiais e
misteriosos indicam a natureza e procedimento do arrebatamento da Igreja na
vinda do Senhor.
. Surpresa. Esse elemento
é rejeitado por alguns grupos que entendem que não haverá dois eventos
distintos: o arrebatamento da Igreja e a vinda pessoal de Cristo. Ora, o que a
Bíblia nos ensina é que, a Igreja, constituída pelos mortos e vivos em Cristo,
se encontrará nas nuvens com o Senhor. Se por alguns a idéia da surpresa é
rejeitada, uma grande maioria cristã prefere o que declara as Escrituras que
destacam o elemento surpresa (Tt 2.13; Mt 24.35,36,42-44; 25.13). Esse elemento
é fundamental porque a Igreja vive na esperança da vinda do Senhor.
Invisibilidade
(1 Ts 4.17). Por que será um evento invisível e para quem? Será invisível para
o mundo material porque os arrebatados serão constituídos somente dos
transformados. A transformação será tão rápida, que nenhum instrumento
cronológico terá condição de perceber ou marcar o tempo. Quando o crente
conquistar esse corpo imaterial, a matéria perderá totalmente sua força (1 Co
15.43,44,49,51,53).
Imaterialidade
(1 Co 15.42, 52,53). Na verdade, a transformação que ocorrerá na vinda do Senhor será
extraordinária e gloriosa, pois o que é material se revestirá do imaterial, o
corruptível do incorruptível. Todas as limitações da matéria em nossos corpos
serão anuladas completamente, pois, literalmente, nossos corpos serão
revestidos de espiritualidade.
Velocidade (1
Co 15.52). Para tentar explicar a velocidade do evento, Paulo usou o termo
grego átomos, que aparece no
texto sagrado pela expressão “num momento”, cujo sentido literal é indivisível
(quanto ao tempo, aqui). A palavra átomos era usada
para denotar “algo impossível de ser cortado ou dividido”. Também encontramos
outras expressões bíblicas para denotar velocidade, tais como “abrir e fechar
de olhos”, ou “o piscar de olhos”. Mesmo em época avançada e de velocidade da
cibernética e da tecnologia, nada poderá contar e detectar o momento do milagre
do arrebatamento da Igreja.
fonte lições CPAD
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