Luteranismo
Artigo Mauricio Berwald
Fonte Wikipédia
O luteranismo é um dos principais ramos do cristianismo ocidental, que
tem por base a teologia de Martinho Lutero, um frade católico, reformador e
teólogo alemão.[1] Surge a partir dos esforços de Lutero em reformar a doutrina
e prática da Igreja Católica Apostólica Romana, até então a única Igreja
existente no ocidente, o que originou a Reforma Protestante. Esta teve como
principal base a publicação das 95 Teses, que foram divulgadas nos territórios
de língua alemã do Sacro Império Romano para propagandear os maiores princípios
da Reforma, contrariando as autoridades governamentais e eclesiásticas da
época.
A divisão entre os católicos romanos e os luteranos aconteceu em 1521,
com a Dieta de Worms, onde Lutero e todos seus seguidores foram oficialmente
excomungados pela Igreja Católica. A divisão tinha por base a doutrina da
justificação, sendo que Lutero advocava-a através do princípio de que "a
salvação vem somente pela graça, somente pela fé e somente por Cristo", contrariando
o ponto de vista romano, que se baseava em uma "salvação pelo amor e pelas
boas obras".
Ao contrário de outras igrejas "cristãs" que surgiram por meio
da Reforma, como o calvinismo, o luteranismo mantém muitas práticas litúrgicas
e ensinamentos sacramentais do período pré-Reforma, com uma ênfase particular
na eucaristia, ou "Santa Ceia". Os principais pontos em que o
luteranismo difere das outras igrejas cristãs são o propósito da Lei de Deus, a
vocação eficaz, a perseverança dos santos e a predestinação.
Hoje, o Luteranismo é uma das maiores denominações do Protestantismo. Com
aproximadamente 80 milhões de seguidores, constitui o terceiro maior grupo
protestante, depois dos pentecostais históricos (que reúne igrejas como as
Assembléias de Deus) e dos Anglicanos.
Etimologia
O nome "luterano" surgiu como um termo pejorativo empregado por
João Maier contra Martinho Lutero durante o Debate de Leipzig de julho de
1519.[3] Eck e outros católicos romanos seguiram a prática tradicional de
nomear uma heresia utilizando o nome de seu líder, assim rotulando a todos que
se identificavam com a teologia de Lutero como "luteranos".
Martinho Lutero, em todas suas convenções, sempre preferiu não utilizar o
termo "Luterano", preferendo em qualquer ocasião referir o movimento
da reforma como "Evangélico", o qual deriva da palavra em grego
euangelion, que em português significa "boas novas",
"evangelho", i.e. "Gospel".[3] Os próprios luteranos
começaram a utilizar o termo na metade do século XVI para assim distinguir-se
dos outros grupos que foram formados na Reforma, como os calvinistas e os
anglicanos. Em 1597, os próprios teólogos de Wittenberg definiram-se a si
próprios como "luteranos", tornando assim o termo tradicional e usado
em todo o mundo até os dias de hoje.
Luteranismo
Martinho Lutero, um católico romano fervoroso, decidiu entrar para o
claustro num mosteiro Agostiniano, sendo ordenado padre em 1507. Segundo alguns
historiadores, isto ocorreu devido a um acontecimento sobrenatural, no qual ele
sobreviveu a uma tempestade na estrada, após ter dito: "Ajuda-me Santa
Ana! E tornar-me-ei monge!".
No mosteiro, Lutero vivia em angústias e desespero por dúvidas que tinha
sobre seus méritos espirituais. Quanto mais refletia, tanto mais cresciam suas
dúvidas e incertezas. Não possuía, por isso, paz de alma e via Deus como um
severo juiz pronto a castigar os pecadores.
Lutero tornou-se Doutor em Teologia e passou a lecionar na Universidade
de Wittenberg. Sendo um dos privilegiados a ter acesso a uma Bíblia, Lutero
desenvolveu nova visão teológica lendo as palavras de Romanos 1.17: "mas o
justo viverá pela fé".[5] Ele dizia que o perdão e a vida eterna não são
conquistados por nós mediante as obras, mas nos são dados gratuitamente
mediante a fé em Jesus Cristo, o que Lutero afirmou com base na Epístola aos
Efésios, capítulo 2, versículos 8 e 9: "Porque pela graça sois salvos, por
meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que
ninguém se glorie.".
Em 1517, na Alemanha, o professor e monge Martinho Lutero fixou à porta
da Catedral de Wittenberg 95 teses criticando a atuação do papa e do alto
clero. Elas se propagaram rapidamente, mesmo com a intervenção da Igreja.
Lutero foi apoiado por parte da população e pela nobreza que, desejosa de
conquistar novas terras sob domínio de Roma (na região da atual Alemanha), o
protegeram da perseguição do papa, poupando-o da fogueira, mas não da
excomunhão.
Alguns exemplos dessas teses:
"Tese 27: Pregam a doutrina humana os que dizem que, tão logo seja
ouvido o tilintar da moeda lançada na caixa, a alma sairá voando."
"Tese 32: Serão condenados em eternidade, juntamente com seus
mestres, aqueles que se julgam seguros de sua salvação através de cartas de
indulgência."
"Tese 86: Por que o papa, cuja fortuna é hoje maior que a dos mais
ricos crassos, não constrói com seu próprio dinheiro ao menos a Basílica de São
Pedro, em vez de fazê-lo com o dinheiro dos pobres fiéis?"
Lutero, então, passou a participar de vários debates teológicos com
autoridades civis e eclesiásticas que tentavam fazê-lo abrir mão de suas ideias
e retratar-se de críticas à Igreja e ao papa. Em 1520, Lutero foi excomungado
pelo papa e, no mesmo ano, queimou a bula de excomunhão em praça pública,
rompendo assim com a Igreja Católica da época. Em 1530, surgiu a Confissão de
Augsburgo que foi escrita por Lutero e Filipe Melanchthon, um fiel companheiro
seu. Este documento trazia um resumo dos ensinos luteranos.
Uma das principais preocupações de Lutero era que todas as pessoas
pudessem ler o livro no qual os ensinamentos da Igreja Católica estariam
escritos e assim poderem tirar suas próprias conclusões. Por isto Lutero
traduziu a Bíblia para o alemão para que todos pudessem lê-la em sua própria
língua. Alguns anos mais tarde, a bíblia foi traduzida para o inglês, francês e
espanhol as pessoas passaram a ler a Bíblia e terem suas próprias conclusões.
Aos poucos a Igreja Católica foi perdendo poder e influência. Depois de Lutero,
a Igreja Católica nunca mais conseguiu exercer o forte domínio sobre a Europa
como tinha antes da Reforma Protestante.
As Confissões Luteranas
As Confissões Luteranas podem também ser consideradas como estandarte, em
torno do qual os luteranos cerram fileiras em defesa de suas visões
doutrinárias da Escritura sagrada contra o erro, ou podem ser consideradas como
uma bandeira, à qual os mestres da igreja prestam juramento de fidelidade. Cada
membro da Igreja Luterana deve subscrever não apenas a Bíblia, mas também as
confissões como exposição correta das doutrina bíblicas. Para o leigo isto significa,
ao menos, o Catecismo de Lutero; para o pastor e professor significam todas as
confissões adotadas pela Igreja Luterana.
Em suas constituições, os grupos luteranos – congregações, bem como
sínodos – geralmente definem sua posição doutrinária mais ou menos nestas
palavras: "Confessamos que os livros canônicos do Antigo e do Novo
Testamento são a palavra de Deus inspirada e, portanto, a única regra de fé e
vida, e que as confissões da Igreja Luterana são uma exposição correta das
doutrinas desta palavra". Por que esta firme insistência, como resumido
nas confissões luteranas? Porque para luteranos não pode haver nada mais
importante do que as doutrinas expostas conforme sua interpretação da Bíblia.
Em vista do precedente, segundo sua interpretação, o termo
"igreja" jamais deveria ser empregado para definir um grupo religioso
que não pertence ao Senhor como seu corpo (Ef. 1.22,23). Uma seita que, de
acordo com sua visão, nega a divindade de Jesus, como a dos unitaristas não
deveria ser chamada igreja.
Escreve Lutero nos Artigos de Esmalcalde: "Graças a Deus, (hoje) uma
criança de sete anos de idade sabe o que é a igreja, a saber, os santos crentes
e cordeiros que escutam a voz do seu Pastor" (parte III, art. XII, cf.
Livro de Concórdia, p. 338). Em seu Catecismo Maior, ele apresenta essa
definição clássica: "Eu creio que há sobre a terra um pequeno grupo santo
e congregação de santos puros sob uma cabeça, Cristo, chamados pelo Espírito
Santo para uma fé, uma mente e uma compreensão, com dons multiformes,
entretanto concordando em amor, sem seitas nem cismas. Também faço parte do
mesmo, sendo participante e co-proprietário de todos os bens que possui,
trazido a ele e incorporado nele pelo Espírito Santo pelo ouvir e pelo
continuar a ouvir a palavra de Deus, que é o processo de iniciação nele. Pois,
anteriormente, antes de termos alcançado isto, pertencíamos ao diabo, nada
sabendo de Deus e de Cristo. Assim, até o último dia, o Espírito Santo
permanece com a santa congregação, ou cristandade, por intermédio da qual ele
nos traz a Cristo, e é ela que o Espírito Santo utiliza para nos ensinar a
pregar a palavra; pela igreja ele age e promove a santificação, fazendo-a
crescer diariamente e fortalecendo-a na fé e nos frutos que ele faz
produzir". (O Credo. Art. III, cf. Livro de Concórdia, p. 454).
A Confissão de Ausburgo
A Confissão de Ausburgo é o documento que Filipe Melanchton escreveu e
que foi apresentado, como sendo o testemunho luterano, ao imperador Carlos V e
à Dieta do Santo Império Romano, a 25 de junho de 1530. Compõe-se de vinte e
oito artigos. Destes, os primeiros vinte e um apresentam a doutrina luterana e
sintetizam os ensinamentos de Lutero. Eles tentam provar que os luteranos não
estavam ensinando novas doutrinas, contrárias às Escrituras Sagradas, e que não
constituíram uma nova seita religiosa. Os artigos XXI a XXVIII pretendem tratar
dos abusos medievais que os luteranos tinham corrigido.
Sua leitura angariou prosélitos importantes. O bispo Stadion de Ausburgo
teria afirmado: "O que foi lido é a pura verdade, e nós não podemos
negá-lo". Quando João Eck, um dos mais ativos adversários de Lutero,
supostamente disse ao duque Guilherme da Baviera que ele era capaz de refutar a
Confissão de Ausburgo com os pais eclesiásticos, mas não com as Sagradas
Escrituras, Guilherme teria respondido: "Assim, pois, ouço que os
luteranos estão com a Escritura e nós, que seguimos o pontífice, fora
dela".
Os credos ecumênicos
Em resposta à acusação de que a Igreja Luterana se desviou da antiga fé
da Igreja Cristã e era, por isso, uma nova seita, os pais luteranos
oficialmente declararam sua concordância total com os credos ecumênicos. No
prefácio da Fórmula de Concórdia declararam: "E porque imediatamente
depois do tempo dos apóstolos e mesmo enquanto eles ainda viviam, falsos
mestres e hereges se levantaram, símbolos, isto é, confissões breves e
concisas, foram compostos contra eles na igreja primitiva, que foram
considerados como a unânime, universal fé cristã e a confissão da Igreja
Ortodoxa e verdadeira, a saber, o Credo Apostólico, o Credo Niceno, e o Credo
Atanasiano; juramos fidelidade a eles, e deste modo rejeitamos todas as
heresias e doutrinas, que, contrárias a eles, têm sido introduzidas na igreja
de Deus".
A primeira confissão da fé cristã foi o Credo Apostólico. Divergências
posteriores levaram à formulação do Credo Niceno (325) e do Credo Atanasiano
(451). Essas três confissões são conhecidas como credos ecumênicos ou
universais.
Contudo, com o passar dos tempos, segundo a visão luterana, a Igreja foi
se desviando da verdade bíblica. Vozes que clamavam contra o erro foram
silenciadas. Martinho Lutero, monge agostiniano, doutor em Teologia e professor
da Bíblia na Universidade de Wittemberg, Alemanha, postulou que a igreja estava
desviada da verdade bíblica. A Igreja Luterana vê em Lutero um instrumento de
Deus para reconduzir a igreja às verdades bíblicas e considera ainda que Deus
preparou outros homens fiéis que participaram da causa da Reforma.
Os seguintes documentos formam as Confissões Luteranas:
Catecismo Menor (1529), um resumo de interpretações bíblicas, escritas
para o povo[8] .
O Catecismo Maior (1529), as mesmas interpretações detalhadamente
explicadas para adultos.
A Confissão de Augsburgo (1530), a principal confissão luterana.
A Apologia (1531), uma defesa da Confissão de Augsburgo.
Os Artigos de Esmalcalde (1537) reafirmam os ensinos da Confissão de
Augsburgo e expõem, com mais profundidade, a doutrina da Ceia do Senhor,
segundo a visão luterana.
A Fórmula de Concórdia (1577), que define o pecado original, a
impossibilidade de o homem salvar-se por suas próprias forças e a pessoa e obra
de Cristo.
As confissões foram reunidas no Livro de Concórdia, em 1580, que é aceite
hoje por muitas igrejas luteranas no mundo. Essas igrejas afirmam: " Aceitamos
todos os livros canônicos das Escrituras Sagradas do Antigo e Novo Testamentos,
como palavra infalível de Deus e, como exposição correta da Escritura Sagrada,
aceitamos os livros simbólicos reunidos no Livro de Concórdia." A
Escritura ou Bíblia Sagrada é a única norma na igreja para doutrina e praxe.
Luteranismo mundial
Atualmente, a Igreja Luterana está presente em todos os continentes
habitados, congregando milhões de pessoas. De acordo com a Federação Luterana
Mundial (LWF), o número total de luteranos, incluindo os não membros da LWF, é
de aproximadamente 75 milhões.
Segundo alguns dados levantados no período de 2011-2013, o número de
luteranos ultrapassa a marca dos 80 000 000.
Hoje, mundo afora, existem cerca de 250 ramos luteranos, entre estes,
mais de 160 igrejas estão filiadas a (LWF) Federação Luterana Mundial e mais 50
fazem parte do (ILC) Concílio Luterano Internacional. As demais igrejas
luteranas estão na sua maioria filiadas à Conferência Luterana Confessional e
várias outras se intitulam Comunidades Luteranas Independentes.
As maiores igrejas de cunho luterano atualmente são as igrejas da Suécia
(6,4 milhões); Tanzânia (6,2 milhões); e Etiópia (6,1 milhões).
Recentemente, os luteranos veem um singelo crescimento no número de
seguidores ao redor do mundo. A Igreja Luterana na América do Norte, América
Latina, Caribe e Europa vem experimentando uma redução no número de membros, no
entanto vem apresentando um grande crescimento no continente asiático e africano.
O luteranismo é o maior grupo religioso na Dinamarca, nas Ilhas Faroé, na
Gronelândia, na Islândia, na Noruega, na Suécia, na Finlândia, na Estônia, na
Letônia, na Namíbia, e em alguns estados no norte do EUA.
O luteranismo ainda é o maior grupo cristão protestante da Alemanha (20%
da população), da Lituânia, da Polônia, da Áustria, da Eslováquia, da
Eslovênia, da Croácia, da Sérvia, do Cazaquistão, do Tajiquistão, de Papua Nova
Guiné, do norte de Sumatra na Indonésia, e da Tanzânia.
Embora a Namíbia seja o único país fora da Europa a ter uma maioria
luterana, há número considerável de luteranos em outros países africanos como
Nigéria, República Centro Africana, Chade, Quênia, Malawi, Congo, Camarões,
Etiópia, Zimbabwe e Madagáscar, nações onde a população luterana ultrapassa dos
100 000.
Além destes, os seguintes países também têm considerável população
luterana: Holanda, Canadá, Reino Unido, França, República Checa, Hungria,
Eslováquia, Brasil, Malásia, Índia, Indonésia, África do Sul e os Estados
Unidos
O luteranismo é a religião oficial do Estado na Noruega, Islândia,
Dinamarca, Groenlândia e nas Ilhas Faroé. A Finlândia tem a sua igreja luterana
estabelecida como igreja nacional. Da mesma forma, a Suécia também tem sua
igreja nacional, que era a religião oficial do Estado até o ano de 2000. A
igreja da Suécia ainda não é inteiramente livre, seu status como "Igreja
Evangélica Luterana" ainda é regida pela lei civil. Mas, desde 2000,
nomeia seus próprios bispos, etc.
A distribuição dos luteranos hoje se encontra da seguinte forma: Europa:
37 milhões; África: 22 milhões; Ásia: 11 milhões; América: 10 milhões.
Os países com o maior número de luteranos hoje são: 1º) Alemanha: 13,0
milhões; 2º) Estados Unidos: 7,9 milhões; 3º) Suécia: 6,4 milhões; 4º)
Tanzânia: 6,1 milhões; 5º) Etiópia: 6,1 milhões; 6º) Indonésia: 6,0 milhões;
7º) Finlândia: 4,4 milhões; 8º) Dinamarca: 4,2 milhões; 9º) Madagascar: 4,0
milhões; 10º) Noruega: 3,9 milhões;
No Brasil
Templo da Igreja Evangélica Luterana do Brasil em Schroeder, Santa
Catarina.
Com o princípio de difundir a teologia do luteranismo pelo mundo, uma
esquadra saiu da Alemanha ao rumo do Brasil poucos anos; o primeiro indício da
propagação da crença luterana no Brasil aconteceu em 1532, com a chegada de
Heliodoro Heoboano, que era filho de Helius Eobano Hesse, amigo de Lutero, no
porto de São Vicente, São Paulo.[9] No entanto, Heliodoro estava à bordo da
esquadra do Governador da Índia Martim Afonso de Sousa, sendo que rapidamente
teve que retornar para o seu país de origem, e o luteranismo no Brasil ficou
esquecido por cerca de três séculos.[10] O mártir Hans Staden, que ficou
conhecido por ter sido aprisionado pelos índios, cantou vários hinos de Lutero,
bem como deu ordens para erigir a primeira capela evangélica no Brasil neste meio-tempo,
na cidade de Ubatuba, São Paulo.
A primeira congregação luterana fundada oficialmente no Brasil foi
estabilizada apenas no dia 3 de maio de 1824, na cidade de Nova Friburgo, Rio
de Janeiro, tendo o Reverendo Friedrich Osvald Sauerbronn sido o primeiro
pastor luterano em terras brasileiras.[10] Isto só foi possível pela
organização dos fluxos europeus feita por Dom Pedro I, que impulsionou a
imigração alemã no Brasil e a expansão por todo o país.[10] No mesmo ano, em 25
de julho, uma segunda leva de imigrantes desembarcou em São Leopoldo, Rio
Grande do Sul, juntamente com o Reverendo Georg Ehlers. Em virtude destas
viagens, o governo brasileiro da época contribuiu com a contratação e
assistência de pastores.]
Igreja da IECLB em Carambeí
Com esta difusão, foram formadas duas principais denominações de Igreja
no país.[14] [15] A Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB),
é a que corresponde ao maior número de membros, e se formou a partir da vinda
de membros da Alemanha que não se conformaram com a decisão da Prússia unificar
os luteranos com os reformados sob o comando do Estado e imigraram para o
Brasil. No mesmo período, foi formada também a Igreja Evangélica Luterana do
Brasil (IELB), proveniente de missões de norte-americanos a partir do início do
século XX.] Além disso, outras denominações independentes foram criadas ao
longo dos anos, com o número de membros abaixo de cem mil. No que corresponde a
teologia, a IECLB e a IELB apresentam a mesma fé, baseada na reforma
apresentada por Lutero, porém diferenças históricas fazem com que haja alguma
divergência entre os membros de ambas as congregações. Sobre o assunto, o Dr.
Joachim Fischer comentou: "O âmbito da IECLB passou-se da indefinição ou
diversidade confessional para a confessionalidade luterana. A IELB, por sua
vez, deixou de lado a polêmica contra o unionismo da IECLB. Ambas as igrejas
passaram da polêmica e da rivalidade para a colaboração e fraternidade".Distribuição
de luteranos no Brasil.
O desenvolvimento do luteranismo no Brasil se intensificou na Região Sul,
além do estabelecimento de pequenas capelas nos quatro estados da Região
Sudeste. Na Região Norte, o luteranismo é mais forte no estado de Rondônia,
onde foi apresentado em 23 de julho de 1970 pelo Pastor Joachim Maruhn. Atualmente, estima-se que exista entre 1 e 1,5 milhões de luteranos no Brasil,
conforme aponta distribuição na tabela ao lado.
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