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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Dons do Espirito Santo (5)

                         


     
             RESPONSABILIDADE QUANTO AOS DONS (5)

                                                     Artigo Mauricio Berwald


1. Conhecer os dons. “Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes” (1 Co 12.1).
2. Buscar os dons. “Procurai com zelo os melhores dons” (1 Co 12.31).
3. Zelar pelos dons. “Procurai com zelo os dons espirituais” (1 Co 14.1).
4. Ser abundante nos dons. “Procurai sobejar neles, para a edificação da igreja” (1 Co 14.12).
5. Ter autodisciplina nos dons. “E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas” (1 Co 14.32).
6. Ter decência e ordem no exercício dos dons. “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem” (1 Co 14.40).
Poder, sinais, curas, libertação e maravilhas devem caracterizar um genuíno avivamento pleno de renovação espiritual e pentecostal. No entanto, deve ser livre de escândalos, engano, falsificação, mas dentro da decência e da ordem que a Palavra de Deus preceitua (1 Co 14.26-40).


                               “Propósito dos Dons Espirituais: Fortalecer a Igreja.


Visto ser o propósito dos dons espirituais fortalecer a Igreja, as curas, os milagres, as línguas e a profecia não se confinam aos apóstolos, ou a umas poucas pessoas do primeiro século da era cristã. Antes, esses dons foram largamente distribuídos no seio da Igreja. Como já disse, o dom de profecia encontrava-se na igreja em Roma (Rm 12.6), Corinto (1 Co 12.10), Éfeso (Ef 4.11), Tessalônica (1 Ts 5.20) e Antioquia (At 13.1). O Novo Testamento também cita alguns indivíduos não-apóstolos, mas que eram chamados profetas ou exerciam dons de revelação: Ágabo (At 11.28; 21.10,11), Judas e Silas (At 15.32), as quatro filhas de Filipe, que profetizavam (At 21.9), e Ananias (At 9.10-19). Milagres eram operados em Corinto (1 Co 12.20) e nas igrejas da Galácia (Gl 3.5). Havia dom de línguas em Jerusalém (At 2.1-13), em Cesaréia, entre os convertidos gentios (At 10.44-48), em Éfeso (At 19.1-7), em Samaria (At 8.14-25) e em Corinto (1 Co 12-14).


O propósito de fortalecer a Igreja é particularmente verdadeiro quanto ao dom da profecia. Paulo mantém que ‘o que profetiza, fala aos homens, edificando, exortando e consolando’ (1 Co 14.3). E, novamente: ‘O que profetiza edifica a igreja’ (1 Co 14.4). Visto ser a edificação o propósito primário dos dons espirituais, como poderia alguém concluir que foram retirados da Igreja? Se esses dons edificaram a Igreja no primeiro século, por que não a edificariam no século XX? As próprias declarações da Bíblia forçam-nos a crer na sua continuidade”.

(notas DEERE, J. Surpreendido pelo poder do Espírito. RJ: CPAD, 1995, p.135.)



                                            FIDELIDADE NO USO DOS DONS


“Rogo-vos”. Este termo no original significa, “eu os exorto” (12.1), isto é, “os encorajo ou admoesto”. O apelo à “compaixão de Deus” conforma-se ao caráter litúrgico da passagem. Os versículos 1 e 2 apresentam termos que lembram os sacrifícios do Antigo Testamento: “apresentar” (o altar), “sacrifício” (a vítima), “culto” (o serviço), “perfeito” (a qualidade). No entanto, diferencia-se deste em razão de ser vivo e racional — dois elementos não encontrados no animal utilizado no sacrifício na Antiga Aliança. O “culto racional” é aquele que procede da plena consciência de que, uma vez livres do pecado pela graça, devemos nos oferecer voluntariamente como sacrifício espiritual, santo e agradável a Deus como demonstração da operação da graça divina em nossas vidas. O crente é chamado para ser “conforme” à imagem de Cristo (Rm 8.29), portanto, não pode se “conformar” ou seguir o modelo do mundo (v.2). Pelo contrário, viver a vida cristã renovada segundo a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Esta nova vida requer o uso diligente dos dons espirituais concedidos aos crentes.
Todo serviço no Reino de Deus deve ser feito à base de verdadeira fé. É o Senhor que habilita o crente, mediante dotação especial, a realizar sua obra da melhor maneira possível. É dele que provém toda a ciência, capacidade e dons ministeriais e espirituais. Por isso, não podemos fazer a obra de Deus com espírito de competição. O único objetivo do nosso labor deve ser o desenvolvimento e o bem-estar do corpo de Cristo.


                                       UM APELO À CONSAGRAÇÃO PESSOAL

Antes de tratar de alguns dons especiais concedidos pelo Espírito Santo, e de falar sobre o corpo de Cristo, o apóstolo Paulo rogou aos irmãos de Roma que consagrassem suas vidas a Deus, a fim de conhecerem, por experiência, a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Segundo o apóstolo, esta é a única forma de sermos o que Ele quer que sejamos e de fazermos o que deseja que façamos. É justamente esta entrega total como “sacrifício vivo”, este ato de adoração incondicional, que torna o cristão capaz de ser usado plenamente por Deus.
 Um apelo à consagração. “Rogo-vos, pois, irmãos” (v.1). Rogar é suplicar, apelar com intenso desejo de alcançar alguma coisa. Paulo rogou aos crentes de Roma, em nome da compaixão divina, que apresentassem seus corpos em “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”, isto é, que se separassem completamente das coisas mundanas e se dedicassem integralmente a Deus e ao seu serviço.
Nesta passagem, Paulo faz-nos um apelo à consagração total. E esta consagração envolve dois atos distintos: o de Deus e o nosso. O nosso é apresentar-nos; o de Deus é tornar-nos capazes de pôr em prática a sua vontade.
 Um apelo à humildade. Ao realizarmos a obra de Deus, não devemos fazê-lo por nossa própria sabedoria, mas conforme a medida da fé que é concedida por Deus. Paulo exorta os irmãos romanos a não terem de si mesmos um conceito acima do que se deve. Consideremos, pois, as verdades abaixo:
a) Há sempre a tentação da superestimação da própria importância. É bom notar que Paulo dirigia-se a uma comunidade que estava em Cristo.
b) Não se deve esquecer de que Deus concedeu a cada crente uma certa “medida” de fé. Não devemos nos estribar no próprio conhecimento, mas, com temperança buscar somente o que convém.
c) Somente os que discernem a vontade de Deus e se rendem integralmente a Ele conseguem identificar sua real posição no corpo de Cristo.
d) É imprescindível ao cristão ter uma idéia correta de si mesmo para integrar-se perfeitamente ao corpo de Cristo.


                                A IGREJA COMO O CORPO DE CRISTO

O apóstolo Paulo utilizou-se da figura do corpo humano para demonstrar a função de cada membro do corpo de Cristo na administração dos dons.
 Um só corpo em Cristo. Cada membro tem sua função, específica a desempenhar e, contudo, num corpo sadio, todas as partes funcionam harmoniosa e independentemente para o bem do todo, assim deve ser na igreja (Ef 1.22,23).
A união de cada membro tem de ser justa e perfeita (1 Co 12.12). Não pode haver desunião nem diferenças entre os irmãos, pois Deus colocou “cada um deles como quis”. Quando um membro sofre, todos padecem com ele! (1 Co 12.25,26).
O valor de cada membro é medido pela contribuição que dá ao bom funcionamento do corpo inteiro (1 Co 12.21-23). Qualquer atividade dentro da igreja só terá valor se estiver relacionada com o todo. O trabalho do corpo como um todo é o que importa!
 Diferentes membros, diferentes funções. Somos diversos membros com distintas funções no corpo. Sendo Deus quem confere dons especiais aos crentes (1 Co 12.4-11), cada qual deverá exercer seu trabalho com o único objetivo de enaltecer a Cristo, que é a cabeça do corpo, e não a si mesmo.
Portanto, se somos mãos, pés, ouvidos, boca, etc, Cristo realiza sua obra através de nós. Para isso fomos comissionados. Aleluia! (Mt 28.19,20).


                                                       O USO DOS DONS

O apóstolo Paulo não teve a finalidade de listar ou classificar os dons. Ele apenas preocupou-se com o uso destes, entre muitos outros, que podem trazer conforto, unidade e crescimento para a igreja.
 Profecia. A profecia é um dos dons verbais colocados à disposição dos santos com o propósito de exortar, edificar e consolar a igreja. Ela é concedida ao crente pelo Espírito Santo, de forma direta e imediata, a fim de trazer à luz a verdade divina. Este dom deve ser exercido segundo a medida da fé (v.6); isto é: o poder espiritual dado a cada crente para o desempenho de sua responsabilidade específica. Há dois pontos que devem ser considerados:
a) O crente que profetiza tem de saber perfeitamente quando está indo além do que lhe foi dado, e deve estar consciente de sua responsabilidade de entregar somente o que Deus lhe autorizou. É necessário que o servo de Deus esteja totalmente sob o controle do Espírito de Deus.
b) O crente que profetiza tem de saber que toda a profecia deve ser julgada, provada (1 Co 14.29; 1 Ts 5.19-21) Toda verdade concedida pelo Espírito Santo é coerente e não se contradiz. Sendo assim, qualquer profecia, para ser aceita, deve ser submetida ao padrão estabelecido pela Profecia Escrita, a Palavra de Deus (Gl 1.8; 1 Jo 2.20,27; 4.1-3).
 Serviço. É a disposição, ou capacidade, concedida por Deus, para o crente servir e prestar assistência prática aos membros e aos líderes da igreja. Este dom se manifesta em toda forma de ajuda que os cristãos possam prestar uns aos outros, em nome de Jesus. Os que possuem este dom têm prazer em ministrar aos santos as coisas materiais que lhes são necessárias. O dom do serviço, como qualquer outro, é essencial para o bom funcionamento do corpo de Cristo. Quem o tem deve exercê-lo empregando toda a sua energia, no temor do Senhor.
 Ensino. Diferente da profecia, que é de inspiração direta e imediata (1 Co 14.30), o ensino é resultado da preparação do mestre. Ele é exortado a estudar, a ler, a meditar na Palavra de Deus (1 Tm 4.14-16). Quem ensina recebe de Deus uma capacidade especial para expor e esclarecer as Escrituras com poder e eficiência, a fim de edificar o corpo de Cristo.
 Exortação. Há uma diferença fundamental entre exortar e ensinar. O ensino tem por objetivo transmitir o conhecimento, lidar com o intelecto, a mente. A exortação toca no coração e atinge a consciência e a vontade de quem está sendo exortado, de modo que a sua fé é estimulada. O crente passa a ter um maior compromisso com o Reino de Deus. Na exortação, as verdades ensinadas são aplicadas imediatamente à vida cristã. Quem tem o dom de exortar não é necessariamente um mestre, embora possa sê-lo (At 11.23).
 Repartir. Há pessoas especialmente capacitadas por Deus para dar, repartir com os que não têm. Estas devem fazê-lo com simplicidade, lembrando-se das palavras do Mestre: “não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita” (Mt 6.1-4).
 Governo. É o dom de exercer governo ou presidir, de alguma forma, na Igreja. É a tarefa de cuidar do povo e dos bens do Reino (Hb 13.7; 1 Tm 5.17; 1 Ts 5.12,13). Aos que têm este dom, o apóstolo Pedro diz: “apascentai com cuidado, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto, nem como tendo domínio sobre o rebanho de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho” (1 Pe 5.2-4).
 Misericórdia. É o dom de ministrar e prestar ajuda aos necessitados e aflitos. Este dom deve ser posto em prática com todo o coração, bom ânimo e entusiasmo. Aquele que tem este dom comunica todo o amor divino aos angustiados.
Os dons individuais (12.6-8).Antes de examinar os dons individualmente, devemos enfatizar que para cada dom o ponto é o mesmo: Se você tem um, use-o. E por isso que a lista de dons é incompleta — de fato, nenhuma lista de dons feita por Paulo é exaustiva (1 Co 12.8-10,28; Ef 4.11). Embora a passagem diante de nós apresente algumas explicações sobre como esses dons devem ser usados, o propósito primário de Paulo é motivação, não instrução. Isso não é incomum. Paulo não define os vários dons em nenhuma das passagens onde ele os alista. Ele presume um entendimento comum por parte da audiência sobre a natureza desses dons, os quais eles teriam recebido por ensino e por observância dos dons em ação. A exceção — isto é, a extensa discussão sobre a natureza de profecia e línguas em 1 Coríntios 14 — não é uma tentativa de apresentar e definir esses dois dons, mas corrigir a percepção dos coríntios e o uso destes.
A lista de sete dons está dividida em duas partes pela estrutura gramatical da passagem que muda abruptamente com o quarto dom. Para cada um dos primeiros três dons, a frase na qual eles aparecem começa com ‘se’; os últimos quatro começam com ‘o que’” 

(notas Van Johnson. Romanos. In ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. Comentário Bíblico Pentecostal. RJ: CPAD, 2003, pp.893-4).



Os dons ministeriais 

Muitos dizem que os dons ministeriais de Efésios 4.11 cessaram, mas o versículo catorze desse mesmo capítulo diz que eles existem "até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo", e isso ainda não ocorreu.

Sobre o assunto, duas coisas básicas devem ser ditas de antemão. A primeira é que é Deus quem concede os dons ministeriais (Ef 4.11; Nm 18.7). A segunda é que é o dom ministerial recebido de Deus que determina o ministério ou o ofício do ministro. Em 1 Timóteo 4.14 e 2 Timóteo 1.6, vemos o dom ministerial. Em 2 Timóteo 4.5, o ministério resultante do dom. Os dons e seus ministérios podem ser vistos em 1 Coríntios 12.8-10, 27-30.
Esses dois pontos básicos acerca do ministério podem ser vistos em Atos 13.1-4. No primeiro versículo, vemos que os candidatos à ordenação já tinham o dom ministerial concedido por Deus: "E na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé e Simeão, chamado Níger, e Lúcio cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes o tetrarca, e Saulo". Nos dois versículos seguintes, vemos que foi a igreja, sob a orientação do Espírito Santo, que ordenou esses irmãos para exercerem o ministério: "E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram". No versículo quatro, fica claro que foi o Espírito Santo que os enviou: "E assim estes, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre".
A igreja ordena o obreiro como ministro do Evangelho, e não como apóstolo, profeta, evangelista, pastor ou mestre. Esses são ministérios dados por Deus. A igreja convencionou por si mesma chamar todos os ministros ora como pastores, ora como evangelistas, mas precisamos encarar o assunto dos dons ministeriais apresentados em Efésios 4.11 à luz da doutrina bíblica do ministério.


                       A soberania de Deus na distribuição dos dons ministeriais


Os dons do ministério são recebidos de Deus, segundo a sua soberania e no seu tempo. A uns Deus chama e capacita quando ainda estão no ventre de suas mães: "Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre te santifiquei: às nações te dei por profeta", Jr 1.5. "E tu, ó menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque hás de ir a face do Senhor, a preparar os seus caminhos", Lc 1.76. "Mas quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça, revelar seu filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei a carne nem o sangue", Gl 1.15-16. Outros Deus chama na infância: "O Senhor chamou a Samuel, e disse ele: Eis-me aqui", 1Sm 3.4. Samuel ainda era uma criança quando Deus o chamou.
Há alguns a quem Deus chama e capacita na idade adulta: "E subiu ao monte, e chamou para si os que ele quis; e vieram a ele. E nomeou doze para que estivessem com ele e os mandasse a pregar", Mc 3.13-14. "também a Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei de Israel; e também a Eliseu, filho de Safate de Abel-Meola, ungirás profeta em teu lugar", 1Rs 19.16. "Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim", Is 6.8.
Há também aqueles recebem o dom por imposição de mãos, por profecia: "Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério", 1Tm 4.14. "Por cujo motivo te lembro que despertes o dom de Deus que existe em ti pela imposição das minhas mãos", 2Tm 1.6.
Deus é soberano quanto ao exercício dos dons ministeriais na vida do obreiro. Timóteo era evangelista (2Tm 4.5), mas cuidou de igrejas por algum tempo (1Tm 1.3; 4.13). João Batista era profeta e cheio do Espírito Santo, mas não operava milagres (Jo 10.41).


Os dons ministeriais 

Como havíamos prometido, vejamos nesta semana o dom ministerial de apóstolo.

O termo apóstolo significa literalmente enviado. No original, o verbo e o substantivo aparecem em passagens como Hebreus 3.1, João 20.21, Mateus 10.15, Lucas 6.13, Atos 13.4 e 14.14, Gálatas 1.1,19, Romanos 16.7, 2 Coríntios 8.23 e Filipenses 2.25. Nos dois últimos textos, o termo não aparece no sentido ministerial.
O apóstolo é a mais alta ordem na escala de ofícios do ministério no Novo Testamento (1Co 12.28; Ef 3.5 e 4.11). A diferença de ministério entre o apóstolo e o evangelista está bem definida em Atos 8, na evangelização de Samaria. No ministério de Felipe como evangelista, destaca-se a pregação e a conversão dos pecadores (At 8.5-13). No ministério de Pedro e João como apóstolos, destacam-se o estabelecimento firme da obra e a consolidação dos resultados da evangelização (At 8.14,25). De fato, em Gálatas 2.9, Pedro e João (apóstolos) são tidos como colunas.
Os apóstolos têm sua liderança espiritual confirmada por provas e sinais (2 Co 12.12). Eles lançam os fundamentos iniciais de uma obra através da doutrina e da liderança (1Co 3.10; Ef 2.20). São eles que estabelecem, no início do trabalho, os fundamentos da doutrina (At 2.42) e provêem a adequada liderança espiritual.
O apóstolo vela com cuidado pela obra, no sentido geral e coletivo (2Co 11.28 e At 15.16). Esse cuidado geral e coletivo inclui viagens e comunicação constante com a obra. Vemos isso no livro de Atos, nas epístolas e através da História da Igreja. Os apóstolos, em virtude de sua missão, eram móveis. Não se fixavam em um lugar. Eram embaixadores de Deus.
O ministério apostólico também é caracterizado pela elevada autoridade conferida pelo Senhor (At 1.2 e 2Pe 3.2). A autoridade apostólica está sobre todos os demais ministérios (1Co 12.28). Nesse sentido, os apóstolos são "livres" para executarem serviços especiais de grande importância na igreja (1Co 9.11).
Os doze apóstolos do Cordeiro formam um grupo distinto (Jd 17). Eles colocaram o alicerce da Igreja (Ef 2.20 e Ap 21.14). São apóstolos num sentido único. Alguns exemplos de apóstolos da Igreja independentes do grupo dos doze chamados apóstolos do Senhor são Paulo e Barnabé (At 14.14), Andrônico e Júnias (Rm 16.7), e Tiago, irmão do Senhor (Gl 1.19). O próprio Paulo se declara apóstolo em Romanos 1.1 e 1 Coríntios 1.1.


Os dons ministeriais 

Hoje, como anunciado no último artigo desta série, veremos o dom ministerial de profeta.

O termo profeta significa literalmente porta-voz (Lc 1.70 e Ex 7.2-3). Se quisermos entender esse ministério, é preciso antes compreendermos a diferença entre o dom de profecia e o ofício ou ministério profético.O dom de profecia é para todos: "Todos podereis profetizar", 1Co 14.31. O ministério profético, não: "São todos profetas?", 1Co 12.29.
O ministério profético é exercido através de um ministro dado por Deus à Igreja. O dom de profecia é uma capacitação sobrenatural do Espírito Santo concedida a uma pessoa do povo para transmitir a mensagem divina. No ministério profético, Deus usa principalmente a mente do profeta; no dom de profecia, Deus usa principalmente o aparelho fonador da pessoa.
O profeta é um pregador especial, com mensagem especial. Sua mensagem apela à consciência da pessoa em relação a Deus, a si própria, ao pecado e à santidade. Vemos isso nos profetas do Antigo Testamento. É só conferirmos as mensagens dos livros proféticos. No Novo Testamento, podemos ver isso em profetas como Silas (At 15.32) e Ágabo (At 21.10).
O profeta de Deus é também um intercessor diante de Deus pelos homens, pela obra etc (Gn 20.7). O forte do profeta de Deus é expor os padrões da justiça divina para o povo. Ele é um arauto da santidade de Deus. Com autoridade e unção divinas, está sempre a condenar o pecado (Is 58.1). Seu espírito ferve com isso e ele geme por isso, pois para isso foi chamado. A Igreja precisa muito desse ministério para os dias atuais.
A Palavra de Deus sai da boca do profeta como flechas de fogo divino! João 5.35 diz de João Batista, o profeta: "Ele era a candeia que ardia". O profeta de Deus faz o homem carnal estremecer, parar e considerar o seu mau caminho.A profecia, como estamos tratando aqui, é uma mensagem sobrenaturalmente inspirada ou revelada da parte de Deus. A mensagem profética vem do Espírito Santo através das fé (Rm 12.6). Portanto, o ministério profético é um ministério de fé.
Duas curiosidades sobre os profetas de Deus na Bíblia: dois deles no Novo Testamento eram também apóstolos: Barnabé e Saulo (At 13.1); e há um alerta de Deus para o povo a respeito deles: "Não toqueis nos meus ungidos, e não maltrateis os meus profetas", Sl 105.15.
Nos tempos bíblicos havia falsos profetas: "E veio a mim a Palavra do Senhor, dizendo: Filho do homem, profetiza contra os profetas de Israel que são profetizadores, e dize aos que só profetizam o que vê o seu coração: Ouvi a Palavra do Senhor: Assim diz o Senhor Jeová: Ai dos profetas loucos, que seguem o seu próprio espírito e coisas que não viram", Ez 13.1-3. Como naqueles tempos, ainda há falsos profetas.

Os dons ministeriais 

Agora, vejamos o que a Bíblia fala sobre o dom ministerial de evangelista.

O vocábulo evangelista significa no original mensageiro de boas-novas. O autêntico ministro evangelista, chamado por Deus e colocado por Ele no ministério, não deve exercer o apostolado. Seu ministério deve ser itinerante. É só atentarmos para Felipe em Atos 8, principalmente para o último versículo: "E Felipe se achou em Azoto, e, indo passando, anunciava o Evangelho em todas as cidades, até que chegou a Cesaréia", v40.
O professor de Escola Dominical tem a visão de uma classe de alunos; o pastor tem a visão de sua congregação, seu campo; o evangelista tem a visão regional e mundial. Sua paixão é o mundo para Cristo!
A mensagem do evangelista é "Vinde ao Senhor"; a do profeta é "Permanecei no Senhor". Veja o exemplo de Barnabé como profeta: "O qual, quando chegou, e viu a graça de Deus, se alegrou, e exortou a todos a que permanecessem no Senhor com propósito do coração", At 11.23.Em síntese, as diferenças entre profeta, evangelista e mestre são as seguintes: O profeta move o coração, a consciência do povo. Ele apela ao sentimento. O evangelista leva o povo a uma decisão diante de Deus. Ele apela à vontade. O mestre instrui o povo, a congregação, no caminho do Senhor, na Palavra de Deus, na doutrina bíblica. Ele apela à mente. Deus pode conceder a um mesmo ministro mais de um ministério ou dom ministerial.
O evangelista não deve ser um obreiro neófito, como se o ministério de evangelista fosse um início de "carreira". Veja o exemplo de Felipe mais uma vez. Em Atos 8.5-8,13-40, no começo de seu ministério, o encontramos em pleno exercício. Em Atos 21.8, encontramos Felipe em plena atividade ainda.

O evangelista deve ter um conhecimento sistemático das doutrinas da Bíblia, especialmente aquelas ligadas ao exercício do seu ministério. Algumas das doutrinas e ensinos que o evangelista precisa conhecer são a doutrina da salvação, que por sua vez abrange em si um grupo de doutrinas; a doutrina da fé; o discipulado cristão, começando com a integração dos novos convertidos; milagres, sinais e prodígios, como em Atos 2.22; o batismo no Espírito Santo; e os dons e o fruto do Espírito. Ele também deve estudar muito homilética, exegese e hermenêutica. Tanto o profeta como o evangelista, como mensageiros de Deus, usam muito a imaginação. Jeremias e Ezequiel são exemplos. Jeremias com o cinto (Jr 13) e Ezequiel com o tijolo e a panela (Ez 4.1 e 24.3).

O tema principal do evangelista é a salvação dos perdidos e a volta dos desviados. Ele também promove o avivamento espiritual dos crentes. Onde não vemos nada na Bíblia sobre Salvação, o evangelista vê pelo Espírito, e ali prega! Para ele, parece que a Bíblia só contém a mensagem da Salvação. É interessante como o ministério evangelístico e a música são tão relacionados.O autêntico ministério de evangelista é concedido por Jesus, nunca imposto pelos homens. Pelo fato de certos "evangelistas" não terem esse ministério, os tais usam de malabarismos, trejeitos, mecanicismo, emocionalismo e até truques diante do povo. Se bem que pode haver muito disso em um evangelista imaturo.

Paulo também era evangelista (1Co 1.17). Até a inscrição de uma placa serviu de tema de sermão para ele (At 17.23)!

NOTAS CPAD NEWS

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