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quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Historia da igreja primitiva concilios (4)

                                               

                                         CONCILIO DE TRENTO 
                                   Artigo Mauricio Berwald



Enquanto João Paulo II encontra-se há vinte anos assentado no chamado trono de São Pedro, os cinco papas que governaram a Igreja durante os 18 anos do Concílio de Trento (1545-1563) tiveram pontificados de pequena duração.

Paulo III foi eleito papa aos 66 anos e morreu 15 anos depois. Júlio III foi eleito aos 63 e morreu 5 anos depois. Marcelo II foi eleito aos 54 (em 10 de abril de 1555) e morreu 22 dias depois (1º de maio), Paulo IV foi eleito aos 79 e morreu 4 anos depois. E Pio IV foi eleito aos 60 e morreu 7 anos depois. Com exceção do piedoso Marcelo II, todos os outros mancharam seus pontificados com a prática do nepotismo. Paulo IV, por exemplo, fez de seu sobrinho Carlos Carafa Cardeal Secretário de Estado. Esse homem era imoral e destituído de consciência e abusou de seu ofício para cometer extorsões vergonhosas.

O 19º Concílio Ecumênico da Igreja, mais conhecido como o Concílio de Trento, por ter se reunido em sua grande parte na cidade de Trento, ao norte da Itália, realizou 25 sessões plenárias em três períodos distintos, de 1545 a 1563. O primeiro período foi de 1545 a 1547. O segundo começou 4 anos depois, em 1551, e terminou no ano seguinte. O último período começou 10 anos mais tarde, em 1562, e terminou no ano seguinte.

A essa altura, a Reforma Protestante já tinha se espalhado por todos os países da Europa Ocidental e da Europa Setentrional. A abertura do Concílio de Trento deu-se 28 anos depois do rompimento de Martin Lutero com Roma (outubro de 1517) e 9 anos depois da primeira edição das Institutas da religião cristã, de João Calvino, em 1536 (um livro de formato pequeno, com 516 páginas). Outras edições em latim e francês já tinham sido publicadas. Por ocasião da abertura do Concílio (13 de dezembro de 1545), todos os reformadores, exceto Úlrico Zuínglio, ainda estavam vivos: Martin Lutero com 62 anos, Guilherme Farel com 56, Filipe Melanchton com 48, João Calvino com 36 e João Knox com 31. Lutero morreria no ano seguinte (1546).

O propósito do Concílio de Trento era fazer frente à Reforma Protestante, reafirmando as doutrinas tradicionais e arrumando a própria casa. Houve portanto duas reações distintas, uma na área teológica e outra na área vivencial. Um dos papas teria confessado que Deus permitiu a revolta protestante por causa dos pecados dos homens, “especialmente dos sacerdotes e prelados”.

No que diz respeito à melhoria da conduta do clero, o Concílio foi muito positivo. Formulou-se uma legislação com o objetivo de eliminar os abusos. Os sacerdotes deveriam residir junto às paróquias, os bispos, na sede episcopal, monges e freiras, em seus mosteiros e conventos. A Igreja deveria fundar seminários para preparar melhor seus sacerdotes.

Mas, no que diz respeito às doutrinas postas em dúvida pela Reforma Protestante, o Concílio de Trento nada fez senão confirmar o ensino tradicional católico. Enquanto os protestantes afirmavam que a Escritura Sagrada é a única regra de fé e prática dos cristãos, o Concílio colocava a tradição e os dogmas papais no mesmo pé de igualdade com a Bíblia. O Concílio declarou que a tradução latina da Bíblia, a Vulgata, era suficiente para qualquer discussão dogmática e só a Igreja tem o direito de interpretar as Escrituras. Também reafirmou a doutrina da transubstanciação, defendeu a concessão de indulgências, aprovou as preces dirigidas aos santos, definiu o sacrifício da missa, insistiu na existência do purgatório e ensinou que a justificação é o resultado da colaboração entre a graça de Deus e as obras meritórias do crente. Outra resolução do Concílio de Trento que acentua a diferença entre católicos e protestantes foi a inclusão de livros deuterocanônicos no cânon bíblico.

Depois do Concílio de Trento, a cristantade ficou definitivamente dividida entre a Igreja Católica Romana e a Igreja Protestante, por meio de suas diferentes denominações: valdenses, anabatistas, luteranos, presbiterianos (calvinistas) e outras. Como já havia uma divisão anterior, ocorrida em 1054, deve-se acrescentar o terceiro braço da Igreja Cristã: a Igreja Ortodoxa Grega.

A última sessão do Concílio de Trento aconteceu no dia 4 de dezembro de 1563. Nesse dia foram lidas todas as decisões tridentinas — todo o texto ou apenas seus começos — e encaminhadas ao papa Pio IV para aprovação final, o que ocorreu menos de dois meses depois, em 26 de janeiro de 1564.

Durante o Concílio de Trento, os protestantes redigiram pelo menos três clássicas confissões de fé: aConfissão Escocesa (1560), o Catecismo de Heidelberg (1562) e a Segunda Confissão Helvética (1562). Os pontos doutrinários aí expostos não se afinam com as declarações tridentinas. As diferenças entre um credo e outro permanecem até hoje, embora a convivência entre um grupo e outro seja muito melhor neste final do século XX do que na primeira metade do século XVI

Nos séculos que vão desde finais do século IV ao século XVI, o cânon do Novo Testamento ficou de facto fixado sem maiores discussões. Em princípios do século XVI, com o impulso dado ao estudo pela invenção (no século anterior) da imprensa de tipos móveis, e pela edição impressa do Novo Testamento em grego por Erasmo de Roterdão em 1516, eruditos de diversas tendências discutiram a importância relativa dos livros canónicos.



                            A  condição de Lutero

Um deles foi o reformador Martinho Lutero (1483-1546), que pelos seus pontos de vista sobre os livros do Novo Testamento foi excessiva e injustamente criticado. Na sua primeira edição da versão alemã da Bíblia, Lutero numerou os livros do NT de Mateus a 3 João, e deixou separados, sem numeração, quatro livros: Hebreus, Tiago, Judas e Apocalipse. Sem dúvida, Lutero não os punha ao mesmo nível que o resto (dentro dos quais, por outro lado, atribuía mais importância ao Evangelho de João e 1 João, Romanos, Gálatas, Efésios e 1 Pedro que às outras cartas paulinas, Actos, 2 Pedro, e 2 e 3 João). Em todo o caso, e pese as suas próprias reservas ante os quatro livros citados, insistiu em que tal era a sua opinião, a qual não desejava impor a outros, e que não pretendia tirar esses livros do NT.


Há que recordar que esta posição de considerar uma hierarquia dentro dos escritos canónicos (um "cânon dentro do cânon") era também sustentada por alguns eruditos católicos, como o dominicano Tomás de Vio ("Caetano", 1469-1534) sem que ninguém os caluniasse. Por outro lado, a maioria dos demais reformadores, incluído Calvino, assim como as grandes confissões protestantes, admitiram sem discussão os 27 livros do Novo Testamento.



    O Concílio de Trento ratifica  o Novo Testamento
O Concílio de Trento não realizou nenhuma inovação em relação ao cânon do Novo Testamento, mas admitiu o que era um consenso de largos séculos. Muito distinto foi o seu triste papel em relação ao cânon do Antigo Testamento, como o observámos noutro lado.Finalmente, sobre a razão pela qual os livros que compõem o nosso Novo Testamento são esses e não outros, podemos de bom grado assentir o afirmado pela Igreja Católica nada menos que no Concílio Vaticano I, sobre os livros do cânon:Ora, a Igreja os tem por sagrados e canónicos, não porque compostos só pela indústria humana, tenham sido depois aprovados por ela; nem somente porque contenham a revelação sem erro; mas porque escritos por inspiração do Espírito Santo, têm Deus por autor, e como tais foram transmitidos à própria Igreja.
notas (Concilio Vaticano I, Sessão III de 24 de Abril de 1870; Constituição dogmática sobre a fé católica, Capítulo 2, Da revelação; Denzinger # 1787; negrito acrescentado).
Dado que os livros sagrados têm uma autoridade intrínseca que provém do seu Autor, o seu carácter canónico não depende da sanção humana em geral, nem eclesiástica em particular. A Igreja católica antiga (da qual por então era parte a Igreja de Roma) não decidiu nem decretou o cânon, mas o discerniu ou reconheceu, e a seguir o confessou e proclamou.

notas www.historiadareformaprotestante.blogpsot.com
fonte www.mauricioberwaldoficial.blogpsot.com

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