BIOGRAFIA: David Martyn Lloyd-Jones
(1899-1981)
Artigo Mauricio Berwald
Nascido em
Cardiff, Gales do Sul, em 20 de dezembro de 1899, Martyn Lloyd-Jones gastou a
maior parte da sua infância na rural Cardingshire, em Llangeitho. Em 1914 sua
família se mudou para Londres e ele concluiu sua educação escolar na Escola de
Gramática de St. Marylebone. Ingressou no Hospital de Bart com a idade de
somente 16 anos. Ele foi bem sucedido em seus exames, mas, por ser tão jovem,
teve que esperar para conseguir seu Mestrado (MD). Nessa ocasião, já estava no
Harley Street como principal assistente clínico de Sir Thomas Horder, um dos
melhores e mais famosos doutores da sua época. Ele vislumbrava um futuro
brilhante e lucrativo como um destacado médico. Então, algo aconteceu.
Ele serviu à
Igreja do Movimento Avançado Belém, em Sandfields, Abevaron, até janeiro de
1938, e viu um crescente número entre a classe trabalhadora do Sul de Gales
convertido e transformado.
O evangélico
com, talvez, o maior destaque nacional nos anos trinta era G. Campbell Morgan,
ministro da Capela de Westminster. Quando ouviu Martyn Lloyd-Jones, ele quis
tê-lo como colega e sucessor em 1938. Mas isso não era fácil, pois também havia
uma proposta de que ele fosse indicado como Diretor da Faculdade Teológica em
Bala; e o clamor do País de Gales e do treinamento de uma nova geração de
ministros para o País de Gales era forte. Enfim, o chamado da Capela de
Westminster prevaleceu e a família Lloyd-Jones foi para Londres em abril de
1939. Ele começou seu ministério lá, em caráter temporário, em setembro de 1938
— o mês da crise de Munique.
Na sua
abordagem para o trabalho do púlpito, o Dr. LLoyd-Jones seguiu um método muito
claro e distinto. Ele cria em se trabalhar firmemente através de um livro da
Bíblia, tomando um verso ou uma parte de um verso por vez, mostrando o que ele
ensinava, como aquilo se harmonizava com o ensino do assunto em outros partes
da Bíblia, como o ensino todo era relevante para os problemas da nossa época e
como o ensino todo se contrastava com os pontos de vista contemporâneos
vigentes.
Ele se
conservava retraído, como pano de fundo, e tentava mostrar para sua congregação
a mente e a palavra de Deus, deixando que a mensagem da Bíblia falasse por si
mesma. Sua pregação expositiva tinha como objetivo deixar que Deus falasse o
mais diretamente possível ao homem que estava no banco para que ele sentisse o
pleno peso da autoridade divina. Ele também procurava minimizar a intervenção
do pregador e a diluição da mensagem direta e autoritativa pela intrusão e
distração humana.
Seu estilo
consistia de uma habilidosa diagnose clínica, analisando a perspectiva mundana,
mostrando sua futilidade ao tratar do poder e da persistência do mal, e
contrastando-a com a perspectiva cristã, sua lógica, seu realismo e seu poder.
Ele tinha a habilidade de vestir sua análise clínica com uma linguagem viva e
convincente, de tal maneira que ela ficava grudada na mente. Ele poderia falar
duramente sobre as tolices do mundo e dar uma visão contrastante da sabedoria e
do poder de Deus de uma tal maneira que provocava uma forte reação por parte da
sua audiência. As pessoas se retiravam determinadas a nunca mais voltar;
contudo, apesar de si mesmas, elas voltavam para os bancos no domingo seguinte
até que, incapazes de continuar resistindo à mensagem, elas se tornavam
cristãs.
Depois da
guerra, a sua congregação cresceu rapidamente. Em 1947, as galerias foram
abertas e de 1948 até 1968, quando ele se aposentou, a congregação tinha uma
freqüência média de talvez 1500 aos domingos pela manhã e 2000 à noite.
No começo da
guerra o Dr. Lloyd-Jones tinha se tornado presidente das Uniões Evangélicas de
Comunhão Universitária e estava profundamente envolvido em aconselhar e guiar
seu fundador e secretário geral, Dr. Douglas Johnson se reuniram com os líderes
dos movimentos em outros países e formaram a Comunidade Internacional dos
Estudantes Evangélicos (aqui no Brasil conhecida como ABU - N. do T.).
Tanto os
movimentos britânicos como internacional têm crescido grandemente e ambos devem
uma boa parte ao Doutor, por sua influência formativa e por seu serviço por
diversos períodos. Ele os encorajava a somar à sua piedade e evangelismo uma
sólida estrutura de ensino doutrinário sadio.
O Doutor se
tornou amigo e conselheiro de muitos. Na sua própria amada Gales, depois da
guerra, ele encorajou um corpo de jovens ministros e seus trabalhos levaram ao
surgimento do “Movimento Evangélico de Gales”. A “Comunhão de Westminster” de
ministros era muito querida ao seu coração, como também era o trabalho do
Concílio Evangélico Britânico, a Biblioteca Evangélica (na qual ele serviu como
presidente), e a “Conferência de Westminster”. Ele também foi instrumento no
estabelecimento do Seminário Teológico de Londres.
Logo no
início de 1968, aos 68 anos, Dr. Lloyd-Jones se submeteu a uma operação e,
apesar de ter se recuperado completamente, ele decidiu que o tempo de se
aposentar tinha chegado, depois de 30 anos de Westminster.
O resultado
mais duradouro dos seus anos restantes foi o tempo que ele teve para verter
seus sermões na forma de livros. Ele já tinha publicado alguns pequenos livros
tais como Por que Deus Permite a Guerra? e Depressão Espiritual.
O primeiro dos
livros maiores foram os dois volumes dos Estudos no Sermão do Monte. Depois de
1968 ele começou a publicar duas séries, em Efésios e em Romanos, produzindo um
ou dois livros por ano, principalmente através da Banner of Truth Trust. Em
1979 a enfermidade voltou e ele teve de cancelar todos os compromissos até a
primavera de 1980. Seu último sermão foi pregado em 08 de junho de 1980, na
inauguração da nova capela em Barcombe, East Sussex. Ele morreu na madrugada de
domingo de 01 de março de 1981, tendo dito para a sua família: “Não orem por
cura, não tentem me impedir de ir para a glória”. 1.000 pessoas foram ao culto
fúnebre em Newcastle Emlyn, em 06 de março. Um culto de ação de graças
igualmente comovente e triunfante foi ministrado na capela de Westminster, em
06 de abril. Sua voz ainda fala poderosamente nos seus muitos livros
expositivos e nas gravações agora acessíveis dos muitos dos seus principais
sermões.
NOTASFONTE: Jornal Os Puritanos, Ano II - Número 2 -
Abril/1993.
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