Cristianismo primitivo Artigo Mauricio Berwald
fonte Wikipédia.
Cristianismo
primitivo é o nome dado a uma etapa da história do cristianismo de
aproximadamente três séculos (I, II, III e parte do IV), que se inicia após a
Ressurreição de Jesus (30 d.C.) e termina em 325 com a celebração do Primeiro
Concílio de Niceia . É tipicamente dividido em Era Apostólica e o Período
Ante-Niceno (desde a Era Apostólica até Nicéia). A mensagem inicial do
Evangelho foi espalhada oralmente, provavelmente em aramaico[3] . Os livros do
Novo Testamento Atos dos Apóstolos e Epístola aos Gálatas registam que a
primeira comunidade da igreja cristã foi centrada em Jerusalém] e tinha entre
seus líderes Pedro, Tiago, João, e os apóstolos.
Os primeiros
cristãos, como descrito nos primeiros capítulos dos Atos dos Apóstolos, ou eram
judeus ou eram gentios convertidos ao judaísmo, conhecidos pelos historiadores
como judeus-cristãos[6] . Tradicionalmente, o Cornélio, o Centurião, é
considerado o primeiro gentio convertido[7] . Paulo de Tarso, depois de sua
conversão ao cristianismo, reivindicou o título de Apóstolo dos Gentios .
A
influência de Paulo no pensamento cristão se diz ser mais significativa do que
qualquer outro autor do Novo Testamento[9] . Até ao final do século I, o
cristianismo começou a ser reconhecido interna e externamente como uma religião
separada do judaísmo rabínico[10] . Como mostrado pelas numerosas citações nos
livros do Novo Testamento e outros escritos cristãos do século I, primeiros
cristãos tinham como regra de fé e prática os ensinamentos da Bíblia judaica -
Antigo Testamento , e em geral eles liam ou a versão grega (Septuaginta) ou a
tradução aramaica (Targum), boa parte da qual está escrita em forma narrativa
onde "na história bíblica Deus é o protagonista, Satanás (pessoas ou
poderes malévolos) é o antagonista, e o povo de Deus são os agonistas .
Foi nesse
período que o cânon do Novo Testamento foi desenvolvido, com as cartas de
Paulo, os quatro evangelhos, e várias outras obras dos seguidores de Jesus que
também foram reconhecidas como Escrituras Sagradas. Das cartas de Paulo,
especialmente a de Romanos, os cristãos criaram uma teologia baseada na obra
expiatória de Cristo e na justificação pela fé. Essa teologia objetivava
explicar todo o significado e os objetivos da Lei Mosaica. A relação de Paulo
de Tarso e o Judaísmo é ainda hoje objeto de debates entre os cristãos
protestantes, principalmente no que se refere a alteração do dia de descanso do
sábado para o domingo[14] . Os pais da igreja desenvolveram a teologia cristã e
as bases para a doutrina da Trindade.
Logo no
começo, os cristãos sofreram perseguições esporádicas, porque se recusavam a
adorar os deuses romanos e homenagear o imperador como um ser divino. Eles são
considerados mártires. No século IV, Constantino aliou-se politicamente com o
cristianismo e terminou com a perseguição aos cristãos promulgando o Édito de
Milão. O que começou como um movimento religioso dentro do judaísmo do primeiro
século tornou-se, até ao final deste período, a religião oficial do Império
Romano. Segundo Will Durant, a Igreja cristã prevaleceu sobre Paganismo porque
oferecia uma doutrina muito mais atraente e porque os líderes da igreja se
dirigiam as necessidades humanas melhor do que seus rivais . O Primeiro
Concílio de Niceia marca o fim desta era e o início do período dos sete
primeiros concílios ecumênicos (325 - 787). Foram três os historiadores que
mais nos deixaram informações sobre esse período: Lucas, Hegésipo e Eusébio.
Ressurreição
O
Pentecostes, que dá início ao cristianismo primitivo
A
ressurreição de Cristo é um dos fatos de maior importância para os primeiros
anos do cristianismo e, ao mesmo tempo, o mais enigmático. Todos os evangelhos
falam do evento da ressurreição de Cristo e da aparição do Messias diante dos
discípulos três dias após sua crucificação. De acordo com o evangelho de Lucas,
Jesus teria aparecido para os seus apóstolos um pouco além de Jerusalém, em
Emaús (Discípulos de Emaús). Mateus fala dum encontro de Jesus e seus
discípulos ocorrido na Galileia. Em Mateus, Jesus teria aparecido para sua mãe
e Maria Madalena (Mateus 28:9). Em João ele apareceu para Maria Madalena
sozinha (João 20:14). Em Lucas, as mulheres não encontram Jesus (Lucas 24).
Paulo, que não conheceu Jesus, fala na sua Primeira Epístola aos Coríntios de
aparições a mais de quinhentas pessoas (I Coríntios 15:5-8) e não menciona o
encontro do túmulo esvaziado.
Ao que
parece, nem todos os apóstolos estavam de acordo em relação aos eventos, e é
certo que Paulo criou uma verdadeira teologia da ressurreição a partir de
reflexões muito particulares. Ainda assim, uma vez admitidos no Cânon pelo
magistério oficial da Igreja, os escritos de Paulo são tidos pelos fiéis como
inspirados pelo Espírito Santo, sendo portanto seus ensinamentos legítimos na
fé. De toda forma, mesmo que não possamos determinar exatamente o que se passou
na ressurreição, a crença no retorno de Jesus foi essencial para modelar o
cristianismo primitivo.[18]
Os Apóstolos
Os apóstolos,
discípulos de Jesus, acreditavam que tinham recebido a missão divina de pregar
seus ensinamentos. Além disso, eles acreditavam possuir a inspiração do
Espírito Santo que, de acordo com o evangelho de João, teria sido enviado por
Jesus Cristo aos apóstolos. Nos Atos dos Apóstolos, contudo, livro atribuído a
Lucas, os apóstolos recebem o Espírito Santo enviado diretamente por Deus após
o Pentecostes.
Não existem
informações suficientes nos documentos históricos sobre como funcionava a
condução das primeiras comunidades cristãs. Embora um oficio correspondente ao
sacerdócio posterior possa ser identificado, é difícil estabelecer como se
organizava e como funcionava, por exemplo, se era ou não hierarquizado. Os
apóstolos, "enviados" em grego, eram certamente os líderes
proeminentes nessas comunidades. Pedro foi, sem dúvida, o apóstolo mais
influente nos primeiros tempos, mas Tiago, Paulo e João também tiveram um papel
importante no estabelecimento do primeiro cristianismo.
Comunidades
De acordo com
o livro dos Atos dos Apóstolos foram cerca de três mil fiéis que se reuniram em
torno de Pedro após o Pentecostes. De acordo com Atos 2:43-47, todos os fiéis
usufruíam de seus bens em conjunto e haviam coletivizado a posse das coisas. Os
relatos não deixam dúvidas de que os primeiros cristãos se encontravam nos
templos judaicos, e é provável que se reunissem para comer.
Pode-se
indagar até que ponto essa descrição das primeiras comunidades, realizada anos
depois, não tenha sido demasiado idealizada[carece de fontes]. As passagens de
Atos responsáveis por caracterizar os primeiros cristãos influenciaram o
surgimento de diversas irmandades religiosas na Idade Média, como os
franciscanos.
Em Jerusalém,
as comunidades se expandiram rapidamente. O termo "igreja", que
queria dizer reunião, era frequentemente empregado pelos primeiros cristãos. No
começo, parece que Pedro liderou as decisões da igreja de Jerusalém. Atos nos
fala da nomeação de uma comissão de sete, provavelmente os primeiros
correspondentes dos posteriores presbíteros. O primeiro mártir cristão,
Estêvão, morreu apedrejado, o que provavelmente culminou com a primeira
dispersão dos fiéis a partir da Palestina para Damasco, Cesareia, Chipre e
Antioquia. Uma perseguição levada a cabo por Herodes Agripa I (sucessor de
Herodes, o Grande) por volta do ano 44 teve resultados semelhantes, contando
inclusive com a dispersão dos apóstolos. Tiago, também conhecido como
"Irmão do Senhor", se tornou líder da igreja em Jerusalém com a saída
de Pedro, mas foi apedrejado cerca de 20 anos depois sob as ordens de Anás II,
conforme nos relata Flávio Josefo. As Guerras Judaicas coroaram essa sucessão
de dispersões dos cristãos pelo Império. Antioquia, capital da Síria, logo se
tornou o principal foco cristão do Império.
Crenças
A Ressureição
de Cristo
Os primeiros
cristãos acreditavam na ressurreição de Cristo e no seu retorno ainda em sua
geração, de acordo com o que dizia a passagem de Marcos 13:30. Paulo, por
exemplo, acreditava que o retorno de Jesus Cristo aconteceria ainda durante sua
vida, como indica uma passagem em I Tessalonicenses 4:16-18).
Para os
cristãos, Jesus era o Messias (por isso o chamam de Cristo). É importante
lembrar que o cristianismo nasce primeiro como uma heresia dentro do judaísmo e
seu desenvolvimento é inegavelmente ligado a ele: a crença no messias existia
já na religião judaica e os livros proféticos como Isaías (e mesmo outros não
proféticos, como Salmos) das Escrituras Sagradas foram associados ao advento de
Cristo. Nesse sentido, os cristãos se viam como uma Israel renovada, e não
abdicavam da promessa que Deus havia feito (Romanos 9:6-8) aos hebreus no
Antigo Testamento[24] .
Rituais
Dois rituais
foram praticados com frequência pelos primeiros cristãos: o batismo e a
eucaristia. As raízes do batismo podem ser encontradas na história de João
Batista (João 3:22) e também em outras passagens evangélicas (Mateus 28:19). A
Eucaristia, por sua vez, é uma repetição do ato realizado na Última Ceia,
mencionada nos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas.
Debates e
noções teológicas
Mais
informações: Controvérsia da circuncisão
As primeiras
discordâncias entre os cristãos diziam respeito à questão dos cristãos hebreus
e os cristãos helenistas. Com efeito, uma questão que se coloca após a morte de
Cristo é se o gentio poderia ser diretamente convertido ao cristianismo ou se
deveria antes se tornar judeu. Como sabemos pelos livros de Atos e pelas cartas
de Paulo, além das fontes romanas, o cristianismo estava se difundindo rapidamente
pelo território do Império Romano, o que significava que grandes somas de
não-cristãos estavam sendo convertidos nessa época.
Por essa razão, o tema era de extrema
importância para o proselitismo cristão. Ora, Pedro diz em Atos que Deus lhe
havia demonstrado que o profano poderia se tornar sagrado e afirmou que a
verdade poderia ser revelada aos romanos não[judeus. Esse debate culminou com o
Concílio de Jerusalém (ca. 40), do qual participaram Paulo, Tiago, o Justo e
Pedro, no qual se decidiu que os gentios não deveriam ser convertidos ao
judaísmo antes de se tornarem cristãos. No entanto, nos escapa a verdadeira
dimensão desse debate: a posição de Tiago, que parecia ser pró-judaísmo, ia
radicalmente contra a de Paulo, que defendia a conversão direta do gentio.
Paulo reserva grande parte de sua carta aos gálatas para discutir essa questão.
Relatos parecem demonstrar que Pedro sofreu influência de Tiago, adotando mais
tarde uma posição pró-judaísmo (vide Incidente em Antioquia) .
Quanto a
Paulo, seus textos constituem grande parte o Novo Testamento, sendo a Carta aos
Cristãos Romanos ( à Igreja de Cristo em Roma), uma espécie de Evangelho de
Paulo. Paulo tinha formação Teológica Judaica, seus ensinamentos contém forte influência
dessa formação, porém fortemente influenciado pelo Poder do Espírito Santo.
Paulo tinha preocupações distintas dos demais Apóstolos, porém não distante do
que Cristo mesmo pregava. Paulo, enquanto missionário fundador de comunidades
cristãs em grande parte da Ásia Menor, apregoava um evangelho que podia ser
compreendido por povos até então politeístas .
É importante ressaltar que
alguns dos temas preconizados por Paulo não foram abordados nos evangelhos ,
isso em virtude de temas mais específicos surgirem a medida que novos
convertidos se juntavam a igreja, com suas peculiaridades e culturas, uma vez
que os evangelhos contam a história de Cristo e seu tempo, e ainda no âmbito do
povo judeu, Paulo trata de temas pontuais, com povos estranhos à cultura
judaica dos evangelhos, não tendo, portanto, qualquer contrariedade entre os
ensinos Paulinos e os apóstolos.
As cartas de
Paulo, os escritos cristãos ,cujas datas dão mostras de ser as mais antigas,
também falam da necessidade de se demonstrar fé (Romanos 3:25-28) para receber
a graça de Deus (Romanos 9:10-24). Para explicar a ecclesia, Paulo se vale de
uma alegoria segundo a qual a igreja é o corpo de Crist], cada comunidade
compondo uma parte deste corpo (Efésios 1:22-23; Colossenses 1:18). Paulo acreditava
no julgamento final (II Coríntios 5:10) e na sujeição de tudo ao Deus criador
(I Coríntios 15:20-28).
Em relação à
natureza do Filho, Paulo associava Cristo à sabedoria e à inteligência divinas.
Paulo, combateu os chamados Gnósticos, do primeiro Século, que infiltravam - se
nas comunidades cristãs, disseminando suas doutrinas, falando de conhecimento,
inteligência e sabedoria. Por este motivo, Paulo ensinou aos primeiros Cristãos
sobre o perigo destas doutrinas, ensinando ainda que se alimentassem das
verdades de Cristo, nesta noção, sabedoria e inteligência de Deus. (I Coríntios
2:10-11). O universo era centrado nele, uma vez que tudo havia sido criado por
ele e por meio dele (Colossenses 1:16)
Evangelhos e
Cristo
O evangelho
de Marcos parece ter sido escrito entre 75 e 80 na cidade de Roma. Lucas e
Mateus foram escritos provavelmente por volta da década de 90 na Síria, em Roma
ou em Antioquia. O evangelho de João foi escrito já no começo do século II,
possivelmente em Éfeso. Todos foram baseados na tradição oral daqueles que
presenciaram os fatos narrados, ou que ouviram de quem haviam sido testemunhas
oculares dos fatos, nos casos de Marcos e Lucas. Os Evangelhos têm diferenças
estéticas de escritas, por se dirigirem a grupos étnicos e culturais distintos,
porém com precisa semelhança contextual e histórica. Mateus narra os
acontecimentos à pessoas de língua Hebraica (ou Aramaica). Marcos para Judeus
de Língua Grega. Lucas narra para pessoas cultas e distintas. E por fim, João
narra estes acontecimentos aos Gentios, pessoas que não compreendiam nem tinham
noção da cultura e religião judaica.
Docetismo
No evangelho
de João encontra-se uma passagem que tem sido interpretada muitas vezes como
base da teoria da Encarnação de Jesus (João 1 1:14). Essa era a teoria segundo
a qual Jesus Cristo não teria sido simplesmente um ser humano, mas
metafisicamente ligado a Deus. É provável que alguns dos primeiros cristãos tivessem
radicalizado essa visão, a ponto de considerar Cristo como unicamente divino
(partilhando apenas a substância divina) e com uma aparência humana. Essa
crença foi chamada de docetismo. Um famoso docetista do século II foi Valentino
.
Difusão e entrada
no Império Romano
Pedro e Paulo
confrontam Simão Mago diante de Nero em afresco florentino
Paulo
realizou diversas incursões em Roma, onde no ano 50 já existia uma importante
comunidade religiosa cristã. Em outras partes do Império Romano o cristianismo
se tornava cada vez mais popular[carece de fontes.O cristianismo passou a se
diferenciar marcadamente do judaísmo quando, por volta do ano de 90, surgiu o
judaísmo rabínico após a destruição do Segundo Templo.
O termo
"religião das catacumbas" foi utilizado para caracterizar a
perseguição dos cristãos durante os impérios de Nero, Tito, Domiciano, etc.
Pedro e Paulo provavelmente morreram durante as primeiras perseguições, mas
pouco se sabe sobre isso (veja Papado (Cristianismo primitivo)). Durante essa
época, símbolos cristãos foram desenvolvidos para comunicar secretamente as
questões da fé. As conversões eram realizadas nas cidades, e o termo pagão,
derivado do latim paganus ("camponês"),é provavelmente derivado do
fato de que a maior parte dos não convertidos durante o auge da difusão cristã
eram os camponeses.
Com o
crescimento das comunidades cristãs em Roma cresce também o número de críticos.
Um filósofo chamado Celso escreveu um livro chamado "A doutrina
verdadeira" no qual criticava as práticas cristãs e Jesus Cristo. Os
intelectuais cristãos no império, como Clemente de Alexandria (ca. 150 - ca.
215) e Justino Mártir, além de Orígenes (ca. 185 - ca. 254), rebateram as críticas
pagãs e desenvolveram a teologia cristã. As piores perseguições aos líderes
cristãos ocorreram no século II e III (entre 303 e 305 d.C), sendo que as
últimas foram conduzidas por Diocleciano (veja Perseguições de Diocleciano) e
Galério.
Catecumenato
No Império
Romano surgiram os catecúmenos (em grego, ensinamento oral), que recebiam o
conhecimento cristão transmitido oralmente de geração em geração. Haviam
exigências para que um gentio pudesse ser batizado, como o jejum e a oração. O
catecumenato só era aberto àqueles que não tinham profissões incompatíveis com
a nova fé, como os comandantes militares, prostitutas e adivinhos. Haviam
manuscritos para o ensinamento de catecúmenos, que se baseavam em perguntas
sobre a fé e orações. Era comum que o batismo fosse retardado. Essa prática
tinha por base, possivelmente, os ensinamentos de Paulo (Romanos 6:3).
Acreditava-se que a falta após o batismo não era perdoada, o que fazia com que
todos preferissem se batizar já no fim da vida, visando se redimir dos pecados.
Sacerdotes e
ritos
ão se sabe
exatamente como eram ordenados os sacerdotes nos primeiros séculos cristãos
dentro do Império Romano. No Novo Testamento ouvimos falar de
"bispos" e "presbíteros", cuja tradução literal não
esclarece muita coisa e cujas funções permanecem enigmáticas. Alguns Pais da
Igreja, contudo, nos esclareceram o que entendiam pelo papel do bispo. O
Didaquê, documento anônimo do século II, diz que o bispo era um sucessor dos
apóstolos e líder da Igreja em cada cidade. O bispo também podia ministrar a
eucaristia e o batismo, assim como os padres, com o requisito de que este poder
lhes tivesse sido delegado pelo bispo. Inácio de Antioquia pensava na Igreja de
acordo com as cidades nas quais haviam comunidades, sendo que cada cidade
deveria ter um bispo como líder proeminente.
No ano 321, o
imperador Constantino promulga uma lei ordenando que todos descansem no dia do
sol domingo, dia da semana que substituiu o sábado como dia santo apoiado na
razão da ressurreição de Cristo. Esse dia era guardado por todos os cristãos. A
eucaristia era celebrada no domingo, e nas quartas e sextas-feiras os cristãos
deveriam jejuar. Leituras, orações e penitências eram realizadas como parte das
celebrações litúrgicas.
Nessa época,
os cristãos passaram a utilizar códigos para expressar mensagens de fé, como o
peixe (em grego ikhtos), a pomba (Espírito Santo) e a fênix (ressurreição). Os
enterramentos eram realizados em catacumbas, pois os cristãos preferiam os
enterramentos à cremação, uma vez que acreditavam na ressurreição dos mortos.
Mártires
Sabemos que
Estêvão foi o primeiro de uma série de mártires cristãos. As perseguições aos
cristãos levadas a cabo por líderes romanos foram essenciais para estabelecer
no Cristianismo a tradição do culto aos mártires. Os cristãos perseguidos,
torturados e mortos pelos romanos por terem professado a fé de Cristo eram
respeitados como figuras sagradas. No século II, essa prática era extremamente
popular, e era comum que se comemorasse o dia de morte de um mártir. Durante os
primeiros anos do cristianismo se popularizaram as noções de santidade e as
relíquia dos mártires. Em outras palavras, os mártires eram tidos como santos,
que de acordo com o pai da igreja São Jerônimo "não calam quando
mortos", mas "apenas dormem", e das partes de seus corpos se
faziam relíquias, às quais eram creditados poderes mágicos. Os relatos das
vidas e mortes de santos parecem ter começado nessa época, conhecidos por
hagiografias.
Helenismo e
Cristianismo
Arquétipo cristão do Bom
pastor.
O mundo
romano influenciou as ideias cristãs de várias maneiras. Em primeiro lugar, o
neoplatonismo, idéia de que os elementos do mundo material seriam
hierarquicamente inferiores aos do mundo espiritual, se integrou perfeitamente
à filosofia cristã. O estoicismo foi outra filosofia (muitas vezes funcionando
como religião) que influenciou o pensamento cristão. Os estóicos eram austeros,
e acreditavam na virtude e na moral como elementos essenciais na vida. Suas
crenças se fundam na indiferença e afastamento das coisas mundanas.
Pensamento
teológico
Clemente de
Alexandria, importante "padre da igreja"
Os Pais da
Igreja foram importantes para fundar as bases do pensamento teológico cristão.
Suas filosofias foram influenciadas pela filosofia e pelas religiões
helenísticas.
Justino, um
importante fundador da teologia cristã helenística, argumentava sobre as
questões religiosas com base no Logos, uma espécie de princípio ordenador do
mundo já existente entre os estoicos. De acordo com Justino "Aprendemos
que Cristo é o primogênito de Deus e que é o Logos, do qual participa todo o
gênero humano" (Justino - Apol. Prima, 46).
Inácio de
Antioquia foi o primeiro a se valer da glossolalia. Em oposição aos docetistas,
ele desenvolveu a ideia de que Cristo teria tido uma dimensão humana e outra
divina. O Novo Testamento nunca explicitou qual seria a substância de Cristo, e
parece que os primeiros cristãos preferiram se afastar desse tema, embora
tenham sugerido inúmeras vezes a ligação íntima entre o messias e Deus. Inácio
estava convencido, contudo, que Cristo partilhava da substância divina, ideia
que posteriormente ajudaria a construir a noção de Trindade. Como escreveu
Inácio, Cristo seria "Deus e Homem, em uma só essência".
Orígenes
conciliava a ideia de Logos e a revelação cristã. Para ele, as Escrituras
Sagradas continham o caminho para a iluminação, mas não eram facilmente
interpretadas e não podiam ser compreendidas em sentido literal. Para Orígenes,
aqueles que tentavam interpretar as escrituras de forma literal eram
ignorantes, uma vez que o próprio Jesus apenas havia iluminado seus últimos
discípulos na subida à colina (Marcos 9). As escrituras eram limitadas por sua
realidade histórica.
Clemente de
Alexandria defendia a repartição dos bens entre os homens:Deus criou o gênero
humano para a comunicação e a comunhão de uns com os outros, como ele, que
começou a repartir do seu e a todos os homens proveu seu Logos comum, e tudo
fez por todos. Logo tudo é comum, e não pretendam os ricos ter mais que os
outros.
.
Irineu
defendeu a importância do mundo material, a humanidade de Cristo e a
continuidade do cristianismo no judaísmo histórico. Também dizia que a igreja
de Roma havia sido fundada por Paulo e Pedro, e portanto tinha autoridade
primária.
Ortodoxia
Consideraremos
a voz da ortodoxia cristã a partir de três dos mais importantes e influentes
pais da igreja dos primeiros séculos do Cristianismo: Irineu de Lyon, Cipriano
de Cartago e Tertuliano.
Irineu foi um
dos líderes eclesiásticos mais importantes no século II. Bispo de Lyon, Irineu
publicou uma obra chamada Contra as Heresias, na qual criticava o ebionismo, o
montanismo e o gnosticismo. Irineu acreditava que o homem carregava o pecado
original de Adão, mas que este havia sido perdoado na ressurreição de Cristo.
De acordo com o teólogo, Cristo havia restaurado a condição humana de
semelhança em relação ao criador. Da mesma forma, Maria havia restaurado a
condição feminina ideal, uma vez que Eva tinha caído em tentação. Assim como
Paulo, Irineu acreditava no breve retorno de Cristo. Até lá, o homem deveria
manter a obediência à moral cristã, uma vez que fora a desobediência
responsável por sua queda.
Tertuliano
foi estudante de Direito e conhecedor de filosofia, letras e história. Ele
afirmava o cristianismo como uma nova lei, sob a qual se colocava o fiel após o
batismo. O batismo, segundo ele, redimia os pecados anteriores do cristão. Na
visão de Tertuliano, a Igreja é a única responsável por interpretar as
Escrituras, conduzir a comunidade e decidir sobre assuntos de fé (teológicos).
Tertuliano
também acreditava que o homem deveria punir a si mesmo se quisesse buscar sua
salvação pela graça. Em relação à natureza do Filho, Tertuliano assumiu uma
concepção que se tornaria a oficial, segundo a qual "Todos [Pai, Filho e
Espírito Santo] são um, por unidade de substância, embora ainda esteja oculto o
mistério da dispensação que distribui a unidade numa Trindade, colocando em sua
ordem os três, Pai, Filho e Espírito Santo; três, contudo,… não em substância,
mas em forma, não em poder, mas em aparência, pois eles são de uma só
substância e de uma só essência e de um poder só, já que é de um só Deus que
esses graus e formas e aspectos são reconhecidos com o nome de Pai, Filho e
Espírito Santo" (Contra Práxeas). Desta forma, Jesus era caracterizado
como tendo uma dupla natureza, humana e divina, e o Filho, assim como o
Espírito Santo, como emanações da divindade maior, o Deus Pai.
A retórica de
Cipriano de Cartago foi essencial para a organização da Igreja antiga. Ele
acreditava na unidade da Igreja, assim como Deus era uno. Essa ideia seria
transferida à Idade Média, cujos teólogos e pensadores políticos defenderiam a
unidade de um poder temporal (Império Universal) e a unidade de um poder
espiritual (Igreja Universal ou, como se dizia em grego, Católica), sempre em
analogia à unidade de Deus. Cipriano admite que os bispos fazem a unidade da
igreja, e que são responsáveis por conduzi-la. Dizia que Roma era a igreja
principal, vinculada às missões de Pedro, que era tido como o modelo de bispo.
Embora apontasse o aspecto principal da Sé Romana, Cipriano não chegou a
desenvolver uma teoria sobre a autoridade de Roma sobre as outras sedes
apostólicas, que só se consolidaria séculos depois.
Heresias
É difícil
estabelecer o que seriam as heresias nessa época. Tertuliano e Irineu, que
representavam a voz da "ortodoxia" em formação, criticavam noções
presentes no gnosticismo, uma heresia surgida nos primeiros séculos do
cristianismo. Influenciados pelo zoroastrismo e o platonismo, os gnósticos
defendiam a supremacia absoluta do mundo espiritual em relação ao material e a
existência de um Deus mau (Demiurgo) responsável por todas as coisas ruins do
mundo. Além disso, dividiam o mundo espiritual em vários estágios controlados
por muitas deidades menores (arcontes). Outras heresias, como o ebionismo,
defendiam que apenas os judeus poderiam se tornar cristãos, e que o
cristianismo existia como parte do Judaísmo. Marcião, um teólogo antigo,
defendia que o Deus do Antigo Testamento era cruel, ao contrário do Deus do
Novo Testamento.
Bíblia
Códice
Vaticano
O Novo
Testamento como conhecemos hoje foi estabelecido apenas no século IV d.C. Isso
não quer dizer que os pais da igreja não utilizassem manuscritos antigos dos
evangelhos e as cartas de paulo para dar base a suas teorias. Apesar de alguns
estudiosos apontarem Irineu como o responsável por atribuir a autoria dos
quatro evangelhos canônicos, é inegável, que o cristianismo primitivo sempre
aceitou tais evangelhos como escritos pelos seus próprios autores tradicionais,
visto conhecê-los. .
Ao contrário
do que ocorreu com os evangelhos apócrifos, os quais foram escritos de forma
anônima a parti do século II. Apesar disso, as atribuições de Irineu, sejam
elas apenas confirmatórias ou não, são admitidas até os dias de hoje. As cartas
de Paulo eram utilizadas entre os primeiros teólogos, assim como as cartas de
Clemente I, de Barnabé, Pedro, João e o Pastor de Hermas. Atanásio de
Alexandria foi o primeiro a escrever a relação dos 27 livros canônicos do Novo
Testamento, excluindo alguns dos documentos que eram utilizados nas igrejas
antigas. O Concílio de Hipona aprovou essa relação.
O Antigo
Testamento foi adotado a partir de uma tradução para o grego de escrituras
hebraicas antigas chamada de Septuaginta. Entre os judeus, a Septuaginta era
tida como uma tradução não muito segura. O cânon judeu estabelecido pelo
Concílio de Jamnia não correspondia aos livros da Septuaginta, que tinha livros
a mais (veja Tanakh). Os papas Dâmaso I e Inocêncio I determinaram que esses livros
extras seriam definitivamente associados ao Antigo Testamento no século V. Mas
é importante notar que profecias como a de Malaquias 4:5-6, com a qual termina
o Antigo Testamento cristão, por exemplo, não constituem o Antigo testamento
hebraico, que terminaria em II Crônicas 36:23.
No século IV
d.C. houve muita controvérsia em relação à autoria do livro do Apocalipse.
Como, a princípio, ele tinha sido creditado a João, muitos o incluíram no
conjunto do Novo Testamento, mas Dionísio o Grande, ao comparar o livro com o
evangelho de João, chegou à conclusão de que a origem do livro não era verídica
(conclusão da qual partilham muitos críticos contemporâneos da bíblia).
Os
manuscritos mais antigos do Novo Testamento que chegaram até nós foram o Códice
Sinaítico e o Códice Vaticano, que datam dos séculos IV e V d.C.
Mariologia
Primitiva
Imagem de
Maria com Jesus e um dos profetas, presente nas Catacumbas de Santa Priscila em
Roma, datada entre o século II e III.
A primeira
oração Mariana que temos é datada por volta de 250 d.C. até o final do século
III e é chamada "Sub Tuum Praesidium", uma prova clara do culto à
Maria pré-Nicéia[35] . No Ainda no século II vemos um grande desenvolvimento de
Mariologia: Justino de Roma[36] e Irineu de Lião professam que Maria é a
"Nova Eva", as catacumbas pintam imagens de Maria com Cristo (a mais
famosa é a imagem presente na catacumba de Santa Priscila, em Roma), e é
escrito inclusive um "evangelho" (considerado apócrifo) relatando sobre
sua natividade e vida antes do nascimento de Cristo (O nome deste evangelho
apócrifo é Protoevangelho de Tiago). Esse apócrifo considerava Maria como a
"Predileta de Deus" (cf. Protoevangelho de Tiago, XIII,2) e aceitava
sua perpétua virgindade.
Irineu aborda
Maria com uma perspectiva maior: Enquanto Eva tornou-se a causa da morte da
humanidade, Maria tornou-se a "causa salutis" ("cauda da
salvação") de si e de toda a humanidade , ressaltando seu papel
Co-Redentor. A mariologia de Irineu é extraordinária: Irineu acreditava que o
"Novo nascimento" do cristão ocorria no ventre da Virgem Maria[39] ,
e que seu ventre "regenera os homens em Deus" ; Além disso,
Irineu acreditava que Maria portou a Deus (cf. Irineu de Lião, Contra as Heresias,
5,9,1), ressaltando sua maternidade divina.Ao afirmar que o Diabo não teria
sido vencido completamente se Jesus não tivesse nascido de Mulher, aborda
Gênesis 3,15 com uma perspectiva de Maria (a mulher da carta aos Gálatas) e
Cristo como a Mulher e sua descendência . No século IV também, na refutação de
São Jerônimo à Helvídio, Jerônimo cita Irineu como um dos ilustres homens que
"expuseram as mesmas explicações" dele com hereges do tempo (Ebião,
Theodoto de Bizâncio e Valentino) confirmando a virgindade perpétua de
Maria, embora em nenhuma de suas obras conservadas possamos encontrar essa
apologia.
Hipólito de
Roma, no século III, chamada Maria de “Santa” (Hipólito de Roma, Contra Noeto,
17; PG 10:825). Para ele, Maria e o Espírito Santo são a “madeira incorruptível”;
que formou o corpo de Jesus; a “arca de madeira incorruptível”: “A arca, que
foi feita de madeira incorruptível (cf. Êx 25:10) era o Salvador. A arca
simbolizava o tabernáculo de seu corpo, que era imune à decadência e não gerou
nenhuma corrupção pecaminosa ... O Senhor não tinha pecado, porque em sua
humanidade Ele foi formado a partir da madeira incorruptível, ou seja, da
Virgem e do Espírito Santo, forrada dentro e fora como com o ouro mais puro da
Palavra de Deus.” (Hipólito, no Salmo 22, citado por Teodoreto, Dialogo 1; PG
10:610, 864-5).
Cipriano de
Cartago interpretará Maria como a Mulher de Gênesis 3,15; já que vê nela a
mesma "Virgem" de Isaías 7,14 .
Também, segundo Gregório de Nissa no
século IV, que escreveu sobre a vida de São Gregório Neocesaréia (Taumaturgo),
afirma que este santo que viveu no século III, teve uma visão da Virgem Maria
com João Batista[44] . Orígenes no século III também enche de louvores Maria,
afirmando sua virgindade após o parto[45] , Segundo o historiador Sozomeno,
Orígenes aplicou o título Theotokos (Mãe de Deus) à Maria (Hist. Eccl. 7,32) e
no seu Comentário sobre o Evangelho de João, escreveu: "Ninguém pode
compreender o Evangelho se não reclinou sua cabeça sobre o peito de Jesus e não
recebeu dele Maria como mãe" (In Ioh. 1,6); Por fim, Orígenes põe na boca de Isabel as
palavras “Tu, minha Senhora” (Hom. ins. Lucam, hom. VII; PG 13,1902 D) à Maria. Isso tudo evidencia um
grande amor a figura de Maria, mesmo antes de Nicéia.
A Conversão
de Constantino
Aparição da
Cruz a Constantino
Um dos fatos
mais importantes da História do Cristianismo foi a conversão do Imperador
Constantino no século IV ao cristianismo, e as implicações dessa conversão para
o futuro do Império. Eusébio de Cesareia, biógrafo do imperador, nos legou uma
história de sua vida, na qual afirmava que Constantino teria visto uma
manifestação sagrada pouco antes de sua Batalha da Ponte Mílvia em 312 d.C.
contra seu rival Magêncio. Esse fato, aliado à vitória contra Licínio, fez com
que o César se convertesse à fé cristã.
É inegável
que a conversão de Constantino é um evento inesperado e de difícil explicação.
Embora o cristianismo tenha se difundido imensamente em seus primeiros anos,
ele não representava nenhuma porção significante do Império e, em Roma, pode-se
dizer que havia cerca de apenas 30 mil cristãos. Além disso, Constantino não
veio da parte Oriental do Império, onde o cristianismo tinha mais força.
Todos esses
fatores apontam para uma conversão de Constantino profundamente arraigada no
elemento religioso. O sentimento de que era ajudado pelo Senhor Jesus Cristo
certamente fez com que Constantino abdicasse do paganismo para aceitar a nova
religião cristã. Alguns autores preferem pensar em Constantino como um
brilhante maquinador político, que teria assumido a fé cristã tendo por fito
proezas políticas. Não obstante, como foi dito, o cristianismo era pouco
influente e o mais provável é que tivesse trazido grandes problemas para o
imperador, ao contrário de benefícios de ordem administrativa. A fé de
Constantino é atestada por medidas como a proibição dos sacrifícios aos deuses
nas cerimônias oficiais (330), a inscrição do nome do Cristo nos escudos dos
soldados, a inscrição de símbolos cristãos nas moedas imperiais, a proibição de
que suas imagens fossem mantidas em templos pagãos e a sua interferência nas
querelas das igrejas, com o Primeiro Concílio de Niceia (25 de julho de 325).
Édito de
Milão
O Édito de
Milão foi uma lei promulgada pelo imperador Constantino, em fevereiro de 313,
que garantia a liberdade de crença. Esse Édito garantia que todos os súditos do
império teriam o direito de professar suas fés livremente mas, na prática, o
imperador perseguiu muitas práticas religiosas não-cristãs e não-ortodoxas,
como o judaísmo, o arianismo e até mesmo práticas pagãs. A sua promulgação
está, indubitavelmente, associada à vitória do imperador sobre Magêncio no ano
anterior.
Concílio de
Niceia
Primeiro
Concílio Ecumênico de Niceia
O Primeiro
Concílio de Niceia foi um concílio ecumênico da qual participaram importantes
líderes da igreja da época, incluindo o imperador Constantino, visando debater
temas importantes, principalmente o arianismo e a organização das igrejas.
No concílio,
a doutrina ensinada por Ário e seus seguidores foi condenada como herética,
iniciando mais de um século da chamada controvérsia ariana.
No Concílio
de Niceia também se decidiu, pela primeira vez de forma clara, sobre a
organização das igrejas de forma hierárquica, e sobre a ordenação dos padres e
bispos.
A Igreja
primitiva
O termo
Igreja Primitiva é utilizado para se referir à um período histórico do
cristianismo e da Igreja Católica[46] entre 30 - 325 d.C. O termo Igreja
Primitiva refere-se a instituição e cristianismo primitivo às suas doutrinas.
Neste período a Igreja estava engajada em diversas discussões acerca dos
conceitos cristãos[47] . Inicialmente cinco cidades surgiram como importantes
centros da igreja: Roma, Jerusalém, Antioquia, Alexandria e Constantinopla.
A expressão
"Igreja" (com I maiúsculo), se refere à Igreja como um todo,
"igreja" (com i minúsculo) se refere às comunidades de fé locais[48]
, essa distinção deve ser feita porque na Igreja Primitiva existia total
unidade entre os cristãos como uma única Igreja Católica (que é Universal em
grego), mas para se referir às comunidades cristãs locais se usa também o termo
"igreja", como por exemplos as igrejas de Jerusalém, Roma e etc. A
unidade da Igreja é comprovada já em Atos dos Apóstolos, no episódio do
Concílio de Jerusalém, pois a igreja de Antioquia, de Corinto, de Éfeso mesmo
estando separadas geograficamente, não são independentes, tendo de acatar a decisão
do concílio como uma só Igreja.
História da
instituição
A Igreja
Primitiva passou a se nomear Católica (que significa "Universal"),
ainda no século I d.C., o termo foi utilizado pela primeira vez pelo Bispo
Inácio[49] de Antioquia , discípulo do apóstolo João, que provavelmente foi
ordenado pelo próprio Pedro,[50] alguns historiadores sugerem que os próprios
apóstolos poderiam ter utilizado o termo para descrever a Igreja.[50] O termo
Católica invoca o princípio de que desde o começo a Igreja foi universal,
aberta aos gentios, em 200 o termo já era comumente utilizado.
Em 64 d.C.
ocorreria o Grande incêndio de Roma, o imperador romano Nero culparia os
cristãos por este ato, e iniciaria a perseguição à Igreja, martirizando
diversos cristãos notáveis tais como o Apóstolo Pedro.[carece de fontes] A
perseguição continuaria até 313 quando seria publicado o Édito de Milão pelos
dois Augustos, o imperador ocidental Constantino, e Licínio, o imperador
oriental. Este édito de tolerância permitiu aos cristãos ter completa liberdade
para praticar sua religião sem ser molestado, iniciando-se a Paz na Igreja.
FONTE
WIKIPEDIA
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