Atos dos Apóstolos
Artigo Mauricio Berwald
Fonte Wikipédia
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Manuscrito
bíblico
Os Atos dos
Apóstolos (pré-AO 1990: Actos dos Apóstolos) (em grego: Πράξεις των Αποστόλων;
transl.: ton praxeis apostolon; em latim: Acta Apostolorum) é o quinto livro do
Novo Testamento. Geralmente conhecida apenas como Actos, ele descreve a
história da Era Apostólica. O autor é tradicionalmente identificado como Lucas,
o Evangelista.
O Evangelho
de Lucas e o livro de Actos formavam apenas dois volumes de uma mesma obra, o
qual daríamos hoje o nome de História das Origens Cristãs[1] . Lucas
provavelmente não atribuiu a este segundo livro um título próprio. Somente
quando seu evangelho foi separado dessa segunda parte do livro e colocado junto
com os outros três evangelhos é que houve a necessidade de dar um título ao
segundo volume . Isso se deu muito cedo, por volta de 150 d.C. Tanto em sua
intenção quanto em sua forma literária, este escrito não é diferente dos quatro
evangelhos .
Escritores
dos séculos II e III fizeram várias sugestões para nomear essa obra, como O
memorando de Lucas (Tertuliano) e Os actos de todos os apóstolos (Cânon
Muratori). O nome que finalmente iria consagrar-se aparece pela primeira vez no
prólogo antimarcionita de Lucas (final do século II) ) e em Ireneu . A palavra
Actos denotava um gênero ou subgênero reconhecido, caracterizado por livros que
descreviam os grandes feitos de um povo ou de uma cidade[2] . O título segue um
costume da literatura helenística, que conhecia os Actos de Anibal, os Actos de
Alexandre, entre outros.
O objetivo
desse livro é mostrar a ação do Espírito Santo na primeira comunidade cristã e,
por ela, no mundo em redor. O conteúdo do livro não corresponde ao seu título,
porque não se fala de todos os apóstolos, mas somente de Pedro e de Paulo. João
e Filipe aparecem apenas como figurantes. Entretanto, não são os actos desses
apóstolos que achamos no livro, mas antes a história da difusão do Evangelho,
de Jerusalém até Roma, pela acção do Espírito Santo .
Composição
Autoria
Enquanto a
identidade exata do autor é debatida, o consenso é que este trabalho foi
composto por um gentio de fala grega que escreveu para uma audiência de
cristãos gentios. Os Pais da Igreja afirmaram que Lucas era médico, sírio de
Antioquia e um adepto do Apóstolo Paulo. Os estudiosos concordam que o autor do
Evangelho de Lucas é o mesmo que escreveu o livro de Actos dos Apóstolos. A
tradição diz que os dois livros foram escritos por Lucas companheiro de Paulo (nomeado
em Colossenses 4:14 ). Essa visão tradicional da autoria de Lucas é
"amplamente aceite, visto que a autoria Lucana é quem mais
satisfatoriamente explica todos os dados"[6] . A lista de estudiosos que
mantém a autoria de Lucas é longa e representa a opinião teológica maioritária.
No entanto, não há consenso. De acordo com Raymond E. Brown, a opinião corrente
sobre a autoria de Lucas é 'dividida'.
Título
Ilustração
bizantina do século X. Nela, Lucas escreve seu dois livros do Novo Testamento.
De acordo com os especialistas, os livros de Lucas e Actos faziam parte da
mesma obra.
O título
Actos dos Apóstolos (grego Πράξεις ἀποστόλων praxeis Apostolon) não fazia parte
do texto original. Foi usado pela primeira vez por Ireneu no final do século
II. Alguns têm sugerido que o título de Actos deve ser interpretado como Os
Actos dos Espírito Santo ou ainda Os Actos de Jesus, uma vez que Actos 1:1 dá a
impressão de que esses actos foram definidos como algo que Jesus continuou a
fazer e ensinar, sendo Ele mesmo o principal personagem do livro.
O Evangelho
de Lucas e o livro de Actos formavam apenas dois volumes de uma mesma obra, o
qual daríamos hoje o nome de História das Origens Cristãs[1] . Lucas
provavelmente não atribuiu a este segundo livro um título próprio. Somente
quando seu evangelho foi separado dessa segunda parte do livro e colocado junto
com os outros três evangelhos é que houve a necessidade de dar um título ao
segundo volume . Isso se deu muito cedo, por volta de 150 d.C. Tanto em sua
intenção quanto em sua forma literária, este escrito não é diferente dos quatro
evangelhos .
Escritores
dos século II e III fizeram várias sugestões para nomear essa obra, como O
memorando de Lucas (Tertuliano) e Os actos de todos os apóstolos (Cânon
Muratori).O nome que finalmente iria consagrar-se aparece pela primeira vez no
prólogo antimarcionita de Lucas (final do século II) ) e em Ireneu . A
palavra Actos denotava um gênero ou subgênero reconhecido, caracterizado por livros
que descreviam os grandes feitos de um povo ou de uma cidade . O título
segue um costume da literatura helenística, que conhecia os Actos de Anibal, os
Actos de Alexandre, entre outros.
Género
A palavra
Actos denotava um gênero reconhecido no mundo antigo, que era característico
dos livros que descreviam os grandes feitos de pessoas ou de cidades. Existem
vários livros apócrifos do Novo Testamento, incluindo dos Actos de Tomé até os
Actos de André, Actos de João e Actos de Paulo. Inicialmente, o Evangelho
segundo Lucas e o livro de Actos dos Apóstolos formaram uma única obra; Foi só
quando os evangelhos começaram a ser compilados em conjunto que o trabalho
inicial foi dividida em dois volumes com os títulos acima mencionados.
Os estudiosos
modernos atribuem uma ampla gama de gêneros para os Actos dos Apóstolos,
incluindo a biografia, romance e história. Entretanto, a maioria interpretam o
gênero do livro de histórias épicas dos primeiros milagres cristãos, da
história da igreja primitiva e das conversões .
Fontes
O autor de
Actos invocou várias fontes, bem como a tradição oral, na construção de sua
obra do início da igreja e do ministério de Paulo. A prova disso é encontrada
no prólogo do Evangelho de Lucas, onde o autor faz alusão às suas fontes,
escrevendo:
“ «Muitos já se dedicaram a elaborar um
relato dos factos que se cumpriram entre nós, conforme nos foram transmitidos
por aqueles que desde o início foram testemunhas oculares e servos da palavra.
Eu mesmo investiguei tudo cuidadosamente, desde o começo, e decidi escrever-te
um relato ordenado, ó excelentíssimo Teófilo, para que tenhas a certeza das
coisas que te foram ensinadas.» (Lucas 1:4) ”
A mesma
maneira de se falar "Teófilo", é encontrada apenas em (Lucas 1:1-4) e
em (Actos 1:1-2), indicando uma provável autoria de Lucas em Actos dos
Apóstolos.
“Fiz o
primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo que Jesus começou, não só a fazer,
mas a ensinar, até ao dia em que foi recebido em cima, depois de ter dado
mandamentos, pelo Espírito Santo, aos apóstolos que escolhera.» (Atos 1:1-2)
”
Alguns
estudiosos acreditam que o nós das passagens encontradas no livro de Actos são
exatamente algumas citações dessas fontes que anteriormente acompanharam Paulo
em suas viagens. Acredita-se que o autor de Actos não teve acesso a colecção de
cartas de São Paulo. Uma parte das evidências sugerem que, apesar do livro
citar o autor acompanhando São Paulo em boa parte de suas viagens, Actos nunca
cita diretamente nenhuma das Epístolas paulinas, nem menciona que São Paulo
escrevia cartas. As discrepâncias entre as epístolas paulinas e Actos apoia
ainda a conclusão de que o autor de Actos não tem acesso a essas epístolas ao
redigir seu livro.
Entretanto, a
melhor explicação para o uso do pronome nós a partir de Actos 16 é que o
próprio São Lucas esteve com São Paulo nessas ocasiões. A sua lembrança como
testemunha ocular, juntamente com o contacto pessoal bastante próximo com o
apóstolo São Paulo, explica melhor o material de Actos 16-28.
Outras
teorias sobre as fontes de Actos são ainda mais controversas. Alguns
historiadores acreditam que os o livro toma emprestado fraseologia e elementos
do enredo de As Bacantes e de Eurípedes[9] . Alguns acham que o texto de Actos
mostra evidências de ter usado o historiador judeu Flávio Josefo como fonte[10]
, mas essas duas evidências anteriores já se mostraram serem praticamente
impossíveis.
Local de
composição
O lugar de
composição e os leitores que São Lucas tinha em mente ao escrever seu livro
ainda é incerto. A tradição liga Lucas com Antioquia. Existe uma pequena
evidência interna que faz essa ligação. Outra possível localidade da composição
desse livro é Roma, uma vez que a história de Actos termina ali.
Existe ainda
outros estudioso que crêem que o livro foi escrito em Éfeso, visto que São
Lucas demonstra considerável interesse por essa cidade. Observe as alusões
feitas no livro de Atos a Escola de Tirano (Atos 19:9) e a Alexandre (Atos
19:33), além da detalhada topografia de Atos 20:13-15. Qualquer dos assuntos
dessa região, incluindo o futuro da igreja em Éfeso (Actos 20:28-30), são
tratados como se fossem de especial interesse de Teófilo e seu círculo. Existe
também uma antiga tradição que afirma que São Lucas morreu perto na Bitínia.
Por fim, foi nessa região que surgiram algumas controvérsias e alguns protestos
públicos contra ele (por exemplo, Atos 19:23-41). Sendo assim, o trabalho de
São Lucas seria uma tentativa de fazer uma apologia da Igreja Primitiva contra
as acusações da Sinagoga que pretendia influências a política romana. É bom
lembrar que o judaísmo tinha muita força na Ásia.
Precisão
histórica
A questão da
autoria está amplamente ligado ao valor histórico do conteúdo. A maioria dos
estudiosos acreditam que o livro de Actos é historicamente exacto e válido
segundo a arqueologia , enquanto os críticos acham o trabalho muito impreciso,
especialmente quando comparado com as epístolas de São Paulo[13] . A
questão-chave da controversa da historicidade do livro é a descrição que Lucas
faz de Paulo. De acordo com o ponto de vista da maioria, Atos descreve São
Paulo diferente de como ele descreve a si mesmo em suas epístolas, tanto
historicamente quanto teologicamente. Atos difere das cartas de São Paulo sobre
questões importantes, tais como a Lei, o apostolado de São Paulo, bem como sua
relação com a Igreja de Jerusalém. Os estudiosos geralmente preferem os relato
de São Paulo. No entanto, alguns historiadores e estudiosos proeminentes,
representando a visão tradicional, vêem o livro de Atos como sendo bastante
precisos e corroborados pela arqueologia , além de afirmar que a distância
entre São Paulo das epístolas e o São Paulo do livro de Atos é exagerada pelos
estudiosos.
Data da
redação
O cerco e
destruição de Jerusalém, por David Roberts (1850). Para os especialistas, a não
menção da rebelião judaica e da destruição da cidade ocorrida em 70 d.C. aponta
para uma data anterior ao episódio
A atmosfera
cultural e política descrita no livro de Actos sugere que o livro tenha sido
escrito no século I . Entretanto, as datas propostas para o livro vão de 62
d.C., ano em que ocorre o último acontecimento narrado no livro Atos 28:30, até
meados do século II, quando ocorre a primeira referência explícita ao livro de
Actos[16] . Para consultar a opinião de vários especialistas veja When was the
Book of Acts witten?
Anterior a 70
d.C.
Donald
Carson, Douglas Moo e Leon Morris datam o livro em 62 d.C.[17] . Os três
especialistas observam que a ausência de qualquer menção à destruição de
Jerusalém seria pouco provável se o livro tivesse sido escrito depois de 70
d.C.. Leon Morris sugeriu que a não menção da morte de Paulo, personagem
central do livro, aponta para uma data antes de sua morte, em 64 d.C.. Além
disso, não há referência no livro de Actos da morte de Tiago (62 d.C.) e de
Pedro (67 d.C.). Howard Marshall observa que Lucas parece não ter lido as
cartas de São Paulo . Isso torna ainda mais improvável uma data avançada para o
livro de Actos, uma vez que as cartas de São Paulo circulavam nas igrejas.
Outros argumentos que apontam para essa data recente são: (1) a descrição que
São Lucas faz do judaísmo como uma religião autorizada, uma situação que teria
mudado abruptamente com a erupção da rebelião judaica contra Roma em 66 dC; (2)
o facto de São Lucas omitir qualquer referência à perseguição promovida por
Nero, a qual, caso tivesse acontecido enquanto São Lucas escrevia certamente
teria afectado de alguma maneira a sua narrativa; (3) os detalhes vívidos da
narrativa do naufrágio e da viagem (Actos 27:1 - 27), o que sugere uma
experiência bem recente[19] . Outro ponto é que Lucas nota o cumprimento da
profecia de Ágabo (Actos 11:28). Se estivesse escrevendo depois de 70 d.C.,
seria lógico esperar que mencionasse em algum lugar o cumprimento da profecia
de Jesus de que a cidade seria destruída (Atos 21:20
Entre 80 e 95
d.C.]
Atualmente, a
maioria dos estudiosos acredita que Atos foi escrito nos anos 80 d.C. ou um
pouco depois [20] . Um pequeno indicador sobre a possível datação do livro pode
estar em Actos 6:9, que menciona a província de Cilícia. Essa Província romana
tinha sido perdida em 27 d.C. e foi restabelecida pelo Imperador Vespasiano
apenas em 72 d.C.[21] , o que dataria a obra depois dessa data. Entretanto, uma
vez que São Paulo era da Cilícia e refere-se a si mesmo utilizando esse nome
(veja Atos 21:39 e Atos 22:3), parece natural que o nome da província teria
continuado a ser usado entre os seus moradores, apesar do hiato na nomenclatura
oficial romana.
Outro
argumento para essa datação é o pressuposto de que Atos foi escrito depois do
Evangelho de São Lucas. Esses estudiosos costumam datar essa obra depois do ano
70 d.C. baseados em duas suposições: São Lucas foi escrito depois da queda de
Jerusalém pelos romanos; a outra é que o Evangelho de Marcos, que Lucas
provavelmente empregou, deve ser datado em meados dos fins do anos 60 d.C..
Isso colocaria o livro de Atos em meados de 75 d.C.
.
Uma data no
século II
Hoje em dia
poucos eruditos acreditam que Atos é uma obra do século II[23] . Mas o
estudiosos que defendem essa hipótese apontam os vários paralelos existentes
entre o livro de Actos e as duas mais importantes obras de Flávio Josefo: A
Guerra dos Judeus (75–80 d.C.) e Antiguidades Judaicas (94 d.C.)[24] . Alguns
eruditos argumentam que Lucas utilizou material das duas obras de Josefo, ao
invés do contrário, o que indicaria que Atos foi escrito por volta do ano 100
d.C. ou um pouco mais tarde . Três pontos de contato principais com as obras de
Flávio são citados: (1) As circunstâncias que rodearam a morte de Agripa I em
44 d.C.. Aqui Atos 12:21-23 é em grande parte paralela à Antiguidades Judaicas
19.8.2; (2) O tribuno romano confunde Paulo com o falso profeta egípcio que
iniciou um revolta no Monte das Oliveiras Actos 21:38. Josefo cita essa revolta
em A Guerra dos Judeus 2.13.5 e em Antiguidades 20.8.6; (3) As revoltas de
Teudas e Judas, o galileu são citados por ambos os autores (Atos 5:36 e
Antiguidades 20.5.1).
De acordo com
John Townsend, não é antes das últimas décadas do século II que se encontra
vestígios indiscutíveis do trabalho [livro de Actos] . Townsend,
voltando-se para as fontes por trás dos escritos de pseudo-Clemente, argumenta
que a data para a composição final da obra está na metade do século II.
Entretanto, de acordo com Richard Pervo, o ensaio [de Townsend] é prudente mas
metodologicamente aventureiro e em última análise é lição valiosa do perigo de
se estabelecer a data de Atos ou de qualquer trabalho, alegando para o mais cedo
possível de origem] .
Os argumentos
mais fortes que ajudaram a minar esse ponto de vista foram os vestígios que
Donald Guthrie encontrou do livro Actos na Epístola de Policarpo aos Filipenses
(110 d.C.) e em uma epístola de Inácio (117 d.C.). De acordo com Guthrie, Atos
provavelmente era bastante conhecido em Antioquia e Esmirna por volta de 115
d.C., e em Roma, perto de 96 d.C. .
Principais
acontecimentos
Atos dos
Apóstolos
O Livro de Atos
inicia-se com a ascensão de Jesus, o qual determinou aos seus discípulos que
permanecessem em Jerusalém até que fossem revestidos com por uma unção
celestial que é descrita nos factos ocorridos durante o dia de Pentecostes. A
escolha do discípulo Matias que foi precedida do suicídio de Judas, nos
versículos de 1:16 -20 São Pedro fala sobre o campo (Aceldama) que ele adquiriu
com as 30 moedas de prata.
Os capítulos
seguintes relatam os primeiros momentos da igreja primitiva na Palestina sob a
liderança de Pedro, as primeiras conversões de judeus e depois dos gentios, o
violento martírio de Estêvão por apedrejamento, a conversão do perseguidor
Saulo de Tarso (Paulo) que se torna a partir de então um apóstolo, mencionando
depois as missões deste pelas regiões orientais do mundo romano, mais
precisamente pela Ásia Menor, Grécia e Macedônia, culminando com a sua prisão e
julgamento quando retorna para Jerusalém e, finalmente, fala sobre sua viagem
para Roma.
Pode-se dizer
que do começo até o verso 25 do capítulo 12, o Livro de Actos dá um enfoque
maior ao ministério de São Pedro, em que, depois da ressurreição de Jesus
Cristo e do Pentecostes, o apóstolo pregou corajosamente e realizou muitos
milagres, relatando, em síntese, o estabelecimento e a expansão da Igreja pelas
regiões da Judeia e de Samaria, seguindo para alguns países da Ásia Menor.
Já a outra
metade da obra centraliza-se mais no ministério de São Paulo (do capítulo 13 ao
final) e poderia ser subdividido em seis partes:
a primeira
viagem missionária liderada por São Paulo e Barnabé;
o Concílio de
Jerusalém;
a segunda
viagem missionária de São Paulo em que o Evangelho é levado à Europa;
a terceira
viagem missionária;
o julgamento
de São Paulo;
a viagem de
São Paulo a Roma.
Importante
destacar que no livro de Atos é narrada a rejeição contínua do Evangelho pela
maioria dos judeus, o que levou à proclamação das Boas Novas aos povos gentios,
principalmente por São Paulo.
Estabelecimento
da Igreja
Narra o livro
de Atos que, antes de subir aos Céus, Jesus determinou aos seus discípulos que
permanecessem em Jerusalém até que recebessem o poder do alto através do
Espírito Santo e que a partir de então eles se tornariam suas testemunhas até
os confins da terra. Enquanto aguardavam o cumprimento da promessa, foi
escolhido o nome de São Matias em substituição a Judas Iscariotes que se tinha
suicidado. Com a descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes, ocorre uma
experiência sobrenatural em que os judeus de outras nacionalidades que estavam
presentes na festa ouviram os discípulos falando em seus próprios idiomas, o
que chamou a atenção de uma multidão de pessoas para o local onde estavam
reunidos.
Corajosamente,
São Pedro inicia um discurso explicando o motivo do acontecimento em que três
mil pessoas são convertidas para o Cristianismo que foram baptizados, passando
a congregar levando uma vida de comunitária de muita oração onde se
presenciavam prodígios e milagres feitos pelos apóstolos.
De acordo com
os versos 42 a 44 do capítulo 2, os cristãos primitivos tinham todos os seus
bens em comum, o que parece ter-se mantido por anos na igreja de Jerusalém. Já
os versos 32 a 37 do capítulo 4 informam que "ninguém considerava
exclusivamente sua nenhuma das coisas que possuía" e que os que eram donos
de propriedades vendiam suas terras ou casas e depositavam o valor da venda
perante os apóstolos para que houvesse distribuição entre os que tinham
necessidades materiais.
Um milagre
importante, a cura de um homem coxo de nascença que pedia esmola na porta do
Templo, é relatado logo no capítulo 3 do livro, o que provoca a prisão de São
Pedro e do Apóstolo João que são trazidos perante o Sinédrio. Repreendidos
pelas autoridades judaicas para que não pregassem mais no nome de Jesus, os
dois apóstolos, os quais responderam que estavam praticando a vontade de Deus e
não dos homens.
Novas prisões
dos apóstolos ocorrem no livro de Atos, pois o crescimento da Igreja incomodava
o sumo sacerdote e a seita dos saduceus, conforme é narrado nos versos de 17 a
42 do capítulo 5 da obra. Porém, com o parecer dado pelo rabino Gamaliel, o
Sinédrio resolve libertar São Pedro e os demais, depois de castigá-los com
açoites.
Com o
crescimento do número de discípulos, é instituído o cargo de diácono para
ajudar nas atividades da Igreja, entre os quais estavam Estêvão e Filipe, o
Evangelista que muito se destacaram em seus ministérios. Porém, Estêvão é
preso, conduzido ao Sinédrio e condenado à morte.
.
As primeiras
perseguições e a expansão da fé cristã
Após o
apedrejamento de Estêvão, Saulo de Tarso empreende uma grande perseguição à
Igreja em Jerusalém, o que dispersou vários discípulos pelas regiões da Judeia
e Samaria, chegando também o Evangelho à Fenícia, Chipre e Antioquia.
Algumas obras
de Filipe, o Evangelista, são narradas em Atos, entre as quais a sua passagem
por Samaria e a conversão de um eunuco etíope na rota comercial de Gaza.
Saulo de
Tarso ao tentar empreender novas perseguições, converte-se quando viajava para
Damasco e tem uma visão de Jesus, ficando cego por três dias, até ser curado
quando se encontra com Ananias.
Depois destes
acontecimentos, a Igreja passa por um período de paz. Dois milagres de destaque
narrados nesse momento da obra de São Lucas são a cura do paralítico Eneias, em
Lida, e a ressurreição de Dorcas, na cidade de Jope.
Vimos em
Dorcas um exemplo de alguém que se doou para que a Igreja nascente tivesse
razão social de ser, além de razão espiritual convincente. Se a Igreja
manifestava Jesus Cristo como aquele capaz de conduzir o homem a Deus pelo seu
grande amor e doação pelos seres humanos, Deus usava seres humanos como Dorcas
para manifestar o seu grande amor aos demais seres humanos numa dimensão
horizontal. Foi assim que, morrendo Dorcas, a Tabita querida, Deus pode e quis
ressuscitá-la pelo seu grande poder e amor diante do clamor dos que foram por
ela favorecidos - toda a comunidade jopeana.
O Evangelho
chega aos gentios
Narra o
capítulo 10 de Atos que Simão Pedro, encontrando-se em Jope, recebe uma visão
em que Deus lhe ordena alimentar-se de vários animais considerados imundos ou
impróprios para o consumo (v.11), conforme a lei mosaica. Pedro entende então o
real significado. A visão não o estava pedindo ou mudando a lei no que se
refere a carne de animais imundos, mas que Deus estava o orientando para não
fazer discriminação, pois o evangelho deveria ser pregado a todos independente
da origem, judeus ou gentios (v.28). Entendendo isso, Pedro prega o Evangelho
na casa de um centurião romano de Cesareia chamado Cornélio, o qual se converte
juntamente com todos os que ouviram o discurso do apóstolo, sendo depois
batizados.
Por este motivo, Pedro
é questionado pelos outros apóstolos e cristãos da Judeia que se convencem.fonte www.mauricioberwaldoficial.blogspot.com
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