Historia do Avivamento nos
Estados Unidos
Na América
do Norte,o Segundo Grande avivamento (1880-1861)foi uma resposta ao
racionalismo a industrialização.As pregações reavivalistas e a piedade pessoal
grassavam no novo país.Quase todas as denominações se reuniram em campanhas e
as conversões ocorriam aos milhares.Os acampamentos tornaram-se lugares permanebtes de cultos e depois em centros de
conferencias biblicas,alguns dos quais até hoje.Charles Finey foi o evangelista
de maior destaque naqueles tempos.Ele mudou a forma de evangelização,adaptandoa
ao ministério urbano.Mais tarde,no mesmo seculo,Dwight L. Moody empregaria as
tecnicas de avivamento de Finey e acrescentaria a colportagem (distribuição de
literatura de porta a porta)e a fundação de varias instituições
educacionais,das quais a mais conhecidas é o (Instituto Biblico Moody em
Chicago).
(notas,manual biblico Halley,pp.795,2000).
Por volta
de 1789,a influencia do grande
avivamento tinha sensivelmente diminuido por causa do deismo levado ás colonias
pelos oficiais do exércitos inglês na guerra Francesa e indiana,e por força da
entrega da literatura deista e da influencia deixada pela revolução Francesa.A
universidade de Yale ilustra a decadente desta época.Poucos estudantes eram
regenerados,jogo,a irreverencia,o vicio e a embriagues eram comuns entre os
estudantes,que se orgulhavam de serem incrédulos.O segundo avivamento ,que
mergulhou este deprimente,quadro,foi o primeiro de muitos avivamentos do seculo
20.A partir da revolução Americana,até a primeira guerra mundial,os Estados
Unidos foram moldados por um tipo de protestantismo rural,no qual o
protestantismo era em maioria.Com o crescimento do catolicismo romano,devido á
imigração após guerra civil,os Estados Unidos têm se tornado mais pluralista
e,mesmo,seculares,em sua vida cristã.O protestantismo perdeu a força como era
nos seculos passados.
(notas,C.Carins,hist.da igreja,pp.397,1984).
PRIMEIRA FASE DO AVIVAMENTO NOS
ESTADOS UNIDOS.
Em 1787,um
movimento reavivacionista começou em Hamppen-Sidney,uma pequena universidade da
Virginia.Este reavivamento,que despertou o interesse dos estudantes para sua
condição espiritual,chegou ao Washinton College e,dai,a igreja Presbiteriana do
sul.A fase congregacional do avivamento na nova inglaterra começou em Yale,em
1802,sob a liderança do seu reitor,Timothy Dwight(1752-1817),cujasmenssagens
simples e profundas,pregadas na capela,sobre a incredulidade e a biblia
acabaram com a propalada incredulidade dos alunos.Um terço do corpo discente
converteu-se no periodo do reavivamento,que chegou á Dartmouth,á Williams e a
outras universidades.Outro despertamento ocorreu mais tarde,em Yale.Assim,os
reavivamentos leste começaram nas universidades.(notas,ibid,pp.397).
OS GRANDES
AVIVAMENTOS NA AMÉRICA
Com a colonização anglo-saxônica no norte
continente americano ,criava-se uma esperança de encontrar a rota marítima para
as riquezas da asia ,matérias primas ,bem como mercado para um comercio
rentável ,poerem ,não obstante a isso,muitos cristãos viram uma possibilidade
de fugir da perseguição na pátria mãe e outros ainda a possibilidade de falar
de cristo a pessoas que jamais tinham ouvido o evangelho.
O GRANDE AVIVAMENTO
/1703-1758/
O inicio do seculo 18 foi marcado pelo
declínio de fervor e moral nas colonias .A nova geração não sentia o zelo e a
piedade dos primeiros puritanos peregrinos.Somente uma minoria inexpressiva
frequentava as igrejas.Nesta época de frieza e desanimo ,DEUS levantou um
dinâmico jovem pastor chamado jonatas edwars (1703-1738),homem de grande
erudição e cheio do Espirito SANTO ,formo-se precocemente em haye,aos 13 ANOS
JA DOMINAVA O GREGO E ,HEBRAICO E OLATIM.Aos 17 anos tornou-se pastor de igreja
congregacional em NORTHAMPTON EM MASSACHUSSETS .Não obstante ler os seus
sermões "pecadores nas mãos de um DEUS irado",ilustra o poder com que pregava .James packer diz
'que ele era dotado de um dom unico de fazer as idéias adquirirem vida ,atravez
da brilhante precisão com que as expunha .Podia fazer duas horas parecerem 20
minutos".As menssagens de jonathas desencadeavam um movimento espiritual
poderoso na nação que ficou conhecido como"O grande avivamento".
JONATHAS E. cria na nessecidade da conversão
passoal e ele mesmo passara por ela ,perdeu o pulpito de sua igreja por exigir
dos menbros da sua igreja um testemunho
passoal de salvação.Dai tornou-se missionario aos indios em STOKBRIDGE,e neste
tempo escreveu seus livros mais importantes:a liberdade da vontade ,e o pecado
original.em 1757 ,foi escolhido reitor da universidade de pricenton,e ao tomar
vacina contra variula ,a propia inoculação lhe transmitiu uma febre muito alta
e faleceu em 1758.Edwards foi o mais importante teológo pentecostal que já
surgiu neste lado do atlantico.
Em new jersey,gilbert tennant pastor da
igreja presbiteriana de new brunscik em 1728,começou a pregar de uma forma tão
ungida que despertou a sua igreja a as adjacencias.Em fim todas as populações
da colonia foram sacudidas pelo grande avivamento e as igrejas congregacionais
,batista e presbiterianas cresceram em membresia e em poder.
Os resultados do grande avivamento foram
maravilhosos.Cerca de 30 a 40 mil pessoas foram salvas e mais 150 novas igrejas
foram plantadas na nova inglaterra,numa população de 300 mil pessoas.As
famílias foram moralmentefortalecidas.Universidades,como RINCETON,Colúmbia,hampden-sidney foram criadas para preparar os ministros para
as igrejas que iam sendo fundadas.
SEGUNDO GRANDE AVIVAMENTO ( 1787)
EM em 1787 um novo reavivamento ocorreu na
universidade hampden-sidney chamando atenção dos estudantes para o seu estado
espiritual,chegando até as igrejas.O avivamento chegou em yale em 1802,sob a
liderança de timothy Dwight(1752-1817),neto de jonathas edwards ,cujas
menssagens simples e profundas acabaram com a incredulidade dos alunos.O
avivamento chegou ao oeste que viva um estado moral deploravel .O consumo de
bebidas alcolicas era alto e o indice de imoralidade alarmante .O avivemento
espiritual contribuiu para o fortalecimento da moral no oeste.A embriagues e a
obscenidade deram lugar ao pudor e a modestia.Em dez anos ,mais de 10 mil
pessoas uniram-se somente a igreja batista em kentuck ,neste periodo de oração
e em 1786 foi implantada a escola dominical.O avivamento também ,o manifestou a
preocupação com a obra missionaria ,foi fundada a junta americana de comissões
para missões estrangeiras ,como resultados das reuniões de oração no monte
feno,de samuel mille (1783-1818).
Entretanto ,o mais conhecido nome do
segundo avivamento foi CHARKLES G.FINEY(1792-1895),um advogado convertido em
1821, que trouxe inovações que tornaram -se eficientes,como cultos anunciados
previamente,linguagem coloquial na pregação ,horários não padronizados para os
cultos ,e citação de nomes em oração publicas e a criação do lugar dos
aflitos"onde as pessoas com inquietações espirituais poderiam ir.
Após a gerra civil ,destaca-se a figura de
DWIGT L.MOODY,que conseguiu combinar o reaviamento com a evangelização de
massas.Após excursões evangelisticas bem sucedidas na inglaterra ,fundou a sociedade para a
evangelização de chicago em 1886,de onde surgiu o instituto biblico moody.Seus
sucessores neste novo tipo de evangelização mundial foram;Ruben Archer
.torrey,gyspy,billy sunday,e desde 1949 ,Billy gran é o mais proeminente
evangelista internacional.
Carlos Finney (1792-1875)
biblografia (notas,Orlando Boyer,Herois da
fé,pp.125-130,132-137,cpad-Brasil)
Perto da
aldeia de New York Mills, no século dezenove, havia uma fábrica de tecidos
movida pela força das águas do rio Oriskany. Certa manhã, os operários se achavam
comovidos, conversando sobre o poderoso culto da noite anterior, no prédio da
escola pública.Não muito depois de começar o ruído das máquinas, o pregador, um
rapaz alto e atlético, entrou na fábrica. O poder do Espírito Santo ainda
permanecia sobre ele; os operários, ao vê-lo, sentiram a culpa de seus pecados
a ponto de terem de se esforçar para poderem continuar a trabalhar.
Ao passar
perto de duas moças que trabalhavam juntas, uma delas, no ato de emendar um
fio, foi tomada de tão forte convicção, que caiu em terra, chorando. Segundos
depois, quase todos em redor tinham lágrimas nos olhos e, em poucos minutos, o
avivamento encheu todas as dependências da fábrica.O diretor, vendo que os
operários não podiam trabalhar, achou que seria melhor cuidassem da salvação
da al-ma, e mandou que parassem as máquinas. A comporta das águas foi fechada
e os operários se ajuntaram em um salão do edifício. O Espírito Santo operou
com grande poder e dentro de poucos dias quase todos se converteram.
Diz-se
acerca deste pregador, que se chamava Carlos Finney, que, depois de ele pregar
em Governeur, no Estado de New York, não houve baile nem representação de
teatro na cidade durante seis anos. Calcula-se que, durante os anos de 1857 e
1858, mais de 100 mil pessoas foram ganhas para Cristo pela obra direta e
indireta de Finney. A sua autobiografia é o mais maravilhoso relato de
manifestação do Espírito Santo, excetuando o livro de Atos dos Apóstolos.
Alguns consideram o seu livro, "Teologia Sistemática", a maior obra
sobre teologia, a não ser as Sagradas Escrituras.
- Como se
explica o seu êxito tão destacado nos anais dos servos da Igreja de Cristo? -
Sem dúvida era, antes de tudo, o resultado da sua profunda conversão.Nasceu de
uma família descrente e se criou em um lugar onde os membros da igreja
conheciam, apenas, a formalidade fria dos cultos. Finney era advogado; ao
encontrar, nos seus livros de jurisprudência, muitas citações da Bíblia
comprou um exemplar com a intenção de conhecer as Escrituras. O resultado foi
que, após a leitura, achou mais e mais interesse nos cultos dos crentes. Acerca
da sua conversão ele relata, na sua autobiografia, o seguinte:
"Ao
ler a Bíblia, ao assistir às reuniões de oração, e ouvir os sermões de senhor
Gale, percebi que não me achava pronto a entrar nos céus... Fiquei
impressionado especialmente com o fato de as orações dos crentes, semana após
semana, não serem respondidas. Li na Bíblia: 'Pedi e dar-se-vos-á; buscai, e
encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á'. Li, também, que Deus é mais pronto a
dar o Espírito Santo aos que lho pedirem, do que os pais terrestres a darem
boas coisas aos filhos. Ouvia os crentes pedirem um derramamento do Espírito
Santo e confessarem, depois, que não o receberam.
"Exortavam
uns aos outros a se despertarem para pedir, em oração, um derramamento do
Espírito de Deus e afirmavam que assim haveria um avivamento com a conversão de
pecadores... Mas ao ler mais a Bíblia, vi que as orações dos crentes não eram
respondidas porque não tinham fé, isto é, não esperavam que Deus lhes daria o
que pediam... Entretanto, com isso senti um alívio acerca da veracidade do
Evangelho... e fiquei convicto de que a Bíblia, apesar de tudo, é a verdadeira
Palavra de Deus."Foi num domingo de 1821 que assentei no coração resolver
o problema sobre a salvação da minha alma e ter paz com Deus. Apesar das minhas
grandes preocupações como advogado, resolvi seguir rigorosamente a
determinação de ser salvo.
Pela providência de Deus, não me achei muito
ocupado nem segunda nem terça-feira, e consegui passar a maior parte do tempo
lendo a Bíblia e orando."Mas ao encarar a situação resolutamente, achei-me
sem coragem para orar sem tapar o buraco da fechadura. Antes deixava a Bíblia
aberta na mesa com os outros livros e não me envergonhava de lê-la diante do
próximo. Mas então, se entrasse alguém, eu colocaria um livro aberto sobre a
Bíblia para escondê-la.
"Durante
a segunda e a terça-feira, a minha convicção aumentou, mas parecia que o
coração se havia endurecido: eu não podia chorar, nem orar... Terça-feira, à
noite, senti-me muito nervoso e parecia-me estar perto da morte. Reconhecia
que, se eu morresse, por certo iria para o Inferno.
"De
manhã cedo, fui para o gabinete... Parecia que uma voz me perguntava: - 'Por
que esperas? Não prometes-te dar o coração a Deus? O que experimentas fazer? -
alcançar a justificação pelas obras?' Foi então que vi, claramente, como
qualquer vez depois, a realidade e a plenitude da propiciação de Cristo. Vi
que sua obra era completa e, em vez de eu necessitar duma justiça própria para
Deus me aceitar, tinha de sujeitar-me à justiça de Deus por intermédio de
Cristo... Sem o saber, fiquei imóvel, não sei por quanto tempo, no meio da rua,
no lugar onde a voz de dentro se dirigiu a mim. Então me veio a pergunta: -
'Aceitá-lo-ás, agora, hoje?' Repliquei: - 'Aceita-lo-ei hoje ou me esforçarei
para isso até morrer...' Em vez de ir ao gabinete, voltei para entrar na
floresta, onde podia derramar a alma sem alguém me ver nem me
ouvir."Porém, o meu orgulho continuava a se manifestar; passei por cima
dum alto e andei furtivamente atrás duma cerca, para que ninguém me visse, e
pensasse que ia orar.
Penetrei dentro da mata cerca de meio quilômetro, onde
achei um lugar mais escondido entre algumas árvores caídas. Ao entrar, disse a
mim mesmo: 'Entregarei o coração a Deus, ou então não sairei daqui'.
"Mas
ao tentar orar, o coração não queria. Pensara que, uma vez sozinho, onde
ninguém pudesse ouvir-me, podia orar livremente. Porém, ao experimentar
fazê-lo, achei-me sem coisa alguma a dizer a Delis. Toda a vez que tentava
orar, parecia-me ouvir alguém chegando.
"Por
fim, achei-me quase em desespero. O coração estava morto para com Deus e não
queria orar. Então reprovei-me a mim mesmo por ter-me comprometido a entregar
o coração a Deus antes de sair da mata. Comecei a pensar que Deus já me tivesse
abandonado... Achei-me tomado de uma fraqueza demasiadamente grande para ficar
de joelhos.
"Foi
justamente nessa altura que pensei novamente que ouvia alguém se aproximando e
abri os olhos para ver. Logo foi-me revelado que o orgulho do meu coração era a
barreira entre mim e a minha salvação. Fui vencido pela convicção do grande
pecado de eu envergonhar-me se alguém me encontrasse de joelhos perante Deus,
e bradei em alta voz que não abandonaria o lugar, nem que todos os homens da
terra e todos os demônios do Inferno me cercassem. Gritei: 'Ora, um vil
pecador como eu, de joelhos perante o grande e santo Deus, e confessando-lhes
os pecados, e me envergonho dele perante o próximo, pecador também, porque me
encontro de joelhos para achar paz com o meu Deus ofendido!' O pecado
parecia-me horrendo, infinito. Fiquei quebrantado até o pó perante o Senhor.
Nessa altura, a seguinte passagem me iluminou: 'Então me invocareis, e ireis, e
orareis a mim, e eu vos ouvirei. E buscar-me-eis, e me achareis, quando me
buscardes de todo o vosso coração...'
"Continuei
a orar e a receber promessas e a apropriar-me delas, não sei por quanto tempo.
Orei até que sem saber como, achei-me voltando para a estrada. Lembro-mede que
disse a mim mesmo: 'Se eu me converter, pregarei o Evangelho'.
"Na
estrada, voltando para a aldeia, certifiquei-me da preciosa paz e da gloriosa
calma na minha mente. - 'Que é isso?' Perguntei-me a mim mesmo. - 'Entristecera
eu o Espírito Santo até retirar-se de mim? Não sinto mais convicção...' Então
lembrei-me de que dissera a Deus, que confiaria na sua Palavra... A calma de
meu espírito era indescritível... Fui almoçar, mas não tinha vontade de
comer. Fui ao gabinete, mas meu sócio não voltara do almoço. Comecei a tocar
a música de um hino no rebecão, como de costume. Porém, ao começar a cantar as
palavras sagradas, o coração parecia derreter-se e só podia chorar...
"Ao
entrar e fechar a porta atrás de mim, parecia-me ter encontrado o Senhor Jesus
Cristo face a face. Não me entrou na mente, na ocasião, nem por algum tempo
depois, que era apenas uma concepção mental. Ao contrário, parecia-me que eu o
encontrara como encontro qualquer pessoa. Ele não disse coisa alguma, mas olhou
para mim de tal forma, que fiquei quebrantado e prostrado aos seus pés. Isso,
para mim, foi, depois, uma experiência extraordinária, porque parecia-me uma
realidade, como se Ele mesmo ficasse em pé perante mim, e eu me prostrasse aos
seus pés e lhe derramasse a minha alma. Chorei alto e fiz tanta confissão
quanto foi possível, entre soluços. Parecia-me que lavava os seus pés com as
minhas lágrimas; contudo, sem sentir ter tocado na sua pessoa...
"Ao
virar-me para me sentar, recebi o poderoso batismo com o Espírito Santo. Sem o
esperar, sem mesmo saber que havia tal para mim, o Espírito Santo desceu de tal
maneira, que parecia encher-me corpo e alma. Senti-o como uma onda elétrica
que me traspassava repetidamente. De fato, parecia-me como ondas de amor
liquefeito; porque não sei outra maneira de descrever isso. Parecia o próprio
fôlego de Deus.
"Não
existem palavras para descrever o maravilhoso amor derramado no meu coração.
Chorei de tanto gozo e amor que senti; acho melhor dizer que exprimi, chorando
em alta voz, as inundações indizíveis do meu coração. As ondas passaram sobre
mim, uma após outra, até eu clamar: 'Morrerei, se estas ondas continuarem a
passar sobre mim!.Senhor, não suporto mais!' Contudo, não receava a morte.
"Não
sei por quanto tempo este batismo continuou a passar sobre mim e por todo o meu
ser. Mas sei que era já noite quando o dirigente do coro veio ao gabinete para
me visitar. Encontrou-me nesse estado de choro aos gritos e perguntou: - 'Sr.
Finney, que tem?' Por algum tempo não pude responder-lhe. Então ele perguntou
mais: - 'Está sentindo alguma dor?' Com dificuldade respondi: - Não, mas
sinto-me demasiado feliz para viver.
"Saiu
e, daí a pouco, voltou acompanhado por um dos anciãos da igreja. Esse ancião
sempre foi um homem de espírito ponderado e quase nunca ria. Ele, ao entrar,
encontrou-me no mesmo estado, mais ou menos, como quando o rapaz o foi
chamar. Queria saber o que eu sentia e eu comecei a lhe explicar. Mas, em vez
de responder-me, foi tomado de um riso espasmódico. Parecia impossível evitar o
riso que procedia do fundo do seu coração."
Nessa
altura, entrou certo rapaz que começara a freqüentar os cultos da igreja.
Presenciou tudo por alguns momentos, até cair ao chão em grande angústia de
alma, clamando: "Orem por mim!"
O ancião da
igreja e o outro crente oraram e depois Finney também orou e logo após todos
se retiraram deixando Finney sozinho.
Ao
deitar-se para dormir, Finney adormeceu, mas logo se acordou, por causa do amor
que lhe transbordava do coração. Isso aconteceu repetidas vezes durante a
noite. Sobre isso ele escreveu depois:
"Quando
me acordei, de manhã, a luz do sol penetrava no quarto. Faltam-me palavras para
exprimir os meus sentimentos ao ver a luz do sol. No mesmo instante, o batismo
do dia anterior voltou sobre mim. Ajoelhei-me ao lado da cama e chorei pelo
gozo que sentia. Passei muito tempo sem poder fazer coisa alguma senão derramar
a alma perante Deus".
Durante o
dia, o povo se ocupava em falar na conversão do advogado. Ao anoitecer, sem
qualquer anúncio do culto, ajuntou-se uma multidão no templo. Quando Finney relatou
o que Deus fizera na sua alma, muitos foram profundamente comovidos; um,
sentiu-se tão convicto que voltou a casa sem o chapéu. Certo advogado afirmou:
"É claro que ele é sincero; mas que enlouqueceu, é evidente." Finney
falou e orou com grande liberdade. Realizavam-se cultos todas as noites por
algum tempo, aos quais assistiam pessoas de todas as classes. Esse grande
avivamento espalhou-se para muitos lugares em redor.
Finney
continuou:
"Por
oito dias [depois da sua conversão) o meu coração permanecia tão cheio, que
não sentia desejo de comer nem de dormir. Parecia-me que tinha um manjar para
comer que o mundo não conhecia. Não sentia necessidade de alimentar-me nem de
dormir... Por fim, cheguei a ver que devia comer como de costume e dormir quanto
fosse possível.
"Grande
poder acompanhava a Palavra de Deus; todos os dias admirava-me ao notar como
poucas palavras, dirigidas a uma pessoa, traspassavam-lhe o coração como uma
seta.
"Não
demorei muito em ir visitar meu pai. Ele não era salvo; o único membro da
família que fizera profissão de religião era meu irmão mais novo. Meu pai
encontrou-me no portão e me perguntou: - 'Como tem passado, Carlos?'
Respondi-lhe: - Bem, meu pai, tanto no corpo como na alma. Meu pai, o senhor
já é idoso, todos os seus filhos estão crescidos e casados; e nunca ouvi alguém
orar na sua casa. Ele baixou a cabeça e começou a chorar, dizendo: - 'É
verdade, Carlos; entre, e você mesmo ore'.
"Entramos
e oramos. Meus pais ficaram comovidos e, não muito depois, converteram-se. Se a
minha mãe tinha qualquer esperança antes, ninguém o sabia".
Assim, esse
advogado, Carlos G. Finney, perdeu todo o gosto pela sua profissão e se tornou
um dos mais famosos pregadores do Evangelho. Acerca de seu método de trabalhar,
ele escreveu:
"Dei grande
ênfase à oração como indispensável, se realmente queríamos um avivamento.
Esforçava-me por ensinar a propiciação de Jesus Cristo, sua divindade, sua
missão divina, sua vida perfeita, sua morte vicária, sua ressurreição, a
necessidade de arrependimento e de fé, a justificação pela fé, e outras
doutrinas que se tornaram vivas pelo poder do Espírito Santo.
"Os
meios empregados eram simplesmente pregação, cultos de oração, muita oração em
secreto, intensivo evangelismo pessoal e cultos para a instrução dos
interessados.
"Eu
tinha o costume de passar muito tempo orando; acho que, às vezes, orava
realmente sem cessar. Achei, também, grande proveito em observar freqüentemente
dias inteiros de jejum em secreto. Em tais dias, para ficar inteiramente
sozinho com Deus, eu entrava na mata, ou me fechava dentro do templo..."
Vê-se no
seguinte, a maneira como Finney e seu companheiro de oração, o irmão Nash,
"bombardeavam" os céus com as suas intercessões:
"Quase
um quilômetro distante da residência do senhor S, morava certo adepto do
universalismo. Nos seus preconceitos religiosos, recusava-se a assistir aos
cultos. Certa vez o irmão Nash, que se hospedava comigo na casa do senhor S,
retirou-se para dentro da mata para lutar em oração, sozinho, bem cedo de madrugada,
conforme seu costume. A atmosfera era tal nessa ocasião que se ouvia qualquer
som de longe. O universalista ao levantar-se, de madrugada, saiu de casa e
ouviu a voz de quem orava, e, apesar de não compreender muitas das palavras,
reconheceu quem orava. E isso traspassou-lhe o coração como uma flecha. Sentiu
a realidade da religião como nunca. A flecha permanecia. E ele achou alívio
somente crendo em Cristo".
Acerca do
espírito de oração, Finney afirmou que "era coisa comum nesses
avivamentos, os recém-convertidos se acharem tomados pelo desejo de orar noites
inteiras até lhes faltarem as forças físicas. O Espírito Santo constrangia
grandemente o coração dos crentes, e sentiam constantemente a responsabilidade
pela salvação das almas imortais. A solenidade da mente se manifestava no
cuidado com que falavam e se comportavam. Era muito comum encontrar crentes
juntos caídos de joelhos em oração em vez de ocupados em palestras".
Em certo
tempo, quando as nuvens de perseguição enegreciam cada vez mais, Finney, como
era seu costume sob tais circunstâncias, sentia-se dirigido a dissipá-las,
orando. Em vez de falar pública ou particularmente acerca das acusações, ele
orava. Acerca da sua experiência escreveu: "Eu olhava para Deus com grande
anelo, dia após dia, rogando que Ele me mostrasse o plano a seguir e a graça
para suportar a borrasca... O Senhor mostrou-me, em uma visão, o que eu tinha
de enfrentar. Ele chegou-se tão perto de mim, enquanto eu orava, que a minha
carne literalmente estremecia sobre os ossos. Eu tremia da cabeça aos pés, sob
o pleno conhecimento da presença de Deus".
Acrescentamos
mais um exemplo, tirado da sua autobiografia, da maneira de o Espírito Santo
operar na sua pregação:
"Ao
chegar, na hora anunciada para iniciar o culto, achei o prédio da escola
repleto e tinha de ficar em pé perto da entrada. Cantamos um hino, isto é, o
povo pretendia cantar. Entretanto, eles não tinham o costume de cantar os hinos
de Deus, e cada um desentoava à sua própria maneira. Não podia conter-me e lancei-me
de joelhos e comecei a orar. O Senhor abriu as janelas dos céus, derramou o
espírito de oração e entreguei-me de toda a alma a orar.
"Não
escolhera um texto, mas logo ao levantar-me dos joelhos, eu disse:
Levantai-vos, saí deste lugar, porque o Senhor há de destruir a cidade .
Acrescentei que havia dois homens, um se chamava Abraão, e outro, Ló...
Contei-lhes como Ló se mudara para Sodoma... O lugar era excessivamente
corrupto... Deus resolveu destruir a cidade e Abraão orou por Sodoma. Mas os anjos
acharam somente um justo lá, era Ló. Os anjos disseram: 'Tens alguém mais aqui?
Teu genro, e teus filhos, e tuas filhas, e todos quantos tens nesta cidade,
tira-os fora deste lugar; porque nós vamos destruir este lugar, porque o seu
clamor tem engrossado diante da face do Senhor, e o Senhor nos enviou a
destruí-lo'.
"Ao
relatar estas coisas, os ouvintes se mostraram irados a ponto de me açoitarem.
Nessa altura, deixei de pregar e lhes expliquei que compreendera que nunca se
realizara culto ali e que eu tinha o direito de, assim, considerá-los
corruptos. Salientei isso com mais e mais ênfase e, com o coração cheio de amor
até não poder mais conter-me.
"Depois
de eu assim falar cerca de quinze minutos, parecia cair sobre os ouvintes uma
tremenda solenidade e começaram a cair ao chão, clamando e pedindo
misericórdia. Se eu tivesse tido uma espada em cada mão, não os poderia
derrubar tão depressa como caíram. De fato, dois minutos depois de os ouvintes
sentirem o choque do Espírito vir sobre eles, quase todos estavam ou caídos de
joelhos ou prostrados no chão. Todos os que podiam falar de qualquer maneira,
oravam por si mesmos.
"Tive
de deixar de pregar, porque os ouvintes não prestavam mais atenção. Vi o
ancião que me convidara para pregar, sentado no meio do salão, olhando em
redor, estupefato. Gritei bem alto para ele ouvir, apesar da balbúrdia,
pedindo-lhe que orasse. Caiu de joelhos e começou a orar em voz retumbante; mas
o povo não prestou atenção. Gritei: Vós não estais ainda no Inferno; quero dirigir-vos
a Cristo. O coração transbordava de gozo ao presenciar tal cena. Quando pude
dominar os meus sentimentos, virei-me para um rapaz que estava perto de mim,
consegui atrair a sua atenção e preguei Cristo, em voz bem alta, ao seu ouvido.
Logo, ao olhar para a 'cruz' de Cristo, ele acalmou-se por um pouco e então
rompeu em oração pelos outros. Depois fiz o mesmo com um outro; depois com
mais outro e continuei assim tratando com eles até a hora do culto da noite, na
aldeia. Deixei o ancião que me convidara a pregar, para continuar a obra com os
que oravam.
"Ao
voltar, havia tantos clamando a Deus que não podemos encerrar a reunião, que
continuou o resto da noite. Ao amanhecer o dia, alguns ainda permaneciam com a
alma ferida. Não se podiam levantar e, para dar lugar às aulas, foi necessário
levá-los a uma residência não muito distante. De tarde mandaram chamar-me
porque ainda não findara o culto.
"Só
nesta ocasião cheguei a saber a razão de o auditório agastar-se da mensagem.
Aquele lugar cognominava-se 'Sodoma' e havia somente um homem piedoso lá a quem
o povo tratava de 'Ló'. Era o ancião que me convidara a pregar."Depois de
já velho, Finney escreveu acerca do que o Senhor fez em "Sodoma".
"Embora esse avivamento caísse tão repentinamente sobre eles era tão
empolgante que as conversões eram profundas e a obra permanente e genuína.
Nunca ouvi falar em qualquer repercussão desfavorável."
Não foi só
na América do Norte que Finney viu o Espírito Santo cair e abater os ouvintes
em terra. Na Inglaterra, durante os nove meses de evangelização, que Finney
promoveu lá, multidões também se prostraram enquanto ele pregava - em certa
ocasião mais de dois mil, de uma vez.
Alguns
pregadores confiam na instrução e ignoram a obra do Espírito Santo. Outros, com
razão, rejeitam tal ministério infrutífero e sem graça; oram a Deus para o
Espírito Santo tomar conta e alegram-se no grande progresso da obra de Deus.
Mas, ainda outros, como Finney, dedicam-se a buscar o poder do Espírito Santo,
sem desprezar a arma de instrução, e vêem resultados incrivelmente mais
vastos.
Durante os
anos de 1851 a 1866, Finney foi diretor do Colégio de Oberlin e ensinou a um
total de 20 mil estudantes. Dava mais ênfase ao coração puro e ao batismo com
o Espírito Santo do que à preparação do intelecto; de Oberlin saiu uma
corrente contínua de alunos cheios do Espírito Santo. Assim, depois dos anos
de uma campanha intensiva de evangelismo e no meio dos seus esforços no
colégio, "em 1857, Finney via cerca de 50 mil, todas as semanas, converterem-se
a Deus." (By My Spirit, Jônathan Goforth, p. 183.) Os diários de New
York, às vezes quase não publicavam outras notícias, senão do avivamento.Suas
lições aos crentes sobre avivamento foram publicadas, primeiro em um jornal e
depois em um livro de 445 páginas e que se intitulava "Discursos Sobre
Avivamentos". As primeiras duas edições, de 12 mil exemplares, foram
vendidas logo ao saírem do prelo. Outras edições foram impressas em vários
idiomas. Uma só editora em Londres publicou 80 mil. Entre suas outras obras de
circulação mundial, contam-se as seguintes: sua "Autobiografia",
"Discursos aos Crentes" e "Teologia Sistemática".
Os
convertidos nos cultos de Finney eram pela graça constrangidos a andar de casa
em casa para ganhar almas. Ele mesmo se esforçava para preparar o maior número
de obreiros em Oberlin College. Mas o desejo que ardia sempre em tudo era o de
transmitir a todos o espírito de oração. Pregadores como Abel Câry e Father
Nash viajavam com ele e, enquanto ele pregava, eles continuavam prostrados em
oração. Vejamos isso nas palavras de Finney:
"Se eu
não tivesse o espírito de oração, não alcançaria coisa alguma. Se por um dia,
ou por uma hora eu perdesse o espírito de graça e de súplica, não poderia
pregar com poder e fruto, e nem ganhar almas pessoalmente."
Para que
alguém não julgue que a obra era superficial, citamos outro escritor:
"Descobriu-se, por pesquisa empolgante, que mais de 85 pessoas de cada
100 que se convertiam sob a pregação de Finney, permaneciam fiéis a Deus;
enquanto 75 pessoas de cada cem, das que professaram conversão nos cultos de
algum dos maiores pregadores, se desviavam. Parece que Finney tinha o poder de
impressionar a consciência dos homens, sobre a necessidade de um viver santo,
de tal maneira que produzia fruto mais permanente." (Deeper Experiences
of Famous Christians, p. 243.)
Finney
continuou a inspirar os estudantes de Oberlin College até a idade de 82 anos.
Já no fim da vida, permanecia tão lúcido de mente como quando jovem e sua vida
nunca foi tão rica no fruto do Espírito e na beleza da sua santidade do que
nesses últimos anos. No domingo, 16 de agosto de 1875, pregou seu último
sermão. Mas de noite não assistiu ao culto. Ao ouvir os crentes cantarem
"Jesus lover of my soul, let me to Thy bosom fly", saiu até o portão
na frente da casa, e com estes que tanto amava, foi a última vez que cantou na
terra. Acordou-se à meia-noite, sofrendo dores lancinantes no coração. Sofrera
assim muitas vezes durante a sua vida. Semeara as sementes de avivamento e as
regara com lágrimas. Todas as vezes que recebeu o fogo da mão de Deus, foi com
sofrimento. Finalmente, antes de amanhecer o dia, dormiu na terra para acordar
na Glória, nos céus. Faltavam-lhe apenas treze dias para completar 83 anos de vida
aqui na terra.
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