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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Ministerio Profetico (5)

                              

                                 O tríplice propósito da profecia
                                               Artigo Mauricio Berwald




Dons espirituais: [Do lat. donum + spirituale] dádiva, presente relativo ao espírito. Recurso extraordinário que o Senhor Jesus deixou a disposição da igreja.

A profecia, em si mesma, é uma revelação divina, pois trata-se de um oráculo vindo da parte de Deus. Quem profetiza está falando em nome do Senhor e, portanto, transmitindo ao povo a vontade divina. Os dons espirituais são para a edificação, exortação, consolação e santificação da Igreja.

 OS DONS ESPIRITUAIS

A situação em Corinto. Ao falar sobre os dons espirituais em 1 Coríntios 12 a 14, o apóstolo Paulo não introduz nenhum ensino novo na Igreja; a manifestação dos dons já era bem comum no meio do povo de Deus. Mas, posto que ocorresse abuso na prática dos dons espirituais, devido à inexperiência daquela igreja, que ainda enfrentava problemas de altivez espiritual (4.7,18) e dissensão (11.18), entre outros, o apóstolo foi constrangido e inspirado pelo Espírito a escrever aos irmãos coríntios, para que tais distorções fossem corrigidas.
Paulo trouxe um ensino muito importante sobre o assunto, esclarecendo as manifestações sobrenaturais do Espírito Santo. Ele conscientiza a igreja que todos os que receberam dons espirituais do Senhor podem e devem administrá-los com sabedoria, prudência e humildade.

 Conceito (vv.4-6). Estamos diante de um assunto de extrema relevância para a edificação da Igreja e, por essa razão, ninguém deve desconhecer o tema ou sentir-se como os coríntios — ignorantes (12.1). A expressão grega que aparece em 1 Coríntios 14.1 é traduzida como “as coisas espirituais” e, no versículo 4, o apóstolo Paulo chama de charisma — dom — ou de ministério, no versículo 5, e de operação, no versículo 6. Isso revela a diversidade dessas manifestações, todavia, sempre mostrando que a fonte é uma só: Deus, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, que formam a Santíssima Trindade (12.4-6). As manifestações dos dons não devem ser usadas para ostentação, como vinha acontecendo em Corinto, pois “a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil” (12.7).

A lista dos dons e uma ilustração. Os versículos da Leitura Bíblica em Classe mencionam nove dons: palavra da sabedoria, palavra da ciência, fé, dons de curar, operação de maravilhas, profecia, discernimento de espíritos, variedade de línguas e interpretação de línguas. Havendo intérprete, as línguas podem até ser uma forma de manifestação profética, cf. 14.5. Outros dons aparecem no versículo 28 e em Romanos 12.6-8.

Em seguida, a Bíblia ressalta que o Espírito opera segundo a sua vontade na distribuição desses dons (12.11). Ainda nesse mesmo capítulo (vv.12-27), o apóstolo ilustra o uso desses dons na Igreja, comparando a sua boa e ordeira utilização ao corpo humano, no qual cada membro tem uma função diferente e, mesmo assim, um depende do outro, sendo todos igualmente importantes. Na Igreja, que é o corpo de Cristo — “vós sois o corpo de Cristo e seus membros em particular” (v.27) —, não deveria ser diferente. O capítulo 12 encerra-se, ensinando aos crentes a buscarem os “melhores dons”. Nesse momento, Paulo introduz o tema do capítulo seguinte, o amor, que ele chama de “caminho mais excelente” (12.31). 


 A IMPORTÂNCIA DO AMOR

 A relação entre a caridade e os dons (14.1). A maneira como Paulo escreve parece indicar que havia em Corinto uma competitividade na busca e utilização dos dons espirituais entre os crentes desta igreja (12.29,30). O capítulo 14 inteiro trata de dois deles: línguas e profecia. Em torno de ambos, havia muita indisciplina no culto.
Os coríntios tinham de entender que é Deus quem concede os dons, e cada um desses tem a sua importância no Corpo de Cristo. Portanto, eles não tinham de que se gloriar. Paulo, entretanto, incentiva os crentes a buscar os dons espirituais: “Segui a caridade e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar” (14.1). A busca pelos dons, porém, deve ser feita com amor, não tendo como motivação a disputa; tudo tem de ser feito com decência e ordem.
 A nulidade dos dons sem caridade. Os dons espirituais devem ser buscados com zelo e colocados em prática com amor. Profetizar, ou exibir qualquer das manifestações do Espírito Santo sem a prática do amor em nada resulta, afirma o apóstolo em 1 Coríntios 13.1-3.
A perenidade do amor. O amor é mais importante que os dons espirituais, pois ele nos acompanhará até mesmo no céu, ao passo que os dons espirituais são transitórios (13.8-10,13). Eles cessarão com o fim das atividades da Igreja de Cristo na terra.

O DOM DE PROFECIA (14.3)

1. Edificação. Todas as profecias devem ser devidamente julgadas à luz da Bíblia, a fim de que não venham causar confusão à igreja nem abalar a fé dos mais fracos. Há certos grupos que, sem o conhecimento do pastor, reúnem-se em casas e põem-se a profetizar segundo o seu bel prazer, com o intuito de manipular a fé dos imprudentes. Não podemos esquecer-nos de que um dos principais objetivos da profecia é a edificação dos fiéis.

 Exortação. A palavra original aqui para “exortação” é paraklēsis, de onde procede o substantivo parákletos — “defensor, advogado, intercessor, auxiliador, consolador, conselheiro” — que Jesus empregou para referir-se ao Espírito Santo (Jo 14.16,26; 15.26; 16.7). O referido termo também é empregado para o próprio Cristo e traduzido por “advogado” (1 Jo 2.1). Todos esses significados revelam a missão da profecia, pois o Espírito inspira o profeta a animar, despertar, alertar e falar palavras de encorajamento tanto à Igreja como a alguém em particular.

3. Consolação. A consolação pelo Espírito fortalece a fé, produz nova expectativa, renova a esperança e elimina os temores. Isso ajuda no fortalecimento e edificação da Igreja. Esse tríplice propósito do dom de profecia demonstra porque o apóstolo insiste e incentiva os crentes a buscarem essa dádiva celestial.

Problemas no exercício do dom de profecia na igreja são recorrentes; existem desde os dias apostólicos. Isso, no entanto, não é motivo para se desprezar a manifestação do Espírito Santo. O apóstolo Paulo, que lidou com tais problemas, nunca deixou de incentivar a busca do referido dom. Por conseguinte, não devemos desprezar as profecias (1 Ts 5.20). Que o Senhor nos abençoe e conceda-nos graça para vivermos nos domínios inefáveis do Espírito. Contudo, que todas as coisas sejam feitas “com decência e ordem”, segundo a doutrina bíblica (1 Co 14.39,40). 

 “O problema que Paulo precisou lidar era o abuso das línguas sem interpretação. Ele sabia que o Espírito quer usar a manifestação dos dons para edificar a assembléia local espiritualmente e em número. Assim, ele contrasta as línguas não interpretadas com a profecia. Quando as línguas não são interpretadas, só Deus as entende. Nesse sentido aquele que fala em línguas ‘não fala aos homens, se não a Deus’. (Por conseguinte, ninguém na congregação entende o que é dito ou aprende algo.) Ainda que o espírito humano seja suscetível ao Espírito de Deus, e o que fala em línguas esteja sendo edificado, tudo o que é dito permanece em ‘mistérios’ (verdades secretas, verdades do evangelho; cf. 1 Co 2.7-10; Rm 16.25).Por outro lado, a profecia está na língua que as pessoas entendem e apresenta uma mensagem espontânea, dada pelo Espírito, que as edifica (as fortalece espiritualmente, desenvolve e confirma a fé), as exorta (despertando-as e ajudando-as a avançar em fidelidade e amor) e as consola (alegra, aviva e produz esperança e expectativa)”.
(notas HORTON, S. I & II Coríntios: Os problemas da Igreja e suas soluções. RJ: 1.ed. CPAD, 2003, pp.130-1)


                                 O  amor na vida cristã


“V22. Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade. É notável a formulação desta frase em relação ao versículo 19. A mudança de ‘obras’ para ‘fruto’ é importante porque remove a ênfase do esforço humano. É significativo que Paulo use o singular ‘fruto’ e não o plural ‘frutos’.
Encabeçando a lista está ágape que aparece sempre ao final dos catálogos das virtudes e manifesta deste modo como princípio e fundamento de todas as demais virtudes. Este amor foi derramado em nossos corações com o Espírito Santo e se manifesta na fé enquanto amor ‘meu’. Ele dirige-se a Deus (Rm 8.28; 1 Co 2.9), a Cristo e ao próximo (Rm 13.8,10; Gl 5.13,14). O amor de Cristo Jesus está dentro dos nossos corações, tendo sido derramado pelo Espírito Santo que atua como força vital divina que funde todos os carismas, é invariável e permanente”
 (notas SOARES, G. Comentário de Gálatas. 1.ed. RJ: CPAD, 2009, p.134).

 

 

                             A missão profética da Igreja 


 Missão: [do lat. missio] Transmissão consciente e planejada das Boas Novas. 
No período do Antigo Testamento, a voz de Deus na terra era manifesta através dos profetas, sendo a nação de Israel o seu receptáculo. Em o Novo Testamento, o Senhor continua a falar com e por meio de seus mensageiros. Essa percepção indica-nos que a missão profética da Igreja consiste em levar o evangelho de Jesus Cristo a todos os povos, pois é através desta que Deus ainda fala.

A PERSEGUIÇÃO

Os primórdios da igreja em uma cidade. A missão da Igreja é proclamar de modo persistente e incessante a obra redentora do Calvário a todos os povos. Jesus disse: “[...] e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até os confins da terra” (At 1.8). Entretanto, apesar dessa ordem e de já haver recebido o Espírito Santo no Pentecostes, a Igreja permaneceu limitada a Jerusalém, pelo menos até ao martírio de Estevão.

A dispersão dos discípulos (v.4). Após a morte de Estevão (primeiro mártir da Igreja), houve “uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém” (8.1), de tal modo que os crentes tiveram que se dispersar. Os que “andavam dispersos iam por toda parte anunciando a palavra” (v.4).
A expressão “por toda parte” incluía regiões como a Fenícia, Chipre e Antioquia, muito além dos termos de Israel (At 11.19). Isso indica que a determinação do Mestre começou a ser cumprida segundo os termos da Grande Comissão. Certamente Deus permitiu tal perseguição com o intuito de retirar os discípulos do seu comodismo e inércia.

Deus pode tornar o mal em bem. Assim como a diáspora judaica serviu para propagar o judaísmo, a dispersão dos discípulos contribuiu para uma ampla e contínua disseminação do evangelho. Como afirma a Palavra de Deus: “[...] todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8.28).

 OS SAMARITANOS

 A ordem de Jesus derruba barreiras étnicas. Após a sua ressurreição dentre os mortos, o Senhor Jesus Cristo mandou seus discípulos pregar o evangelho em todas as partes, inclusive em Samaria (At 1.8).

 Samaria (v.5). Inicialmente, tratava-se do monte de Israel que Onri, pai do rei Acabe, comprara de Semer, de onde vem o nome “Samaria” ou “Samária” (1 Rs 16.24). No período romano, a cidade era conhecida pelo nome de Sebaste (venerável), nome dado por Herodes, o Grande. A mistura étnico-religiosa dos moradores da região começou a se dar a partir de 722 a.C, quando os assírios levaram as dez tribos do Norte para o cativeiro (2 Rs 17.26,29,33).

 Judeus e samaritanos. A animosidade no relacionamento entre judeus e samaritanos nos dias de Jesus era algo muito marcante (Lc 9.52,53; Jo 4.9). No entanto, o motivo para as desavenças era mais uma questão religiosa (Jo 4.20) do que política, pois, na verdade, ambos tiveram uma origem comum. Apesar desse clima tenso, Jesus amava-os, e seu encontro com a mulher samaritana resultou na conversão de toda aquela aldeia para o Reino de Deus (Jo 4.39-42).

 O EVANGELHO EM SAMARIA

 “Descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava a Cristo” (v.5). Filipe era um dos sete homens escolhidos para servir como diácono. Não demorou muito para que ele tornasse pública a sua vocação de evangelista (At 21.8). Seu companheiro Estevão, também um dos sete (At 6.5), fora assassinado, sucedendo-se uma perseguição feroz liderada por Saulo (8.3). Naquela ocasião, Filipe obedeceu ao ensino de Jesus Cristo, seguindo para outra cidade (Mt 10.23), a saber: Samaria.

 A presença divina (vv.6,7). Os milagres que os discípulos realizavam em nome de Jesus evidenciavam a presença de Deus entre os crentes. Não há como fugir: religião sem o sobrenatural é mera filosofia. O próprio ministério de Jesus era baseado na trilogia: pregação, ensino e milagres (Mt 4.23). Ele conferiu essa autoridade à sua Igreja (Mt 10.7,8), e reiterou essa verdade diversas vezes em Atos (8.15,17-19,39) e também em Marcos 16.17-20.
 Nasce a igreja dos samaritanos (v.12), e os apóstolos Pedro e João dão sequência ao trabalho (vv.14,15).

O tema central do evangelho é Jesus Cristo. E Filipe foi fiel a isso, pois “pregava acerca do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo” (v.12). Como a mensagem genuinamente evangelística e cristocêntrica resulta em bênçãos divinas e conversões, havia muita alegria na cidade (v.8). A pregação de Filipe era acompanhada de cura e libertação, por isso, atraiu toda a população de Samaria. Muitos se converteram ao evangelho e, como aconteceu em Jerusalém no Dia de Pentecostes, foi realizado um batismo em água, que marcou o início da igreja naquela localidade.

Ora, a pregação da Palavra e a “colheita de almas”, se não forem seguidas pelo ensino da Palavra (Mc 16.15; Mt 28.19,20), produzem crentes anêmicos. Portanto, quando a igreja de Jerusalém tomou conhecimento da evangelização de Samaria, enviou de imediato Pedro e João para discipular os novos irmãos. O mesmo João que desejava fazer cair fogo do céu para consumi-los (Lc 9.54), é um dos enviados para ajudá-los (At 8.14). A ajuda foi fundamental, uma vez que, além de encorajar os novos convertidos com o ensino da Palavra, os apóstolos foram usados por Deus para levar os irmãos a receberem o batismo no Espírito Santo: “[...] tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo” (At 8.15,17).

A missão da Igreja é levar as boas-novas de salvação e, justamente, por essa razão, o evangelho contempla todas as etnias; desconhece fronteiras. Onde quer que ele chega, os preconceitos são removidos e o Espírito Santo começa a operar. O Senhor Jesus eliminou as barreiras entre judeus e samaritanos e entre judeus e gentios. A Bíblia classifica a humanidade em três grupos de povos: os judeus, os gentios e a Igreja (1 Co 10.32,33). Temos o grande privilégio de fazer parte do último, porém, temos o dever de anunciar aos demais a Palavra do Senhor. Cumpramos, pois, integralmente, a missão profética da Igreja de Cristo. 

“Tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo (8.15).

Lucas acrescenta uma nota de explicação porque este é um evento extraordinário, e não um padrão do século I ou de hoje. Eles oraram e impuseram as mãos sobre eles ‘porque sobre nenhum deles [o Espírito Santo] havia ainda descido’ (8.16,17). Por que aqui, e somente aqui, a oração e a imposição de mãos estão associadas com a descida do Espírito Santo sobre os crentes em Jesus?
Devemos nos lembrar de que a hostilidade profundamente enraizada e a competição religiosa haviam existido entre os judeus e os samaritanos durante muitas gerações. Ao dar o Espírito Santo por intermédio de Pedro e João, o Senhor deixou claro (1) que a igreja era uma só, e (2) que os apóstolos eram seus líderes autorizados. Sem esta evidência de unidade e autoridade, os samaritanos poderiam perfeitamente bem ter iniciado um movimento dissidente. E sem ela, os cristãos judeus poderiam não estar dispostos a aceitar os samaritanos como membros, juntamente com eles, do Corpo de Cristo”.

(notas RICHARDS, O. L. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. RJ: CPAD, 2007, p.262) 


                              O  Ministério da Igreja


“A Igreja é o estandarte da reconciliação entre a humanidade e Deus, e dos seres humanos entre si. [...] O ministério à Igreja inclui o compartilhar da vida divina. Só temos a dinâmica daquela vida à medida que permanecermos nEle e continuarmos repassando a sua vida uns aos outros dentro do Corpo. Esse processo de edificação é descrito por Paulo como relacionamentos de mútua confiança: pertencermos uns aos outros, precisamos uns dos outros, afetamos uns aos outros (Ef 4.13-16). Essa mútua confiança inclui abnegação para ajudarmos a suprir as necessidades uns dos outros. Não somos um clube social, mas sim, um exército que exige mútua cooperação e solicitude ao enfrentarmos o mundo, negarmos a carne e resistirmos ao diabo”.
 (notas HORTON, S. M. (ed). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. RJ: 12.ed. CPAD, 2009, pp.600-1).




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