João Batista — O último profeta
do Antigo Pacto
OS ASPECTOS DO REINO DOS CEUS
Artigo Mauricio Berwald
Presente:Eficaz somente para os libertos em Cristo (Cl 1.13); Sujeição a Deus (1 Co
4.20); Conduta íntegra, paz, harmonia com o próximo e alegria no Espírito Santo
(Rm 14.17).
Futuro:
Quando o Messias reinar sobre a terra a partir de Jerusalém (Dt 30.1-10;
Sl 89.19-29; Zc 14.9-17); Será manifesto a todos (Mt 24.27); Virá no tempo
determinado por Deus (At 1.6,7).
Personalidade: Qualidade do que é pessoal; individualidade moral da pessoa.
João Batista é o personagem que demarca a transição da Amiga para a Nova
Aliança e serve de ponte entre o Antigo e o Novo Testamento. Além disso, foi o
precursor do Messias e tinha como uma de suas principais atividades o batismo
em água. De certa forma, acabou introduzindo o rito, que veio a tornar-se a
primeira ordenança da Igreja. Nesta oportunidade, trataremos da origem,
ministério e mensagem de João Batista, o último profeta veterotestamentário.
A ORIGEM DE
JOÃO BATISTA
Sua família. João Batista veio
de uma piedosa família, formada pelo sacerdote Zacarias e Isabel, sua esposa.
Seu pai era “da ordem de Abias” e sua mãe “das filhas de Arão” (Lc 1.5). Na
época de Davi, o número de sacerdotes havia se multiplicado de tal modo que o
segundo rei de Israel resolveu estabelecer o sistema de serviço, do qual a
ordem de Abias era a oitava (1 Cr 24.3-6,10). Os descendentes de Arão
continuaram a se multiplicar tanto que, nos anos que precederam o nascimento de
Jesus, o sacerdote só tinha uma oportunidade na vida de servir no altar (Lc
1.8-10). E foi nesse contexto que o anjo Gabriel anunciou a Zacarias o
nascimento de João Batista (Lc 1.13).
Seu nome e seu nascimento. O anúncio, a escolha do nome e a concepção de João Batista demonstram que
ele teria uma importante missão a cumprir. Tudo aconteceu em razão de uma
intervenção direta de Deus, pois Isabel, sua mãe era estéril e, além disso, ela
e Zacarias “eram avançados em idade” (Lc 1.7), à semelhança de Abraão e Sara
(Gn 11.30; 21.2). Isso prova que algo incomum estava acontecendo. Até mesmo o
nome da criança foi uma escolha divina, pois o anjo ordenara a Zacarias que
pusesse no menino “o nome de João” (Lc 1.13).
Apesar de ser um nome comum naquela época, não o era na família de
Zacarias (Lc 1.59-63). A alcunha de “Batista” foi dado em função de o seu
ministério consistir em grande parte na prática de batizar. Literalmente, João
Batista significa João, o Batizador. Conforme o anjo ainda comunicara a
Zacarias, “muitos” se alegrariam com o nascimento de João (Lc 1.14,58), pois
tal acontecimento era prova inequívoca de que o Senhor ainda amava Israel (Lc
1.65-80).
Sua estatura espiritual e sua missão. O anjo Gabriel discorre sobre a estatura espiritual de João Batista,
declarando que ele seria “grande diante do Senhor” e “cheio do Espírito Santo,
desde o ventre de sua mãe” (Lc 1.15). Sua missão era converter os filhos de
Israel a Deus e “preparar ao Senhor um povo bem disposto” (Lc 1.16,17). “Bem
disposto” para o quê? Sem dúvida alguma, para o que o próprio pai, Zacarias,
profetizou por ocasião da circuncisão do menino, afirmando que a criança seria
profeta do Altíssimo e precursor do Messias (Lc 1.76).
A PERSONALIDADE DE JOÃO BATISTA
O testemunho de Jesus (v.7a). Pouco tempo após batizar o Senhor Jesus, João Batista foi preso. Ao ouvir
acerca das realizações de Cristo, ele mandou que dois de seus discípulos fossem
até ao Senhor e o inquirisse acerca do cumprimento de sua missão messiânica (Mt
11.3). Jesus mandou então que contassem a Batista, na prisão, “as coisas que
ouvis e vedes: Os cegos veem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os
surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o
evangelho” (Mt 11.4,5). Isto é, não havia apenas sinais no ministério do Senhor
Jesus Cristo, mas também e, principalmente, a mensagem do evangelho.
Sua espiritualidade e devoção (v.7b). Após essa resposta, o Senhor Jesus passa a falar sobre a grandiosidade do
ministério de João Batista. O Filho de Deus revela que o povo não saiu ao
deserto para ouvir qualquer pessoa, mas um homem destemido e cheio do Espírito
Santo; um homem que falava a verdade divina, exortando os pecadores ao
arrependimento; um homem que não temia as ameaças dos poderosos. Era
inconcebível pensar que João Batista havia fraquejado por estar preso, pois ele
não era “uma cana agitada pelo vento”, mas um vigoroso cedro capaz de resistir
a fortes tempestades. Ele estava na masmorra de Herodes (Mt 14.10-12), porém,
demonstrava um forte compromisso e preocupação com a obra de Deus.
Sua personalidade (v.8). Com as perguntas
retóricas — “Que fostes ver no deserto? [...] Um homem ricamente vestido?” —
Jesus estava dizendo que esse tipo de personalidade não caracterizava João. Pois,
os que o ouviram no deserto podiam estar certos de que, mesmo encarcerado, o
Batista continuaria sendo o mesmo João: um homem santo e destemido que, por
opção própria, usava vestes de pelos de camelo e cinto de couro.
JOÃO BATISTA,
O ÚLTIMO PROFETA
“Muito mais que profeta” (v.9). O testemunho público de Jesus confirma o que o Espírito Santo havia falado
por boca de Zacarias: João seria “profeta do Altíssimo” (Lc 1.76). Cristo foi
além; afirmou que João era “muito mais do que profeta”. Ele declarou ser o
Batista um mensageiro enviado por Deus como o precursor do Messias (v. 10),
cumprindo assim a profecia de Malaquias (Ml 3.1). Jesus acrescentou que dentre
os mortais, não houve ninguém maior do que João (v.11). E isso, por algumas
razões: a) Porque os profetas falaram a respeito de João (Is 40.3; Ml 3.1); b)
porque João teve o privilégio de ver o cumprimento principal dos oráculos
proféticos do Antigo Testamento: O Senhor Jesus; c) por ter sido o precursor do
Messias; d) porque batizou o Senhor Jesus nas águas; e) porque pode participar
da salvação que os profetas apenas predisseram; e finalmente f) porque chegou
ao clímax do ministério profético, tal como havia no Antigo Testamento (Lc
16.16).
O término da dispensação da Lei (v.13). Pelas razões acima apresentadas, João é o mais excelente de todos os
profetas; com ele se encerra a Antiga Aliança. João Batista é o único
personagem do Novo Testamento com quem Deus se comunicava da mesma maneira que
Ele falava aos profetas do Antigo Testamento: “[...] veio a palavra de Deus a
João, filho de Zacarias” (Lc 3.2 — ARA; cf. Jr 1.2).
“O Elias que havia de vir” (v.14). Ao comparar o ministério de João Batista ao de Elias, Jesus confirma o
oráculo de Malaquias (4.5,6). Em outras palavras, João veio na virtude e no
espírito de Elias (Lc 1.17), ou seja: exercendo um ministério igual ao de
Elias. E o Senhor Jesus o reafirma em outra ocasião (Mt 17.12,13). Isso, porém,
não deve levar ninguém a pensar que João era Elias reencarnado por duas razões
básicas: Elias foi arrebatado vivo para o céu, portanto, não morreu (2 Rs
2.11). Além disso, reencarnação é algo que não existe e nem é permitido por
Deus (2 Sm 12.23; Sl 78.39; Hb 9.27).
Elias e João Batista tinham as mesmas características: ambos vestiam-se de
pelos e usavam cinto de couro (2 Rs 1.8; Mt 3.4), ministravam no deserto (1 Rs
19.9,10,15; Lc 1.80), e eram incisivos ao pregarem contra reis ímpios (1 Rs
21.20-27; Mt 14.1-4).
João continua sendo um exemplo de coragem e humildade que devemos seguir.
Essa voz no deserto precisa ser mantida contra o pecado e contra a corrupção.
Oremos para que Deus continue a levantar homens e mulheres santos, destemidos e
cheios do Espírito Santo para a expansão do Reino de Deus.
João Batista como precursor do Messias; e a comparação com o profeta Elias.
O papel de João Batista como um precursor do Messias o colocou numa
posição de grande privilégio, descrito como “muito mais do que profeta” (11.9),
como não havendo ninguém maior do que ele. Nenhum homem jamais cumpriu este
objetivo dado por Deus melhor do que João. Ainda assim, no Reino de Deus que
está chegando, o menor terá uma herança espiritual maior do que João, porque
ele viu e conheceu a Cristo e a sua obra concluída na Cruz. João morreria antes
que Jesus morresse e ressuscitasse para inaugurar o seu Reino. Como seguidores
de Jesus testemunharão a realidade do Reino, eles terão privilégios e um lugar
maior do que João Batista. Todos os profetas das Escrituras tinham profetizado
a respeito da vinda do Reino de Deus. João cumpriu a profecia, pois ele mesmo
era o Elias que havia de vir (Ml 4.5). João não era Elias ressuscitado, mas ele
assumiu o papel profético de Elias — o de confrontar corajosamente o pecado e
mostrar Deus às pessoas (Ml 3.1).
(notas Comentário do Novo Testamento, Aplicação
Pessoal. Vol.1. RJ: CPAD,
2009, p.76-7).
Jesus — O cumprimento profético do
Antigo Pacto
Cumprimento: Ato ou efeito de cumprir algo.
O conteúdo do Antigo Testamento acerca da obra redentora de Deus, em
Cristo, é muito rico em detalhes e não se restringe às profecias. Os escritores
do Novo Testamento reconhecem a presença de Cristo na história da redenção, nas
instituições e nas festas sagradas do Antigo Testamento.
Sobre o nascimento virginal de Jesus
“Isaías 7, com sua promessa de um filho que nascerá, é o pano de fundo do
nascimento virginal. Muitas controvérsias têm girado ao redor do termo hebraico 'almah, conforme usado em
Isaías 7.14. A palavra é usualmente traduzida por Virgem, embora algumas
versões traduzam-na por Jovem. No AT, sempre que o contexto oferece uma nítida
indicação, a palavra significa uma virgem com idade para casamento. Parece que,
no contexto dos capítulos 7 e 8 de Isaías, a profecia a respeito de'almah tinha um significado bastante
importante para a época do profeta.
Em primeiro lugar, a profecia não fora
direcionada somente ao rei Acaz, mas à totalidade da casa de Davi. O Senhor
prometeu um sinal sobrenatural, não para Acaz, mas para a casa de Davi, sinal
este que manteria sua importância no decurso da História. Note que o nome do
menino seria Emanuel, Deus conosco. O uso de Isaías 7.14, em Mateus 18.22,
indica sua grande importância para a compreensão do nascimento do Senhor Jesus
Cristo. O Evangelho de Mateus relata que a gravidez de Maria foi causada pela
ação do Espírito Santo sobre ele, quando então concebeu Jesus no seu ventre.
José, noivo de Maria, não o acreditou, até o anjo informar-lhe a respeito. Uma
vez ocorrida a concepção, estava claro que se tratava do cumprimento da
profecia de Isaías 7.14”.
(notas HORTON, S. M. Teologia
Sistemática. CPAD, 2009,
pp.323-24)
FIGURAS
PROFÉTICAS
As prefigurações. A paixão de Cristo
foi prefigurada na instituição da páscoa, no Egito (Êx 12.3-13). O cordeiro
sacrificado diariamente apontava para Cristo que padeceu durante a comemoração
dessa grande festa judaica (Lc 22.15), pois “Cristo, nossa páscoa, foi
sacrificado por nós” (1 Co 5.7). Os sofrimentos de Davi, descritos no Salmo 22,
prefiguram os vitupérios e flagelos de Jesus: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”
(Sl 22.1; Mt 27.46; Mc 15.34).
A linguagem profética. Ao retornar do
Egito, a sagrada família foi habitar em Nazaré: “E chegou e habitou numa cidade
chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito pelos profetas: Ele será
chamado Nazareno” (Mt 2.23). O profeta Jeremias, por exemplo, predisse que
Jesus seria traído conforme lemos em Mateus 27.9. Leia também o que escreveu
Zacarias (Zc 11.12,13). Os profetas, segundo podemos observar, eram harmônicos
entre si, pois todos eram inspirados por um único Espírito — o Espírito Santo
de Deus.
INSTITUIÇÕES
PROFÉTICAS
Israel. Quando José, Maria
e o menino Jesus retornaram do Egito, depois da morte de Herodes, o Grande,
Mateus registrou esse fato como o cumprimento de uma profecia: “Do Egito chamei
o meu Filho” (Mt 2.15). Essa passagem está em Oséias 11.1: “Quando Israel era
menino, eu o amei; do Egito chamei a meu filho”. Qualquer hebreu do mundo
pré-cristão, ao ler essa passagem, logo concluiria tratar-se da saída dos
filhos de Israel do Egito, e não estaria errado, pois o profeta está, de fato,
referindo-se ao evento da libertação do Egito. No entanto, vemos aqui também
uma profecia messiânica.
O tabernáculo. Representava a
presença de Deus no meio do povo. Deus mandou Moisés construir o tabernáculo,
porque almejava habitar no meio dos filhos de Israel: “E me farão um santuário,
e habitarei no meio deles” (Êx 25.8). No tabernáculo (Êxodo caps. 25-40) está a
figura de Cristo: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14). Não
somente isso, mas cada peça e utensílio do tabernáculo apontam igualmente para
Cristo e sua obra salvífica (Hb 9.8-10).
O sacerdócio. A ordem de Arão,
também conhecida como sacerdócio levítico, foi instituída por Moisés como o
sistema sacerdotal dos hebreus. Era o exercício do santo ministério no Antigo
Testamento. A consagração de Arão e o seu ministério prefiguram a obra de
Cristo; isso está muito claro na epístola aos Hebreus (Hb 5.4,5). Já no Antigo
Testamento, a palavra profética anunciava a mudança no sistema sacerdotal (Jr
31.31-34; Hb 8.8-12) e a substituição do sacerdócio arônico pela ordem
sacerdotal de Melquisedeque (Sl 110.4; Hb 7.11,17).
PROFECIAS DIRETAS
ACERCA DO NASCIMENTO DE JESUS
A origem humana de Jesus. Imediatamente à Queda do homem, no Éden, Deus prometeu o Redentor, no
entanto, o seu perfil foi sendo revelado por Ele, nas Escrituras, ao longo do
tempo. O Antigo Testamento anunciou de antemão a divindade absoluta do Messias
(Is 9.6; ler também Hb 1.8; Rm 9.5). Quanto à origem humana de Jesus, Ele é
chamado de semente da mulher (Gn 3.15), ou seja, seria um ser humano nascido de
mulher (Gl 4.4), mas sem pecado (Mt 1.20; Hb 4.15).
O descendente dos patriarcas de Israel. Deus prometeu a Abraão, Isaque e Jacó, ancestrais do povo hebreu, que por meio
deles seriam abençoadas todas as famílias da terra, uma promessa messiânica (Gn
12.3; 17.19; 24.14), que, se cumpriu em o Novo Testamento (Lc 3.33,34). A
palavra profética foi tornando-se cada vez mais clara e específica, e revelou
que Ele viria da descendência de Judá (Gn 49.10), o que se cumpriu (Hb 7.14).
Os profetas disseram que o Salvador seria um descendente de Davi (Jr 23.5,6) e
essa palavra também se cumpriu (Mt 22.42; Lc 1.32; Jo 7.42; Rm 1.3; Ap 22.16).
Nascido de uma virgem. A palavra profética
fala da concepção virginal de Cristo (Is 7.14). Deus interveio
sobrenaturalmente, a fim de que a virgem concebesse sem haver tido qualquer
contato com um homem. No entanto, havia uma dificuldade natural para que a
profecia se cumprisse. Como poderia uma donzela aparecer grávida numa sociedade
crente em Deus e conservadora como a judaica? Mas Deus tudo providenciou para
que a sua palavra se cumprisse. Maria já estava casada; todavia, ainda não
havia coabitado com José, seu marido (Mt 1.18; Lc 1.34,35).
O local de nascimento de Jesus. Quando o anjo Gabriel anunciou a Maria o nascimento de Jesus, ela vivia em
Nazaré (Lc 1.26,27). A palavra profética, porém, indica a cidade de Belém de
Judá como o local do nascimento do Messias (Mq 5.2). Para isso, Deus mobilizou
o próprio imperador romano, César Augusto, para que baixasse um decreto,
obrigando cada pessoa em Israel a alistar-se na cidade de seu nascimento. Sendo
José belemita, foi com Maria para Belém, ocasião em que ela deu à luz o
Salvador (Lc 2.9-11).
5. O massacre das crianças de Belém. O brutal assassinato das crianças da região de Belém por ordem de Herodes,
o Grande (Mt 2.16), foi o cumprimento de uma profecia de Jeremias (Jr
31.15).
PROFECIAS SOBRE AS
OBRAS DE JESUS
A visão messiânica em Moisés (vv.22,23). O Novo Testamento revela que o povo judeu aguardava a vinda do Messias,
conforme escrevera Moisés: “havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na
Lei” (Jo 1.45). O apóstolo Paulo explicou: “dando testemunho, tanto a pequenos
como a grandes, não dizendo nada mais do que os profetas e Moisés disseram que
devia acontecer” (At 26.22). O apóstolo Pedro, na sua pregação na área externa
do Templo, afirma que Moisés anunciou a vinda do Messias, e que a missão deste
seria semelhante à do legislador dos hebreus — fazer a mediação entre o povo e
Deus (1 Tm 2.5).
Sua vida e ministério. O profeta Isaías
anunciou que o Messias haveria de habitar em Naftali, nos confins de Zebulom
(Is 9.1-4); o Novo Testamento o confirma (Mt 4.13). O profeta Zacarias predisse
a sua entrada triunfal em Jerusalém, montado num jumento (Zc 9.9); os
Evangelhos registram o referido acontecimento (Mt 21.1-11). A palavra profética
anuncia também a sua traição; seria traído por um amigo (Sl 41.9), ou seja, por
Judas Iscariotes (Mt 26.14-16; Jo 13.2; 17.12).
Seu sofrimento, morte e ressurreição (vv.18,26). O Antigo Testamento anunciou com abundância de detalhes a paixão de
Cristo, principalmente o capítulo 53 de Isaías (ver Lição 5). Todavia, Deus
prometeu ressuscitá-lo da morte (Sl 16.10); os Evangelhos narram esse sublime
acontecimento (Mt 28.1-5). O apóstolo Pedro ressalta esse fato e o seu
cumprimento (At 2.25-32), o qual tornou-se o tema principal da mensagem
apostólica (1 Co 15.4-20). Seu retorno ao céu também estava na mensagem dos
profetas (Sl 24) e cumpriu-se 40 dias depois de sua ressurreição (At
1.9-11).
Jesus é o começo e o fim do Antigo Testamento, cujos livros concentram-se
no Messias. Ele é o centro das Escrituras Sagradas. Tudo o que estudamos na
presente lição prova de maneira consistente e robusta que é impossível a alguém
manipular tais circunstâncias, a fim de forçar o cumprimento das profecias
bíblicas.
O Ministério Profético no Novo
Testamento
Predição: Predizer o futuro mediante inspiração divina.
Já vimos reiteradas vezes que o autêntico profeta falava em nome de Deus e
por Deus. Suas mensagens contemplavam os elementos mais comuns de uma profecia
bíblica, os quais consistem das revelações quanto ao futuro, bem como de
mensagens de encorajamento, fortalecimento, advertência e repreensão. Assim,
apesar de o Novo Testamento consistir em grande parte de cumprimento profético
veterotestamentário, o elemento preditivo também se acha em suas páginas com
exceção das epístolas a Filemon e de 3 João.
JESUS CRISTO,
O PROFETA QUE HAVIA DE VIR
A principal característica do autêntico profeta. Quais as funções básicas de um profeta? O autêntico profeta é um porta-voz
de Deus. Isso significa que ele não fala o que quer, mas o que o Senhor lhe
ordena. Em qualquer instância da mensagem profética, e seja qual for o
destinatário, o arauto de Deus falará apenas o que recebeu do Senhor, isto é,
nem mais nem menos.
Jesus Cristo, o Profeta. Jesus, por diversas vezes, falou em nome do Pai, sendo Ele mesmo verdadeiro
Deus (Jo 1.1,14). Contudo, mesmo assim, observamos que Ele agia e falava
segundo a vontade de seu Pai (Jo 4.34; 5.30; 6.38; 14.24). Um exemplo que deve
inspirar-nos a exercer com prudência nosso ministério. Entre as suas profecias
que já se cumpriram acha-se o anúncio da queda de Jerusalém, que se deu no ano
70, e a segunda diáspora dos judeus (Lc 21.24). Nos dias atuais, percebemos que
as enunciações de Jesus quanto aos últimos tempos estão se cumprindo fielmente
(Mt 24.5-12). Levemos em conta também suas proclamações escatológicas (Mt
24.29-31).
A perfeição de Cristo. Sendo verdadeiro
Deus, o conhecimento de Cristo é perfeito e absoluto; Ele sabe todas as coisas
(Jo 16.30; 21.17; Cl 2.2,3). O Senhor viu Natanael debaixo da figueira (Jo
1.47,48), e sabia também que no mar havia um peixe com uma moeda na boca (Mt
17.27). Não havia necessidade que alguém lhe explicasse o que há no interior do
homem, porque tudo Ele sabe (Jo 2.24,25). Ele sabia também que a mulher
samaritana já fora cinco vezes casada, e que o homem com quem ela vivia não era
seu marido (Jo 4.17,18). Onisciente e onipresente, Jesus tudo sabia e tudo
sabe. Ele não precisava de revelações como os profetas e apóstolos. Cristo é o
Profeta por excelência; o testemunho de Jesus é o espírito de profecia (Ap
19.10).
A ATIVIDADE
PROFÉTICA EM O NOVO TESTAMENTO
A revelação pelo Espírito (v.10a). O mesmo Deus que se revelou aos profetas hebreus também se deu a conhecer
na plenitude dos tempos aos apóstolos: “Deus no-las revelou pelo seu Espírito”,
afirma Paulo (v.10a). Assim, entendemos que a natureza da atividade profética
em o Novo Testamento revela a mesma fonte divina: o Espírito Santo. Não é a
expressão “veio a palavra do Senhor”, tão comum nos textos do Antigo
Testamento, que caracteriza a profecia do Novo Testamento, mas a ação
inspiradora e direta do Espírito Santo (At 10.19; 16.6,7; 20.23) tal como
ocorria na Antiga Aliança.
O Espírito Santo conhece as profundezas de Deus (vv.10b,11). O apóstolo lembra que o Espírito Santo é Deus, dizendo que “o Espírito
penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus” (v.10b) e continua,
afirmando que “ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus”
(v.11b). Assim a Bíblia atesta de maneira inconfundível e incontestável a
deidade absoluta da terceira Pessoa da Trindade (Ver 1 Pe 1.10-12).
A superioridade da revelação apostólica (v.12). A revelação que os apóstolos receberam era superior a que foi dada aos
patriarcas, reis, sábios, sacerdotes e profetas do Antigo Testamento (2 Co
3.5-11). Isto porque, os apóstolos viveram o clímax da revelação em Jesus (Hb
1.1) e desfrutaram da dimensão do Espírito Santo em uma época em que sua
atuação não era mais esporádica, mas plena e abundante.
O EXERCÍCIO
PROFÉTICO DOS APÓSTOLOS
A plenitude dos tempos. Muitos foram os
profetas do Antigo Testamento quando comparados ao número de apóstolos do Novo.
Em relação ao período profético, o ministério apostólico foi relativamente
curto. Assim como o volume da produção profética do Antigo Testamento quando comparada
ao do Novo Testamento é muito maior. O importante, porém, é saber que todas as
coisas ocorreram segundo o programa de Deus.
Não obstante, com o nascimento de Cristo no período do Novo Testamento,
deu-se o cumprimento máximo das profecias do Antigo Testamento. A esse evento
Paulo denomina de a “plenitude dos tempos” (Gl 4.4).
Profecias de Paulo. O apóstolo dos
gentios ensinava em nome de Jesus como seu embaixador (2 Co 5.20) e dessa forma
anunciou coisas futuras. Profetizou acerca do surgimento de falsos mestres e de
seitas (At 20.29,30; 1 Tm 4.1). Quanto ao futuro, predisse pelo Espírito o
arrebatamento da Igreja e a ressurreição dos mortos (1 Ts 4.13-17); a
manifestação do Anticristo e o período da grande tribulação (2 Ts 2.3-11); o
galardão dos justos (1 Co 3.12-15; 2 Co 5.10) e outras profecias. A eleição e a
restauração de Israel, importante assunto profético que ocupa três capítulos de
Romanos e demonstra a atualidade da promessa divina aos patriarcas, saíram de
sua pena inspirada pelo Espírito Santo (9-11). De todas as suas epístolas,
apenas Filemon não traz qualquer profecia.
Profecias de Pedro e as predições através de João. O apóstolo Pedro escreveu duas epístolas. Temos também suas pregações
registradas em Atos, grandes compêndios proféticos, que estão a nortear a vida
da Igreja até hoje. Como o apóstolo Paulo, também profetizou o aparecimento dos
heresiarcas (2 Pe 2.1-3), dos escarnecedores no fim dos tempos (2 Pe 3.3,4), a
vinda de Jesus, o fim do mundo e a eternidade dos salvos (2 Pe 3.7-18). Seu
companheiro de ministério, o apóstolo do amor, inspirado pelo Espírito Santo,
escreveu o Evangelho que leva o seu nome — João —, o qual contém dezenas de
profecias, quase todas pronunciadas pelo Senhor Jesus. O livro de Apocalipse,
também escrito por João, é essencialmente profético. É a conclusão de todas as
Escrituras e lança luz sobre as profecias do Antigo Testamento, principalmente
as de Ezequiel, Daniel e Zacarias, de Jesus em Mateus 24, 25 e do apóstolo
Paulo (1 Ts 4-5; 2 Ts 2). Quanto às suas epístolas, apenas a terceira não
contém profecias.
O cumprimento das profecias da Bíblia Sagrada é uma das evidências de sua
origem divina. Nestas escrituras, todas inspiradas pelo Espírito Santo de Deus,
temos um seguro guia em nossa jornada para o céu. O seu cumprimento é tão certo
quanto à sucessão dos dias e das noites; por isso, todos devemos esperar nas
fiéis promessas de Deus feitas por meios de seus profetas e apóstolos.
Os profetas na Igreja
“Os profetas continuaram a desempenhar um papel importante na Igreja no
NT. Havia homens conhecidos como ‘profetas’ especialmente escolhidos para o
constante e regular ministério da profecia (Ef 4.11). Depois dos próprios
apóstolos, eles eram os ministros que ocupavam a mais elevada posição na Igreja
primitiva (1 Co 12.28). Tais profetas permaneceram em evidência ao longo do
livro de Atos. Seu ministério era geralmente duplo: o de pronunciar
(proclamar), e o de prever (prenunciar). O trabalho de dois outros profetas era
exortar (ou ‘consolar’) e fortalecer os irmãos (At 15.32), e era semelhante às
funções da profecia relacionadas em 1 Coríntios 14.3, isto é, edificação,
exortação e consolo. Em uma reunião da Igreja, um profeta poderia receber uma
revelação que seria compartilhada com os crentes reunidos (1 Co 14.30). Em
primeiro lugar, a mensagem de um profeta deve ser julgada pelos outros profetas
presentes (1 Co 14.29), e depois pelos demais crentes. Este julgamento é feito
comparando a mensagem do profeta com os ensinos dos apóstolos, que são depositários
absolutos da Palavra de Deus”.
(notas Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2006, p.1610)
Paulo, o profeta — “Em suas epístolas,
o apóstolo Paulo escreveu extensivamente sobre muitos assuntos proféticos, de
uma forma literal e histórica. Seus comentários extremamente práticos tratavam
das preocupações de seus leitores da época. Dentre os tópicos tratados, havia a
apostasia religiosa. Apesar de alguns estudiosos discordarem, Paulo claramente
profetizou sobre uma apostasia religiosa perto do fim da era da Igreja (2 Ts
2.3)”
(notas LAHAYE, T. Enciclopédia
Popular de profecia Bíblica. 1.ed.
RJ: CPAD, 2008, p.203).
Jesus,
o Profeta — “Jesus via sua
própria mensagem como uma continuação dos escritos proféticos e avaliou a
geração de seu tempo à luz daquelas profecias. Muitas vezes, citava Jeremias e
Zacarias, aplicando suas profecias tanto ao juízo que estava por vir sobre
Jerusalém em 70 d.C, como também ao Juízo Final. Na ‘purificação do Templo’,
por exemplo, Jesus citou Jeremias 7 (que alude à ameaça de violação do Templo,
logo após o sermão de Jeremias sobre o Templo), como textos de Isaías e
Zacarias (que dizem respeito à situação futura do Templo).
O discurso de Jesus
sobre o monte das Oliveiras também coloca o Templo em um contexto escatológico.
Quando ouvem a profecia de Jesus sobre a destruição do Templo, os discípulos
aparentemente a vinculam à vinda do Messias no fim dos tempos e perguntam sobre
um sinal. O ‘sinal’ dado por Jesus foi a abominação da desolação de Daniel (Mt
24.15). Isto, portanto, seria uma indicação de que a nação de Israel se
aproximava de sua libertação e restauração pelas mãos do Messias, pois a
profanação do Templo dará início à perseguição do povo judeu (ou seja, a
‘grande tribulação’; Mt 24.16-22). Somente o próprio Messias seria capaz de
salvá-los de seus inimigos”
(notas LAHAYE, T.Enciclopédia Popular de Profecia
Bíblica. 1.ed. RJ: CPAD,
2008, pp.16-7).
O Dom Ministerial de Profeta e o Dom de
Profecia
Dom: [Do lat. domum], dádiva,
presente de Deus.
O assunto desta lição diz respeito a um dos aspectos decisivos da vida da
igreja: a profecia no contexto neotestamentário. Tais manifestações devem
passar pelo crivo das Escrituras Sagradas para que cumpram a sua finalidade:
exortar, edificar e consolar (1 Co 14.3). Em 1 Coríntios 12, o apóstolo Paulo
tratou do assunto, considerando os dois tipos de dons de profecia. Aquele que
pode ser concedido pelo Espírito a qualquer crente (1 Co 12.10), e o outro
destinado a crentes com chamada específica para esse ministério (1 Co 12.28).
OS DONS
MINISTERIAIS
Distinção entre o colégio apostólico e o dom ministerial de
apóstolo. É importante que
façamos uma distinção entre o apóstolo, como dom ministerial, e os doze
apóstolos de Cristo — os apóstolos do Cordeiro (Ap 21.14). Estes formavam um
grupo distinto na Igreja Primitiva (Lc 6.12-16) e, por haverem recebido
revelações especiais de Deus (Ef 3.5; Jd v.17), foram os responsáveis pelo
alicerce doutrinário da Igreja (At 2.42; Ef 2.20). Quanto aos apóstolos dados à
igreja, por intermédio do dom ministerial e cuja função é de “embaixador” (cf.
2 Co 8.23) e “enviado” (cf. Fp 2.25), são estes igualmente imprescindíveis à
obra de Deus.
Uma consideração acerca dos dons ministeriais.
a) Apóstolos. Quando o Senhor
Jesus Cristo proferiu uma de suas mais célebres afirmações “[...] edificarei a
minha igreja” (Mt 16.18), não revelou como a edificaria. Em 1 Coríntios
3.10-14, Paulo menciona que, como sábio arquiteto, pôs o “fundamento, e outro
edifica”. O apóstolo dos gentios referia-se ao trabalho seqüencial de
edificação da igreja de Corinto que, na realidade, era fruto de seu labor
missionário e da assistência pastoral dos líderes que passaram a atender àquele
rebanho. A edificação da Igreja se dá através de homens a quem o Senhor Jesus
qualificou para isso (1 Co 3.6-8).
b) Evangelistas. A igreja sempre
necessita do dom de evangelista; trata-se de um pregador cheio do Espírito
Santo e da Palavra, enviado à seara do Senhor (At 21.8; 2 Tm 4.5). Ele auxilia
os pastores na expansão da igreja local, ganhando almas para Cristo.
c) Pastores e doutores. Alguns expositores
do Novo Testamento entendem “pastores e doutores” como um só ministério. Talvez
porque o texto não diz “e outros, doutores”. Pastores e doutores são distintos,
porém, não díspares; tratam-se de ministérios que se complementam. A tarefa do
pastor é alimentar e proteger o rebanho; a do doutor, instruir a Igreja,
assistindo os membros com a elucidação de questões doutrinárias e preservando a
fé genuína. A responsabilidade de ambos, portanto, é cuidar do rebanho de modo
que cada membro seja instruído e guiado e, por meio do ensino e do exemplo,
mantenham a unidade da igreja, tendo a plenitude de Cristo como medida (Ef
4.13).
Objetivo dos dons ministeriais (Ef 4.12-14). É importante entender que o Senhor Jesus deu esses dons à igreja a fim de
equipar os crentes para a obra do ministério (Ef 4.12). Dessa forma, o ensino
bíblico constante e progressivo, sob a unção de Deus, atuará em suas vidas com
o objetivo de impedi-los de serem levados por “todo o vento de doutrina” (Ef
4.14).
“OUTROS PARA
PROFETAS” (Ef 4.11a).
1. A importância do tema. Apesar de o termo
“profeta” haver sido devidamente abordado nas lições anteriores, dado o seu
caráter especial no contexto neotestamentário, é imprescindível considerá-lo à
parte. Faz-se necessário entender que o seu emprego em o Novo Testamento é
ainda mais amplo do que nas Escrituras veterotestamentárias.
2. A distinção entre apóstolo profeta e profeta. O emprego do termo profeta em Efésios 4.11 apresenta sentido distinto
daquele encontrado anteriormente nos textos de 2.20 e 3.5. Nessas duas
passagens, trata-se de um mesmo grupo: os apóstolos-profetas. Paulo afirma,
porém, em Efésios 4.11, que o Senhor Jesus “deu uns para apóstolos, e outros
para profetas” deixando claro que se trata de ministérios diferentes. O
contexto mostra que essa passagem (Ef 4.11) refere-se a pregadores
irresistivelmente cheios do Espírito Santo, que cooperavam na edificação da
Igreja (At 13.1), dedicando-se ao ensino e à interpretação da Palavra de Deus.
Eles também dedicavam-se a explicar o cumprimento das profecias do Antigo Testamento,
e punham-se a exortar, edificar e consolar a Igreja de Cristo.
As principais funções do profeta. Assim como no Antigo Testamento, o profeta do Novo não tem como função
primária predizer o futuro. Sua atuação é, antes de tudo, atender às necessidades
da igreja, uma vez que transmite a mensagem de Deus em tempos de crise (1 Co
14.3).
O DOM DE
PROFECIA
A promessa do dom de profecia. O Senhor Deus, através do profeta Joel, prometeu derramar abundantemente
do seu Espírito sobre os seus servos (Jl 2.28-32). Tal promessa, que iniciou o
seu cumprimento a partir do Dia de Pentecostes e inclui especificamente o dom
de profecia (Jl 2.28-32; At 2.16-21). Qualquer crente salvo pode ter o dom de
profecia na nova dispensação (1 Co 14.24), independentemente de idade, sexo,
status social e posição na igreja (At 2.17,18), tal como vemos nas quatro
filhas de Filipe “que profetizavam” (At 21.9).
Definição. O dom de profecia,
aqui abordado, é uma manifestação momentânea e sobrenatural do Espírito Santo,
como um dos dons espirituais prometidos, e não um ministério. 0 maior valor da
profecia é que ela, sendo de Deus, ao contrário das línguas estranhas, uma vez
proferida, edifica a coletividade e não unicamente o que profetiza (1 Co
14.3-5).
Características. A Bíblia ensina que
a profecia deve ser julgada na igreja e que o profeta deve obedecer ao ensino
bíblico (1 Co 14.29-33). Não podemos esquecer que a profecia, nesse contexto,
não se reveste da mesma autoridade da dos profetas e apóstolos das Sagradas
Escrituras. Ninguém mais, depois deles, recebeu igual autoridade divina. O dom
de profecia, na presente era, não é infalível e, portanto, é passível de
correção. Pode acontecer de o profeta receber a revelação do Espírito Santo e,
por fraqueza, imaturidade e falta de temor de Deus, falar além do que devia.
Quem profetiza, portanto, deve ter o cuidado de falar apenas o que o Espírito
Santo mandar, não alegando estar “fora de si” ou “descontrolado”, pois “os
espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas” (1 Co 14.32).
O nosso Deus nunca deixou de se comunicar com o seu povo. Ele continua a
falar conosco, inclusive por meio do dom de profecia. O Senhor sempre cuida do
progresso e edificação de sua Igreja. Por essa razão, Jesus deu à sua Noiva,
apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores.
“No contexto de uma unidade mantida portais expressões de amor como
humildade, mansidão, longanimidade e tolerância, são exercidos os dons
distribuídos por Cristo, e se cumprem os objetivos de Cristo em seu corpo e a
favor do seu corpo (4.7-10). Surpreendentemente, estes objetivos não se cumprem
nos líderes que Cristo dá à igreja, mas nos leigos. Os líderes são servos cujo
papel é equipar o povo de Deus para sua ‘obra do ministério’. Por meio dos
esforços de todos os seus membros, o corpo de Cristo é edificado (4.11-13). E
por meio da participação ativa em um corpo que cresce, e que ministra de forma
constante, o crente amadurece individualmente (4.14-16). Quer os líderes tenham
grandes áreas de responsabilidade (apóstolos, profetas, evangelistas) ou
somente responsabilidades locais (pastores e doutores), eles são ordenados para
servir os leigos”.
(notas RICHARDS, L. O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. RJ:
CPAD, 2007, pp.423,425).
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