Os eventos pentecostais do capítulo 2 de Atos
Artigo Mauricio Berwald
Estando o Cristo já à destra do Pai e
a vacância de Judas devidamente preenchida por Matias, só faltava mesmo o
Senhor Jesus efundir o Espírito Santo sobre os apóstolos e os discípulos, para
que a Igreja fosse inaugurada como a agência por excelência do Reino de Deus. O
fato está registrado em Atos capítulo dois. Vejamos alguns eventos que marcaram
aquele tão inefável Dia de Pentecostes.
1. A efusão do Espírito Santo. Estando os discípulos reunidos num só lugar, eis que o Senhor Jesus infunde-lhes de seu Espírito. Já batizados no e com o Espírito Santo, começaram eles a falar noutras línguas, enaltecendo a Deus (At 2.4, 11). Cumpria-se ali a profecia de Joel (2.28-31). Assim, era inaugurada a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. A Igreja nasceu pentecostal e pentecostal continua, pois a efusão do Espírito Santo não é apenas um evento eclesiológico, mas principalmente escatológico.
2. O primeiro sermão da Igreja. Inquirido por uma pergunta pentecostal: “Que quer isto dizer” (At 2.12). Levanta-se, então, Pedro e põe-se a pregar. O seu sermão não é apenas teológico; é também apologético. Em sua irresistível teologia e em sua apologia irretocável, o apóstolo enuncia uma mensagem soteriológica que frutifica aproximadamente três mil almas (At 2.41). A verdadeira mensagem evangélica, por conseguinte, há de ser teológica sim, mas haverá também de ser apologética. Somente assim gerará resultados soteriológicos.
3. A singularidade da comunhão cristã. O derramamento do Espírito Santo gera, naquelas quase três mil almas convertidas, uma comunhão desconhecida até mesmo por uma sociedade solidária e irmã como a judaica. Constrangidos pela Lei de Moisés, eram os judeus obrigados a manterem-se como irmãos. Mas nem sempre logravam esse ideal. Haja vista a constância com que os profetas denunciavam a injustiça social em Israel.
A Igreja de Cristo, porém, vai além da solidariedade. Rapidamente consolida-se como uma comunidade de comunhão plena tanto com Deus quanto com os seus próprios membros. Nem mesmo Platão, em sua república, fora capaz de gizar uma sociedade como a da Igreja Primitiva. Eis como Lucas descreve o viver de nossos primeiros irmãos: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos” (At 2.42-47).
O que os comunistas e outros utópicos apenas conseguem imaginar no sonho, os cristãos primitivos lograram conseguir num único dia. Somente o Espírito Santo pode operar dessa maneira na vida dos filhos de Adão.
1. A efusão do Espírito Santo. Estando os discípulos reunidos num só lugar, eis que o Senhor Jesus infunde-lhes de seu Espírito. Já batizados no e com o Espírito Santo, começaram eles a falar noutras línguas, enaltecendo a Deus (At 2.4, 11). Cumpria-se ali a profecia de Joel (2.28-31). Assim, era inaugurada a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. A Igreja nasceu pentecostal e pentecostal continua, pois a efusão do Espírito Santo não é apenas um evento eclesiológico, mas principalmente escatológico.
2. O primeiro sermão da Igreja. Inquirido por uma pergunta pentecostal: “Que quer isto dizer” (At 2.12). Levanta-se, então, Pedro e põe-se a pregar. O seu sermão não é apenas teológico; é também apologético. Em sua irresistível teologia e em sua apologia irretocável, o apóstolo enuncia uma mensagem soteriológica que frutifica aproximadamente três mil almas (At 2.41). A verdadeira mensagem evangélica, por conseguinte, há de ser teológica sim, mas haverá também de ser apologética. Somente assim gerará resultados soteriológicos.
3. A singularidade da comunhão cristã. O derramamento do Espírito Santo gera, naquelas quase três mil almas convertidas, uma comunhão desconhecida até mesmo por uma sociedade solidária e irmã como a judaica. Constrangidos pela Lei de Moisés, eram os judeus obrigados a manterem-se como irmãos. Mas nem sempre logravam esse ideal. Haja vista a constância com que os profetas denunciavam a injustiça social em Israel.
A Igreja de Cristo, porém, vai além da solidariedade. Rapidamente consolida-se como uma comunidade de comunhão plena tanto com Deus quanto com os seus próprios membros. Nem mesmo Platão, em sua república, fora capaz de gizar uma sociedade como a da Igreja Primitiva. Eis como Lucas descreve o viver de nossos primeiros irmãos: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos” (At 2.42-47).
O que os comunistas e outros utópicos apenas conseguem imaginar no sonho, os cristãos primitivos lograram conseguir num único dia. Somente o Espírito Santo pode operar dessa maneira na vida dos filhos de Adão.
A expansão da nascente Igreja do Senhor
A expansão da Igreja Cristã, em Atos
dos Apóstolos, pode ser divida em duas etapas distintas: a primeira, de forma
espontânea, vai de Jerusalém a Samaria; a segunda, de forma planejada e
intencional, vai de Antioquia a Roma, sem impedimento algum.
1. A expansão da Igreja em Jerusalém. Nenhum líder judeu poderia imaginar que, logo após a morte do Senhor Jesus, iria a Igreja Cristã, inaugurada no Pentecostes, esparramar-se por toda Jerusalém. No Sermão do Pentecostes, quase três mil almas agregaram-se aos fiéis (At 2.41). Mais adiante, o número já sobe para cinco mil (At 4.4). Daí em diante, multiplicou-se tanto o número de conversos que até mesmo não poucos sacerdotes obedeciam a fé: “Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé” (At 6.7).
2. A expansão da Igreja na Judéia e Samaria. A morte de Estevão foi apenas o início de uma perseguição que culminaria com a diáspora da igreja hebréia. E os irmãos, espalhados que foram pela arbitrariedade das autoridades judaicas, iam espalhando a Palavra de Deus por toda a Judéia até chegar a desprezada Samaria (At 8.1-25).
Assim, de forma espontânea, iam eles semeando a boa semente do Evangelho por toda a Judeia e Samaria. Nessa fase, destaca-se como evangelista o que fora escolhido como diácono: Filipe.
3. A expansão da Igreja entre os gentios. Se o avanço da Igreja Cristã de Jerusalém a Samaria dera-se de forma espontânea, agora o Espírito Santo levará os seus apóstolos a expandir o Reino de Deus de maneira intencional, metódica e bem planejada (At 13.1-4; 16.6,7; 21.4; . Na parte inicial de Atos, a figura proeminente é Pedro. Na segunda parte, destacar-se-á Saulo de Tarso como o grande campeão de Cristo que, em quatro viagens missionárias, levou o Evangelho ao extremo ocidental do mundo então conhecido sem impedimento algum (At 28.31).
1. A expansão da Igreja em Jerusalém. Nenhum líder judeu poderia imaginar que, logo após a morte do Senhor Jesus, iria a Igreja Cristã, inaugurada no Pentecostes, esparramar-se por toda Jerusalém. No Sermão do Pentecostes, quase três mil almas agregaram-se aos fiéis (At 2.41). Mais adiante, o número já sobe para cinco mil (At 4.4). Daí em diante, multiplicou-se tanto o número de conversos que até mesmo não poucos sacerdotes obedeciam a fé: “Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé” (At 6.7).
2. A expansão da Igreja na Judéia e Samaria. A morte de Estevão foi apenas o início de uma perseguição que culminaria com a diáspora da igreja hebréia. E os irmãos, espalhados que foram pela arbitrariedade das autoridades judaicas, iam espalhando a Palavra de Deus por toda a Judéia até chegar a desprezada Samaria (At 8.1-25).
Assim, de forma espontânea, iam eles semeando a boa semente do Evangelho por toda a Judeia e Samaria. Nessa fase, destaca-se como evangelista o que fora escolhido como diácono: Filipe.
3. A expansão da Igreja entre os gentios. Se o avanço da Igreja Cristã de Jerusalém a Samaria dera-se de forma espontânea, agora o Espírito Santo levará os seus apóstolos a expandir o Reino de Deus de maneira intencional, metódica e bem planejada (At 13.1-4; 16.6,7; 21.4; . Na parte inicial de Atos, a figura proeminente é Pedro. Na segunda parte, destacar-se-á Saulo de Tarso como o grande campeão de Cristo que, em quatro viagens missionárias, levou o Evangelho ao extremo ocidental do mundo então conhecido sem impedimento algum (At 28.31).
Apesar de suas limitações locais, a
Igreja de Cristo, sob o poder do Espírito Santo, universaliza-se em suas
conquistas e faz-se irresistível como Reino de Deus. Foi o que demonstraram os
apóstolos de Nosso Senhor. Em menos de quarenta anos, cumpriram eles
integralmente a comissão missionária que lhes confiara o Senhor. Isto não
significa, porém, hajam eles evangelizado toda a terra. Mas de tal forma
expandiram o Cristianismo que, num tempo tão exíguo, conseguiram dar-lhe foros
de uma religião realmente universal. Houvera a Igreja se limitado a Jerusalém,
seria ela vista, hoje, como uma mera seita judaica. Ou melhor: talvez nem
existiria.
A vocação da Igreja é ser universal, invisível e perfeita. É local, mas a sua glória é que ela não é local. Ainda que visível, fermenta o mundo em sua invisibilidade. Quanto à sua imperfeição, é justamente nesta que a perfeição de Cristo mostra-se plena.
A vocação da Igreja é ser universal, invisível e perfeita. É local, mas a sua glória é que ela não é local. Ainda que visível, fermenta o mundo em sua invisibilidade. Quanto à sua imperfeição, é justamente nesta que a perfeição de Cristo mostra-se plena.
OS FRUTOS DA COMUNHÃO CRISTÃ
Estes são os frutos gerados pela
comunhão cristã, conforme facilmente depreendemos da leitura do capítulo dois
de Atos dos Apóstolos:
Temor a Deus. A verdadeira
comunhão frutifica, na vida da igreja como um todo e na vida de cada crente em
particular, um santo temor a Deus. Lucas destaca: “Em cada alma havia temor”
(At 2.43). E o temor a Deus, como todos sabemos, é o princípio do saber (Pv
1.7).
Quando os crentes temem e amam a
Deus, a igreja mostra-se sabia não apenas diante do Senhor, mas também do mundo.
Ainda há temor a Deus em seu coração?
Sinais e maravilhas. Pentecostais
que somos, acreditamos piamente que Deus ainda opera sinais e maravilhas entre
o seu povo. Mas, para que isso ocorra, é urgente que vivamos uma perfeita
comunhão com o Pai e com cada um de seus filhos. Lucas realça que, na Igreja
Primitiva, o sobrenatural era algo bastante natural entre os crentes: “e muitas
maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos” (At 2.43). O segredo? A
comunhão.
Assistência social. Uma igreja
que cultiva a verdadeira comunhão cristã não permitirá que nenhum de seus
membros passe necessidade. Eis o que testemunha o autor sagrado: “Todos os que
criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e
fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade” (At
2.44,45). Não se tratava de um comunismo cristão, mas da autêntica comunhão que
o Espírito Santo nos esparge na alma. O comunismo só espalha o medo, a miséria
e o ateísmo. A Igreja de Cristo não precisa dessa ideologia para socorrer os
seus membros; ela tem o amor de Deus.
Crescimento. Uma igreja
que cultiva a comunhão e não se acha dividida só tem a crescer: “[...] E todos
os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar” (At
2.47b). A Igreja como a agência por excelência do Reino de Deus não pode ficar
estagnada. Haverá de crescer local e universalmente.
Adoração. A Igreja
Primitiva era também uma comunidade de adoração “louvando a Deus e caindo na
graça de todo o povo” (At 2.47). Sim, a Igreja que louva a Deus jamais deixará
de ser reconhecida, até mesmo por seus inimigos, como um povo especial.
Voltemos ao altar da verdadeira adoração. Louvemos a Deus com salmos e hinos.
Abramos a Harpa Cristã e celebremos os grandes atos de Deus.
Sua igreja cultiva a verdadeira
comunhão? É hora de voltarmos ao cenáculo e reviver os tempos de refrigério e
avivamento. Somente uma igreja que experimenta a verdadeira comunhão com Cristo
e com os seus membros em particular, sobreviverá nestes tempos difíceis e
trabalhosos. O Espírito Santo quer operar em nosso meio. Mas só o fará se
estivermos vivendo a genuína comunhão cristã.
“No Pentecostes, depois da
vinda do Espírito Santo, o grupo de 120 explodiu! Em um dia três mil pessoas
adotaram a fé, e passaram a servir a Cristo. Elas foram agregadas à igreja,
isto é, imediatamente se uniram à comunhão de crentes. Os três mil novos
crentes se reuniram com os outros como eles, pessoas de pensamento e fé
semelhantes. Lucas ressaltou a natureza cotidiana das reuniões da igreja. Os crentes
se reuniam tanto no templo ([...]), como em casa, para o partir do pão e,
supostamente, para comunhão, para darem atenção às necessidades e para a
prática da oração. Uma má interpretação comum sobre os primeiros cristãos (que
eram judeus) era que eles rejeitavam a religião judaica. Mas estes crentes
viram a mensagem e a ressurreição de Jesus como o cumprimento de tudo o que
eles conheciam, e do Antigo Testamento e em que criam. A princípio, os crentes
de origem judaica não se separaram do restante da comunidade judaica. Eles
ainda iam ao Templo e às sinagogas para adorarem e aprenderem mais sobre as
Escrituras. Mas a sua fé em Jesus Cristo criou um grande atrito com os judeus
que não acreditavam que Jesus fosse o Messias. Assim, os crentes judeus eram
forçados a se reunirem nas suas casas para compartilharem as suas orações e os
ensinos a respeito de Cristo. No final do século I, muitos desses crentes
judeus foram excomungados das suas sinagogas”.
(notas Comentário do Novo Testamento
Aplicação Pessoal. Vol.1. RJ: CPAD, 2009, pp.632-34)
“A Comunhão dos
Santos na Bíblia
A comunhão dos santos é uma expressão
teológica e historicamente forte. Quer na comunidade de Israel, quer na Igreja
Primitiva, seu conceito não é um mero casuísmo; é uma prática que leva o povo
de Deus a sentir-se como um só corpo”.“A comunhão dos Santos em Israel.Nos
momentos de emergência nacional, levantavam-se os hebreus como um só homem.
Isto mostra que, se um israelita sofria, os demais padeciam; se uma tribo
via-se em perigo, as outras sentiam-se ameaçadas. A fim de manter o seu povo
unido, suscitava-lhe o Senhor líderes carismáticos como Gideão e Davi.
O amor entre os israelitas era
realçado na Lei e nos Profetas. Os hebreus, por exemplo, não podiam emprestar
com usura para seus irmãos. Quando da colheita, eram obrigados a deixar, aos
mais pobres, as respigas. Foi o que aconteceu a moabita Rute.
Quando a comunhão dos santos em
Israel era quebrantada, instalava-se a injustiça social, a opressão e a violência.
Para conter todas essas misérias, erguia Deus os seus profetas que, madrugando,
repreendiam os injustos, buscando reconduzi-los aos princípios da Lei de
Moisés”.
“A Comunhão dos santos em o Novo
Testamento
Ao retratar a comunhão entre os
santos, escreve o português Camilo Castelo Branco: ‘O amor de Deus é
inseparável do amor do próximo. É impossível no coração humano o incêndio
suavíssimo do amor de Deus, quando o grito da miséria não desperta no coração a
mágoa das aflições do próximo’.Mais adiante, acrescenta Camilo: ‘Vede como eles
se amam diziam os pagãos, quando a sociedade cristã repartia seus haveres em
comunas, onde grande despojado de suas galas, vinham sentar-se ao lado dos
pobres, vestido de uma mesma túnica, e nutrido por um semelhante quinhão nos
ágapes da caridade’.
Sem a comunhão dos santos não pode
haver cristianismo. Aliás, protestou alguém certa vez: ‘O amor é a única forma
de nos sentirmos realmente cristãos’. Todos os escritores do Novo Testamento, a
exemplo do Salvador, realçaram a comunhão dos santos.No Sermão do Monte,
ensinou Jesus os seus discípulos a se amarem uns aos outros; doutra forma: não
seriam contados entre os seus seguidores”.
(notas ANDRADE, C. As Disciplinas
da Vida Cristã. RJ: CPAD, 2008, pp.117-19)
Sinais e maravilhas na Igreja
Por que os sinais e maravilhas eram
tão comuns à Igreja Primitiva? Qual o segredo daqueles cristãos? Não havia
segredo algum. Havia uma obediência amorosa e consciente à Grande Comissão que
o Senhor Jesus confiou aos seus discípulos. Quanto mais evangelizavam e faziam
missões, mais o Cristo neles operava por intermédio do Espírito Santo.
O mesmo não ocorre hoje com as
igrejas que levam a sério o imperioso “ide” de Cristo? Leia com atenção os
últimos versículos do Evangelho de Marcos e constate, em nossa própria
realidade, o cumprimento pleno desta promessa: “E estes sinais seguirão aos que
crêem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão nas
serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e
imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão” (Mc 16.17,18).
Vejamos, pois, o papel e as funções
dos sinais e maravilhas, operados pelo Espírito Santo, na vida da Igreja.
SINAIS E MARAVILHAS, A AÇÃO
SOBRENATURAL DA IGREJA
O milagre tem de ser visto não como
algo que ficou nos tempos bíblicos, mas como um recurso que o Espírito Santo
nos coloca à disposição para que glorifiquemos a Deus e disseminemos o
evangelho de Cristo.
Definição. Os sinais e
maravilhas descritos na Bíblia, principalmente em o Novo Testamento, são
operações extraordinárias e sobrenaturais de Deus no âmbito das coisas
naturais. São uma suspensão das leis da natureza. Somente o que criou todas as
coisas pode agir natural e sobrenaturalmente em todas as coisas, porque tudo
lhe é possível (Mc 10.27).
Objetivos do milagre. Dois são os
objetivos do milagre: glorificar a Deus e expandir-lhe o Reino (Mc 2.12; Lc
5.26; Jo 11.4). Em Atos, os prodígios operados pelos apóstolos abriram-lhes as
portas da Palavra, a fim de que anunciassem com poder e destemor o evangelho.
Haja vista o ocorrido na Porta Formosa (At 3.1-11). E o ocorrido em Listra? (At
14.8-18). A intervenção sobrenatural de Deus visa também beneficiar o ser
humano. Alguém que é curado do câncer, por exemplo, enaltece o nome do Senhor
pelo favor imerecido.
O milagre, por conseguinte, não tem
por objetivo criar um espetáculo. Foi por isso que o Senhor emudeceu-se e nada
fez ante a curiosidade de Herodes (Lc 23.8,9). Somente os que buscam a própria
glória transformam os sinais e maravilhas em um show.
Em Atos capítulo três, Pedro e João
dirigiam-se ao Santo Templo a fim de orarem, quando se depararam com aquele
coxo de nascença que, diariamente, era trazido ao lugar sagrado para esmolar
(At 3.2). Observemos que os apóstolos subiam juntos à Casa de Deus para buscar
ao Senhor. Se juntos clamavam ao Senhor, juntos estavam prestes a realizar um
grande milagre.
Oração e milagre. Sem oração
não há poder. Moisés e Jesus, que operaram grandes e portentosos sinais, viviam
em constante oração e jejum (Êx 24.12-18; Mt 4.2). Se nós obreiros desta
geração quisermos também realizar milagres e maravilhas é mister que, juntos, à
hora da oração, subamos ao templo. A mão do nosso Deus não está encolhida para
efetuar o sobrenatural.
Quando nem ouro nem a prata
fazem a diferença. Ao ver os apóstolos, esperava o coxo receber deles alguma coisa.
Todavia, declarou-lhe Pedro: “Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso
te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda” (At 3.6).
Hoje, há muitas igrejas ricas e
poderosas. Algumas destas, porém, já não conseguem mostrar o poder que operava
nos apóstolos. Sim, elas possuem muita prata e muito ouro, mas nenhum poder. O
ouro e a prata somente são eficazes quando utilizados na expansão do Reino de
Deus. Caso contrário, de nada valem diante daquele que disse: “Minha é a prata,
e meu é o ouro, disse o Senhor dos Exércitos” (Ag 2.8). Portanto evangelizemos
e façamos missões!
O milagre na Porta Formosa. O mendigo
achava-se justamente na Porta Formosa do Santo Templo (At 3.2). Que contraste!
Diante de toda aquela suntuosidade, um mendigo. A porta era formosa e rica, mas
achava-se fechada para aquele homem enfeado pela doença e empobrecido por sua
condição social.
O MILAGRE ABRE A PORTA DA PALAVRA
Realizado o milagre, o que fizeram os
apóstolos? Certamente não trabalharam o seu marketing pessoal nem foram abrir
uma igreja independente. Sabendo que a excelência estava em Cristo e não em si,
aproveitaram a ocasião a fim de proclamar o evangelho. Como tem você agido
quando Deus usa-o na realização de um milagre ou prodígio? Chama a glória toda
a si? Ou glorifica o Senhor da glória? Observe o modo como os apóstolos
trataram o prodígio.
A proclamação da Palavra é mais
importante que o milagre. Não resta dúvida de que um portento fora realizado.
Era notório a todos (At 4.16). Era algo simplesmente inegável. Todavia, os
apóstolos estavam prestes a mostrar que aquela ocasião era mais do que propícia
à proclamação da Palavra de Deus. Hoje, temos muitas terças e quintas-feiras de
milagres. Mas que todos os dias sejam dedicados à pregação do evangelho. O
Senhor Jesus estará presente entre nós operando sinais e prodígios diariamente.
A proclamação da Palavra deve ser
feita a tempo e a fora de tempo. É o que recomenda Paulo a Timóteo:
“Conjuro-te, pois diante de Deus e do Senhor Jesus, que há de julgar os vivos e
os mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo,
redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina” (2 Tm
4.1,2).
Por conseguinte, Pedro e João
aproveitaram a oportunidade a fim de proclamar o Evangelho de Cristo tanto para
o povo quanto para os sacerdotes. Leia com vagar os capítulos três e quatro de
Atos dos Apóstolos. E veja quantas portas a pregação da Palavra foram abertas
através do milagre operado pelos apóstolos na Porta Formosa. Tem você
aproveitado as oportunidades para anunciar a mensagem da cruz? Ou acha que o
milagre não passa de um espetáculo? É chegado o momento de se pregar a tempo e
fora de tempo que Cristo Jesus morreu e ressuscitou para salvar o
pecador.
Os sinais seguem aos que crêem. Mas
quando estes seguem aqueles, a igreja começa a ter problemas. Vejamos, pois, os
milagres e prodígios como oportunidades para anunciarmos o Evangelho de Cristo
até aos confins da terra.
Por acaso não agiam assim os
apóstolos de Nosso Senhor? Por que, então, agiríamos de outro modo? À
semelhança de Pedro e João, declaremos com autoridade e ousadia: “Não tenho
prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o
Nazareno, levanta-te e anda” (At 3.6).
“A natureza teológica de um milagre.Cada uma destas
três palavras que se referem a eventos sobrenaturais (sinal, maravilhas e
poder) delineia um aspecto do milagre. Um milagre é um evento incomum
(maravilha) que transmite e confirma uma mensagem incomum (sinal) por
intermédio de uma habilidade incomum (poder). Do ponto de vista divino
privilegiado, o milagre é um ato de Deus (poder) que atrai a atenção do povo de
Deus (maravilhas) para a Palavra de Deus (por meio de um sinal). [...] Eles são
normalmente utilizados como sinais para confirmar um sermão; como maravilhas
para verificar as palavras de um profeta; como milagre para ajudar a
estabelecer a sua mensagem (Jo 3.2; At 2.22). Um milagre, portanto, é
uma intervenção divina, ou uma interrupção, no curso regular do mundo que
produz um evento com um objetivo definido, o qual, apesar de incomum, não
ocorreria (ou não poderia ocorrer) de outra forma. Nessa definição, as leis
naturais são compreendidas como sendo a forma normal regular e geral pela qual
o mundo funciona. Entretanto, o milagre ocorre como um ato incomum,
não-padronizado e específico de um Deus que transcende o universo. Isto não
significa que os milagres são contrários às leis naturais; significa
simplesmente que eles são originados em uma fonte que está além da
natureza”.
(notas GEISLER, N. Teologia Sistemática. Vol.1. 1.ed. RJ:
CPAD, 2010, pp.43-44)
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