A oração e a vontade de Deus
Artigo Mauricio Berwald
A qual a vontade de Deus para sua vida? Você tem consciência do que Deus
espera de você? Muitos correm de um lado para o outro, procurando profetas para
ouvira voz de Deus e descobrir sua vontade. Todavia, para descobrir a vontade
do Senhor para nossas vidas, basta cultivarmos uma vida de íntima comunhão com
o Pai, mediante a leitura da Palavra e a oração.
Todo crente deseja ter uma vida de oração eficaz, ou seja, de súplicas
atendidas pelo Senhor. Contudo, muitos não têm sido eficientes nesse assunto
por desconhecerem completamente a vontade de Deus para os homens em geral e
para sua própria vida. Nesta lição, você aprenderá que conhecer o Senhor e, por
conseguinte, a vontade dEle para o seu viver, é imprescindível para obter
respostas aos seus clamores.
A ORAÇÃO E A VONTADE DE DEUS
O caráter de Deus. É fundamental que o suplicante conheça profundamente a quem Ele dirige
suas orações, a fim de que possa ser atendido. A Bíblia nos revela que Deus é
amor, misericórdia, longanimidade, bondade, fidelidade e justiça. Portanto, o
conhecimento de tais atributos divinos é imprescindível para orarmos a Deus com
entendimento e sermos respondidos em nossas súplicas. Quanto mais conhecermos a
Deus, melhor compreenderemos, aceitaremos e identificaremos a sua vontade para
nós.
A vontade de Deus e as Sagradas Escrituras. Jesus
declarou que as orações de seus discípulos seriam atendidas se eles guardassem
e praticassem a sua Palavra (Jo 15.7; 1 Jo 3.22).
A vontade geral de Deus está expressa na Bíblia, portanto, é
indispensável que manejemos bem a Palavra da Verdade, a fim de sabermos como
orar de acordo com a vontade dEle. Muitas vezes não é necessário perguntar se
algo é da vontade do Senhor, porque as Escrituras explicitam claramente que tal
pedido está completamente fora dos propósitos divinos para seus filhos. Tiago e
João tiveram essa experiência, quando insensatamente pediram algo a Jesus
Cristo em conflito com sua natureza e vontade, e foram repreendidos pelo Senhor
(Lc 9.54-56).
A vontade de Deus para cada indivíduo. Outro
fator que deve ser considerado ao dirigirmos nossos pedidos a Deus é a sua
soberana vontade para cada um de nós. Para descobri-la, é necessário que o
servo de Deus cultive uma vida de íntima comunhão com Deus. À medida que
conhecemos o Senhor, sua vontade vai se tornando mais evidente para nós. Além
disso, um crente fiel, que busca agradar ao Senhor através de uma vida santa e
dedicada ao seu Reino, naturalmente desfrutará da vontade de Deus, pois é
impossível que alguém possa ser tão íntimo dEle e estar fora da sua vontade. A
resposta divina às nossas orações está profundamente relacionada à sua vontade
para os seus filhos, como veremos nos tópicos a seguir.
ORAÇÕES NÃO RESPONDIDAS POR DEUS
Orações egoístas (Tg 4.3). O apóstolo Tiago afirma que pedidos
egoístas, que visam interesses próprios, não são respondidos pelo Senhor. Eles
estão fora da vontade divina, pois contrariam o desejo dEle de que seus filhos
sejam altruístas. Na verdade, tais pedidos refletem uma natureza ainda não
regenerada, pois o coração daquele que foi transformado por Deus pensa primeiro
no próximo. Após conhecer o Senhor mais profundamente, Jó intercedeu por seus
amigos (Jo 42.10). Experimente orar mais pelos outros do que por si mesmo.
Orações por posição social (Mt 20.17-28). Muitos
oram a Deus buscando reconhecimento humano, honras, glórias, poder, dinheiro,
enfim, coisas que satisfaçam sua natureza humana pecaminosa. A mãe dos filhos
de Zebedeu pediu a Jesus um lugar de destaque para seus filhos, mas o Mestre
explicou que não competia a Ele outorgar essa posição, mas ao Pai (Mt
20.21,22). Ela não tinha consciência de que não existe posição melhor do que
ser um servo de Deus, que foi transportado do reino das trevas para o Reino do
Filho do seu amor (Cl 1.13), e agora vive não mais para si mesmo, mas em e por Cristo (Gl 2.19,20). A vontade de Deus é que pensemos e busquemos as
coisas celestiais, incorruptíveis (1 Co 9.25).
Orações hipócritas (Mt 6.5,6). Algumas pessoas pensam que podem
enganar a Deus com uma aparência de piedade, fingindo ser espiritual, um
“homem” ou “mulher de oração”. Esquecem-se de que Deus é o maior conhecedor das
motivações humanas. Jesus por diversas vezes reprovou o comportamento hipócrita
e mentiroso. O Senhor ama a verdade e a sinceridade. É melhor ser sincero como
um publicano, carente da misericórdia de Deus, do que um fariseu, cheio de
justiça própria, pois aquele teve sua oração atendida e este não (Lc 18.9-14).
ORAÇÕES ATENDIDAS POR DEUS
Na Bíblia temos muitos exemplos de orações respondidas, uma vez que
estavam em harmonia com a vontade de Deus.
A oração do rei Salomão (2 Cr 1.7-10). Há quem
faça longas orações, mas inconvenientes, impróprias, insensatas, irreverentes.
Salomão fez uma oração curta, porém, sábia. Ele tinha consigo um “cheque em
branco” da parte de Deus (v.7). No entanto, não teve desejos egoístas, pensou
em seu reino e no povo, orando com sabedoria, e Deus lhe respondeu sem demora
(vv.11,12). Por conseguinte, tornou-se o homem mais sábio e rico do mundo de
sua época (1 Rs 4.29-34). Você não deseja ter essa sabedoria? Peça a Deus! A
Bíblia garante que o Senhor a dá a todos liberalmente, ou seja, a resposta é
certa (Tg 1.5).
A oração do profeta Elias (1 Rs 18.36-39). A oração
que glorifica e exalta a Deus será respondida. Um exemplo desta oração é a do
profeta Elias. Ele lançara um desafio aos falsos profetas de Baal. Aquele que
respondesse enviando fogo do céu para consumir os sacrifícios oferecidos seria
o verdadeiro Deus. O único desejo de Elias era que o nome do Senhor fosse
reconhecido e aclamado no meio daquele povo, como fica claro em suas palavras
(v.37). Um pedido que busque única e exclusivamente a glória do Senhor e o
reconhecimento de seu poderio será prontamente atendido por Ele (Jo 14.13).
A oração de Davi (Sl 51.1-17). Esta súplica por perdão, misericórdia
e restauração provém de um coração sincero, arrependido e consciente de seus
erros. E tal coração, afirma a Bíblia, não despreza o Senhor (v.17). Davi
reconhece a gravidade de seus erros e, principalmente, que havia pecado contra
o seu Deus. Em seguida, arrepende-se profundamente e busca com lágrimas o
perdão e a restauração divina. É importante ressaltar que o relacionamento
íntimo que o rei cultivava com o seu Soberano foi decisivo para que ele tomasse
essa atitude. Uma vez que Davi conhecia o caráter do Deus a quem servia, tinha
certeza de que alcançaria misericórdia de sua parte se o buscasse com um
coração sincero.
O segredo para uma vida de oração eficaz, ou seja, de pedidos realizados
conforme a vontade de Deus, é cultivar um relacionamento íntimo e sincero com o
Senhor. Você deseja ter suas orações atendidas? Ore de acordo com a vontade de
Deus! Você quer saber a vontade de Deus para a sua vida? Então, cultive um
profundo relacionamento com Ele.
A vontade de Deus e a vontade do
Homem.“Um dos mistérios com relação à
doutrina da vontade de Deus está centrado no ensino bíblico no que diz respeito
à soberania de Deus e a responsabilidade do homem. A liberdade do homem
condiciona e impõe limites sobre a vontade de Deus? Ou todas as ações dos
homens são determinadas no sentido de que eles tornam-se meros robôs? Além
disso, a solução está além da mente finita, assim como o homem é incapaz de
entender a natureza do conhecimento divino e sua compreensão das leis que
governam a conduta humana. O homem é incapaz de compreender como uma ação que
parece ser livre pode, entretanto, ser a operação da vontade de Deus e assim
ser determinada. Nenhum homem pode entender totalmente a vontade e os caminhos
de Deus (Jó 9.10). No entanto, o problema de relacionar a liberdade que o homem
pensa experimentar com a soberania de Deus, torna-se menos exato se esta
liberdade for entendida como a habilidade para fazer o que se deseja, ao invés
do poder de escolha contrária ou arbitrária”.(notas Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD,
2009, p.2026).
Orar em nome de Jesus.“[...] O que
significa orar em nome de Jesus? Embora tudo ou alguma coisa pareça incluir
todas as coisas, estas palavras não são a garantia de que todas as nossas
orações serão atendidas. O grande qualificador é a expressão ‘em meu nome’.
Isto só se refere ao que está dentro da vontade de Deus. Barclay escreve: A
oração em que no final se diz ‘seja feita a tua vontade’ é sempre respondida” (notas Comentário
Bíblico Beacon. Vol.7. RJ: CPAD, 2006, p.124). “Orar em ‘nome de Jesus’ é orar em união com a pessoa e o propósito de
Jesus, porque o ‘nome’ de uma pessoa simbolizava a sua essência e destino.
Nestes versículos temos a promessa da resposta de nossas orações, desde que
entendamos adequadamente o contexto do último discurso de Jesus. Jesus prometeu
aos discípulos que seus pedidos com relação a dar frutos seriam respondidos
porque isto glorificaria a Deus (veja Jo 4.41; 7.18; 8.50,54). Os capítulos
seguintes esclarecem isto (Jo 15.7,8,16; Jo 16.23,24).
Quando Jesus diz que podemos pedir tudo, devemos nos lembrar de que os
nossos pedidos devem ser em nome de Jesus — isto é, de acordo com o caráter e a
vontade de Deus. Deus não concederá pedidos contrários à sua natureza ou à sua
vontade, e não podemos usar o seu Nome como uma fórmula mágica para satisfazer
os nossos desejos egoístas. Se estivermos sinceramente seguindo a Deus e
buscando a sua vontade, então os nossos pedidos estarão alinhados com a vontade
do Senhor, e Ele nos atenderá (veja também Jo 15.16; 1 Jo 6.23)” (notas Comentário
do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Vol.1. RJ: CPAD, 2009, pp.571-2).
A certeza que a oração foi ouvida.“Todo
aquele que ora pode ter a mais absoluta certeza de que sempre que uma oração
for feita de acordo com a vontade divina, a audiência diante do trono
da misericórdia está assegurada. Pedir é uma das prerrogativas do crente. Às
vezes, o crente não recebe simplesmente porque não pede (Tg 4.2). Por outro
lado, nossas petições só serão ouvidas se forem compatíveis com o bom prazer do
Ouvinte. Existe a petição motivada por motivos errados (Tg 4.3).[...] É tolice
orar por qualquer coisa que seja proibida pela Palavra de Deus. Por exemplo,
orar pela aprovação divina ao casamento de um crente com um incrédulo seria
orar contra a vontade de Deus (2 Co 6.14)” notas (BRANDT, R. I.; BICKET, Z. J.Teologia
da Oração. 4.ed. RJ: CPAD, 2007, p.415).
O Ministério da Intercessão
Quando olhamos para a vida de Abraão e a sua apaixonada intercessão em
favor de Sodoma e Gomorra percebemos que ele mantinha uma relação tão vital com
Deus que Este compartilhou com Abraão uma intimidade do seu próprio coração no
tocante àquelas duas cidades: “E disse o Senhor: Ocultarei eu a Abraão o que
faço?” (Gn 18.7). Por causa dessa intimidade Abraão foi um grande intercessor.
Suas intercessões não chegaram impedir a ira de Deus sobre as duas cidades, mas serviram para livrar a Ló e sua família daquela
destruição (Gn 19.29). Com Abraão entendemos que toda intercessão significativa
só pode se originar de um coração que esteja em perfeita intimidade com a
compaixão e os propósitos do coração de Deus.
Intercessão: [Do lat. intercessionem]. Súplica em favor de outrem. A
intercessão pressupõe sofrer com os que sofrem; chorar com os que choram.O amor é a característica mais marcante do cristão (Jo 13.35). Esse amor
deve ser demonstrado em todo o seu viver, inclusive em suas orações
intercessórias. Intercessão quer dizer orar a Deus em favor de outra pessoa. A
Palavra ordena aos filhos de Deus a orar por seus irmãos (Ef 6.18,19), pela
obra de Deus (Mt 9.38), pelas autoridades constituídas (1 Tm 2.1,2) e até pelos
inimigos (Mt 5.44). Se você, meu irmão, não é um intercessor, está perdendo a
bênção de Deus. Portanto, entre na esfera da intercessão agora!
A ORAÇÃO INTERCESSÓRIA
No Antigo Testamento. Entre o povo de Israel havia muitos
homens fiéis, amorosos e dedicados, que perseveraram em oração a Deus por seus
irmãos e pela nação inteira. Samuel (1 Sm 7.8,9; 12.19-25), Moisés (Êx
32.11-14, 30-32; Dt 9.13-19), Jeremias (14.19-22), Esdras (Ed 9.6-15), Daniel
(Dn 9.3-19) e tantos outros servem como exemplo. O próprio Deus menciona
nominalmente homens como Samuel e Moisés como intercessores (Jr 15.1). Estes
homens santos se afligiam com o pecado do povo, sentiam a necessidade do perdão
divino e choravam diante de Deus, suplicando-lhe uma solução.
Em o Novo Testamento. O ministério da intercessão perante
Deus continuou, sendo o Senhor Jesus o nosso supremo exemplo (Jo 17). Pessoas
vinham ao Mestre pedindo por seus parentes, amigos e servos (Mc 5.22-43; 10.13;
Jo 4.46-53). Jesus demonstrou a prática da intercessão muitas vezes orando
pelos perdidos (Lc 19.10), por Jerusalém e seus discípulos (Jo 17.6-26). Na
igreja, a partir do livro de Atos e das Epístolas há muitos e variados exemplos
de intercessões em oração, nos quais há grandes lições para a nossa vida
cristã. A igreja é incentivada a orar uns pelos outros (Tg 5.16; Ef 6.18). Ela
deve habituar-se a interceder pelas necessidades dos irmãos (At 12.5; 13.3). Na
igreja, às vezes há grupos que se organizam e se intitulam “Os Intercessores”,
mas não perduram. O verdadeiro intercessor não gosta de aparecer. Ele em si
mesmo se compraz em ver, mediante sua intercessão, o nome de Deus ser
glorificado pelas bênçãos concedidas.
Nos dias atuais. A Bíblia nos ensina que é dever do
crente orar pelos outros (1 Jo 5.16; 1 Tm 2.1,8; Ef 6.18; Tg 5.16). Contudo,
não é só um dever, mas principalmente um privilégio e um canal de bênção.
Aquele que persevera em orar pelos outros, Deus levanta intercessores para orar
por ele e, assim, todos são abençoados. A oração intercessória enquadra-se na verdadebíblica: “Mais bem-aventurada coisa é
dar do que receber” (At 20.35). Quem ora, se coloca diante de Deus, entra em
sua presença e nunca sai deste encontro da mesma forma que entrou. Ser alvo de
uma oração é gratificante; orar é glorioso. A prática de estar com Deus em
oração, muda o homem (Gn 32.22-32). As pessoas conseguem perceber a diferença
daquele que cultiva a comunhão com Deus (Êx 34.29-35). Dentre os discípulos de
Jesus, três conviveram mais com Ele; e dentre os três, um era-lhe ainda mais
chegado.
CARACTERÍSTICAS DE UM INTERCESSOR
Perseverança. Abraão foi um homem perseverante. Sua súplica a Deus por Sodoma e
Gomorra demonstra sua diligência. Ele intercedeu diante de Deus e nisso
perseverou até obter a resposta (Gn 18.22-33). O intercessor não pode se deixar
levar pelas dificuldades e aparentes “impossibilidades”. Foi o caso da mulher
siro-fenícia perante Jesus. Apesar de ser ignorada e receber inicialmente um
“não” do Senhor, como teste da sua fé, ela insistiu em seu pedido,
humilhando-se diante dEle, até que foi atendida em sua petição (Mt 15.22-28).
Altruísmo. Em um autêntico intercessor não pode haver egoísmo, mesmo porque, se
alguém é egoísta, não é intercessor. O oposto do egoísmo é o altruísmo. A
pessoa esquece de si mesma e cuida do outro por amor. O caso de Moisés é
emblemático. O Senhor falou em acabar com o povo de Israel e iniciar, a partir
dele (Moisés), outro povo (Êx 32.7-14). O amor que Moisés tinha por aquelas
pessoas, que com tanto zelo e devoção eram conduzidas por ele, dominava o seu
ser. Esse amor o levou a rejeitar a proposta e interceder pelo povo que havia
desprezado a Deus e ao próprio Moisés (Êx 32.1,4). Na mesma ocasião, esse servo
de Deus pediu para ser riscado do livro divino, caso o Senhor não perdoasse aos
israelitas (Êx 32.30-32). Um fato semelhante é o de Jó, que em meio a severas
provações, grande necessidade e graves problemas de saúde, intercedia diante de
Deus por seus “amigos” (Jó 42.10). O apóstolo Paulo, com profundo amor pelo seu
povo e anseio por sua salvação, afirmou que abriria mão de sua própria salvação
em favor deles (Rm 9.3). Jesus, cravado no madeiro, sofrendo grandes dores,
intercedeu por seus algozes (Lc 23.33,34), e pelo ladrão arrependido
crucificado ao seu lado (vv.40-43).
Empatia. Empatia é, no campo natural, a capacidade de uma pessoa identificar-se
com outra; harmonizar-se, combinar com outra pessoa, sentir o que ela sente, desejar
o que ela quer, apreender do modo como ela apreende. Interceder, no campo
espiritual, é mais do que simplesmente apresentar pedidos em favor de outros
diante de Deus. É ter a capacidade de se colocar no lugar daquela pessoa ou
pessoas, sentir suas misérias, sua dor, seu estado, sua necessidade e, por
conseguinte, implorar a Deus por sua resposta. Esdras e Jeremias foram exemplos
nesta área. Eles mesmos não haviam pecado contra Deus, cometendo as abominações
que o povo cometia em sua época. No entanto, em oração apresentaram o povo a
Deus, rogando-lhe o seu perdão e implorando por salvação (Jr 14.18-22; Ed
9.6-15). Neemias, o governador, fez a mesma coisa (Ne 9.33,37). Em Jesus esta
característica é notória; Ele sentia a dor das pessoas, o que o levava à
compaixão (Lc 7.11-13; Mt 9.36; 14.14). Quando viu a dor de Maria ao perder seu
irmão, chorou (Jo 11.32-35). O cristão deve sempre ter em si esta virtude (Rm
12.15) ao interceder diante de Deus por outro.
A FORÇA DA ORAÇÃO COLETIVA
Nínive. O Senhor havia determinado a destruição de Nínive. Seus habitantes, no
entanto, decidiram arrepender-se e humilhar-se diante de Deus, como um só
homem, apregoando um jejum que incluía até os animais, clamando a Deus por
misericórdia e pela revogação da sentença destruidora que fora motivada por
eles mesmos. Apesar dos protestos do profeta Jonas, tiveram sua petição
atendida, e todo o povo foi salvo da destruição (Jn 3.5-10).
Israel. Quando Ester tomou conhecimento do terrível e destruidor edito real que
decretava a morte de todos os judeus, ela e suas auxiliares decidiram orar e
jejuar para que o Senhor preservasse a vida dos descendentes de Abraão e desse
vitória sobre seus inimigos. Mais uma vez, Deus respondeu à oração (Et 4.15-17;
8.1-17).
Igreja Primitiva. A igreja começou em plena atmosfera de oração (At 2.42). Eles
apresentavam seus pedidos a Deus de forma unânime. Quando Pedro foi preso, a
igreja reuniu-se para interceder a Deus por ele (At 12.1-17). Aquela reunião de
súplica foi certamente transformada em reunião de louvor e agradecimento a Deus
pela oração respondida.
Orar pelos outros é um dever e uma prova de que o amor de Deus está
derramado no coração do intercessor. Buscar a Deus com fé é o modo correto de
começar. Todos os cristãos devem desenvolver uma vida de oração e intercessão,
buscando ter em si virtudes como altruísmo, perseverança e empatia espiritual.
Assim fazendo, além de aprimorar sua vida de comunhão com Deus, o cristão
estará cumprindo o mandato divino de amar ao próximo como a si mesmo.
Intercessão.“O vocábulo hebraico ‘paga’ ocorre 46 vezes no Antigo Testamento. Sua
forma verbal significa ‘encontrar-se’, ‘pôr pressão sobre’ e, finalmente,
‘pleitear’. Já sua forma causativa, com le (‘para’), significa ‘interceder
diante de’. O texto a seguir é um exemplo de seu uso no Antigo Testamento.‘Pelo
que lhe darei a parte de muitos, e, com os poderosos, repartirá ele o despojo;
porquanto derramou a sua alma na morte e foi contado com os transgressores; mas
ele levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu [fez
intercessão]’ (Is 53.12).Em o Novo Testamento, a palavra ‘intercessão’ vem do termo grego entugchano, que significa ‘apelar a’,
‘pleitear’, ‘fazer intercessão’, ‘orar’. Duas bem familiares e preciosas passagens
incluem este vocábulo:
‘E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque
não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede
por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe qual é
a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos’ (Rm
8.26,27).‘Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações,
intercessões e ações de graças por todos os homens’ (1 Tm 2.1).[...] A
‘intercessão’ representa ‘o ato de uma ou mais pessoas, humanas ou divinas, que
fazem intercessão a Deus em favor de outrem’”.notas (BRANDI, R. L.; BICKET, Z. J. Teologia Bíblica da Oração. RJ: CPAD, 4.ed., 2007, p.29)
A oração que conduz ao perdão
Davi foi um homem que certamente amava a Palavra de Deus e a oração,
porém ele não era imune à tentação e ao pecado. No auge do seu reinado
transgrediu a Lei do Senhor cometendo um adultério e um assassinato. Todavia,
depois de ser advertido pelo profeta Natã reconheceu a sua iniquidade e
transgressão: “Pequei contra o Senhor” (2 Sm 2.13). Davi trilhou o caminho que
todo pecador deve percorrer para ser restaurado: arrependimento, confissão do
pecado e abandono da prática. 1. Davi
estava verdadeiramente arrependido por ter transgredido a Lei divina? Como ele
demonstrou isso? 2. Qual o caminho a ser percorrido,
segundo o Salmo 51, pelo pecador arrependido? 3. Davi foi
totalmente restaurado diante de Deus?
Conclua explicando que Davi trilhou o caminho que todo pecador deve
percorrer para ser restaurado: arrependimento, confissão do pecado e abandono
da prática.
: [Do gr. aphesis]. “Perdoar ou remir os pecados de
alguém”.A oração é o modo pelo qual o homem
fala com Deus e coloca diante dEle suas alegrias, tristezas, necessidades,
anseios, enfim, tudo o que aflige sua alma. Quando se peca, é através da oração
que se chega a Deus para confessar as culpas e pedir-lhe o seu perdão. A oração
que Davi fez, logo após ser confrontado pelo profeta Natã a respeito de seu
adultério (com Bate-Seba) seguido de assassinato (de Urias), é um exemplo do
que se deve fazer ao pecar, a fim de alcançar misericórdia diante de Deus.
O PECADO NOS AFASTA DE DEUS
O pecado afronta a Deus. Pecado é a transgressão deliberada e
consciente das leis estabelecidas por Deus. O pecado afronta o caráter de Deus
e a sua santidade. Esta falta de conformidade com a lei moral de Deus é
rebelião; quem usa dessa prática se distancia da comunhão com Deus, que, por
hipótese alguma, comunga com o pecado ou com alguém que permanece nesse estado.
Davi pecou gravemente e permaneceu em pecado até que, advertido peio profeta,
se arrependeu e suplicou ao Senhor o perdão.
As consequências do pecado. Os relatos do rei Davi evidenciam que
o pecado entristece o Espírito Santo e causa separação entre Deus e o homem (Is
59.2). Foi esse afastamento de Deus que Davi viveu. A única maneira de o crente
manter comunhão com Deus, por meio do seu Espírito Santo, é andar segundo a sua
vontade (Rm 8.1,2,8,9,13,14).
Consciência do pecado. A expressão que Davi usou para rogar
a Deus a sua purificação, revela o reconhecimento do seu estado de impureza
moral, pois havia cometido delitos contra a santidade de Deus e à sua Lei. Ao
pedir a Deus que o limpasse com hissopo (v.7), ele revela que se havia
contaminado tal qual um leproso ou alguém que havia tocado em um morto;
símbolos de impureza máxima em sua época (Lv 14; Nm 19.16-19). O pecado destrói
a paz com Deus, e a falta dessa paz, como decorrência do pecado, é como um
sinal vermelho, a fim de que o crente pare imediatamente e volte-se para Deus
em oração. É preciso que se arrependa, confesse o seu pecado e abandone-o, e
pela fé em Cristo, e por Ele, receba o perdão de Deus (1 Jo 1.7-9).
CONFISSÃO E PERDÃO
Reconhecer e confessar o pecado. Ao pecar, Davi não considerou as
consequências de seus atos. No entanto, assim que caiu em si como pecador,
reconheceu a gravidade dos seus pecados cometidos e a necessidade de
confessá-los, para, em seguida, pedir perdão. Todo ser humano deve saber que
aquele que “encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as
confessa e deixa alcançará misericórdia” (Pv 28.13). O rei sabia que seu pecado
era, em primeiro lugar, contra o próprio Deus (v.4). No Salmo 32, Davi mostra o
dever e a necessidade de reconhecer e de confessar o pecado a Deus (Sl 32.1-5)
e expressa a certeza do perdão do Senhor (v.5).
Conhecendo o caráter de Deus (vv.6,16). Davi
conhecia a Deus e sabia que só homens limpos de mãos e puros de coração entram
no santuário (Sl 24.3,4). Seus salmos revelam que ele conhecia a Deus
pessoalmente e tinha um relacionamento íntimo com o Senhor.
O afastamento de Deus. Como todo o crente que desobedece às
ordenanças divinas, Davi estava sentindo a angústia resultante da falta de
comunhão com Deus. O pecado era como um muro, que o impedia de ver e sentir a
presença de Deus. Para um homem acostumado à comunhão com o Criador, o vazio
provocado pela falta desta doía como um corpo com os ossos quebrados (v.8); a
tristeza havia tomado conta de seu ser.
A RESTAURAÇÃO DO PECADOR
Arrependimento e contrição. Davi tinha consciência do seu pecado.
Porém, sabia que Deus está sempre disposto a perdoar todo homem que, com o
coração arrependido, volta-se para Ele, confessando as suas culpas e
rejeitando-as, por meio da oração espontânea e sincera (Pv 28.13). O perdão
divino está à disposição de todos os pecadores que, arrependidos, confessam a
Deus os seus pecados e aceitam a purificação provida pelo Senhor mediante o
sangue de Jesus Cristo (Lc 24.46,47; 1 Jo 1.9). Todavia, é necessário que se
rejeite totalmente a prática do pecado, pois o que alcança misericórdia é
aquele que confessa e deixa (Pv 28.13).
Mudança de atitude. O verdadeiro arrependimento resulta
em mudança de vida. Pode-se tomar como exemplo o Filho Pródigo. Ele, distante
do pai, sem dinheiro ou condições dignas de, inclusive, se alimentar reconheceu
seu pecado e resolveu voltar. Confessou suas transgressões ao pai e pediu-lhe
perdão. O importante, porém, foi que a oração o levou à ação. Ele foi, fez tudo
o que havia proposto e alcançou misericórdia (Lc 15.11-24). Davi também
demonstrou com atos sinceros e profundos o arrependimento, vindo da alma.
Renovação interior. Na oração de Davi, pode-se ver que o Senhor já estava trabalhando em seu
interior. Observe os desejos de Davi depois de confessar seus pecados e buscar
o perdão de Deus:
a) Um espírito voluntário. O que demonstra seu desejo e sua
disposição de servir a Deus (v.12).
b) Ensinar os caminhos do Senhor. Assim que se sente perdoado Davi se
propõe a falar sobre o quanto Deus fora compassivo e misericordioso com ele,
para que mais pecadores (como ele) se convertam de seus caminhos (v.13). Davi
não se contenta em apenas desfrutar o seu perdão; ele também quer que o mundo
conheça o Deus perdoador.
c) Louvar a Deus. Conhecendo o seu Senhor, Davi sabia que, na situação de pecado em que se
encontrava, seus louvores não seriam aceitos. Era necessário que, antes de
oferecer sacrifícios, ele se quebrantasse diante de Deus. Só então, estaria
livre para louvá-Lo (vv.16,17). Deus recebe o louvor dos filhos obedientes, que
procuram viver de acordo com a Palavra; a estes Ele denomina verdadeiros
adoradores (Jo 4.23). O verdadeiro louvor ao Senhor não está em palavras ou
canções, mas primeiramente na vida santa e consagrada e no testemunho do
adorador.
d) Prontidão para agradar a Deus. Uma das características mais
marcantes de um homem perdoado por Deus é o desejo profundo de agradá-Lo. O
próprio Jesus fez alusão a este fato, quando estava em casa de Simão (Lc
7.36-50). A motivação maior do serviço do crente no Reino é o fato de ter sido
perdoado, isto o constrange a fazer tudo e qualquer coisa para agradar ao Deus
que o perdoou e o livrou da morte e do inferno. Por isso, um dos desejos
expressos por Davi em sua oração foi o de ser um prestador de serviço para Deus
com espírito voluntário.
A
oração é um instrumento de comunhão com Deus, inclusive para aquele que a
perdeu por causa do pecado. Depois que o homem reconhece que pecou, através da
oração sincera, como a do publicano em Lucas 18.10-14, pode confessar seus
pecados ao Senhor e pedir-lhe o seu perdão. O verdadeiro arrependimento, no
entanto, implica na mudança de atitude e conduta daquele que pecou. A
orientação amorosa do Senhor Jesus é: “vai-te e não peques mais” (Jo
8.11).
O Pecado e seu Domínio.“Infelizmente, para o questionamento do porquê de Davi ter pecado, a
resposta é simples e, ao mesmo tempo, complexa: Ele pecou exatamente porque é
um ser humano.
[...] Mesmo sendo o ‘homem segundo o coração de Deus’, ele não possuía
uma natureza divina assim como Jesus Cristo que, apesar de ser chamado de
‘Filho de Davi’ — por sua ascendência ou natureza humana —, era Deus e,
portanto, não sujeito a pecar (Hb 4.15; 1 Pe 2.21,22). Ser um ‘homem de Deus’
(2 Cr 8.14), como Davi o era, infelizmente não significa invulnerabilidade ou
imunidade em relação ao pecado. Talvez nisso resida o problema de muitas
pessoas que se espelham em outras. Quando seus referenciais fracassam, elas
igualmente perdem a fé, pois caíram na ilusão de acreditar que existe alguém
perfeito.
A doutrina do pecado ou hamartiologia é um dos grandes ensinos que
precisa ser resgatado nos dias atuais. Saber que todos nós fomos afetados peia
realidade do pecado, que por meio de um ato único entrou no mundo e,
consequentemente, no seio da humanidade (Gn 3), é muito importante, pois mostra
que a sua universalidade é algo que só pode ser resolvido com um único ato
universal (Rm 5.18,19). O pecado é, por definição, um desvirtuamento do
propósito original de Deus para o homem, pois o ‘sentido básico da palavra é o
de errar um alvo ou um caminho’”.notas (CARVALHO, C. M. Davi: As vitórias e as derrotas de um homem de Deus. 1.ed. RJ:
CPAD, 2009, pp.147-8) .
O Perdão Pela Confissão.“Qual é a
garantia de que a confissão é importante para Deus? A própria Palavra de Deus.
Ela garante que a confissão é premiada com a misericórdia. ‘O que encobre as
suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará
misericórdia’ (Pv 28.13).
Deus sabe que estamos sujeitos às leis deste mundo, mais exige que
pautemos uma vida dentro dos padrões estabelecidos por Ele. E quando nos
afastamos desse padrão, Ele espera que admitamos nossa falha e retornemos para
Ele por meio da confissão. Todos nós conhecemos o texto áureo da confissão: ‘Se
confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados
e nos purificar de toda injustiça’ (1 Jo 1.9).Não podemos ter por hábito apenas
dizer para Deus o que fizemos como se lêssemos para Deus uma lista de nossas
infelizes decisões e atos. Mais que enumerar pecados, Deus espera que
concordemos com Ele que erramos e que precisamos do seu perdão.
E Davi reconheceu o seu erro. Ele sabia que em Deus acharia a graça para
a recuperação de seu pecado. Deus, por meio da confissão de Davi, não permitiu
que ele permanecesse naquela situação: ‘Os passos de um homem bom são
confirmados pelo Senhor, e ele deleita-se no seu caminho. Ainda que caia, não
ficará prostrado, pois o Senhor o sustém com a sua mão’ (Sl 37.23,24). Como diz
Richard D. Philips, ‘enquanto a verdade condena, a verdade e a graça juntas
restauram o pecador’.
Não estamos imunes ao pecado em um mundo decaído. Não podemos dizer que
jamais pecaremos, ou que ficaremos o tempo todo em vigilância. Mas podemos ter
certeza de que Deus, em sua grande misericórdia, aceitará o pecador arrependido
e o restaurará à comunhão perdida”.notas (COELHO, A. Davi: As vitórias e as derrotas de um homem de Deus. 1.ed. RJ:
CPAD, 2009, pp.168-72).
Quando o crente não ora
Veremos que além de orar, o crente precisa buscar a direção de Deus e
cumprir a sua vontade. Muitos oram, mas não obedecem ao Pai. Jonas era um
porta-voz de Deus. Ele tinha uma vida de comunhão com o Senhor, porém quando
recebeu de Deus uma difícil tarefa, recuou e procurou fazer a sua própria
vontade. O que Deus quer que você, professor, faça em sua classe? Não recue!
Tenha coragem, cumpra a missão que lhe foi determinada pelo Senhor!
O crente que não ora:
→
Não cresce espiritualmente (Os 6.3).
→
Deus não está em primeiro lugar em sua vida (Mt 6.33).
→
Não é submisso ao Senhor (Rm 8.28).
→
Não reconhece a Deus em todos os seus caminhos (Pv 3.6).
→
Não aprende a confiar no Senhor (Sl 118.8).
Os benefícios de uma vida de oração são, de algum modo, conhecidos pela
maioria dos crentes. Em geral, quando se estuda sobre oração, esses benefícios
são destacados. É necessário que o cristão esteja ciente dos efeitos adversos
na vida de quem é relapso nessa área. Há bênçãos divinas para os que se propõem
a orar com regularidade e afinco; há também consequências desastrosas para
aqueles que são negligentes nessa prática.
QUANDO O HOMEM ORA, MAS NÃO
OBEDECE
Jonas desobedece a Deus. Jonas é um exemplo do crente que não
quer fazer a vontade Deus. É de se esperar que um homem chamado por Deus
dependa exclusivamente dEle para realizar o trabalho proposto. Todavia, como
Jonas, muitos decidem por si mesmos o que fazer e o modo como fazer.
Esquecem-se de buscar a direção do Senhor que os chamou, pois querem seguir a
sua própria vontade.
Jonas foge da presença de Deus. Jonas tinha comunhão com Deus,
conhecia a vontade do Senhor e sabia exatamente o lugar para o qual Deus o
tinha chamado. Todavia, decidiu, por conta própria, ir para outro lugar, longe
da presença do Senhor (Jn 1.3). A desobediência de Jonas quase causou a morte
de todos no navio.
Através desse episódio, aprendemos que a nossa desobediência pode trazer
prejuízos àqueles que estão próximos de nós. Ouça e obedeça à voz de Deus!
Jonas é jogado ao mar. Jonas estava consciente da sua
desobediência. Ele sabia que a tempestade era por sua causa, por isso, não
hesitou em dizer: “lançai-me ao mar”. Jonas tentava fugir da presença de Deus
(Jn 1.12). Se não fosse a intervenção milagrosa do Senhor, ele teria perecido.
Dentro da barriga do grande peixe, Jonas clamou a Deus. O Senhor que é grande
em misericórdia, e está sempre disposto a perdoar, ouviu sua oração (Jn 2.1-9).
Jonas teve de ir parar no ventre de um grande peixe para aprender a respeito da
obediência. Pare um instante e reflita: O que é necessário acontecer em sua
vida para que você se disponha a obedecer a Deus e ter uma vida de oração? Não
seja como Jonas!
DEIXANDO DE BUSCAR A DIREÇÃO DE
DEUS
Josué. Quando o povo de Israel estava se estabelecendo na terra que o Senhor
havia prometido a seus pais, os moradores de Gibeão, com astúcia, vieram até
Josué para fazer um acordo de paz (Js 9.1-15). Josué e os líderes do povo
cometeram um grave erro: não buscaram o conselho de Deus (v.14). Assim, sem
orar e buscar a direção divina, fizeram um concerto com os gibeonitas.
Essa decisão imprudente trouxe os cananeus para dentro de Israel. Além disso, o
povo de Deus precisou entrar em guerra para honrar o pacto que havia feito fora
da direção do Senhor, a fim de proteger aqueles que os haviam enganado (Js
10.6-11).
Davi. Davi foi um homem que procurou viver em comunhão com o Senhor. Mas ele
também teve seus deslizes, e por vezes, esta comunhão foi interrompida. Certa
ocasião, Davi não consultou ao Senhor quando resolveu fazer um censo (2 Sm
24.1-25). Talvez o rei quisesse orgulhar-se do seu poderio militar. Todavia,
quando o censo terminou, Davi sentiu-se mal e declarou: “Muito pequei no que
fiz” (v.10). Davi caiu em si. Então, clamou ao Senhor pedindo-lhe seu perdão.
Quando um homem não busca a direção de Deus, coloca-se em situações bastante
desagradáveis e perigosas causando prejuízo a outras pessoas. A atitude errada
de Davi fez com que setenta mil homens perdessem a vida (v.15).
Sara. Deus havia prometido um filho para Abraão e Sara (Gn 15.4). Tendo
aguardado a promessa por muito tempo, Sara foi vencida pela impaciência. Ela
quis agir por conta própria, tentando passar à frente de Deus. Sara não orou
buscando a direção de Deus ao prover um filho para Abraão através de Agar, sua
serva. A precipitação de Sara causou-lhe uma série de problemas (Gn 16.5).
BUSCANDO CONSELHOS EM OUTRO LUGAR
Acazias. O reinado de Acazias sobre Israel foi caracterizado pela iniquidade. Ele
abertamente desprezou o Deus de Davi, servindo a Baal-Zebube. Acazias após cair
do alto de sua casa em Samaria ficou doente e recorreu a Baal-Zebube, a quem
mandou perguntar se sararia de sua doença (2 Rs 1.2). Um homem que se afasta
dos caminhos do Senhor chega a extremos inimagináveis, a ponto de consultar um
deus sem condições de salvar ou de responder (Sl 115.4-8). Por intermédio do
profeta Elias, Deus perguntou, a Acazias: “Porventura, não há Deus em Israel,
para que mandes consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom?” (2 Rs 1.6). Acazias
não temia ao Senhor e morreu em consequência da sua enfermidade.
Saul. Após a morte de Samuel, quando os filisteus se reuniram para uma batalha
contra Israel, Saul resolveu consultar uma pitonisa, uma adivinha, que entrava em
contato com espíritos demoníacos, para saber se deveria ou não entrar na guerra
(1 Sm 28.7,8). Mais uma vez, pode-se depreender o profundo abismo no qual o
homem sem Deus cai, de modo que aceita buscar conselhos em qualquer lugar,
inclusive de agentes do inferno. Horóscopos, espiritismo, adivinhações, isso
tudo é condenado pela Palavra de Deus (Dt 18.9-12; Lv 19.26,31; 20.6). Através
da oração e do estudo da Bíblia, o crente é dirigido por Deus, não necessitando
de nenhum outro subterfúgio para encontrar o caminho a seguir.
Roboão. Depois da morte de Salomão, Roboão tornou-se rei. Ele não procurou
seguir o exemplo de seu pai, que pediu a Deus sabedoria para governar. Roboão,
além de não orar e de não buscar os conselhos divinos, preferiu seguir os
conselhos insensatos de seus amigos (1 Rs 12.8).A falta da oração e da busca
constante pela vontade de Deus levam o homem a uma vida que prejudica a si
próprio e aos que o rodeiam, principalmente se este homem é um líder. Que o
Senhor, em sua infinita misericórdia, nos dê forças espirituais para estar
sempre aos seus pés, em oração, buscando sua direção para nossa vida e para o
desenvolvimento do trabalho que Ele colocou em nossas mãos. Ele está sempre
disposto a ouvir e atender àquele que o busca de coração (Jr 29.13).
A Resposta de Jonas a Deus.“Apesar da desobediência e presunção, o próprio Jonas experimentara a
libertação misericordiosa de Deus e recebera uma segunda chance. Quando
comissionado por Deus para ir a Nínive, Jonas fugiu na direção oposta. Quando lançado
ao mar furioso e engolido por um peixe, ele teve a audácia de presumir que
estava livre. Em lugar de oferecer um clamor penitencial e humilde por
libertação, ele agradeceu ao Senhor porte-lo libertado (Jn 2.1-9). Mas Deus
perseverou e comissionou novamente o profeta (Jn 2.10 — 3.2). O livro termina
com um Deus gracioso ainda tentando persuadir Jonas a pensar corretamente na
sua misericórdia (Jn 4.9-11).
Embora Jonas, como Israel, fosse recebedor da misericórdia de Deus, o
profeta negou a mesma misericórdia para o mundo gentio. Ironicamente, estes
pagãos a quem Jonas detestava por serem idolatras (Jn 2.8), mostrou mais
sensibilidade espiritual do que o profeta. Jonas reivindicou ‘temer ao Senhor,
o Deus do céu, que fez o mar e a terra seca’ (Jn 1.9). Mas suas ações
contradisseram o seu credo. Enquanto Jonas tentou fugir do Criador do mar
através do mar, os pagãos expressaram que temiam genuinamente ao Senhor por
meio de sacrifícios e orações (Jn 1.16). Em contraste com Jonas que desobedeceu
à palavra revelada de Deus e prevaleceu-se da misericórdia divina, os ninivitas
responderam imediata e positivamente à palavra de Deus e humildemente se
lançaram aos pés do Deus soberano (Jn 3.4-9)”.(notas ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1.ed. RJ: CPAD, 2009, pp. 467-8).
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PAZ DO SENHOR
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