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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Doutrina da oração (4)

:                                      


                                      Se o meu povo orar
                                                      Artigo Mauricio Berwald





. Você sabe o quanto é importante o diálogo entre teoria e prática. Portanto, leve o aluno a refletir acerca de sua vida de oração. Após um trimestre inteiro aprendendo a respeito da oração, espera-se do crente que ao menos sua vida devocional possa ser modificada. Afinal, de nada adiantará aprendermos a orar, se não orarmos. Hoje, trataremos a respeito da resposta de Deus à oração de Salomão. Veremos que o Senhor estabeleceu algumas condições para que sua bênção fosse derramada sobre o seu povo. 

Por ocasião da dedicação do Templo de Jerusalém, no reinado de Salomão, o Senhor fez uma promessa ao povo de Israel (aplicável à sua igreja de todas as épocas). Quando estivessem em dificuldades, enfrentando períodos de seca e esterilidade, bastaria dirigir um clamor ao Senhor que a resposta viria. Contudo, Deus estabeleceu algumas condições para que a sua bênção fosse derramada, como veremos a seguir.


 A NECESSIDADE DE SE HUMILHAR E BUSCAR A DEUS


 Deus é grande, o homem é limitado. O caminho da humildade passa pelo reconhecimento humano da infinita grandeza divina, seu imenso poder e sua glória suprema. O Deus que fez o céu, a Terra e tudo o que nela há (Gn 2.4). O Deus que da Terra faz o escabelo de seus pés (Is 66.1). O Deus que mediu na concha de sua mão as águas do planeta (Is 40.12). O Deus que com seu poder sustenta todas as coisas (Hb 1.3). Quando Jó questionou ao Senhor, foi surpreendido por uma sequência reveladora de perguntas divinas que o levaram a ter consciência da magnificência, grandiosidade e sabedoria de Deus (Jó 38 — 41). Ao refletir acerca da grandeza de Deus, Jó caiu em si, reconheceu a sua limitação, arrependeu-se e submeteu-se completamente ao propósito divino para sua vida (Jó 42.1-6). Quando o homem tem uma noção de sua pequenez, limites, natureza, e do quão miserável e indigno é diante de um Deus tão poderoso e santo, ele naturalmente se aproxima do Criador com humildade, porquanto sabe que é pó e que são as misericórdias do Senhor a causa de ele estar de pé (Lm 3.22).

 A necessidade da humildade. Ao falar com o povo, Deus afirmou que, no caso de ocorrer um afastamento entre ambos, o que provocaria seca, fome, pragas, etc, o povo deveria reconhecer seu erro e desobediência aos preceitos da Lei de Deus e se humilhar. Humilhar-se é submeter-se, sujeitar-se a alguém. No caso do homem com Deus, é reconhecê-lo como Deus, Senhor, Soberano, Criador, Todo-Poderoso e reconhecer-se como criatura pecadora, indigna de estar em sua presença e carente de sua misericórdia, graça e perdão. É com esse espírito humilde que o homem deve achegar-se a Deus e, assim, colocar diante dEle suas petições, a fim de ser ouvido em tempo oportuno.

 A busca pela presença de Deus. Após chegar à presença de Deus com humildade, a recomendação divina para a restauração de seu povo é orar, suplicar e buscar a face dEle. Essa busca envolve: voltar-se para o Senhor, buscando obter novamente a comunhão que fora quebrada, e colocar diante dEle o seu pecado (Sl 32.5; 51.3), os seus desejos (Sl 38.9), as suas petições (Sl 119.170), as suas ansiedades (1 Pe 5.7). Buscar a face de Deus não é apenas manter com Ele uma conversa amena, ou colocar petições e pedidos diante dEle. É um desejo intenso de conhecê-Lo, estar familiarizado com sua voz e conhecer sua vontade. Isso demanda tempo e esforço do homem, pois muitas vezes será necessário abrir mão do conforto físico, de algum tempo de lazer e até mesmo dos próprios pianos. Entretanto, nada no mundo é mais valioso do que a presença de Deus na vida do homem e sua comunhão com Ele. Buscar a face do Senhor e anelar a sua presença e comunhão conosco deve ser mais do que uma necessidade, mas um prazer para o crente (Sl 105.4; 42.1,2; 84.1,2).




A NECESSIDADE DE ARREPENDER-SE E CONVERTER-SE


O apóstolo João fala em sua primeira carta universal que o crente ainda está sujeito a pecar (1 Jo 1.8). Quem diz que não peca é mentiroso. Contudo, isso não é um convite ao pecado, mas o reconhecimento de que o homem é, por natureza, pecador, e que só estará livre para sempre do pecado no céu.

Arrependimento. O arrependimento genuíno provém da tristeza por haver pecado, desagradado ao Senhor e entristecido o Espírito Santo (2 Co 7.10). Aquele que, de fato, se arrepende, confessa e abandona o erro. Não basta apenas reconhecer o erro, mas também é imprescindível que se deixe o pecado, a fim de alcançar misericórdia (Pv 28.13). A recomendação de João é: “Não pequeis”. Todavia, para aquele que pecou, ainda existe solução: Jesus, o Advogado. Se você se arrepender sinceramente e suplicar-lhe perdão, Ele intercederá junto ao Pai, a fim de que você receba o perdão divino e seja reconciliado com Deus.

 Conversão. No dicionário Houaiss da língua Portuguesa, conversão é transformação, alteração de sentido ou direção. Portanto, quando o Senhor requer que seu povo “se converta de seus maus caminhos”, Ele deseja mudança de rumo, transformação de palavras, atitudes, pensamentos, vontades e sentimentos. O apóstolo Paulo explica muito bem este processo na vida do homem convertido ao Senhor (Ef 4.22-32; Cl 3.1-11). Converter-se, na ótica bíblica, é, portanto, abandonar as práticas passadas, que não agradam a Deus, e viver uma vida que o agrade, pautada em sua Palavra. É uma vida completamente nova (2 Co 5.17).



 AS RESPOSTAS DIVINAS ÀS ATITUDES DO POVO


 “Ouvirei dos céus” (v.14). A primeira recompensa pelas atitudes mencionadas acima é ter suas orações ouvidas e atendidas pelo Senhor. O nosso Deus responde às orações daqueles que o temem (Sl 145.19). Para esses, o seu ouvido não está agravado, mas aberto (2 Cr 7.15; Is 59.1). Jesus ensinou a respeito de um Pai amoroso que está sempre pronto a dar boas dádivas a seus filhos e incentivou seus discípulos a pedir e buscara Deus, incessantemente, sem desfalecer (Lc 11.9; 18.1-7), porque Deus ouve e vê até o que está em secreto (Mt 6.6; Jo 9.31). Portanto, se você é um filho obediente ao seu Pai, esteja certo de que suas orações estão subindo diante dEle e logo serão respondidas. Aguarde e confie!

 “Perdoarei os seus pecados”. A segunda resposta do Senhor ao povo seria o perdão. Davi conhecia a longanimidade e misericórdia divinas, porquanto havia experimentado a graça do perdão divino. Por isso, escreveu que o Senhor está pronto a perdoar àqueles que o invocam (Sl 86.5). A Bíblia está repleta de exemplos do perdão de Deus, tanto para com seu povo Israel quanto para todos quantos lhe imploraram o perdão. Por várias vezes e para diversas pessoas, Jesus declarou: “Perdoados são os teus pecados” (Mt 9.2; Lc 7.48). Através do nome de Cristo, Deus perdoa os nossos pecados (1 Jo 2.12). Se você pecar contra Deus, creia que: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1.9).

 “Sararei a sua terra”. A terceira resposta divina diz respeito ao nosso sustento. Deus não está preocupado apenas em salvar nossa alma e espírito, Ele sabe que necessitamos nos alimentar, vestir, morar, ou seja, de ter nossas necessidades básicas supridas. No caso de Israel, sua sobrevivência dependia de chuvas que regassem a terra, que produzia o fruto para a alimentação do homem e dos animais. Deus disse a Salomão que, se o povo abandonasse os seus maus caminhos, Ele tornaria a abençoar a terra, a fim de que o pão de cada dia fosse garantido ao povo.
Jesus ensinou que o Pai conhece as necessidades humanas e deseja supri-las (Mt 6.31,32). O Senhor cuida daqueles que o amam e o obedecem. Além disso, há uma interpretação espiritual desta passagem. “Sarar a terra”, voltando a enviar chuvas, trata-se também de uma renovação espiritual do povo e do envio do Espírito Santo (Jl 2.28-32). Ainda hoje, o Senhor faz brotar rios de água viva dentro de cada um que recebe o dom do Espírito (Jo 7.37), que é seu próprio Espírito dentro do homem. Essa corrente de águas vivas flui através da vida do crente e atinge os outros com a mensagem sanadora do Evangelho. Portanto, clame por essa promessa maravilhosa! 

“Reino na Escatologia:Perdão e restauração. Apesar da nota de pessimismo soada pelo exílio, há, ao longo do livro de Crônicas, raios de esperança, pois o Deus do concerto é digno de confiança — Ele não pode negar a si mesmo. Na famosa oração de dedicação do Templo, Salomão pediu ao Senhor, quando o povo pecasse e fosse exilado: ‘Ouve tu desde os céus, e perdoa os pecados de teu povo de Israel, e faze-os tornar à terra que tens dado a eles e a seus pais’ (2 Cr 6.24,25). Claro que isto requereria arrependimento, uma mudança de coração, pelo qual o rei orou fervorosamente (6.37-39).

Estabelecimento eterno. As condições da restauração, claramente declaradas na oração de Salomão, estão talvez implícitas na palavra de Deus que Natã disse a Davi na ocasião da revelação do concerto davídico. Mas a ênfase está na iniciativa graciosa de o Senhor ser fiel à palavra do concerto. Deus disse: ‘Ordenarei um lugar para o meu povo de Israel e o plantarei, para que habite no seu lugar e nunca mais seja removido de uma para a outra parte; e nunca mais os debilitarão os filhos da perversidade, como ao princípio’ (1 Cr 17.9). O seu reino, materializado no povo de Israel e particularmente na casa de Davi, será estabelecido para sempre (v.14). Mesmo depois da divisão do reino, todos sabiam muito bem que a soberania do Senhor pelo seu servo Davi permaneceria eternamente (2 Cr 13.5)”.(notas ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. RJ: CPAD, 2009, p.207).



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