Artigo: Mauricio Berwald
“Mas um só e o mesmo Espírito opera todas
essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer” (1 Co 12.11).
Entre
aqueles que receberam o batismo com o Espírito Santo no mesmo dia do Sr. Edward
Lee, encontrava-se Jennie Moore, que algum tempo depois casaria com Seymour. A
Sra. Moore foi a primeira mulher a receber o batismo com o Espírito Santo na
cidade de Los Angeles, na casa dos irmãos Richard e Ruth Asbery, na rua Bonnie
Brae, 214. Na ocasião, começou a cantar noutras línguas e a tocar piano sob o
poder de Deus. Todos ficaram maravilhados (At 2.7), pois sabiam que ela nunca
havia estudado música. Segundo uma testemunha ocular, Emma Cotton, aquele grupo
orou durante três dias e três noites e as pessoas que conseguiam entrar na casa
dos Asbery, caíam sob o poder de Deus, enquanto outras eram curadas e salvas
por Jesus Cristo. O local ficou repleto de pessoas a ponto do soalho ceder, mas
ninguém ficou ferido. Durante aqueles três dias, toda a cidade afluiu para
observar o poder de Deus manifestado entre os seus filhos.
Uma
corrente da teoria cessacionista afirma que os dons do Espírito são habilidades
naturais, santificadas e aperfeiçoadas por Deus após a conversão do indivíduo.
Uma outra acredita que os dons espirituais não são para os tempos hodiernos,
mas estiveram restritos ao período apostólico. No entanto, ao lermos as
Sagradas Escrituras, não encontramos qualquer evidência de que os dons do
Espírito tenham cessado com a morte dos apóstolos e muito menos de que se trata
de talentos humanos santificados. O argumento antipentecostal é fundamentado na
hermenêutica naturalista, que nega qualquer elemento sobrenatural nas
Escrituras. Portanto, a dedução dos cessacionistas não é possível e nem
necessária como método de interpretação do Novo Testamento. A atualidade dos
dons espirituais é confirmada pela Escritura e experiência cristã. No primeiro
caso, podemos citar os propósitos dos dons, especificamente, o de fortalecer a
Igreja (1 Co 14.3,4,26). Se os dons cessaram após a morte dos apóstolos, por
que Paulo escreveria à igreja de Corinto para que buscassem ardentemente os
dons e zelassem por ele, sabendo que os dons não durariam mais do que 50 anos?
Não há qualquer analogia plausível para sustentar tal absurdo. A experiência
pentecostal de incontáveis cristãos, em todas as épocas e lugares, é evidência
complementar da atualidade dos dons conforme a verdade bíblica.
Muitos têm dificuldades de distinguir entre
Dons do Espírito (plural), Dom do Espírito (singular) e Fruto do Espírito
(singular). Por isso, utilize nesta lição a tabela “Paralelo Lógico”. Este
recurso possibilita a comparação entre dois ou mais elementos e suas possíveis
correspondências.
Concernente
os dons espirituais, dois princípios devem ficar patentes. Primeiro, quando uma
pessoa recebe do Senhor os dons do Espírito, não significa que ela é mais
perfeita ou que é mais merecedora das bênçãos divinas do que outras. Segundo,
assim como o crente não é salvo pelas obras, mas pela graça divina (Ef 2.8; Tt
3.5), os dons do Espírito são concedidos pela graça de Deus para que ninguém se
engrandeça (Rm 12.6).
FALSOS CONCEITOS QUANTO AOS DONS DO ESPÍRITO
SANTO
Através
dos anos têm se desenvolvido as mais variadas e absurdas teorias a respeito dos
dons do Espírito Santo, dentre as quais se destacam as seguintes:4.1. Os dons
eram restritos à era apostólica Os que defendem esta teoria afirmam que os
sinais sobrenaturais e os dons do Espírito Santo, foram enviados com o
propósito exclusivo de confirmar a divindade de Jesus, e autenticar os
primeiros pregadores do Evangelho e sua mensagem. Argumentam também que a
necessidade de tais manifestações sobrenaturais cessaram depois de completado
o Novo Testamento._4.2. Os dons
hoje são habilidades naturais
Isto é,
Deus premia algumas pessoas privilegia das, dando-lhes dotes especiais. Por
exemplo: pessoas com a habilidade fora do comum para lingüística, como Rui
Barbosa, têm o dom de línguas e de interpretação; quem tem mãos habilidosas e
grande capacidade como cirurgião, tem o dom de curar; quem mostra erudição na
pregação, tem o dom da profecia; e assim por diante.4.3. Os dons são inalcançáveisOs que advogam
esta interpretação, dizem que os dons são tão grandiosos e santos na sua
essência, que ninguém está suficientemente preparado para merecê-los; portanto
ninguém os possui.5.
OS DONS ESPIRITUAIS SÃO PARA A IGREJA HOJE
É
evidente que as três teorias supramencionadas, comuns nos escritores
antipentecostais, não podem subsistir, porque se contradizem com aquilo que a
Bíblia e a experiência cristã dizem sobre o assunto, como vemos a seguir.Não
há nenhuma evidência em o Novo Testamento de que os dons do Espírito Santo
foram restritos à era apostólica, nem que eles sejam habilidades naturais aos
mais inteligentes, ou mesmo «que sejam tão santos em si que ninguém seja
suficientemente puro para merecê-los.Pelo modo como o assunto é tratado nas
epístolas apostólicas, conclui-se que os dons espirituais são para a Igreja
hodierna. Esta opinião é comungada por famosos teólogos e por muitas igrejas
da atual geração.O teólogo suíço, Karl Barth, escrevendo sobre as manifestações
extraordinárias do Espírito Santo no contexto de 1 Coríntios 13, diz: “... na
falta delas, há razão para perguntar se por orgulho ou por preguiça a
comunidade como tal se furtou talvez a essa concessão, falsificando assim o seu
relacionamento com o Senhor, aniquilando-o, por se tratar de uma relação
nominal e não real".Emil Brunner escreveu que "o milagre do
Pentecoste, e tudo o que está incluído nos charismata, os dons do Espírito,
não deve ser abrandado a um puritanismo teológico".
A Igreja
Presbiteriana Unida, nos Estados Unidos, num dos seus documentos de 1971,
sobre "A Obra do Espírito Santo", declara: “... não podemos seguir o
ponto de vista de alguns teólogos no sentido de que os dons puramente
sobrenaturais cessaram com a morte dos apóstolos. Não parece existir base
exegética para tal suposição. Cremos que o Espírito Santo está testemunhando à
Igreja que ela deveria estar 'orando e suspirando' pelo ministério do Espírito
e suas manifestações, pois, com demasiada freqüência, a dimensão carismática
está sendo reduzida a nível da dinâmica psicológica e posta de lado como uma
aberração emocional".O Relatório de 1974 do Painel sobre doutrina da
"Church of Scotland" intitulado "O Movimento Carismático Dentro
da Igreja Escocesa", diz: "Desde que Deus finalmente falou em Cristo,
o que sem dúvida cessou foram as revelações. O que não cessou, segundo as
Escrituras, foi a promessa dos dons.
A promessa em Marcos foi para 'aqueles que
crêem', e esta é uma promessa válida para todos os tempos e até o fim dos
tempos. Não há nada nas Escrituras que possa limitá-la ao 'início' do
Evangelho..."Num breve "Sumário de Conclusão", o mesmo Painel
estabelece:"Os dons do Espírito Santo devem ser operados. Onde houver
esperança; a Igreja pode perfeitamente ser galardoada com uma medida maior e
mais evidente desses dons do que o seria uma igreja que há tempos acredita que
eles tenham cessado."Os escritores antipentecostais se habituaram a citar
1 Coríntios 13.10:"Mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em
parte será aniquilado".Foi daí que extraíram o absurdo ensino de que os
dons espirituais cessariam logo após fossem concluídos os escritos do Novo
Testamento.A respeito deste assunto de 1 Coríntios 13.10, escreve o Dr. Russell
Norman Champlin, no seu "Novo Testamento Interpretado":"Não
existe aqui, obviamente, nenhuma referência ao cânon das Escrituras do Novo
Testamento, como a 'perfeição' que esperamos.
Esta
interpretação é uma invenção do século XX para obter um texto de prova para
ensinar que os dons, necessariamente, deveriam ter acabado ao fim da era
apostólica. A 'perfeição' do texto é adequadamente descrita: Nesta perfeição
'conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido', v.12... O cânon
das Escrituras, claramente, não trouxe tais condições. Paulo está é antecipando
a perfeição que a segunda vinda de Cristo trará..."Precisamos da
manifestação de todos os dons espirituais, tanto hoje em dia como em qualquer
outra época; porquanto a nossa era se caracteriza pelo materialismo e pela mais
profunda impiedade. Os dons espirituais deveriam fortalecer a Igreja e fazer
dela um poder neste período, contanto que todos venham genuinamente da parte
do Espírito Santo".
5 Os
dons e o fruto do Espírito Antes do grande avivamento pentecostal iniciado no
começo deste século, dava-se muita ênfase ao fruto do Espírito, enquanto que os
dons eram ignorados. Para combater esse desequilíbrio, começou-se a dar ênfase
aos dons e quase a ignorar o fruto do Espírito. Hoje, no entanto, a situação
parece bem mais delicada, devido ao fato de estarmos dando pouca ênfase tanto
aos dons quanto ao fruto do Espírito.Evidentemente, esta posição coloca-nos em
desacordo com a Bíblia Sagrada, devendo, portanto, levar-nos a tomar uma nova
atitude quanto ao assunto..
HAJA
VISTA A ALEGAÇÃO DOS CRÍTICOS DAS DOUTRINAS PARACLETOLÓGICAS DE QUE A EXPRESSÃO
“DONS ESPIRITUAIS” NÃO CONSTA DA BÍBLIA, INICIAREI ESTA SÉRIE FAZENDO UM
ESCLARECIMENTO. DE FATO, O TERMO “DONS ESPIRITUAIS” NÃO APARECE EM 1 CORÍNTIOS
12.1 E 14.1,12. MAS O TERMO ORIGINALPNEUMATIKON (LITERALMENTE,
“ESPIRITUALIDADES” OU “COISAS ESPIRITUAIS”) PODE SER PERFEITAMENTE TRADUZIDO
POR “DONS ESPIRITUAIS”, UMA VEZ QUE ESTA TRADUÇÃO É ABONADA PELO CONTEXTO
IMEDIATO: “HÁ DIVERSIDADE DE DONS” (1 CO 12.4); “DONS DE CURAR” (VV.9,28); “DOM
DE CURAR” (V.30); “PROCURAI COM ZELO OS MELHORES DONS” (V.31).
“DONS”,
EM 1 CORÍNTIOS 12.31, É CHARISMA, MAS EM 1 CORÍNTIOS 14.1 É PNEUMATIKON. ISSO
CONFIRMA QUE OS TERMOS SÃO PERFEITAMENTE INTERCAMBIÁVEIS, À LUZ DO CONTEXTO.
AMBAS AS FORMAS SE REFEREM AOS DONS ESPIRITUAIS. ESTES FAZEM PARTE DAS
MINISTRAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO NA IGREJA E MANIFESTAM A GLÓRIA DIVINA. OS DONS
ESPIRITUAIS EDIFICAM OS CRENTES E ATRAEM OS PECADORES. SÃO CAPACIDADES,
DOTAÇÕES SOBRENATURAIS CONCEDIDAS PELO ESPÍRITO SANTO, COM O PROPÓSITO
PRINCIPAL DE EDIFICAR A IGREJA (1 CO 14.3,4,5,12,26; EF 4.11-13). ATRAVÉS
DELES, O SENHOR REVELA PODER E SABEDORIA AOS SEUS SERVOS.
HÁ
DISTINÇÃO ENTRE OS DONS ESPIRITUAIS MENCIONADOS EM 1 CORÍNTIOS 12.6-11 E O
BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO, TAMBÉM CHAMADO DE DOM DO ESPÍRITO (AT 2.38;
10.45). ESTE É UM REVESTIMENTO DE PODER OUTORGADO PELO ESPÍRITO SANTO, ENQUANTO
OS PRIMEIROS SÃO AS CAPACIDADES SOBRENATURAIS DECORRENTES DO TAL BATISMO. NESSE
CASO, QUEM JÁ FALA EM LÍNGUAS, COMO EVIDÊNCIA DO ALUDIDO REVESTIMENTO, DEVE
DESEJAR E BUSCAR OUTROS DONS: “PROCURAI COM ZELO OS DONS ESPIRITUAIS” (1 CO
14.1); “COMO DESEJAI DONS ESPIRITUAIS, PROCURAI SOBEJAR NELES” (V.12).
TAMBÉM
HÁ DISTINÇÃO ENTRE OS DONS ESPIRITUAIS COMO MANIFESTAÇÕES ESPORÁDICAS (1 CO
12.6-11) E COMO MINISTÉRIOS (1 CO 12.28). OS PRIMEIROS ESTÃO À DISPOSIÇÃO DE
TODOS OS QUE BUSCAM A DEUS (AT 2.39; RM 11.29). JÁ OS DONS MINISTERIAIS SÃO
RESIDENTES NOS SERVOS DO SENHOR E DEPENDEM, EVIDENTEMENTE, DA CHAMADA SOBERANA
DE DEUS (MC 3.13). À LUZ DA PALAVRA DE DEUS, TODO CRENTE FIEL, BATIZADO COM O
ESPÍRITO SANTO, PODE SER USADO COM O DOM DE PROFECIA (1 CO 14.1). MAS NEM TODO
CRENTE, MESMO QUE BATIZADO COM O ESPÍRITO, PODE SER UM PASTOR, POR EXEMPLO,
VISTO QUE ESTE DOM NÃO É UMA MANIFESTAÇÃO MOMENTÂNEA, ESPORÁDICA, E SIM UM MINISTÉRIO
OUTORGADO SOBERANAMENTE POR DEUS (EF 4.11; HB 5.4). OS DONS COMO MINISTÉRIOS
SERÃO ABORDADOS NAS PRESENTES LIÇÕES BÍBLICAS DA CPAD A PARTIR DA LIÇÃO 6.
DE MODO
GERAL, TODOS OS DONS SÃO DADOS À IGREJA PARA O QUE FOR ÚTIL (1 CO 12.7; 14.28).
E, POR ISSO MESMO, NÃO DEVEMOS IGNORÁ-LOS OU DESPREZÁ-LOS (1 CO 12.1; 1 TS
5.19,20; AT 19.1-7). É O SENHOR QUEM NOS CONCEDE ESSAS DÁDIVAS, “SEGUNDO A
GRAÇA” (RM 12.6). E, COMO ESSAS DOTAÇÕES SÃO, PRIMACIALMENTE, PARA A EDIFICAÇÃO
DO POVO DE DEUS (1 CO 14.26), NÃO DEVEM SER MAL UTILIZADAS, SEM DECÊNCIA E
ORDEM, NO CULTO GENUINAMENTE PENTECOSTAL (1 CO 14.37-40).
Os dons
espirituais à luz da Bíblia (2)
Há
diferença entre os dons do Espírito como manifestações esporádicas e os dons
ministeriais. As ministrações momentâneas e sobrenaturais do Espírito para a
edificação da igreja só vêm sobre quem já recebeu o revestimento de poder, o
batismo com o Espírito (At 2.1-4; 10.44-47; 19.1-6, etc.).
APOLO
ERA UM PREGADOR — ELE TINHA O MINISTÉRIO, O DOM MINISTERIAL, DE PREGADOR DA
PALAVRA, ASSIM COMO PAULO (1 TM 2.7) —, PORÉM NÃO ERA BATIZADO COM O ESPÍRITO,
AO CONTRÁRIO DO MENCIONADO APÓSTOLO (CF. AT 18.24-19.6). HÁ VÁRIOS MINISTROS,
PERTENCENTES A DENOMINAÇÕES EVANGÉLICAS NÃO-PENTECOSTAIS, QUE, À SEMELHANÇA DE
APOLO, FORAM CHAMADOS POR DEUS, DESEMPENHAM UM MINISTÉRIO, A DESPEITO DE NÃO
CONHECEREM O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO. OS DONS ESPIRITUAIS, COMO
MANIFESTAÇÕES MOMENTÂNEAS, ESPORÁDICAS, ESTÃO À DISPOSIÇÃO DE TODOS OS SALVOS
BATIZADOS COM O ESPÍRITO. MAS NÃO DEVEM SER CONFUNDIDOS COM O FRUTO DO
ESPÍRITO. NA VERDADE, OS DONS E O FRUTO SE COMPLETAM. NESTE SEGUNDO ARTIGO DA
SÉRIE SOBRE OS DONS ESPIRITUAIS, CONHECEREMOS AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE AS
ALUDIDAS MINISTRAÇÕES ESPIRITUAIS MOMENTÂNEAS E O FRUTO DO ESPÍRITO SANTO NO
QUE TANGE A: QUANTIDADE, FORMA DE RECEBIMENTO, ORIGEM, FORMA DE MANIFESTAÇÃO,
DURAÇÃO, MOMENTO DO RECEBIMENTO, QUALIDADE, FINALIDADE E IMPORTÂNCIA.
1.
QUANTO À QUANTIDADE. OS DONS SÃO MUITOS, E NÃO APENAS NOVE, COMO MUITOS PENSAM.
SEGUNDO A BÍBLIA, HÁ DIVERSIDADE DE DONS, MINISTÉRIOS E OPERAÇÕES (1 CO
12.6-11,28; ETC.). O FRUTO DO ESPÍRITO TAMBÉM NÃO DEVE SER QUANTIFICADO. QUEM
AFIRMA QUE SÃO APENAS NOVE OS ELEMENTOS FORMADORES DO FRUTO TOMA COMO BASE
APENAS GÁLATAS 5.22. MAS HÁ VÁRIAS OUTRAS PASSAGENS QUE TRATAM DESSA DOUTRINA
PARACLETOLÓGICA (EF 5.9; CL 3; 1 PE 5.5; 2 PE 1.5-9, ETC.).
2.
QUANTO À FORMA DE RECEBIMENTO. OS DONS SÃO REPARTIDOS PARA A IGREJA,
COLETIVAMENTE, PARA EDIFICAÇÃO DELA. O FRUTO DO ESPÍRITO — QUE NÃO DEVE SER
REDUZIDO A UMA LISTA DE VIRTUDES, HAJA VISTA TRATAR-SE DO ESPÍRITO SANTO AGINDO
NA VIDA DO CRENTE, A FIM DE MUDAR O SEU INTERIOR, O SEU CARÁTER — É PRODUZIDO
NA VIDA DE CADA SERVO DO SENHOR QUE DÁ LUGAR AO CONSOLADOR.
3.
QUANTO À ORIGEM. OS DONS ESPIRITUAIS VÊM DO ALTO SOBRE A IGREJA. O FRUTO TEM
ORIGEM NO INTERIOR DE CADA CRENTE ESPIRITUAL.
4.
QUANTO À FORMA DE MANIFESTAÇÃO. OS DONS VÊM SOBRE OS CRENTES, CONFERINDO-LHES
UNÇÃO PODEROSA (CAPACITAÇÃO) PARA PENSAR, INTERPRETAR, DISCERNIR, PREGAR, ORAR,
AJUDAR, ETC. O FRUTO MANIFESTA-SE EM CADA CRENTE DE DENTRO PARA FORA, ATRAVÉS
DE VIRTUDES COMO AMOR, ALEGRIA, PAZ, HUMILDADE, ETC.
5.
QUANTO À DURAÇÃO. OS DONS COMO MANIFESTAÇÕES — E NÃO COMO MINISTÉRIOS, REPITO —
SÃO MOMENTÂNEOS. O FRUTO PERMANECE NA VIDA DO CRENTE. MAS PRECISA AMADURECER A
CADA DIA.
6.
QUANTO AO MOMENTO DO RECEBIMENTO. OS DONS ESPIRITUAIS MANIFESTAM-SE NA VIDA DOS
SERVOS DO SENHOR A PARTIR DO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO, COMO VEMOS EM ATOS
CAPS. 2, 10 E 19, ESPECIALMENTE. “O BATISMO É TAMBÉM UM MEIO PARA A OUTORGA POR
DEUS DOS DONS ESPIRITUAIS — 'FALAVAM LÍNGUAS E PROFETIZAVAM'” (GILBERTO,
ANTONIO. VERDADES PENTECOSTAIS, CPAD, P.64). JÁ O FRUTO MANIFESTA-SE NO CRENTE
A PARTIR DA SUA CONVERSÃO (EF 1.13,14). O FRUTO, PORTANTO, COMO JÁ DISSE, É O
ESPÍRITO SANTO AGINDO NA VIDA DO CRENTE, A PARTIR DO PRIMEIRO MOMENTO DE SUA
SALVAÇÃO, PARA MOLDAR O SEU CARÁTER (GL 5.22; 2 PE 1.5-9, ETC.).
7.
QUANTO À QUALIDADE. OS DONS ESPIRITUAIS SÃO PERFEITOS, EMBORA MUITAS PESSOAS
FAÇAM MAU USO DELES. JÁ O FRUTO PRECISA AMADURECER. ESTE AMADURECIMENTO DO
FRUTO PRODUZIDO NO CRENTE PELO ESPÍRITO OCORRE GRADATIVAMENTE, DE ACORDO COM A
DISPOSIÇÃO DO CORAÇÃO DO SALVO. TRATA-SE DO APERFEIÇOAMENTO ESPIRITUAL (2 TM
3.16,17; EF 4.11-15).
8.
QUANTO À FINALIDADE. OS DONS SÃO MANIFESTAÇÕES PARA EDIFICAÇÃO DA IGREJA. O
FRUTO DO ESPÍRITO TEM COMO FINALIDADE O DESENVOLVIMENTO DO CARÁTER DE CADA
CRENTE. A IGREJA DE CORINTO ERA PENTECOSTAL (1 CO 1.7; CAPS. 12-14). TODOS OS
DONS, MINISTÉRIOS E OPERAÇÕES DIVINOS TINHAM LUGAR ALI (1 CO 12.4-6). CONTUDO,
ELA ESTAVA ENVOLVIDA EM DIVERSOS PROBLEMAS (1 CO 1.10; 6.1-11; 11.18), PECADOS
MORAIS GRAVES (1 CO 5), ALÉM DA DESORDEM NO CULTO (1 CO 11.17-19). OS CORÍNTIOS
ERAM IMATUROS E CARNAIS (1 CO 3.1-4).SE DERMOS ÊNFASE APENAS AOS DONS COMO
MANIFESTAÇÕES ESPORÁDICAS, EM DETRIMENTO DO FRUTO DO ESPÍRITO, MALES OCORRERÃO
NA IGREJA, COMO: DISSENSÃO, CARNALIDADE, EGOÍSMO, DESORDEM E INDECÊNCIA. O
PARTIDARISMO NA IGREJA DE CORINTO DECORRIA DA FALTA DE AMADURECIMENTO DO FRUTO
DO ESPÍRITO (1 CO 11.18; 1.10-13; 3.4-6). O TERMO “DISSENSÕES” (1 CO 1.10;
11.17) DESCREVE A DESTRUIÇÃO DA UNIDADE CRISTÃ POR MEIO DA CARNALIDADE. EM VEZ
DE GRATIDÃO A DEUS, PARA PROMOVER A COMUNHÃO E “GUARDAR A UNIDADE DO ESPÍRITO
PELO VÍNCULO DA PAZ” (EF 4.3), OS CORÍNTIOS SE REUNIAM PARA O CULTO COM
ESPÍRITO FACCIOSO.
9.
QUANTO À IMPORTÂNCIA. EM CORINTO, HAVIA MUITA CARNALIDADE PORQUE OS CRENTES
DAQUELA IGREJA NÃO PRIORIZAVAM O FRUTO DO ESPÍRITO (1 CO 3.1-3). HAVIA MEMBROS
DAQUELA IGREJA CONTROLADOS PELO ESPÍRITO SANTO (1 CO 1.4-9; RM 8.14), MAS
MUITOS ERAM CARNAIS (1 CO 13.1). CARNAL É O CRENTE CUJA VIDA NÃO É REGIDA PELO
ESPÍRITO (RM 8.5-8); QUE TEM MUITA DIFICULDADE DE ENTENDER OS ASSUNTOS
ESPIRITUAIS (1 CO 2.14); QUE VIVE EM CONTENDAS, ETC. POR NÃO CULTIVAREM O FRUTO
DO ESPÍRITO, OS CORÍNTIOS ERAM EGOÍSTAS (1 CO 11.21). NA LITURGIA DA IGREJA
PRIMITIVA ERA COMUM A CEIA DO SENHOR SER PRECEDIDA POR UM EVENTO FESTIVO
DENOMINADO AGÁPE (E NÃO ÁGAPE) OU “FESTA DO AMOR” (2 PE 2.13; JD V.12). NO
ENTANTO, ALGUNS CRENTES, EM VEZ DE FORTALECEREM O AMOR E A UNIDADE CRISTÃ ANTES
DA CEIA DO SENHOR, EMBRIAGAVAM-SE.
SEGUNDO
A BÍBLIA, TODOS OS CRENTES (BATIZADOS COM O ESPÍRITO, É EVIDENTE) PODEM, NO
CULTO, FALAR EM LÍNGUAS OU PROFETIZAR (1 CO 14.5SS). MAS ELA TAMBÉM NOS ENSINA
A EXERCER ESSES DONS COM SABEDORIA, ORDEM E DECÊNCIA (1 CO 14.26-33,37-40), A
FIM DE QUE: O NOME DO SENHOR SEJA GLORIFICADO (1 CO 14.25); O INCRÉDULO
CONVENCIDO DE SEUS PECADOS (1 CO 14.22-25); E A IGREJA EDIFICADA (1 CO 14.26).
É IMPRESCINDÍVEL O CASAMENTO ENTRE O FRUTO DO ESPÍRITO E OS DONS ESPIRITUAIS.
AFINAL, O ESPÍRITO DO PROFETA DEVE ESTAR SUJEITO AO PROFETA. EM OUTRAS
PALAVRAS, O CRENTE CONTROLADO PELO ESPÍRITO É USADO POR DEUS, MAS TEM
EQUILÍBRIO, DOMÍNIO PRÓPRIO E DISCERNIMENTO. O FRUTO DO ESPÍRITO AMADURECIDO NA
VIDA DO CRENTE IMPEDE-O DE ABRAÇAR ABERRAÇÕES PSEUDOPENTECOSTAIS COMO
“CAI-CAI”, “UNÇÃO DO RISO”, ETC.
fonte notas cpad news
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