Lições Bíblicas CPAD
Adultos
2º Trimestre de 2016
Título: Maravilhosa Graça — O Evangelho
de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos
Comentarista: José Gonçalves
Lição 12: Cosmovisão missionária
Data: 19 de Junho de 2016
TEXTO ÁUREO
“E desta maneira me esforcei por
anunciar o evangelho, não onde Cristo houvera sido nomeado, para não edificar
sobre fundamento alheio” (Rm 15.20).
VERDADE PRÁTICA
Os crentes que foram alcançados pela
graça e vivem pela fé, em Jesus Cristo, precisam ter uma visão missionária
amorosa e abrangente.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Mt 28.19
Anunciar o Evangelho é uma ordenança de
Jesus Cristo para a Igreja
Terça — Mt 28.20
A Igreja tem como missão primordial
educar e evangelizar
Quarta — At 1.8
A Igreja deve alcançar os confins da
Terra
Quinta — Jo 3.16
O amor de Deus pela humanidade é
incomensurável
Sexta — Rm 10.14
Como as pessoas ouvirão o Evangelho se
não há quem pregue?
Sábado — Rm 10.15
Como os anunciadores pregarão se não
forem enviados?
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 15.20-29.
20 — E desta maneira me esforcei por
anunciar o evangelho, não onde Cristo houvera sido nomeado, para não edificar
sobre fundamento alheio;
21 — antes, como está escrito: Aqueles
a quem não foi anunciado o verão, e os que não ouviram o entenderão.
22 — Pelo que também muitas vezes tenho
sido impedido de ir ter convosco.
23 — Mas, agora, que não tenho mais
demora nestes sítios, e tendo já há muitos anos grande desejo de ir ter
convosco,
24 — quando partir para a Espanha, irei
ter convosco; pois espero que, de passagem, vos verei e que para lá seja
encaminhado por vós, depois de ter gozado um pouco da vossa companhia.
25 — Mas, agora, vou a Jerusalém para
ministrar aos santos.
26 — Porque pareceu bem à Macedônia e à
Acaia fazerem uma coleta para os pobres dentre os santos que estão em
Jerusalém.
27 — Isto lhes pareceu bem, como
devedores que são para com eles. Porque, se os gentios foram participantes dos
seus bens espirituais, devem também ministrar-lhes os temporais.
28 — Assim que, concluído isto, e
havendo-lhes consignado este fruto, de lá, passando por vós, irei à Espanha.
29 — E bem sei que, indo ter convosco,
chegarei com a plenitude da bênção do evangelho de Cristo.
HINOS SUGERIDOS
65, 167 e 395 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Mostrar que os crentes que foram
alcançados pela graça precisam ter visão missionária.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos
referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Compreender a necessidade de termos
uma cosmovisão missionária;
II. Apontar a necessidade do
planejamento missionário;
III. Relacionar as necessidades
espirituais da obra missionária.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Estamos quase concluindo o estudo da
Epístola aos Romanos. Na lição de hoje estudaremos o penúltimo capítulo como
continuação do texto anterior, Paulo prossegue tratando a respeito do amor e do
respeito que devemos ter para com todos os irmãos. Assim, como fomos acolhidos
pela misericórdia de Jesus Cristo, precisamos acolher o próximo. Acolher não
somente aqueles que fazem parte do Corpo de Cristo, mas também os que ainda
estão fora e precisam ouvir a mensagem do Evangelho. Paulo dedicou toda a sua
vida à pregação do Evangelho. Ele procurou anunciar o nome de Cristo e sua
graça aos que ainda não tinham ouvido nada a respeito do Filho de Deus. O
apóstolo pede que a igreja em Roma ore por ele e o ajude na obra missionária,
pois, sem a ajuda dos irmãos, ele não teria como continuar anunciando a Cristo
aos que estavam perdidos.
COMENTÁRIO INTRODUÇÃO
Paulo já estava chegando ao final da
epístola à igreja de Roma. Um dos últimos assuntos tratados por ele havia sido
acerca da tolerância que os crentes maduros devem demonstrar para com os
imaturos. A solução do problema estava em saber equilibrar a liberdade com o
amor cristão. Agora, o apóstolo deseja expor o que estava em seu coração — o
desejo de levar o evangelho da graça de Deus a terras ainda não alcançadas. Os
crentes de Roma, membros de uma igreja que fez o mundo inteiro ouvir os ecos de
sua fé (Rm 1.8), deveriam apoiá-lo nesse empreendimento missionário. Todavia,
para que seu intento fosse alcançado, ele sente a necessidade de explicar com
maiores detalhes o seu projeto missionário. É o que vamos estudar nesta lição.
PONTO CENTRAL
O crente precisa ter uma cosmovisão
missionária.
I. A NECESSIDADE DE UMA COSMOVISÃO
MISSIONÁRIA (Rm 15.14-21)
1. O propósito da missão. O que o
apóstolo tinha em mente quando reservou esse espaço em sua Epístola para tratar
a respeito do seu projeto missionário? Paulo desejava que os crentes romanos
compartilhassem do propósito da sua chamada — a conversão do mundo gentílico ao
Evangelho (Rm 15.16). Algumas observações são importantes para ajudar no
entendimento das palavras do apóstolo. Primeiramente, Paulo quer que a igreja o
veja como alguém que estava prestando um serviço de grande relevância diante de
Deus. Este é o sentido do termo grego leitougeo (ministro), usado por ele aqui.
Em segundo lugar, Paulo desejava também que os crentes tivessem consciência de
que esse serviço é um sacrifício do qual Deus se agrada. Esse é o sentido do
termo grego ierourgounta (servir como sacerdote), usado para se referir às
cerimônias do sacrifício levítico. Paulo era um sacerdote de Deus a serviço da
obra missionária e desejava que os crentes se unissem a ele.
2. O agente da missão. O apóstolo diz
que o seu ministério de evangelismo era instrumentalizado pelo Espírito Santo.
O ministério de Paulo foi marcado pela atuação do Espírito Santo (1Co 2.1-4).
Não há movimento missionário que se sustente sem a participação efetiva do
Espírito do Senhor. É Ele que traz o poder de convencimento ao mundo perdido e
prova que Jesus Cristo continua vivo. Em palavras mais simples, as credenciais
de um ministério autêntico são dadas pelo Espírito Santo. O Movimento
Pentecostal é uma prova viva de que o Espírito Santo é a mais poderosa força
geradora de missões.
3. A esfera da missão. Paulo informa
aos romanos que pregou o Evangelho desde Jerusalém até ao Ilírico. Um mapa da
época nos permite ver que esses eram os pontos extremos do mundo alcançado por
Paulo. Agora, ele precisava ampliar a esfera do seu projeto missionário, pois
não queria pregar onde outros já tivessem pregado (Rm 15.20,21). Não queria
trabalhar sobre fundamento alheio. O campo era o mundo e este se encontrava
branco para a ceifa. O modelo de Paulo deve ainda ser o nosso modelo.
Infelizmente, o que se observa hoje é que muitos estão edificando sobre
fundamento alheio, invadindo a esfera de atuação de outros obreiros, coisa que
Paulo jamais fez. Estão pregando onde já existem igrejas estabelecidas, às
vezes, da mesma confissão de fé e não onde há realmente necessidade
missionária. Agem movidos pelo espírito de competividade e não de
solidariedade.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
A igreja precisa ter uma cosmovisão
missionária abrangente.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Os planos missionários de Paulo
(15.22-33)
15.22,23 — Nestes versículos Paulo fala
do seu grande desejo de ir a Roma, e diz que tem sido impedido por
circunstâncias várias. Entretanto, ele sente que suas atividades missionárias
nas regiões da Grécia, Macedônia e Ásia Menor, já foram completadas. Ele dera
início à tarefa evangelística e já podia confiar a obra a outros obreiros, a
fim de cumprir o desígnio de seu ministério apostólico.
15.24 — ‘Quando parti para a Espanha’.
Está expressa aqui a visão expansionista missionária do grande apóstolo. A
Espanha agora era a sua meta, e, para tal, passaria antes por Roma.
15.25,26 — Nestes versículos Paulo diz
à igreja em Roma que antes terá de ir a Jerusalém, acompanhado por vários
irmãos na fé, das igrejas gentílicas. A viagem tinha um cunho filantrópico,
pois levariam as ofertas das igrejas da Macedônia e Acaia para os crentes que
passavam privações em Jerusalém” (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da
Justiça de Deus. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.146).
II. A NECESSIDADE DO PLANEJAMENTO
MISSIONÁRIO (Rm 15.22-29)
1. Estabelecer bases. Um dos princípios
básicos da implantação de um projeto evangelístico é feito primeiramente com o
estabelecimento de uma base missionária, um ponto de apoio. Paulo sabia que o
seu projeto só teria sucesso se a igreja de Roma se tornasse um ponto de apoio:
“Quando partir para a Espanha, irei ter convosco; pois espero que, de passagem,
vos verei e que para lá seja encaminhado por vós, depois de ter gozado um pouco
da vossa companhia” (Rm 15.24). A expressão “seja encaminhado por vós” traduz o
termo grego , que ocorre nove vezes no Novo Testamento. Essa palavra segundo o
léxico de Bauer significa “ajudar na jornada de alguém com alimento, dinheiro,
companheiros e meios de viagens”. Não se faz missões sem esse tipo de apoio.
2. Estabelecer intercâmbio. Paulo não
era um calouro na obra missionária nem tampouco um aventureiro em busca de
glória humana. Sua vida foi marcada pela entrega aos outros. Em breve ele
estaria abrindo outra frente missionária, mas antes deveria terminar outro
empreendimento missionário já iniciado (Rm 15.26). Paulo já havia estabelecido
parcerias entre as igrejas. Aqui o intercâmbio é feito entre as igrejas da
Macedônia e Acaia e a igreja de Jerusalém. A “igreja mãe” estava sendo ajudada
pelas filhas.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Para que a obra missionária seja
realizada com excelência é necessário que haja planejamento.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Paulo enfatiza que as igrejas
gentílicas são devedoras para com a igreja em Jerusalém, visto que a bênção do
Evangelho de Cristo partiu de Jerusalém. Era justo que, nesses momentos de
perseguições e privações aqueles crentes judeus fossem ajudados. Conforme
declara o apóstolo: ‘Se os gentios foram participantes dos seus bens
espirituais, devem também ministrar-lhes os temporais’ (v.27).
Terminada a sua missão em Jerusalém,
não lhe resta outro plano, senão ir a Roma e depois à Espanha.
Paulo sabia que havia grande
perseguição contra a igreja de Jerusalém, e que seu trabalho missionário entre
os gentios ainda sofria resistência de alguns judeus. Mas ele esperava que na
sua ida a Jerusalém, juntamente com irmãos representantes das igrejas
gentílicas, levando ofertas para os santos de Jerusalém, fossem bem recebidos.
Paulo sabia que havia perigo de vida, pois os judeus mais fanáticos queriam a
sua morte (v.31). Por isso, solicita à igreja que ore por esta missão em
Jerusalém. Entende Paulo que acima de tudo está a soberana vontade de Deus
(v.32)” (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5ª Edição.
RJ: CPAD, 2005, p.146).
III. A NECESSIDADE ESPIRITUAL NA OBRA
MISSIONÁRIA (Rm 15.30-33)
1. A necessidade da cobertura
espiritual. O apóstolo Paulo, ao contrário de muitos que se aventuram na obra
missionária, sabia da necessidade de uma “cobertura espiritual”: “E rogo-vos,
irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que combatais
comigo nas vossas orações por mim a Deus” (Rm 15.30). Há duas coisas que quero
destacar aqui. A primeira é que Paulo conta com o apoio da Trindade no seu
projeto missionário. Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo são invocados
como suporte para sua missão. A segunda é que Paulo via com muita seriedade a
obra missionária e por isso rogou que os crentes lutassem em oração com ele. A
palavra combatais traduz o grego synagonisasthai, que significa lutar ou
contender junto com alguém. O sentido é de uma luta espiritual na oração.
2. A necessidade do refrigério
espiritual. Missões envolvem conflito espiritual e muitas vezes lágrimas. Todavia,
missões são marcadas também por satisfação espiritual e alegria (Sl 126.5,6).
Sem dúvida o apóstolo tinha isso em mente quando escreveu aos romanos (Rm
15.31,32). O termo grego synanapaufomai, observa o biblista William Sanday, é
usado por Paulo com o sentido de “que eu possa descansar e refrigerar o meu
espírito junto com vocês”. Missões, portanto, é refrigério no poder do Espírito
Santo.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Existem inúmeras necessidades
espirituais na obra missionária.
SUBSÍDIO SOCIOLÓGICO
Professor, procure enfatizar o quanto
Paulo amava a obra missionária e se dedicou a ela. Ele procurou levar o
Evangelho às áreas mais carentes, onde as pessoas não tinham ouvido nada ou
quase nada a respeito de Cristo. Aproveite a oportunidade e fale com seus
alunos a respeito da janela 10x40. Diga que nesta “janela” estão os países
menos alcançados com o Evangelho. Países onde a perseguição aos cristãos é bem
grande. Ore, juntamente com seus alunos, por estes países. Peça que Deus envie
pessoas para irem como missionários. Rogue também ao Senhor para que pessoas
possam ofertar e sustentar os que já estão no campo missionário. Se desejar,
reproduza o quadro abaixo para os alunos.
CONCLUSÃO
Nessa lição, vimos uma das razões que
levou o apóstolo a visitar a igreja de Roma. Não era apenas uma visita
fortuita, mas algo planejado. O seu alvo era o estabelecimento de um ponto de
apoio para seu empreendimento missionário. Para isso, Paulo usa esse espaço de
sua Epístola para informar aos crentes em Roma das diretrizes tomadas para essa
viagem. A igreja de Roma, que não tinha Paulo como seu fundador, teria a
oportunidade de ver como trabalhava e apoiar aquele que foi, sem dúvida, o
maior missionário da história.
PARA REFLETIR
A respeito da Carta aos Romanos,
responda:
O que Paulo tinha em mente quando
reservou um espaço em sua Epístola para tratar a respeito do seu projeto
missionário?
Paulo desejava que os crentes romanos
compartilhassem do propósito da sua chamada — a conversão do mundo gentílico ao
Evangelho (Rm 15.16).
O ministério de evangelismo de Paulo
era instrumentalizado por quem?
O apóstolo diz que o seu ministério de
evangelismo era instrumentalizado pelo Espírito Santo.
Quem é que traz o poder de
convencimento ao mundo perdido e prova que Jesus Cristo continua vivo?
O Espírito Santo.
Quem é a mais poderosa força geradora
de missões?
O Movimento Pentecostal é uma prova
viva de que o Espírito Santo é a mais poderosa força geradora de missões.
Segundo a lição, cite duas necessidades
da obra missionária.
A necessidade da cobertura espiritual e
a necessidade do refrigério espiritual.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Cosmovisão missionária
Se há uma característica que podemos
confirmar na carta do apóstolo Paulo aos Romanos é o sentimento missionário do
apóstolo. Paulo era um homem de coração voltado para as missões. O Espírito
Santo usou a instrumentalidade de Paulo para o Evangelho atingir a civilização
ocidental. Por isso, podemos notar características muito profundas na visão
missionária de Paulo.
A visão missionária de Paulo
O capítulo 15 de Romanos mostra a
primeira predisposição de o apóstolo anunciar o Evangelho a quem nunca ouviu
falar sobre ele. Neste sentido, veja a fala do apóstolo: “E desta maneira me
esforcei por anunciar o evangelho, não onde Cristo houvera sido nomeado, para
não edificar sobre fundamento alheio” (v.20). A partir deste texto, uma
característica essencial que brota naturalmente de Paulo é a sua forma honesta
de fazer Missões em que ele jamais anunciaria Cristo onde Ele já fora
anunciado. Imagine o impacto que essa visão paulina traria em nossa prática
missionária nos tempos modernos!
A visão missionária que esteja voltada
para as pessoas é a mais fiel em relação ao Evangelho, pois ela não está voltada
para um projeto de extensão de instituições religiosas, mas simplesmente em
alcançar corações e mentes que ainda não conhecem a Deus e a justiça do seu
Reino.
Outra característica que encontramos na
visão missionária de Paulo é a esperança. Note o versículo 24: “Quando partir
para a Espanha, irei ter convosco; pois espero que, de passagem, vos verei e
que para lá seja encaminhado por vós, depois de ter gozado um pouco da vossa
companhia”. De acordo com alguns estudiosos, é problemática a questão se o apóstolo
Paulo chegou ou não à Espanha. Entretanto, a Epístola de Clemente à Igreja de
Corinto e o fragmento muratoriano (uma cópia da lista mais antiga que se tem
dos livros do Novo Testamento) são considerados argumentos fortes em relação à
ida do apóstolo à Espanha. Apesar do tempo, dos obstáculos do ministério e de
tantas outras questões que afligiam o apóstolo, ele não deixou de ter esperança
e novos planos. Mas antes, ele planejara ir à Jerusalém para ministrar aos
santos (v.25).
Predisposição para anunciar Cristo onde
Ele não fora anunciado e esperança renovada na missão de Deus são
características que brotam naturalmente da leitura da epístola paulina: “Assim
que, concluído isto, e havendo-lhes consignado este fruto, de lá, passando por
vós, irei à Espanha” (v.28).
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