Evangelista
Obreiro especialmente vocacionado, a fim de proclamar o
Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.
Artigo Mauricio berwald
O ministério de
evangelista é dado por Deus à Igreja como um dom valioso. Por isso, o
estudaremos procurando vislumbrar como o Senhor Jesus o considerou, e como esse
dom ministerial por Deus concedido é tratado em o Novo Testamento, bem como sua
destacada operação nas igrejas de Corinto e Éfeso. Temos de Jesus a ordem para
pregar o Evangelho, e em sua multiforme sabedoria Deus dispõe para a igreja o
poder necessário para proclamar o Evangelho com ousadia.
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I. JESUS ENVIA OS SETENTA
(Lc 10.1-20)
1. São poucos os que
anunciam. Quando Jesus enviou
os setenta para anunciarem as boas novas do Reino de Deus na região da
Galiléia, Ele asseverou: “Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos”
(v.2). São poucos porque, primeiramente, os discípulos não podem proclamar a si
mesmos ou uma mensagem própria. Em segundo lugar, porque os discípulos do
Senhor são enviados a falar única e exclusivamente de Jesus e do Reino de Deus,
jamais de si mesmos. Lamentavelmente, ao longo dos séculos, muitos foram
aqueles que na Seara do Senhor falaram em seu próprio nome e pregaram a sua
própria mensagem. Os discípulos segundo o coração do Nazareno ainda são poucos,
mas o Senhor continua a convocar obreiros para a sua seara (v.2b).
2. Enviados para o meio
de lobos. Proclamar o
Evangelho num mundo contrário à mensagem do Reino de Deus certamente levaria os
arautos de Cristo a serem perseguidos. Os setenta que Jesus enviou seriam
rejeitados, perseguidos e até ameaçados de morte. A história da igreja nos
mostra que pessoas pagaram com a vida por professar a fé em Cristo. Nas últimas
décadas, mais cristãos foram mortos no mundo que em qualquer outra época da
história da Igreja. Os verdadeiros evangelistas enfrentarão ainda muitas
perseguições, sobretudo em países dominados por religiões anticristãs e
fundamentalistas. Eles são comparados a cordeiros que se dirigem para o meio
dos lobos (v.3).
3. Os sinais e as
maravilhas confirmam a Palavra. Os setenta discípulos receberam poder em nome de Jesus para pregar a
mensagem do Reino de Deus com graça (vv.9,10; Mt 10.1,8). Quando voltaram da
missão, os evangelistas, maravilhados e surpreendidos, diziam: “Senhor, pelo
teu nome, até os demônios se nos sujeitam” (v.17). Mas naquele momento Jesus
falou-lhes de uma realidade que eles não compreendiam: aquele poder era para
confirmar a Palavra do Reino, não a palavra do homem. O verdadeiro significado
de desfrutar da alegria no Espírito não é primeiramente ver milagres, mas saber
que através da exposição do Evangelho de poder temos os nossos nomes escritos
nos céus (v.20).Jesus enviou os setenta para pregar a mensagem do Reino de
Deus e deu-lhes poder para confirmar a Palavra.
A GRANDE COMISSÃO
(Mt 28.19,20; Mc 16.15-20)
1. O alcance da Grande
Comissão. A ordem dada por
Jesus aos seus discípulos, após a sua ressurreição, foi: “ide, ensinai todas as
nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado” (Mt 28.19,20).
Esta ordem é chamada comumente de A Grande Comissão. É o apelo de
Jesus para os discípulos anunciarem o Evangelho até as últimas consequências.
Foi nesse “espírito” que o apóstolo Paulo encarou a tarefa da evangelização
(1Co 9.16).
2. O mundo está dividido
em dois grupos. “Quem crer e for
batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc 16.16). Aqui, o
Evangelho de Marcos destaca que há dois grupos de pessoas diante da mensagem de
Jesus: Os que creem e os que não creem. Acerca da
salvação, os Evangelhos não se preocupam com nacionalidade, raça, sexo ou
condição sócio-econômica do homem (Gl 3.28). Não há judeu, não há gentio (Rm
3.9,10,23). Toda a humanidade é carente da graça de Deus e precisa decidir o
seu futuro eterno crendo ou não no Evangelho.
3. A Grande Comissão
hoje. A tarefa da
evangelização do mundo está inacabada. Apenas 33% da população mundial é
composta por cristãos das várias confissões de fé. Há regiões em que número de
cristãos está diminuindo, como na Europa. Recentemente, na Alemanha, cerca de
340 igrejas fecharam as portas; em Portugal, quase 300. A Holanda e a
Inglaterra são países considerados “pós-cristãos”. Ainda na Europa, cerca de
1500 templos cristãos foram transformados em mesquitas, restaurantes, bibliotecas
e casas de shows. Se a Igreja não experimentar um real e poderoso avivamento
espiritual, em poucas décadas a Europa se tornará mulçumana ou o cristianismo
não mais a influenciará. Precisamos reevangelizar o continente europeu.A
Grande Comissão ordenada por Jesus de Nazaré ainda é uma tarefa inacabada.
. O DOM MINISTERIAL DE
EVANGELISTA
1. O conceito de
evangelista. O termo
“evangelista” deriva do verbo grego euangelizo, isto é, transmitir
boas novas (do evangelho). Como dom, refere-se àquele que é chamado para pregar
o Evangelho. Foi concedido pelo Pai através de uma capacitação ministerial
objetivando propagar o Evangelho de Cristo para toda a humanidade. O
evangelista tem paixão pela salvação dos perdidos. Esmera-se por buscar da
parte de Deus mensagens inspiradas para tocar os corações e quebrantar a alma
dos pecadores.
2. O papel do
evangelista. O evangelista é,
por excelência, o pregador das boas-novas de salvação. Através da sua mensagem,
vidas são alcançadas e conduzidas a Deus. Muitas vezes, o evangelista torna-se
um plantador de igrejas, como tem ocorrido em diversos lugares do Brasil e pelo
mundo afora. Um evangelista cheio da graça de Deus poderá tocar corações com a
mensagem do Evangelho de modo tão convincente que leva o povo a crer e acatar
as boas-novas da salvação e ao Salvador Jesus.
3. A finalidade do
ministério do evangelista. Da
mesma forma que o ministério do apóstolo e do profeta, o do evangelista tem por
finalidade preparar os santos do Senhor para uma vida de serviço cristão, bem
como à edificação do Corpo de Cristo (Ef 2.20-22). Por isso, espera-se desse
obreiro que o fundamento do seu ministério seja Jesus Cristo, o nosso Senhor.
Não pode haver outro fundamento, senão Cristo!
O evangelista deve
também, em tudo, ser sensível à voz do Espírito Santo. A exemplo de Filipe, o
obreiro deve ser obediente ao Senhor, seja para pregar a multidões, seja para
falar a uma única pessoa (At 8.6,26-40). Outro aspecto importante desse
ministério é a habilidade que o evangelista deve ter na transmissão das
boas-novas. O arauto de Deus precisa ser capaz de responder à seguinte pergunta
dirigida ao pecador: “Entendes o que lês?” (At 8.30).O papel do evangelista
é exercer o ministério dado pelo Altíssimo como arauto de Deus.
CONCLUSÃO
O dom ministerial de
evangelista é concedido por Deus a algumas pessoas conforme o propósito do
Espírito Santo para o fortalecimento e a edificação das igrejas locais. Isto,
porém, não significa desobrigar os crentes individualmente do labor da
evangelização. Todo seguidor de Cristo, isto é, todo aquele que se acha
discípulo de Jesus, tem em sua caminhada cristã o firme compromisso de propagar
a mensagem do Evangelho. E deste compromisso não pode se apartar um único
milímetro. Que Deus levante mais evangelistas para a sua grande seara!
.“A palavra evangelista é encontrada três vezes no Novo
Testamento. Os evangelistas estão relacionados junto com os apóstolos,
profetas, pastores e doutores, como aqueles que são chamados para compartilhar
a construção da igreja (Ef 4.11ss). Filipe foi chamado de ‘o evangelista’ (At
21.8). Embora fosse um dos sete escolhidos para aliviar os apóstolos da tarefa
de distribuir alimentos (At 6.5), ele foi especialmente notado por sua
atividade evangelizadora. De Jerusalém, ele foi até Samaria e pregou com grande
sucesso (At 8.4ss). Dali, foi enviado para evangelizar um oficial da corte
etíope, que estava viajando para casa depois de visitar Jerusalém (At 8.26ss).
Então pregou o Evangelho desde Azoto até Cesareia, onde tinha sua casa (At 8.40;
21.8)” (PFEIFFER, Charles F.; REA, John; VOS, Howard F. (Eds.). Dicionário
Bíblico Wycliffe. 1 ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp.725,26).
“O Evangelho do
Reino.A mensagem de Jesus
inclui um chamado ao arrependimento, semelhante ao de João Batista (Mc 1.4).
Donald English adverte quanto ao perigo de entender o arrependimento de uma
forma estreita demais, como os pregadores evangélicos o fazem geralmente. Ele
declara: ‘Fundamentalmente isso significa uma mudança de direção, dar meia
volta, mudar a mente’. Quando respondemos ao evangelho, mudamos a direção da
nossa vida em que deixamos de confiar no ‘eu’ e outros ídolos para confiar em
Deus.
Contudo, tanto João
Batista quanto Jesus foram bem específicos em relação às coisas das quais as
pessoas precisam se arrepender. João disse a distintas categorias de pessoas as
diferentes maneiras como podiam expressar seu arrependimento. Ele disse para as
multidões: ‘Quem tiver duas túnicas, que reparta com o que não tem, e quem
tiver alimentos, que faça da mesma maneira’. João Batista pediu aos publicanos
para não coletar mais do que estavam autorizados a pegar. Disse aos soldados:
‘A ninguém trateis mal, nem defraudeis e contentai-vos com o vosso soldo’ (Lc
3.7-14). Jesus disse ao jovem rico para vender tudo o que tinha e dar o
dinheiro aos pobres, para depois disso vir e segui-lo (Lc 18.22-25). As coisas
específicas ajudam as pessoas a entender o que o arrependimento envolve.
Tanto João Batista quanto
Jesus também foram diretos em advertir seus ouvintes das consequências de não
se arrepender. Sabemos que a maioria das declarações da Bíblia sobre o inferno
saiu dos lábios de Cristo. [Como] Paulo disse [...] (1Co 6.9,10).Hoje, muitos
de nossos ouvintes reagiriam de modo muito negativo se falássemos da maneira
que Jesus e Paulo falavam. Desenvolvemos uma atitude em relação à nossa vida
privada que quando os pregadores mencionam especificamente pecados que exigem
arrependimento, eles são acusados de ser intrometidos e de estar, de algum
modo, fazendo algo inapropriado” (FERNANDO, Ajith. Ministério dirigido
por Jesus. 1 ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.128).
O Ministério de
Evangelista.Houve um tempo no Brasil,
como na América, que a Igreja Evangélica, principalmente a pentecostal,
priorizava o ato de evangelizar. A igreja evangelizava com a graça de Deus e
amor visível. Os agentes da evangelização sentiam dor na própria alma em ver pessoas
gastando sua juventude naquilo que não traz plena felicidade. Era possível
vê-los chorando em favor de uma vida. Angustiando-se pelas pessoas perdidas em
pecados. Neste contexto, era possível observar ministros destacando-se por
levar essa real experiência até as últimas consequências.
Quem nunca ouviu falar do
grande evangelista do século recente, David Wilkerson? Além de verdadeiro
profeta, ele ficou conhecido pela evangelização realizada na cidade de Nova
Iorque, na Time Square, numa época onde as gangues de rua dominavam a cidade
novaiorquina. O livro “Entre a Cruz e o Punhal”, logo depois transformado em
filme, conta a história desse grande evangelista que, pela graça do Pai, ganhou
aquelas gangues para Cristo e plantou a maior igreja evangélica da localidade.
Eis um exemplo real de um evangelista separado por Deus.
O Dom Ministerial do
Evangelista foi repartido pelo Pai para que o arauto de Deus, através da
mensagem centralizada na cruz de Cristo, ganhasse pessoas para o reino divino.
Uma das maiores características de um evangelista é a sua paixão por pregar às
pessoas. Não importa o número, se dezenas, centenas ou milhares. O que importa
é pregar Jesus, o crucificado. Esta é a mensagem do bom evangelista.
Sabemos que hoje, pelo
advento midiático, muitos evangelistas são tentados em mudar a mensagem da Cruz
para uma pregação centralizada no homem. Temos de deixar bem claro a missão de
um evangelista: pregar o Evangelho. Anunciar o ministério da reconciliação de
Deus com o mundo, porque foi para isso que o Senhor enviou o Filho: “Deus
estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus
pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação” (2Co 5.19). Esta é a boa nova
que o autêntico evangelista tem de proclamar.
Embora o Senhor nosso
Deus separe uns para Evangelista e os dê a sua Igreja, o privilégio de anunciar
o Evangelho para o ser humano é de todo aquele que se chama por discípulo de
Jesus de Nazaré. Portanto, a distribuição desse dom ministerial deve despertar
em nós a consciência do quanto Deus leva a sério esta tão nobre tarefa.
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