O EVANGELISMO NO LIVRO DE
ATOS
LEITURA
BÍBLICA - Atos 10.44-48; 11.15-18
Artigo Escritor Mauricio Berwald
Atos
10.44- E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o ESPÍRITO SANTO sobre todos
os que ouviam a palavra. 45 - E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos
tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do ESPÍRITO SANTO se
derramasse também sobre os gentios. 46- Porque os ouviam falar em línguas e
magnificar a DEUS. 47- Respondeu, então, Pedro: Pode alguém, porventura,
recusar a água, para que não sejam batizados estes que também receberam, como
nós, o ESPÍRITO SANTO? 48- E mandou que fossem batizados em nome do Senhor.
Então, rogaram-lhe que ficasse com eles por alguns dias.
Atos
11.15- E, quando comecei a falar, caiu sobre eles o ESPÍRITO SANTO, como também
sobre nós ao princípio.16 - E lembrei-me do dito do Senhor, quando disse: João
certamente batizou com água, mas vós sereis batizados com o ESPÍRITO SANTO. 17-
Portanto, se DEUS Ihes deu o mesmo dom que a nós, quando cremos no Senhor JESUS
CRISTO, quem era, então, eu, para que pudesse resistir a DEUS? 18 - E, ouvindo
estas coisas, apaziguaram-se e glorificaram a DEUS, dizendo: Na verdade, até
aos gentios deu DEUS o arrependimento para a vida.
O
Evangelho em Cesaréia:
Cesaréia:
sede do governo romano na Palestina; centurião era comandante de 100 soldados;
corte era um regimento de 600 a 1000 soldados; (50 km de Jope,
aproximadamente);
Visão
do gentio: Buscar Pedro para anunciar o evangelho;
Visão
de Pedro: Animais puros (patas divididas e ruminar);
Conversão:
Cornélio envergonha a muitos cristãos, porque, antes de se converter era melhor
do que alguns crentes; o centurião romano ajoelhou-se diante de um simples
judeu;
Crise
na Igreja de Jerusalém: Pedro presta conta ao colégio de apóstolos; ele não
ficou surpreso nem ofendido;
Bíblia
de Estudos Pentecostal - CPAD
10.4
ORAÇÕES... PARA MEMÓRIA DIANTE DE DEUS. DEUS considera nossas orações um
sacrifício que sobe até Ele, lembrando-lhe da nossa perseverança, ao invocá-lo
com fé e devoção (ver Sl 141.2; Hb 13.15,16).
10.9
SUBIU PEDRO AO TERRAÇO PARA ORAR. O ESPÍRITO SANTO, o autor das Escrituras,
revela através delas que os cristãos do NT eram dedicados a muita oração.
Estavam convictos de que o reino de DEUS não poderia manifestar-se em todo o
seu poder mediante uns poucos minutos de oração por dia (1.14; 2.42; 3.1; 6.4;
Ef 6.18; Cl 4.2)(1) O judeu piedoso orava duas ou três vezes por dia (cf. Sl
55.17; Dn 6.10). Era prática dos seguidores de CRISTO, especialmente dos
apóstolos (6.4), orar com a mesma devoção. Pedro e João subiram ao templo para
a hora da oração (3.1), e Lucas e Paulo fizeram o mesmo (16.16). Pedro orava
regularmente ao meio-dia, ou seja, à hora sexta (10.9); DEUS recompensou
Cornélio pela sua fidelidade na observância das suas horas de oração
(10.30ss.).
(2)
As Escrituras exortam os crentes a continuarem perseverantes na oração (Rm
12.12), a orarem sempre (Lc 18.1), a orarem sem cessar (1 Ts 5.17), a orarem em
todos os lugares (1 Tm 2.8), a orarem em todo o tempo com toda a oração (Ef
6.18), a perseverarem na oração (Cl 4.2), e a orarem com eficácia (Tg 5.16).
Estas exortações indicam que não poderá haver nenhum poder celestial em nossa
batalha contra o pecado, Satanás e o mundo, nem vitória em nossa tentativa de
ganhar os perdidos, sem muita oração diariamente.
(3)
Não seria do agrado de DEUS, tendo em vista a exortação do Senhor, que seus
discípulos vigiem e orem pelo menos uma hora (Mt 26.38-41); e à luz da urgência
dos tempos do fim, nos quais vivemos, se todo crente dedicasse pelo menos uma
hora por dia à oração e ao estudo da Palavra de DEUS, visando ao crescimento do
seu reino na terra e tudo quanto isso significa para nós (Mt 6.10,33)?
(4)
Uma hora de oração pode incluir o seguinte: (a) louvor, (b) cantar ao Senhor,
(c) ações de graças, (d) esperar em DEUS, (e) ler a Palavra, (f) ficar atento
ao ESPÍRITO SANTO, (g) orar com as próprias palavras das Escrituras, (h)
confissão das faltas, (i) intercessão pelos outros, (j) petição pelas nossas
próprias necessidades, e (l) oração em línguas.
10.19
DISSE-LHE O ESPÍRITO. O ESPÍRITO SANTO deseja a salvação de todas as pessoas
(Mt 28.19; 2 Pe 3.9). Pelo fato de os apóstolos terem recebido o ESPÍRITO,
eles, também, desejavam a salvação de todas as pessoas. Intelectualmente, no
entanto, não compreendiam que a salvação já não se restringia a Israel, mas que
agora abrangia todas as nações (vv. 34,35). Foi o ESPÍRITO SANTO que alargou a
visão da igreja. Em Atos, Ele é a força da obra missionária e o que dirige a
igreja para novas áreas de testemunho (8.29,39; 10.19; 11.11,12; 13.2,4; 16.6;
19.21). O derramamento do ESPÍRITO e a compulsão à missão sempre andam de mãos
dadas (cf. 1.8). Mesmo hoje, muitos crentes anelam a salvação do seu povo, sem,
porém, compreenderem plenamente o propósito do ESPÍRITO SANTO para as missões
mundiais (ver Mt 28.19; Lc 24.47).
10.34
DEUS NÃO FAZ ACEPÇÃO DE PESSOAS. DEUS não tem nenhuma nação ou raça predileta,
nem favorece qualquer indivíduo por causa da sua nacionalidade, linhagem ou
posição na vida (cf. Tg 2.1). DEUS favorece e aceita aqueles, dentre todas as
nações, que abandonam o pecado, crêem em CRISTO, temem a DEUS e vivem retamente
(v. 35; cf. Rm 2.6-11). Todos aqueles que perseveram neste modo de vida,
permanecerão no amor e no favor de DEUS (Jo 15.10).
10.38
CURANDO A TODOS OS OPRIMIDOS DO DIABO. PODER SOBRE SATANÁS E OS DEMÔNIOS é
concedido a todos os crentes.
10.44
CAIU O ESPÍRITO SANTO SOBRE TODOS. A família gentia de Cornélio ouve e recebe a
Palavra com fé salvadora (vv. 34-48; 11.14).
(1)
DEUS imediatamente derrama sobre ela o ESPÍRITO SANTO (v. 44) como seu
testemunho de que creram e receberam a vida regeneradora de CRISTO (cf. 11.17;
15.8,9). (2) A vinda do ESPÍRITO SANTO sobre a família de Cornélio teve o mesmo
propósito que o dom do ESPÍRITO SANTO para os discípulos no dia de Pentecoste
(cf. 1.8; 2.4). Esse derramamento do ESPÍRITO não é a obra de DEUS na
regeneração do pecador, mas sua vinda sobre eles para revesti-los de poder.
Note as palavras de Pedro posteriormente, ressaltando a semelhança entre essa
experiência e a do dia de Pentecoste (11.15,17).
(3)
Evidentemente, é possível uma pessoa ser batizada no ESPÍRITO imediatamente
depois de receber a salvação (ver v. 46; cf. 11.17).
10.45
O DOM DO ESPÍRITO SANTO. (é para todos os crentes - 1 Co 12, aqui, dom de
línguas ou simplesmente o batismo com o ESPÍRITO SANTO).
10.46
OS OUVIAM FALAR EM LÍNGUAS. Pedro e os que o acompanhavam consideravam o falar
em línguas, mediante o ESPÍRITO, como o sinal convincente do batismo no
ESPÍRITO SANTO. Isto é, assim como DEUS confirmou o acontecimento do dia de
Pentecoste com o sinal das línguas (2.4), Ele faz os gentios no lar de Cornélio
falarem em línguas como sinal convincente para Pedro e os demais crentes
judeus.
11.15
CAIU SOBRE ELES O ESPÍRITO SANTO, COMO TAMBÉM SOBRE NÓS AO PRINCÍPIO.
O
derramamento do ESPÍRITO SANTO no dia de Pentecoste (2.4) foi um padrão para o
recebimento do ESPÍRITO, a partir de então. O batismo no ESPÍRITO seria
determinado pela transformação visível ocorrida no indivíduo pela infusão da
alegria por expressões vocais sobrenaturalmente inspiradas e pela ousadia no
testemunho (2.4; 4.31; 8.15-19;
10.45-47;
19.6). Por isso, quando Pedro salientou diante dos apóstolos e irmãos em
Jerusalém que os familiares de Cornélio tinham falado em línguas, ao ser
derramado sobre eles o ESPÍRITO SANTO (cf. 10.45-46), ficaram convictos de que
DEUS estava concedendo aos gentios a salvação em CRISTO (v. 18). Não se pode
hoje dizer que alguém recebeu o batismo no ESPÍRITO se as manifestações
físicas, tais como o falar em línguas, estão ausentes. Em nenhuma parte de
Atos, o batismo no ESPÍRITO SANTO aparece como uma experiência percebida
somente pela fé (ver 8.12,16).
11.17
A NÓS, QUANDO CREMOS.
Esta
expressão é, no grego, um particípio aoristo, que normalmente descreve uma ação
que ocorre antes daquela do verbo principal. Por isso, uma tradução mais exata
seria: DEUS lhes deu o mesmo dom que a nós também, depois que cremos . Esta
interpretação concorda com os fatos históricos, i.e., que os discípulos tinham
crido em JESUS e tinham sido regenerados pelo ESPÍRITO, antes do dia de
Pentecoste.
11.18
OUVINDO ESTAS COISAS.
O
discurso de Pedro silenciou todas as objeções (vv. 4-18). DEUS tinha batizado
os gentios no ESPÍRITO SANTO (10.45), e este ato foi acompanhado da evidência
convincente do falar noutras línguas pelo ESPÍRITO (10.46). Era esse o único
sinal necessário a ser aceito sem mais dúvidas.
PERSPECTIVA.
Rm 9.6 “Não que a palavra de DEUS haja faltado, porque nem todos os que são de
Israel são israelitas”.
(1)
Um exame da condição de Israel não se refere à vida ou morte eterna de
indivíduos após a morte. Pelo contrário, Paulo trata do modo como DEUS lida com
nações e povos do ponto de vista histórico, i.e., do seu direito de usar povos
e nações conforme Ele quer. Por exemplo, sua escolha de Jacó em lugar de seu
irmão Esaú (9.11) teve como propósito fundar e usar as nações de Israel e de
Edom, oriundas dos dois. Nada tinha que ver com seu destino eterno, i.e.,
quanto a sua salvação ou condenação como indivíduos. Uma coisa é certa: DEUS
tem o direito de chamar as pessoas e nações que Ele quiser, e determinar-lhes
responsabilidades a cumprir.
(2)
Paulo expressa sua constante solicitude e intensa tristeza pela nação judaica
(9.1-3). O próprio fato que Paulo ora para que seus compatriotas sejam salvos,
revela que ele não admitia o ensino teológico da predestinação, afirmando que
todas as pessoas já nascem predestinadas, ou para o céu, ou para o inferno.
Pelo contrário, o sincero desejo e oração de Paulo reflete a vontade de DEUS
para o povo judaico (cf. 10.21; ver Lc 19.41, sobre JESUS chorando por causa de
Israel ter rejeitado o caminho divino da salvação). No NT não se encontra o
ensino de que determinadas pessoas foram predestinadas ao inferno antes de
nascer.
(3)
O mais relevante neste assunto é o tema da fé. O estado espiritual de perdido,
da maioria dos israelitas, não fora determinado por um decreto arbitrário de
DEUS, mas, resultado da sua própria recusa de se submeterem ao plano divino da
salvação mediante a fé em CRISTO (9.33; 10.3; 11.20). Inúmeros gentios, porém,
aceitaram o caminho de DEUS, que é o da fé, e alcançaram a justiça mediante a
fé. Obedeceram a DEUS pela fé e se tornaram “filhos do DEUS vivo” (9.25,26).
Esse fato ressalta a importância da obediência mediante a fé (1.5; 16.26) no
tocante à chamada e eleição da parte de DEUS.
(4)
A oportunidade de salvação está perante a nação de Israel, se ela largar sua
incredulidade (11.23). Semelhantemente, os crentes gentios que agora são parte
da igreja de DEUS são advertidos de que também correm o mesmo risco de serem
cortados da salvação (11.13-22). Eles devem sempre perseverar na fé com temor.
A advertência aos crentes gentios em 11.20-23, pelo fato da falha de Israel, é
tão válida hoje quanto o foi no dia em que Paulo a escreveu.
(5)
As Escrituras estão repletas de promessas de uma futura restauração de Israel
ao aceitarem o Messias. Tal restauração terá lugar ao findar-se a Grande
Tribulação, na iminência da volta pessoal de CRISTO (ver Is 11.10-12; 24.17-23;
49.22,23; Jr 31.31-34; Ez 37.12-14; Rm 11.26; Ap 12.6).
Revista
CPAD - 3º Trimestre de 1996 - Atos - O padrão para a Igreja da Última Hora -
Pr. Ezequias Soares - Lição 9 - O EVANGELHO CHEGA AOS GENTIOS - CPAD
"E
em seu nome, se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as
nações, começando por Jerusalém" (Lc 24.47).
O
assassinato de Estêvão e a intensa perseguição contra a Igreja em Jerusalém
foram o tiro que saiu pela culatra, pois isso resultou em expansão do
Evangelho.
ÉPOCA
DO EVENTO: 34 d.C. (Filipe); 41 d.C. (Cornélio)
LOCAL:
Samaria, Gaza e Cesaréia Marítima
ATOS
8.4,5,26,27; 10.1,2,44-48
Aos
8.4- Mas os que andavam dispersos iam por toda parte, anunciando a palavra. 5 -
E, descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava a CRISTO.
26
- E o anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te e vai para a banda do
Sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está deserto. 27 -E
levantou-se e foi. E eis que um homem etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace,
rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todos os seus tesouros, e
tinha ido a Jerusalém para adoração.
Atos
10.1- E havia em Cesaréia um varão por nome Cornélio, centurião da coorte
chamada italiana. 2 - Piedoso e temente a DEUS, com toda a sua casa, o qual
fazia muitas esmolas ao povo e, de contínuo, orava a DEUS.
Atos
10.44 - E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o ESPÍRITO SANTO sobre
todos os que ouviam a palavra. 45 - E os fiéis que eram da circuncisão, todos
quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do ESPÍRITO SANTO
se derramasse também sobre os gentios. 46 - Porque os ouviam falar em línguas e
magnificar a DEUS. 47 - Respondeu, então, Pedro: Pode alguém, porventura,
recusar a água, para que não sejam batizados estes que também receberam, como
nós, o ESPÍRITO SANTO? 48 - E mandou que fossem batizados em nome do Senhor. Então,
rogaram-lhe que ficasse com eles por alguns dias.
A
pregação do Evangelho é uma necessidade imperiosa e não uma alternativa. Isso
por si só, justifica a necessidade de se levar essa mensagem a todos os povos.
A lição de hoje mostra como o mensagem da salvação chegou aos samaritanos,
africanos e aos demais gentios, na casa de Cornélio.
I.
SAMARIA
1.
Origem dos samaritanos. Quando Salmaneser, imperador da Assíria, sitiou
Samaria, a capital de Israel, em 722 a.C., levou cativas as dez tribos do Norte
(2 Rs 17.3).
Os
assírios faziam permutas, deportando seus subjugados para terras estrangeiras.
Levaram as dez tribos do Norte para outras regiões e trouxeram estrangeiros
para povoarem a terra de Israel. Eles adotaram essa política como estratégia
para desarticular os povos vencidos e, assim, neutralizar o sentimento
nacionalista e eliminar a hipótese da insurreição contra a metrópole (2 Rs
17.24-31).
Os
poucos filhos de Israel que ficaram na terra se misturaram com esses
estrangeiros, de modo que seus filhos se tomaram mestiços (mistura de israelita
e gentio). Eram os samaritanos. Essa mistura era também religiosa, pois
rejeitaram as Escrituras Sagradas, aceitando apenas o Pentateuco.
As
duas tribos do Sul, que também foram levadas cativas para a Babilônia, por
Nabucodonosor, ao retomarem a Judá (Ed 4.1-4), não consideraram os samaritanos
como seus irmãos. Por isso, recusaram sua ajuda na reconstrução do Templo, em
Jerusalém. O relacionamento deles, que já não era bom, ficou pior, e
tornaram-se inimigos ferrenhos.
2.
"Os judeus não se comunicam com os samaritanos" (Jo 4.9). Judeus e
samaritanos sempre foram extremamente hostis, pois estes últimos tinham uma
forma de culto muito diferente da dos primeiros. A Bíblia Samaritana, até hoje,
consiste apenas do Pentateuco.
II.
FILIPE EM SAMARIA
1.
Perseguição e expansão da Igreja. Com o assassinato de Estêvão, a Igreja em
Jerusalém experimentou uma perseguição nunca vista (At 8.1-3). Isso foi o ponto
de partida, para que o Evangelho saísse de dentro das portas de Jerusalém e
alcançasse as nações dos gentios.
2.
Evangelização dos samaritanos. Filipe, como Estêvão, sobressaiu-se na pregação
do Evangelho. Ele era impulsionado pelo ESPÍRITO SANTO, pois, do contrário, não
ousaria enfrentar as hostilidades dos samaritanos. O texto diz que o povo
prestava atenção ao que ele dizia.
Agora
encontramos samaritanos e gentios no contexto da evangelização: "Samaria e
até os confins da terra" (At 1.8). Filipe, em Atos 8, começa o grande
projeto missionário, levando avante a ordem imperativa do Mestre (Mt 28.19,20,
Mc 16.16,17). Começou com os samaritanos, povo mestiço (mistura de israelita e
gentio), e depois foi enviado pelo ESPÍRITO SANTO para o região de Gaza, pois o
eunuco, ministro da rainha Candace, estava sedento da Palavra de DEUS.
3.
Pedro e João. A chegada de Filipe a Samaria mostra que na Igreja de JESUS não
há preconceito. É verdade que Filipe, pelo que se infere do nome, era judeu
helenista, e como tal não era tão extremista como os da Palestina, chamados
hebreus.
Isso
somente não justifica a sua ida a Samaria, pois Pedro e João eram hebreus,
nascidos na Palestina.
No
entanto, foram até lá, para apoiarem o trabalho de Filipe. A chegada desses
apóstolos àquela localidade fortaleceu o trabalho evangelístico e também os
samaritanos foram batizados no ESPÍRITO SANTO (8.1417).
III-
FILIPE E O EUNUCO
O
encontro de Filipe com o eunuco da rainha Candace, da Etiópia, era também o
prenúncio da evangelização mundial. .
1.
Eunuco na Bíblia. Os eunucos eram homens de confiança, nas cortes orientais,
como Potifar, no Egito (Gn 39.1); Daniel e seus companheiros, na Babilônia (Dn
1.3,4); Neemias, na Pérsia (Ne 1.11).
O
vocábulo "eunuco" teve sua origem na Assíria e significa
primariamente "oficial da corte", mas no hebraico apresenta um
sentido secundário de "castrado" (Is 56.3), o qual estava excluído da
assembléia do Senhor (Dt 23.1). . .
2.
Lendo o profeta Isaías. O verbo ler, em hebraico, qará, é o mesmo para
"clamar, gritar".
Os
antigos tinham e hábito de ler em voz alta. Isso significa que o eunuco assim
procedia e, de longe, Filipe podia ouvir a sua leitura. Ele lia o texto de
Isaías 53.7,8, mas não sabia que o texto referia-se ao Messias.
À
pergunta do evangelista se ele entendia o que lia, o eunuco foi sincero,
respondendo que não. Mas estava interessado em saber, e pediu-lhe explicação.
Filipe falou-lhe de JESUS. Ele se converteu, foi batizado nas águas, e agora
levaria a mensagem do Evangelho para a sua terra.
3.
A rainha da Etiópia. O eunuco era um oficial da corte, na Etiópia (At 8.27),
ministro das finanças da rainha "Candace", que não era o nome dela,
mas um título, como "Faraó", no Egito; "César", em Roma,
etc.
4.
Etiópia. Etiópia é um país africano, localizado entre Assuam, no sul do Egito,
até as proximidades de Cartum, capital do Sudão. Até hoje, a igreja naquela
nação acredita que esse encontro de Filipe com o eunuco foi o cumprimento do
Salmo 68.31.
IV.
PEDRO NA CASA DE CORNÉLIO
1.
Gentios. Os gentios, goiym, em hebraico, são todos os povos, exceto os judeus.
Até
a vinda de JESUS, a humanidade estava dividida em gentios: egípcios, assírios,
caldeus, gregos, romanos e bárbaros; e judeus: os descendentes de Israel. JESUS
derrubou esta parede de separação (Ef 2.13-18), formando um novo povo, a
Igreja.
Hoje,
a humanidade está dividida em três grupos: judeu, gentio e Igreja (I Co 10.32).
A
salvação dos gentios estava no plano estabelecido por DEUS. Portanto, não foi
uma improvisação de última hora feita por JESUS e seus apóstolos. A mensagem de
Gênesis 12.3: "Em ti serão benditas todas as famílias da terra" era a
promessa de DEUS para salvar os povos (Gl 3.8). Isso está ainda mais claro no
livro de Isaías: "As ilhas aguardarão a sua doutrina" (42.4). Ou:
"E, no seu nome, os gentios esperarão", conforme a Septuaginta,
citada em Mateus 12.21. Isso também é visto em Oséias 1.10; 2.23, citado por
Paulo em Romanos 9.25,26.
2.
Simão, o curtidor. Lucas mostra que Pedro ficou hospedado muitos dias na casa
de seu xará "Simão, o curtidor" (At 9.43). Esta profissão era
considerada impura pelos judeus, e até dava a permissão à mulher de pedir o
divórcio ao marido, uma vez que ela não tinha esse direito na legislação
judaica, exceto em casos extremos como esse. Isso mostra que Pedro já tinha uma
visão muito além sobre essa questão.
3.
A purificação. DEUS se revelou a Cornélio, mandando-o que chamasse a Pedro.
Apesar dessa visão preliminar, este apóstolo ainda precisava ouvir mais do
Senhor, pois a barreira transcultural era muito forte, para ser quebrada
momentaneamente.
Por
isso, a visão do lençol com toda a sorte de animais mostrava a Pedro que a
mensagem do Evangelho devia ser levada aos gentios. Os judeus são escrupulosos
ao extremo no kashrut (leis dietéticas judaicas observadas até hoje com relação
aos alimentos considerados puros e impuros).
4.
Pedro na casa de Cornélio. Pedro partiu com eles para Cesaréia, pois Cornélio
já estava com seus familiares e amigos à sua espera, ávido pela Palavra de
DEUS. O apóstolo anunciou a JESUS e todos os presentes receberam o batismo no
ESPÍRITO SANTO, enquanto a mensagem era pregada. O mesmo que aconteceu no dia
de Pentecoste e em Samaria, agora estava se sucedendo na casa de um gentio,
confirmando, dessa forma, a manifestação divina, bem como a sua aprovação da
visita do ex-pescador a casa do centurião.
Esta
passagem mostra como DEUS trata o ser humano, independemente de sua raça,
posição social e nacionalidade. O Senhor busca os fiéis. O objetivo desse
relato é mostrar que sempre esteve no plano divino salvar todos os homens (I Tm
2.4).
5.
O batismo no ESPÍRITO SANTO. Se não fosse a descida do ESPÍRITO SANTO, na casa
de Cornélio, certamente Pedro estaria em dificuldades, para se justificar
diante de seus companheiros, os demais apóstolos, sua visita a um gentio, sendo
seu hóspede e sentando à mesa com ele, o que não era permitido aos judeus.
Pedro
contou toda a história de como o Senhor conduziu todo esse trabalho, mas parece
que os apóstolos não estavam convencidos. Quando ele falou que todos os
presentes na casa de Cornélio receberam o ESPÍRITO SANTO, como eles no dia de
Pentecoste, não tiveram mais dúvidas de que o Evangelho era também para os
gentios (At 11.15-18).
JESUS
disse que "o campo é o mundo" (Mt 13.38); "Ninguém vem ao Pai
senão por mim" (Jo 14.6). O apóstolo Paulo declara que a raça humana está
condenada (Rm 3.23). Diante disso, concluímos que a evangelização não é urna
alternativa, mas urna questão de vida ou morte.
O
campo não é a minha cidade e nem a sua, nem o meu Estado e muito menos o seu, e
nem o nosso Brasil, mas o mundo!.
1.
DEUS não faz acepção de pessoas. Por isso, ama todo o ser humano, sem se
importar com a sua procedência racial: amarela, branca ou escura. O importante
é que cada um reconheça a sua condição de pecador, aceite a JESUS como
Salvador. e reserve, por este intermédio, a sua salvação eterna.
2.
Cornélio foi o primeiro gentio a se converter a CRISTO. Enquanto Pedro, que
visitou a casa deste general, por ordem divina, pregava-lhe o Evangelho, o
ESPÍRITO SANTO foi derramado profusamente sobre todos os que se encontravam
naquela residência. Então o apóstolo entendeu que a salvação era para todos e
não só para os judeus
3.
Desde aquele momento em que Cornélio, seus familiares, criados e amigos se
converteram a CRISTO, o Evangelho é pregado maciçamente a todos os povos. E o
resultado está patente aos nossos olhos. Milhões de gentios têm aceitado a
JESUS como Salvador de suas almas, como prova de que a salvação era para eles
também.
Atos
- Introdução e Comentário - I. Howard Marshall - Série Cultura Bíblica -
edições 1985,1988, 1991, 1999 e 2001 - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova -
SP.
Atos
10.44. A referência de Pedro , no v. 43. a todo quanto nEle crê não precisa
referir-se a mais do que "Todo quanto em Israel nEle crê", mas, tendo
em vista os vv. 34-35, o significado deve provavelmente ser mais lato. De
qualquer forma, antes de ele ter oportunidade para dizer qualquer coisa a mais,
o ESPÍRITO SANTO sobreveio àqueles que ouviram a mensagem. Visto que, noutros
trechos, o dom do ESPÍRITO veio a pessoas que se arrependem e crêem (cf. 11
:17-18), a implicação é dupla: em primeiro lugar, que os gentios presentes
corresponderam à mensagem mediante a fé; e, em segundo lugar, que DEUS os
aceitou e selou a sua fé com o dom do ESPÍRITO. Uma vez que os gentios
receberam uma oportunidade para ouvir a mensagem, corresponderam, e DEUS os
recebeu. Este versículo marca o fim do particularismo religioso.
4546a.
Agora, os companheiros de Pedro desempenham seu papel na história. Não se sabe
se Pedro ficou surpreso com aquilo que aconteceu, mas certamente os
companheiros ficaram. Uma coisa foi pregar aos gentios; outra bem diferente foi
ver o sermão interrompido por sinais claros da sua conversão e do seu
recebimento do dom de DEUS. Não poderia haver erro a respeito daquilo que
acontecera. Assim como os primeiros crentes judeus receberam o ESPÍRITO e
louvaram a DEUS em outras línguas no dia do Pentecoste, assim também agora
estes gentios receberam dádiva idêntica da parte de DEUS. Não se pode dizer com
certeza se o dom de línguas era o acompanhamento inevitável da vinda do
ESPÍRITO; o fato de que se menciona tão infreqüente mente e de que Paulo pensa
nele como dom especial não outorgado a todos os membros da igreja indicam que
não era um sinal invariável da conversão. O recebimento da dádiva nesta ocasião
ressaltava a conversão dos gentios de modo contrário a qualquer dúvida. (É
verdade que há a possibilidade de simular o dom de línguas; mas não é tão fácil
falsificar o genuíno louvor a DEUS. O contexto inteiro contraria qualquer
possibilidade de engano). Os gentios, libertados da sua inferioridade
religiosa, não sentiriam um calor estranho no seu coração, a ponto de
expressarem as suas emoções de modo fora do comum?
46b48.
Se DEUS já dera as boas-vindas aos gentios, só faltava a igreja fazer o mesmo.
O batismo viera a ser o sinal externo de recebimento entre o povo de DEUS. Era
o sinal da purificação do pecado, e, assim, do perdão (2:38), mas, ao mesmo
tempo, era visto como acompanhamento externo e sinal de ser interiormente
batizado no ESPÍRITO SANTO; este último não substituía o batismo na água. Visto
que os gentios já tinham sido batizados no ESPÍRITO SANTO, seguia-se que eram
elegíveis para serem batizados na água. Assim, Pedro postulou sua pergunta aos
cristãos judeus que o acompanharam, como representantes da igreja. É possível
que o emprego do verbo recusar (também empregado em 8:36 com referência ao
eunuco etíope) reflita uma frase estereotipada empregada no batismo. Não se
levantou objeção alguma, e, assim, Pedro mandou que os convertidos fossem
batizados. Embora Bruce (Atos, pág. 228) pense que há referência a uma ordem
aos convertidos ("Sejais batizados"'; cf. 2:38; 22:16), é talvez mais
provável que a ordem fosse dirigi da aos demais cristãos presentes no sentido
de realizarem o rito. Podemos comparar como Paulo, também, usualmente não
realizava batismos pessoalmente, embora fosse o fundador-evangelista da igreja
em Corinto (I Co I :14-17); não era necessário que o batismo fosse levado a
efeito por um apóstolo. Além disto, pode-se notar que a narrativa não dá a
entender que Cornélio ou seus amigos fossem circuncidados; na realidade, positivamente
exclui tal coisa (cf. 11 :3). Finalmente, a nova comunhão na igreja entre os
judeus e os gentios foi firmada através da permanência de Pedro com Cornélio
durante alguns dias. Ao mesmo tempo, esse intervalo permitiu que notícias do
ocorrido chegassem a Jerusalém antes de o próprio Pedro voltar para lá.
11
:1. A história da conversão de Cornélio seria incompleta do ponto de vista de
Lucas sem o acréscimo da quarta cena, na qual se descrevem os efeitos do
incidente sobre a igreja. Lucas se ocupa com os apóstolos como líderes da
igreja, e com os irmãos como seus membros comuns (1:15), e fala da" igreja
na Judéia (8:1; 9:31), que consistia do grupo em Jerusalém juntamente com os
cristãos espalhados nas circunvizinhanças. A reação destes cristãos judaicos à
resposta que os gentios deram ao evangelho seria da máxima importância para o
futuro.
2-3.
Foi, portanto, o "partido da circuncisão" que questionou Pedro acerca
daquilo que acontecera, tão logo voltou a Jerusalém. Literalmente, a frase
grega é os que eram da circuncisão, Lê, "os judeus de nascença"
(NEB). Não há sugestão de que havia um "partido" distinto na igreja
nesta etapa, especialmente antes de a questão da circuncisão ter surgido ao
ponto de levar as pessoas a tomar partido quanto a ela. Mesmo assim, séculos de
praxe judaica os levaram a criticar aquilo que, segundo os relatos, Pedro fizera,
especialmente no tocante ao seu comer junto com os gentios. Embora os gentios
houvessem sido convertidos, ainda existia o problema. Se os cristãos judaicos
se sentiam obrigados pelas leis judaicas acerca do alimento, não poderia haver
contato com cristãos gentios (nem contato com gentios não-cristãos) a não ser
que os gentios fossem
circuncidados
e passassem eles mesmos a observar as leis judaicas acerca dos alimentos. Que
este problema não era fruto da imaginação de Lucas vê-se pelo modo de o problema
ainda estar vivo na ocasião do incidente relatado em Gálatas 2:11-14 (quando
até mesmo Pedro voltou-se contra a sua praxe anterior). Por detrás do forte
sentimento dos cristãos judaicos talvez tenha havido o medo de que, se
cessassem de seguir a praxe do judaísmo, seriam atacados pelos seus
compatriotas judeus, assim como aconteceu com Estêvão e seus companheiros. A
situação, portanto, é perfeitamente plausível, e não há razão para compartilhar
do ceticismo de Dibelius (págs. 109-121) que contesta que o problema de comer
juntamente com os gentios desempenhasse qualquer papel na história original.
4-17.
A reação de Pedro diante da pergunta foi contar a história inteira por ordem
(para esta frase final, cf. Lc 1 :3), crendo que, depois de ela ser devidamente
ouvida (ao invés dos relatórios fragmentários e possivelmente confusos que já
haviam sido recebidos) forçosamente os interlocutores perceberiam que DEUS
levara Pedro a esta ação. Assim, a narrativa é repetida, com poucas diferenças
significantes da narrativa anterior, a não ser que é abreviada, e contada na
primeira pessoa do ponto de vista de Pedro.
O
relato naturalmente começa com a experiência do próprio Pedro, mais do que com
aquela de Cornélio, e descreve como entrou em êxtase enquanto orava, e viu a
visão do lençol que foi sendo baixado do céu, cheio de vários seres viventes (o
relato aqui inclui "feras", Lê, animais selvagens, juntamente com os
demais mencionados anteriormente). A narrativa da conversação entre a voz
celestial e Pedro é repetida sem variação significante. Imediatamente após o
sonho, três homens chegaram para convidar Pedro a ir para Cesaréia, e Pedro
ouviu uma mensagem do ESPÍRITO que o mandou acompanhá-Ios sem hesitar, ou
"sem fazer distinção (ver 10:17-20), i.é, sem tratá-Ios diferentemente dos
judeus. Juntamente com seus seis amigos,. portanto, foi para a casa daquele
homem; o homem, naturalmente, é Cornélio, e seu nome não é mencionado, pois
tanto os ouvintes de Pedro (que já sabiam algo acerca da história) quanto os
leitores de Lucas saberiam a quem se referia. Devemos, portanto, discordar da
declaração de Hilenchen (pág. 355) de que a narrativa não faria sentido aos
ouvintes de Pedro. Da mesma forma, não há motivos para ver quaisquer
"auto-contradições de vulto" entre os dois relatos. Haenchen vê
semelhante contradição no fato de que, no v. 11, os seis cristãos judaicos de
Jope já estão na casa de Simão, o curtidor na chegada dos mensageiros de
Cornélio; o detalhe é, de qualquer forma, absurdamente trivial, mas nada no
capítulo 10 comprova que os homens não estavam na casa naquela ocasião. No v.
13 Cornélio relata brevemente como vira o anjo, modo de narração que, mais uma
vez, visa os leitores de Lucas, e não precisa significar que Pedro falou de
modo ininteligível aos seus ouvintes. É somente aqui, porém, que ficamos
sabendo que a mensagem angelical prometeu a Cornélio que ouviria uma mensagem
que explica como ele poderia ser salvo, juntamente com os da sua casa (v. 1;4).
Este pormenor explica as declarações de Cornélio em 10:22, 33. O anjo emprega a
linguagem dos pregadores cristãos primitivos quando fala em ser salvo, mas esta
fraseologia já era conhecida no Antigo Testamento, e não causaria dificuldade
alguma a judeus ou prosélitos. Outra dificuldade tem sido vista na declaração
de Pedro de que o ESPÍRITO SANTO caiu sobre os ouvintes quando comecei a falar,
ao passo que no capítulo 10 já tinha pregado por algum tempo antes de qualquer
coisa acontecer. Esta dificuldade, também, é só na aparência. A razão de ser da
declaração de Pedro é que não tinha terminado o que queria dizer, e a força do
verbo "começar" não pode ser levada muito longe no grego hebraizado.
O
comentário de Pedro ressalta que a experiência dos convertidos gentios fora a
mesma que a daqueles que receberam originalmente o ESPÍRITO no principio, i.é,
no dia de Pentecoste. É significativo que ele compara a experiência dos gentios
com aquela do grupo no cenáculo, e não com aquela dos primeiros convertidos do
judaísmo: nada há que possa sugerir uma posição de "cidadão de segunda
classe" para os gentios. Além disto, Pedro vê na experiência dos gentios
um cumprimento do dito de JESUS em 1:5, quando relembrou Seus discípulos de
que, embora João batizara com água, eles seriam batizados com o ESPÍRITO SANTO.
Duas coisas se deduziram desta lembrança. A primeira foi que quando os gentios
receberam o ESPÍRITO, foram batizados no ESPÍRITO (quanto ao significado deste
termo, ver 1 :5), sendo que a experiência é idêntica àquela do Pentecoste, que
foi o primeiro cumprimento da profecia de JESUS. Em segundo lugar, se os
gentios já foram batiza dos no ESPÍRITO, então, muito mais, eram elegíveis para
serem batiza dos com água. Esta dedução talvez não pareça imediatamente óbvia,
sendo que a declaração no v. 16 (cf. 1 :5) parece fazer um contraste entre o
batismo com água e o batismo no ESPÍRITO; mas é provável que a expressão queira
dizer: "João batizava (meramente) com água, mas vós sereis batizados (não
somente com água mas também) com o ESPÍRITO SANTO".122 A igreja, que batizava
com água, era, portanto, compelida a batizar os gentios que creram; doutra
forma, serviria como empecilho para a vontade de DEUS ser cumprida. Emerge,
incidentalmente, desta declaração que Pedro toma por certo que o ESPÍRITO é
dado aqueles que crêem no Senhor JESUS CRISTO; o batismo com água é dado como
resposta à confissão da fé e, embora o derramamento do ESPÍRITO fosse a
evidência de que estava presente a fé, é provável que o batismo dos gentios
incluísse a sua confissão de fé.
18.
O argumento de Pedro comprovou-se convincente. Não somente foi silenciada a
crítica que se iniciara, como também os ouvintes expressavam louvor a DEUS por
que concedera aos gentios, e não somente aos judeus, a oportunidade de se
arrependerem dos seus pecados e, assim, de obterem a vida eterna (5 :20; 13:46,
48). Esta oportunidade foi forneci da na pregação do evangelho.
O
argumento de Pedro implicitamente asseverava que os gentios eram membros de
pleno direito da igreja e, portanto, que a circuncisão e a guarda da lei eram
desnecessárias para a salvação. Incluía, outrossim, a implicação mais lata de
que a distinção judaica entre comidas e pessoas puras e impuras era obsoleta.
Esta idéia, porém, seria como um abalo do mundo para os judeus, e não seria
aceita sem muita perscrutação do coração e controvérsia. Lucas não aborda
imediatamente este tema, e não sabemos até que ponto foram imediatamente
percebidas as plenas implicações da ação de Pedro. Conforme demonstrará a seção
seguinte de Atos, a iniciativa na missão aos gentios passou para a Antioquia, e
não fica claro até que ponto a igreja em Jerusalém estava disposta a seguir nos
passos de Pedro. Não devemos entender v. 18 no sentido de subentender que a
igreja em Jerusalém imediatamente entrou zelosamente numa missão aos gentios;
na realidade, parece nunca ter feito assim e, como resultado, perdeu sua
importância no decorrer do tempo.
Espada
Cortante 2 - Orlando S. Boyer - CPAD - Rio de Janeiro - RJ
O
ESPÍRITO SANTO na conversão - a casa de Cornélio.
O
apóstolo Pedro, ao pregar o Evangelho à casa de Cornélio, fez um grande e
revolucionário passo na obra de DEUS. Havia gentios na Igreja antes disso, mas
entraram pela porta do judaísmo. Isso é, eram gentios convertidos ao judaísmo
antes de aceitarem a CRISTO. DEUS, para conservar Seu povo santo, mandou que
Seus filhos se guardassem separados das nações. Mas nunca desejava que Israel
se mostrasse orgulhoso, odiando os povos de outras nações. Quando o Senhor
chamou a Abraão, o primeiro hebreu, chamou-o para que fosse uma bênção a todas
as nações, Gn 12.1-3. Isso se vê claramente, tanto na história de Rute, como na
de Jonas. E CRISTO ordenara que Seus discípulos pregassem o Evangelho a
"todas as nações" (Mt 28.19), "a toda a criatura" (Mc
16.15), "até aos confins da terra" (Atos 1.8). Mas foi um profundo
"mistério", uma grande surpresa, mesmo aos próprios apóstolos,
"que os gentios são co-herdeiros, e do mesmo corpo, e participantes da
promessa em CRISTO pelo Evangelho", Ef 3.3,6.
Cesaréia
(v.l): Era a capital romana da Palestina, onde residia o governador com o
grosso das tropas italianas.
Centurião
(v. 1 ): Comandante de cem homens, na milícia romana. Cornélio em caráter, era
muito parecido a um outro centurião, mencionado em Lc 7.4,5. Observem-se as
cinco virtudes gloriosas da vida de Cornélio:
1)
Piedoso (v.2): "Cheio de religião" (Versão Figueiredo), porém somente
um prosélito do judaísmo, no qual não achou o que sua alma anelava. Ou, é
provável, que Cornélio estava a ponto de se submeter às formalidades
necessárias para ser aceito como prosélito ao judaísmo. Assim procurava de DEUS
direção e sabedoria para alcançar verdadeira certeza e paz na alma.
2)
Temente a DEUS com toda a sua casa (v.2): Cornélio tinha a coragem de servir a
DEUS em um ambiente muito difícil. Era sincero e fervoroso até o ponto de todos
os membros de sua família, e mesmo seus servos e amigos, seguiram no mesmo
caminho. (Vede vv.7 e 24).
3)
Fazia muitas esmolas (v.2): Não era tão religioso que se esquecia do próximo,
nem como muitos que se enganam, confiando em boas obras para salvar-se. Não
fazia esmolas movido por uma superstição de que assim seria feliz, mas porque
temia a DEUS.
4)
De contínuo orava a DEUS (v.2): O que pedia em oração? (Vede Atos 11.14).
Deve
ser que desejava a certeza de salvação. Queria o que a sinagoga não podia dar.
Há
grande número de exemplos nas Escrituras dos três juntos: (a) grande peso ou
anelo de espírito, (b) oração e (c) visão.(Vede um exemplo desses três juntos
em Dn 9.1-22).
5)
Tem bom testemunho de toda a nação dos judeus (v.22): Apesar da inimizade entre
os judeus e os romanos, estes dominando e oprimindo aquele, Cornélio tinha o
favor dos judeus. Ele não era apenas um grande homem, era também, um bom homem.
Os dois característicos raramente vão juntos. Mas os dois juntos aumentam
mutuamente a glória um do outro; a bondade dá uma glória à grandeza, a
grandezas aumenta a esfera do serviço da bondade.
É
surpreendente notar o caráter do eunuco, de Saulo de Tarso e de Cornélio.
Apesar de serem piedosos e fervorosos na sua religião, careciam da salvação que
se encontra somente em CRISTO. A igreja nunca deve aceitar, como membros, os
que não renasceram, apesar de viverem irrepreensivelmente, "Aquele que não
nascer de novo, não pode ver o reino de DEUS",João 3.3. (Compare Atos
11.14 e 10.36-43) .
Viu
claramente em visão (v.3): A visão de Cornélio não era um sonho (compare 1 Reis
3.5-15), nem um êxtase (v.10), mas o que viu com os próprios olhos, quando bem
acordado. Reconheceu pelo aspecto do visitante que não era um ser humano, mas
um mensageiro enviado do céu.
DEUS
revela as coisas mais gloriosas aos que perseveram em oração. Aos humildes que
buscam o Senhor de coração, Ele abre os tesouros da Sua graça.
As
tuas orações e as tuas esmolas... (v.4): Os que oram sinceramente, dão esmolas.
"Dai antes esmolas do que tiverdes e eis que tudo vos será limpo", Lc
11.41. (Vede 1s 58.6,7).
Têm
subido para memória, diante de DEUS (v.4): Cornélio orava e dava esmolas, não
como os fariseus, para ser visto dos homens, e o anjo lhe informou que essas
orações e esmolas tinham subido para memória, diante de DEUS. (Compare Ap 5.8;
8.3,4).
Manda
chamar a Simão... Pedro (v.5): O anjo diante de Cornélio não lhe informou o que
devia fazer. Foi necessário mandar chamar um homem, pois a obra de anunciar o
Evangelho foi dada, não aos anjos, mas aos redimidos.
Havia
outros pregadores perto (cap. 8.40), mas Cornélio devia mandar buscar a Pedro
porque foi a esse que DEUS entregara as chaves e designara que fosse ele que
abrisse a porta aos gentios, como o fizera aos judeus no Pentecostes. (Compare
Mt 16.19 e Atos 2.14).
CORNÉLIO
MANDA CHAMAR PEDRO, 10.7,8.
10.7
"E, retirando-se o anjo que lhe falava, chamou dois dos seus criados e a
um piedoso soldado dos que estavam ao seu serviço.
8
"E, havendo-lhes contado tudo, os enviou a Jope.
Grande
foi a prova; este centurião devia mandar chamar um judeu desconhecido, talvez
sem instrução, mas por certo um homem sem distinção nem recursos, porque se
achava hospedado em casa de um curtidor! Cornélio, porém, não vacilou; apesar
de já ir muito tarde o dia (v.3), enviou imediatamente os três mensageiros, sem
fazer questão. É imprescindível agir sem vacilar em tudo que pertença a nossa
alma.
Subiu
Pedro (l() terraço para orar (v.9): Pedro não apenas proclamava a Palavra,
instando, houvesse ou deixasse de haver oportunidade, esforçava-se, também, em
oração. Subiu ao eirado, onde, talvez, escondido atrás do parapeito da casa,
podia orar a sós. Foi "enquanto lhe preparavam" algo para comer,
v.10. Os que conhecem a delícia de ficar na presença de DEUS em oração, nunca
se sentem aborrecidos por falta de um passatempo terrestre. Pedro orava "à
hora sexta" (v.9), isto é, ao meio dia, indicando que seguia o exemplo de
Davi, que clamava a DEUS "de tarde, e de manhã e ao meio dia", SI
55.17. Se é demais passar o tempo sem comer ao meio dia, quanto mais sem
renovar a nossa alma ao meio dia. Enquanto se preparava o almoço, Pedro orava.
Queria saber, talvez, onde devia ir anunciar CRISTO.
Cornélio
e Pedro estavam separados um do outro em posição social, ofício, em
nacionalidade e por distância. Ambos, porém, oravam e o resultado das suas
orações foi um avivamento espiritual que demoliu todas as barreiras entre os
judeus e os gentios. Por meio de orações penitentes e sinceras desaparecem as
divisões que perturbam a humanidade. Quanto mais perto de DEUS, tanto mais
perto chegamos uns dos outros.
Sobreveio-lhe
um arrebatamento de sentidos (v. 10) : Compare o êxtase de Pedro, nesta
ocasião, ao arrebatamento de Paulo (2 Co 12.2,3), ao profundo sono, no horror
de grandes trevas, que caiu sobre Abraão (Gn 15.12), ao êxtase de Paulo quando
orava no templo (Atos 22.17), e à experiência de João quando se achava no
ESPÍRITO, Ap 4.2.
Um
vaso, como se fosse um grande lençol (v. 11 ): Era símbolo do mundo.
De
quatro pontas (v. lI): DEUS quer ajuntar o Seu povo dos quatro cantos da terra.
Todos animais (v.12): Todos os povos do mundo, os cultos e os incultos, os bons
e os maus...
Não
faças tu comum ao que DEUS purificou (v.15): Aquele que fez a lei podia
anulá-Ia, quando e como quisesse. O que Pedro aprendeu da visão: 1) Que chegara
a época para os gentios entrarem na Igreja, vv.17-20. 2) Que começara uma nova
dispensação na qual DEUS não reconhece diferença entre os judeus e gentios,
v.28. 3) Que era o vontade de DEUS que os crentes judaicos entrassem nas casas
dos gentios para ter comunhão com eles e comer, v.27; capo 11.2,3,4. Que a lei
do Velho Testamento, acerca dos alimentos, foi abolida, mesmo como todas as
outras leis que levantassem barreira entre os judeus e gentios. Ef 2.13-16;
Atos 15.1,10,11,20,28,29.
Quando
deixamos de julgar qualquer homem impuro ou imundo (v.28), então reconhecemos
que CRISTO morreu por todos os homens, e assim fica completamente transformada
a nossa concepção dos povos mais desprezados (por exemplo, os selvagens) e a
nossa relação para com eles.
Por
três vezes (v.16): Como o sonho de Faraó foi duplicado, assim a visão do grande
lençol cheio de toda espécie de animais foi triplicada a Pedro, "porque
esta coisa é determinada de DEUS", Gn 41.32.
PEDRO
RECEBE OS MENSAGEIROS DE CORNÉLIO, 10.17-22.
Pensando
Pedro naquela visão (v.18): Os que anelam saber a vontade de DEUS têm de
meditar no que Ele diz. Se quisermos compreender as Escrituras, devemos meditar
nelas de dia e de noite.
Levanta-te...
(v.20): Os que anelam saber a vontade de DEUS não devem continuar para sempre
com os olhos fitos nas Escrituras, nem para sempre orando. DEUS nos diz, como
disse à beira do mar Vermelho: "Por que clamas a mim? dize aos filhos de
Israel que marchem", Êx 14.15.
Foram
com ele alguns irmãos de Jope (v.23): O grupo que viajou de Jope à casa de
Cornélio, em Cesaréia, consistia de dez homens: os três enviados de Jope (v.7),
os seis que Pedro levou consigo (cap. 11.12), e o próprio apóstolo Pedro. Vê-se
nisso o cuidado, a admiração e a perplexidade de Pedro no maravilhoso passo de
levar a Mensagem aos gentios.
Tendo
já convidado os seus parentes (v.24): Convém-nos seguir o exemplo de Cornélio.
Pedro ao chegar a Cesaréia, encontrou um bom auditório de almas sedentas e famintas
para ouvirem a Mensagem de Salvação pela primeira vez.
Não
é lícito a um varão judeu a juntar-se ou chegar-se a um estrangeiro (v.28):
Lembremo-nos sempre de que isso não foi a lei de DEUS mas o decreto dos que
dominavam o povo de DEUS. Estes não proibiam que conversassem com os gentios,
nem de negociar com eles nas praças, mas somente que não comessem com eles, nem
entrassem nas casas deles.
Este
vibrante sermão é resumido para nós em pouco mais de duzentas palavras. O tema,
como no primeiro discurso de Pedro (cap. 2.14-41) é a salvação pe. O sermão
inclui o batismo de João, a obra de JESUS de Nazaré, libertando os oprimidos do
diabo, a Sua morte na cruz, Sua ressurreição com incontestáveis provas, Sua
vinda novamente como juiz dos vivos e dos mortos, Sua oferta de salvação a
todos os que crêem. Ao discurso não falta coisa alguma; tudo está completo e
ardendo com o amor de CRISTO.
DEUS
ungiu a JESUS de Nazaré com o ESPÍRITO SANTO (v.38): Compare Mt 3.16. 1) Ungiu
refere-se ao costume divino, do Velho Testamento, de ungir líderes chamados por
DEUS, com óleo, como símbolo de autoridade necessária para o seu ministério. O
óleo é símbolo de fertilidade, utilidade, vida perenal e de formosura.
Igualmente o crente ungido com o ESPÍRITO tem tudo isso. 2) DEUS ungiu a
JESUS... com virtude (v.38): Não somente falava do poder, também o manifestava.
De vez em quando um pregador dá lugar para o ESPÍRITO SANTO fazer o que os
outros só falam de deixá-Lo fazer, e há logo um verdadeiro avivamento. 3) Foi
ungido para servir: Andou fazendo bem (v.38): Era o servo de Jeová, Is 42.1;
52.13; 53.11; compare Lc 22.27. Quando pediram ao general Booth, do Exército da
Salvação, uma saudação para o mundo inteiro, respondeu com uma só palavra:
"Outros", isto é, o próximo. 4) Foi ungido para destruir as obras de
Satanás: Curando a todos... (v.38): Nota-se o
contraste
entre CRISTO e Satanás: O diabo anda em redor... como leão rugindo, buscando a
quem possa devorar, 1 Pe 5.8. JESUS durante os três anos e meio do Seu
ministério andou por toda a parte desfazendo as obras de Satanás, Lc 13.16; Hb
2.14,15; l João 3.8; Lc 4.18.
Dizendo
Pedro ainda estas palavras (v.44): O ESPÍRITO SANTO desceu sobre todos antes de
o pregador conseguir fazer o apelo. Todo o que nEle crê, recebe remissão de
pecados; os ouvintes sentiam grande fome e creram com todo o coração, alma e
força, Rm 10.17. O resultado foi que o coração foi purificado pela fé (Atos
15.8,9) e foram batizados no ESPÍRITO SANTO.
Porque
os ouviam.falar línguas, e magnificar a DEUS (v.46): A lei exigia só "duas
ou três testemunhas" (2 Co 13.1), mas Pedro, para entrar em casa de gentio
para pregar, levou consigo seis! (Vede capo 11.12). Note-se bem o que foi que
tirou toda a dúvida destes judeus endurecidos: "Porque ouviam falar outras
línguas e magnificar a DEUS." A palavra "porque" nesta passagem
mostra que na Igreja Primitiva, o falar em línguas era prova do batismo no
ESPÍRITO.
Pode
alguém porventura recusar.. (v.48): Vê-se nisto a importância do batismo nas
águas. Até pessoas já batizadas no ESPÍRITO SANTO deviam obedecer à ordenança
do batismo nas águas.
I
DEUS
seja louvado pela sua iniciativa em prover, quer da perspectiva passada,
presente ou futura, graciosamente a salvação. DEUS tem de ser louvado, porque
nEle surge uma nova comunidade que essencialmente derruba a antiga barreira
racial existente entre judeus e gentios. Esse acontecimento ocorre no contexto
cuja vontade soberana de DEUS é exercida. Busquemos em DEUS, no exemplo de seu
Filho JESUS CRISTO e na força do ESPÍRITO SANTO, uma vida autenticamente cristã
onde não haja barreira para os relacionamentos com os irmãos em CRISTO, que são
"a Igreja de DEUS". Uma excelente e abençoada aula!
OBJETIVOS
- Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conhecer
a origem dos gentios no Antigo Testamento.
Aplicar
a missão e a salvação entre os gentios nos Evangelhos e nos Atos dos apóstolos.
Conscientizar-se
que judeus e gentios formam a Igreja mediante a cruz..
OS
JUDEUS E OS GENTIOS ANTES E DEPOIS DA CRUZ DE CRISTO
ANTES
DEPOIS
A
Humanidade, para os judeus, dividia-se em duas raças: os judeus, e todo o resto
da humanidade, os gentios;
Os
gentios estavam separados de todos os privilégios concedidos aos judeus por
DEUS (Ef. 2.11-13);
A
antiga religião judaica representava uma grande barreira aos gentios.
A
Humanidade passa ser dividida em três povos: Judeus, Gentios e Igreja (Judeus e
Gentios - 1 Co 10.32);
Em
CRISTO,judeus e gentios estão "perto", não há parede;
A
antiga religião judaica não representa mais barreira aos gentios.
RESUMO
DA LIÇÃO 10- O EVANGELHO PROPAGA-SE ENTRE OS GENTIOS
INTRODUÇÃO
DEUS
não faz acepção de pessoas (At 10.34).
I.
OS GENTIOS NO ANTIGO TESTAMENTO
A
DEUS não restou outra alternativa senão destruir a primeira civilização através
de um dilúvio universal (Gn 6 - 9).
1.
Um novo começo com Noé.
2.
A exclusividade dos descendentes de Abraão (Gn 15.5.6).
II.
OS GENTIOS EM O NOVO TESTAMENTO
1.
Nos Evangelhos.
2.
Nos Atos dos Apóstolos.
3.
Missão e Salvação entre os Gentios.
III-
JUDEUS E GENTIOS UNIDOS POR DEUS MEDIANTE A CRUZ
1.
A Igreja de DEUS.
2.
Expansão da igreja entre os gentios.
"Israel e a Igreja
Nos
capítulos iniciais de Atos dos Apóstolos, a recepção judaica à mensagem do
evangelho foi poderosa e inquietou os líderes judaicos. Mas, depois, iniciou-se
a reação e a perseguição judaicas para que a Igreja se dispersasse. Em alguns
locais, a mensagem foi tirada da sinagoga e oferecida diretamente aos gentios
que responderam de forma favorável (At 13.46; 18.6; 28.28). Esse padrão híbrido
de recepção judaica, perseguição e busca dos gentios foi comum, em especial, no
ministério de Paulo. Os após tolos iniciaram na sinagoga, pois criam que a
mensagem de CRISTO era também para os de Israel. As igrejas locais
desenvolveram-se por necessidade de sobreviver em face da rejeição. Essas
realidades fizeram com que Lucas, em Atos dos Apóstolos, falasse de forma
reiterada sobre os mensageiros da Igreja 'se voltarem para os gentios' e
'advertirem Israel'. Esses temas, com freqüência, aparecem lado a lado e
dominam o último terço do livro de Atos dos Apóstolos. Eles mostram que a
Igreja não era Israel e que essa distinção tornou-se uma realidade do ponto de
vista histórico" (ZUCK, Roy B. et aI. Teologia do Novo Testamento. l.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2008, pp.160-61).
"A
inclusão dos Gentios na Única e Nova Humanidade em CRISTO (Ef 2.13-18)
Paulo
continua a descrever como a obra da redenção torna as pessoas um só povo em
CRISTO. O verso 1 3 começa com duas frases importantes: r 'Mas, agora' que
aparece em contraste com 'antes' (v. I I) e 'naquele tempo' (v.12); e 'em
CRISTO JESUS', que aparece em contraste com 'sem CRISTO' (v. 1 2). Essas duas
expressões enfatizam como a situação dos gentios seria drasticamente
modificada, de estarem 'Ionge para chegarem 'perto'. Essa nova aproximação de
DEUS é tanto 'em CRISTO JESUS' como 'pelo sangue de CRISTO'. Essa última se
refere ao evento histórico da morte de JESUS na cruz; e a primeira está relacionada
à conversão dos Infiéis e sua presente união com CRISTO. Os cinco versos
seguintes explicam o que foi alcançado pela morte redentora de CRISTO na cruz.
Os
versos 14-18 revelam o âmago da mensagem de reconciliação de Paulo, e como DEUS
deu início ao seu eterno plano de reconciliação cósmica (embora não universal)
(1.1 O). A palavra principal nessa passagem é paz, e ela aparece quatro vezes
(w.14, 15, e duas vezes no verso 17).
O
verso 14 começa com uma declaração enfática: 'Porque ele [CRISTO] é a nossa
paz'. CRISTO, e somente CRISTO, nos deu a solução para esse problema que
infesta a raça humana, isto é, a separação de DEUS e de outras pessoas. Ele é a
Reconciliação do povo com DEUS e a Reconciliação das pessoas, umas com as
outras. Assim, o evangelho torna.se uma mensagem de reconciliação (2 Co
5.17-21). Por causa de seu sangue redentor (2.14), nesse ponto de Efésios Paulo
anuncia, em dois sentidos, o próprio CRISTO JESUS como sendo a 'nossa paz':
1)
Como pecadores, Ele nos reconcilia com DEUS pela cruz (v. 16) e
2)
Reconcilia grupos mutuamente hostis entre si (tais como judeus e gentios) e de
ambos os povos faz um' (v. 14b; também w.15, 16, 17 e 18).
A
reconciliação é o tema central desta passagem. Nada, a não ser o evangelho,
poderá nos oferecer, genuinamente, a paz com DEUS (Rm 5.1), 'e nada, a não ser
o evangelho, poderá remover as barreiras que dividem a humanidade em grupos
hostis em sua própria época' (Bruce, 1961, 54). A paz entre judeus e gentios
exigia a destruição da 'parede de separação que estava no meio' (v. 14c).
Nenhuma distinção por cor, conflito étnico, separação por classes ou divisão
política era mais absoluta que a barreira entre judeus e gentios no primeiro
século d.C. Bruce acrescenta: 'O maior triunfo do evangelho na era apostólica
foi que ele venceu essa antiga e longa desavença e permitiu que judeus e
gentios se tornassem verdadeiramente um único povo em CRISTO'" (Comentário
Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004,
pp.1219-20).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
PAZ DO SENHOR
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.