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segunda-feira, 20 de junho de 2016

Escatologia doutrina do milenio (2)



                  
            O que a Bíblia diz sobre o Milênio? (parte 2)


Com o Anticristo, o Falso Profeta e os representantes das nações opressoras de Israel para sempre no Inferno, além de Satanás aprisionado por mil anos no Abismo (cf. Ap 19.11-20.3), o mundo terá um novo começo. Haverá mil anos de paz, justiça e prosperidade, sob o comando do Rei dos reis e Senhor dos senhores (Is 33.22). Como o próprio termo “milênio” sugere, será um período de mil anos em que a Igreja reinará com Cristo na Terra (Ap 20.4). Trata-se de uma época áurea, aguardada com muita ansiedade por Israel e pela Igreja. Se alguém pensa que os judeus estão equivocados quanto a esperarem um Reino messiânico na Terra (Lc 2.38; At 1.6), é bom atentar para o fato de que o próprio Senhor Jesus não tirou deles essa esperança. Ao ser perguntado sobre o tempo da restauração do tal Reino, Ele apenas respondeu: “Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder” (At 1.7). Mas não é somente Israel que tem essa esperança.

A oração diária de quem ama a Segunda Vinda de Cristo é: “Venha o teu Reino”, pois hoje já fazemos parte do Reino de Deus — que implica domínio divino nos corações do seu povo e no meio dele (Mt 12.28; Jo 14.23; Mc 9.1; Cl 1.13) —, mas o Milênio será estabelecido na Terra, literalmente (1 Co 15.24-28). O Reino Milenar é também a última dispensação: a da “plenitude dos tempos”, ainda que alguns insistam em dizer que as dispensações foram “fabricadas” pelos dispensacionalistas. Um exame sem preconceito de algumas passagens bíblicas é suficiente para nos convencer de que o Senhor sempre teve as suas maneiras de tratar com a humanidade, fazendo com ela alianças que ensejaram dispensações, por assim dizer (cf. Gn 2.15-17; 3.9-24; 9.8-17; 12.1-3; Êx 20—23; Dt 28; Jo 1.17). De acordo com Efésios 1.9,10, para o Milênio convergem todas as alianças e períodos mencionados na Bíblia.

O SONHO PROFÉTICO DE NABUCODONOSOR

Nos dias do profeta Daniel, o Senhor deu um sonho a Nabucodonosor, pelo qual se resume a história dos impérios mundiais — que realmente existiram! —, a partir do babilônico, até chegar ao tempo do Milênio. Este, todavia, não será propriamente um império, e sim o Reino de Cristo. Um império prevalece pela imposição; mas, mesmo no período em apreço, Jesus não obrigará ninguém a recebê-lo como Senhor e Salvador. Tal sonho teria sido um devaneio, sem nenhuma importância no plano escatológico, caso o Deus do Céu não tivesse revelado a sua significação a seu servo Daniel (Dn 2.27-45).

O rei viu uma grande estátua. Ela tinha as seguintes características: cabeça de ouro fino; peito e braços de prata; ventre e coxas de cobre; pernas de ferro; pés de ferro e barro. E foi atingida nos pés por uma pedra cortada sem auxílio de mãos (vv. 31-34). Daniel disse ao imperador da Babilônia que ele era a cabeça de ouro; e que, depois dele, se levantaria outros dois reinos inferiores, representados pela prata e pelo cobre (vv. 36-39). Segundo a História, os dois impérios que vieram após o babilônico foram o medo-persa, fundado por Ciro, em 539 a.C., e o grego, estabelecido por Alexandre o Grande, em 330 a.C. Este, aliás, teria domínio sobre toda a Terra (v. 39).

Daniel explicou que as pernas de ferro da estátua também representavam um reino, que “será forte como o ferro; pois, como o ferro esmiúça e quebra tudo, como o ferro quebra todas as coisas, ele esmiuçará e quebrantará” (v. 40). Sabemos, pela História, que esse quarto império mundial foi o romano; este, com a sua truculência, dominou o mundo a partir de 67 a.C., numa amplitude sem precedentes. Quanto aos pés da estátua e seus artelhos em ferro e barro, Daniel explicou que se tratava de um reino dividido: firme como o ferro; e, ao mesmo tempo, frágil como o barro. O fato de esses dois elementos não se misturarem denota que o tal império (uma confederação de reinos), não se entenderia; seria um grande governo, porém dividido (vv. 41-43).

Ferro alude a um governo ditatorial, totalitário; simboliza blocos compactos; indica poder centralizado. Barro aponta para o governo do povo, democrático, republicano, formado de partículas soltas. Sabemos, também pela História, que, depois do Império Romano, surgiram alguns estados nacionalistas fortes, e outros, fracos, os quais, ao longo dos séculos vêm tentando uma grande e forte coalizão, mas sem sucesso. Haja vista a União Europeia, formada por países fortes, como Alemanha e França, e fracos, como Letônia e Lituânia.

Após ter sido atingida nos pés pela pedra cortada sem mãos, a estátua foi esmiuçada por completo. Ferro, barro, cobre, prata e ouro tornaram-se pó, e este foi levado pelo vento (vv. 34,35). A pedra, então, cresceu e se transformou em um grande monte e encheu toda a Terra (v. 35). Daniel disse a Nabucodonosor que, nos dias desses reis, Deus levantará um Reino que jamais será destruído, o qual esmiuçará e consumirá todos os outros reinos (vv. 44,45). À luz da Palavra profética, os pés da estátua, com os seus dez dedos, representam os reinos que formarão a base para a ascensão da Besta (cf. Ap 13.1; Dn 7.24,25). E exatamente os pés serão atingidos pela Pedra! O Milênio será, portanto, o último Reino mundial — literal, assim como os impérios mencionados —, que sobrepujará a todos os impérios que antes dele existiram, principalmente o do Anticristo.


                 O que a Bíblia diz sobre o Milênio? (parte 3)

Dando sequência a esta série — que será concluída com o próximo artigo, o qual será publicado até amanhã, se Deus quiser —, responderemos algumas importantes perguntas sobre o Milênio. Quando e onde será o Reino de Cristo na terra? Quais são as suas principais características? Leia com atenção e confira as referências bíblicas.

QUANDO SERÁ O MILÊNIO?

Em Lucas 21 — passagem correlata de Mateus 24 —, Jesus disse que Jerusalém seria pisada pelos gentios até que os tempos deles se completassem. A expressão “tempos dos gentios” (v. 24) alude ao tempo em que Israel permaneceria sob o domínio estrangeiro. Esse período começou quando uma parte dos israelitas foi levada cativa pelos babilônios, em 586 a.C., e terminará efetivamente quando Cristo inaugurar o Milênio. À luz do sonho que o Senhor deu a Nabucodonosor, mencionado no artigo anterior, o domínio dos gentios começou com a Babilônia (cabeça de ouro). Esse controle continuou com a coligação do Império Medo-Persa (peito e braços de prata); e com a Grécia (ventre e coxas de cobre).

Os tempos dos gentios avançaram com as pernas de ferro do Império Romano — isso alude a três coisas: (1) a extensão desse império (as pernas são a parte mais longa do corpo); (2) a sua divisão em Ocidental e Oriental (duas pernas); e (3) a sua rudeza ditatorial e totalitária (ferro). Esse período de domínio gentílico permanecerá até que os pés da estátua (o Império do Anticristo) sejam atingidos pela Pedra cortada sem mãos: Jesus Cristo, o Rei dos reis.

Nos tempos dos gentios, o mundo não melhorará em nenhum aspecto. Os elementos da estátua, como vimos no artigo anterior, foram ficando inferiores, além de terem sido descritos por Daniel de cima para baixo, da cabeça aos pés: ouro, prata, cobre, ferro, ferro com barro, até que tudo se transformou em pó. A Pedra virá do alto, do Céu, o que é uma alusão clara à Manifestação do Senhor em poder e glória para destruir os inimigos de seu povo, no Armagedom, e estabelecer o seu Reino na Terra (cf. Ap 19.11-16; 20.2-6).

ONDE SERÁ O MILÊNIO?

Alguns consideram o fato de Cristo reinar na Terra durante mil anos uma utopia. Dizem que Deus não desceria de sua alta posição para reinar no mundo. Tais teólogos, cuja fonte de autoridade é o próprio raciocínio, se esquecem de que o Senhor Jesus já fez algo muito mais inconcebível! Sendo em forma de Deus, aniquilou-se a si mesmo e viveu entre os homens como um servo! E mais: morreu como um homem pelos nossos pecados (Fp 2.6-8)! Por que não viria ao mundo para reinar com vara de ferro? Em 1 Coríntios 6.2 está escrito que os santos julgarão o mundo. Onde e quando será isso? No Juízo Final? Não! Esse julgamento será durante o reinado de Cristo (cf. Ap 11.15; 2.26,27).

As profecias são claras quanto ao fato de que a capital do Milênio será Jerusalém (Is 2.2,3; 62.4; 60.1-3; 66.20; Mq 4.8-13). Mas não devemos fazer confusão entre a Jerusalém terrestre e a celestial. A sede do governo de Cristo estará num lugar onde existe mar (Ez 47.15). E, acerca da Nova Jerusalém, está escrito: “E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe” (Ap 21.1). Cristo reinará, então, na Terra, na Jerusalém terrena (Ap 21.2). Não há dúvidas de que o “marido”, nessa passagem, é Jesus Cristo; e a Nova Jerusalém descerá para Ele.

Entretanto, os salvos transformados não estarão restritos à Jerusalém terrestre, em razão de já estarem em corpos glorificados (Rm 8.17,18,30; Cl 3.4; 1 Pe 5.1); eles terão livre acesso à Terra. Como isso será possível? Lembremo-nos de que os salvos terão um corpo semelhante ao do Cristo ressurreto (Fp 3.21). E o Senhor, após a sua ressurreição, além de não estar sujeito às leis da natureza, podia interagir com os seus discípulos (cf. Lc 24.15,31; Jo 20.19,26).

QUEM PARTICIPARÁ DO MILÊNIO?

No Milênio haverá dois grupos distintos na Terra: a Igreja glorificada e os povos naturais. Os salvos transformados, que já estarão com os corpos glorificados (Fp 3.20,21), terão incumbências nesse governo. Eles poderão interagir com os povos naturais, similarmente ao que aconteceu com Jesus, depois de sua ressurreição (Lc 24.39; Jo 20.19,27). Os judeus salvos, os gentios absolvidos no Julgamento das Nações, todos sobreviventes da Grande Tribulação, além do povo nascido durante os mil anos, também ingressarão no Milênio.

As pessoas cujos corpos não foram transformados terão o seu desenvolvimento normal; haverá, então, nascimentos e mortes. E, apesar de o Tentador estar aprisionado, o pecado ainda prevalecerá no coração dos não-glorificados (Is 65.20). Haverá um grande derramamento do Espírito, primeiramente sobre Israel, o qual terá início no fim da Grande Tribulação e se estenderá por todo o Milênio (Zc 12.10; Ez 36.27). Deus prometeu, por meio de Ezequiel: “Nem esconderei mais a minha face deles, quando eu houver derramado o meu Espírito sobre a casa de Israel, diz o Senhor JEOVÁ” (39.29).

Leia também Zacarias 6.12,13,15. Esta passagem não deixa dúvidas quanto à reconstrução do Templo, em Jerusalém, a qual se dará em algum momento, antes ou durante o Milênio. O certo é que, nesse período, a Casa de Deus estará em plena atividade; em Ezequiel 40-44 temos uma descrição profética detalhada sobre isso. Não haverá no Templo milenar a presença da arca, haja vista esta representar a presença daquEle que estará entre os seus servos, em pessoa, literalmente, reinando.

Israel possuirá toda a terra prometida. Os servos de Deus galardoados participarão do Reino de Cristo em toda a Terra (cf. Lc 19.17). Contudo, uma organização por Estados será feita pelo Senhor, tendo Israel como ocupante do território que o Senhor tencionou entregar-lhe no passado, isto é, desde o Mediterrâneo até ao rio Eufrates (cf. Gn 15.18; 17.8; Êx 23.31; Ez 48).

QUAIS SERÃO AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO MILÊNIO?

1. Paz abundante (Is 54.13). Toda e qualquer oposição a Cristo será coibida. Não haverá a supremacia de uma nação, como vemos hoje. Embora a sede do governo seja Jerusalém, é Jesus quem reinará sobre a Terra, e não Israel: “naquele dia um só será o Senhor, e um só será o seu nome” (Zc 14.9). Não haverá nenhuma guerra (Ez 39.9,10; Is 2.4; Mq 4.3,4). O Egito e a Assíria — que hoje compreendem parte dos territórios da Síria e do Iraque — temerão ao Senhor, ao lado de Israel (Is 19.21-25). O que hoje é inconcebível, haja vista essas nações, em suas atuais configurações, representarem uma ameaça constante ao povo israelita, se tornará realidade.

2. Justiça para todos. Segundo a Palavra de Deus, o Rei dos reis “julgará com justiça os pobres, e repreenderá com equidade os mansos da terra, e ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos seus lábios matará o ímpio” (Is 11.2).

3. Grande fertilidade no gênero humano e moradia para todos. “E as ruas da cidade se encherão de meninos e meninas, que nelas brincarão” (Zc 8.5; cf. Jr 30.19; 33.22; Os 1.10; Is 60.22; 65.22). Todos terão um lugar para morar: “E edificarão casas e as habitarão; plantarão vinhas e comerão o seu fruto. Não edificarão para que outros habitem, não plantarão para que outros comam, porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore, e os meus eleitos gozarão das obras das suas mãos até à velhice” (Is 65.21,22).

4. Longevidade e saúde (Zc 8.4,5; Is 65.19,20,22). Hoje há muitas enfermidades, todas decorrentes dos efeitos deletérios do pecado. O germe deste ainda estará no coração dos povos naturais; contudo, ele não mais terá poder sobre o corpo das pessoas: “E morador nenhum dirá: Enfermo estou; porque o povo que habitar nela será absolvido da sua iniquidade” (Is 33.24). A morte, pois, será uma exceção, e não uma regra (Is 65.20).

5. Ausência do instinto de ferocidade dos animais (Is 11.6-9; 35.9; 65.25; Ez 35.25). Eles não mais se atacarão nem serão agressivos quando os seres humanos deles se aproximarem; voltarão a comer ervas (Gn 1.30).

6. Prevalência do pecado entre os povos naturais. Satanás, o Tentador, estará preso, mas a natureza caída continuará a mesma nos povos naturais. Em razão das bênçãos do reinado e da presença pessoal de Cristo, a atividade pecaminosa será bem pequena: uns casos aqui e ali. Além disso, haverá grande temor, pois o Senhor agirá com rigor em relação àqueles que pecarem (Ap 19.15). Em Isaías 65.20 está escrito: “Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não cumpra os seus dias; porque o jovem morrerá de cem anos, mas o pecador de cem anos será amaldiçoado”. Esta profecia enfatiza que haverá morte no Milênio, não obstante a implícita menção do prolongamento da duração da vida humana (uma pessoa de cem anos será considerada jovem). Além disso, ela revela que existirão pecadores no mesmo período.

De acordo com Zacarias 14.17, o pecado não será removido da Terra no Reino Milenar. Nesta profecia vemos que haverá total ausência de chuva para as nações que não subirem a Jerusalém para adorar o Senhor. E isso é uma prova de que existirão desobedientes no Milênio. E eles serão punidos. O Senhor não obrigará ninguém a adorá-lo; Ele continuará respeitando o livre-arbítrio (Zc 14.16-18; cf. Dt 30.19; 2 Cr 7.14,15). No entanto, como Ele é o único Rei e Senhor — e essa verdade será ainda mais patente no Milênio —, quem não quiser adorá-lo sofrerá as consequências de sua má escolha (Zc 14.19; cf. Is 1.19,20).

Maranata! fonte CPADNEWS




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