SUBSIDIOS JUNIORES LIÇÕES CPAD
N.1 3 TRIMESTRE2016
As lições desse
trimestre colocam em pauta temas pertinentes tanto à sociedade em geral como
aos cristãos de modo particular. Argua seus alunos informalmente sobre o
significado de ética. O que entendem por comportamento ético? Como a ética pode
ser aplicada ao cotidiano? Peça-lhes para descrever características do que
consideram atitudes antiéticas. Não espere deles definições científicas. Explore
todas as possibilidades expressadas em suas respostas. Não se preocupe em
tratar o assunto como uma questão fechada. Conduzi-los à reflexão deve ser o
ponto alto desta lição.
Como investigadora da
conduta ideal, a ética propõe questões que avaliam os passos do homem
apreciadas do ponto de vista do bem e do mal.
Sendo assim, seu
estudo foge do âmbito estritamente humano e passa a ser motivo de aferição
fundamentada na Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada que não muda ao sabor das
circunstâncias.
Ética é uma questão
pessoal ou coletiva? Quais as implicações decorrentes do comportamento
antiético para a igreja local, para a comunidade onde ela está inserida e para
a comunidade cristã como um todo? É possível ser ético sem afastar-se do
convívio com não crentes? Isolar-se seria uma solução? A não observação dos
preceitos éticos é a mesma coisa que pecar?
Se fosse possível
reduzir o conceito de ética, a máxima poderia ser: “Portanto, tudo o que vós
quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós...” (Mateus 7.12).
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Prepare-se
convenientemente para as próximas lições! Como você pode constatar, os temas
deste trimestre não são fáceis. Portanto, não perca tempo, pesquise o máximo
que puder. Visite uma boa biblioteca. Estude com afinco todos os dias da
semana. Observe os seguintes princípios:
1. Preparar cada
lição, estudando-a como assunto novo, mesmo que este lhe pareça conhecido.
2. Estudar bem a lição
até que o assunto se torne bem conhecido e bem claro.
3. Estudar bem o
assunto até que a lição se desenvolva em uma sequência lógica.
4. Ao preparar a
lição, procurar relacionar cada parte dela às necessidades dos alunos.
5. Usar métodos e
materiais adequados.
6. Planejar tudo de
modo que todos os alunos participem.
7. Ter alvos
específicos: sabendo o que seus alunos devem sentir, saber, e fazer como
resultado do estudo desta lição.
COMENTÁRIO
Entender o que é certo
e o que é errado, num mundo em que estão invertidos os valores morais gravados
por Deus na consciência do ser humano e ao mesmo tempo exarados no Livro do
Senhor, não é tarefa fácil. Graças a Deus, temos o maior e melhor referencial
ético que o mundo já conheceu: a Palavra de Deus. Ela é lâmpada e luz divinas,
tanto para nosso ser interior como para nosso viver exterior. Neste trimestre,
apresentaremos uma visão panorâmica da Ética partindo do ponto de vista bíblico
sobre o qual o cristianismo fundamenta seus valores. Esperamos contribuir para
o entendimento do assunto, tecendo considerações sobre alguns casos éticos
típicos, considerando o limitado espaço dos comentários que não permite uma
abordagem mais ampla.
I. CONCEITUAÇÃO E DEFINIÇÕES
1. Ética como ciência
secular. A Ética é um aspecto da filosofia. A Filosofia está segmentada em seis
sistemas tradicionais: Política, Lógica, Gnosiologia, Estética, Metafísica e
Ética que é o objeto de estudo de Lições Bíblicas neste trimestre.
Para compreendermos
melhor o sentido de Ética, vejamos, de forma sintética, em que se constituem os
outros aspectos aos quais ela está agregada no contexto filosófico.
Dentre suas muitas
acepções, filosofia é o saber a respeito das coisas, a direção ou orientação
para o mundo e para a vida e, finalmente, consiste em especulações acerca da
forma ideal de vida. Em suma, é a história das ideias. Tudo isto sob a ética
humana. Precisamos aferir o pensamento humano com os ditames da Palavra de Deus
que são terminantes, peremptórias, finais. O homem, seja ele quem for, é
criatura, mas Deus é o Criador (Os 11.9; Nm 23.19; Rm 1.25; Jó 38.4).
Todos os campos de
pensamento e de atividades têm suas respectivas filosofias. Há uma filosofia da
biologia, da educação, da religião, da sociologia, da medicina, da história, da
ciência etc. Consideremos entretanto, os seis sistemas acima mencionados que
foram sistematizados por três antigos pensadores: Sócrates, Platão e
Aristóteles.
a) Política — Este
vocábulo vem do grego polis e significa “cidade”. A política procura determinar
a conduta ideal do Estado, pelo que seria uma ética social. Ela procura definir
quais são o caráter, a natureza e os alvos do governo. Trata-se do estudo do
governo ideal.
b) Lógica — É um
sistema que aborda os princípios do raciocínio, suas capacidades, seus erros e
suas maneiras exatas de expressão. Trata-se de uma ciência normativa, que
investiga os princípios do raciocínio válido e das inferências corretas quer
seja partindo da lógica dedutiva quer seja da indutiva.
c) Gnosiologia — É a
disciplina que estuda o conhecimento em sua natureza, origem, limites,
possibilidades, métodos, objetos e objetivos.
d) Estética — É
empregada para designar a filosofia das belas-artes: a música, a escultura e a
pintura. Esse sistema procura definir qual seja o propósito ou ideal orientador
das artes, apresentando descrições da atividade que apontam para certos alvos.
e) Metafísica —
Refere-se a considerações e especulações concernentes a entidades, agências e
causas não materiais. Aborda assuntos como Deus, a alma, o livre arbítrio, o
destino, a liberdade, a imortalidade, o problema do mal etc.
f) Ética — É a
investigação no campo da conduta ideal, bem como sobre as regras e teorias que
a governam. A ética, o homem distanciado de Deus por sua incredulidade e seus
pecados, a estuda, entende e até se propõe a observá-la, mas não consegue, por
estar subjugado pelo seu eu, pelos vícios, pelo mundo, pelo pecado (Rm
2.15-19). Já os servos de Deus, pelo Espírito Santo que neles habita, triunfam
sobre o pecado (Rm 8.2).
Existem inúmeros
argumentos e considerações acerca deste tema, que será tratado aqui do ponto de
vista da ética bíblica a qual expõe Deus como fundamento e alvo da conduta
ideal.
2. Origem da palavra.
Ética vem do grego, ethos, que significa “costume”, “disposição”, “hábito”. No
latim, vem de mos (mores), com o sentido de vontade, costume, uso, regra.
3. Definição. Ética é,
na prática, a conduta ideal e reta esperada de cada indivíduo. Na teoria, é o
estudo dos deveres do indivíduo, isolado ou em grupo, visando a exata
conceituação do que é certo e do que é errado. Reiterando, Ética Cristã é o
conjunto de regras de conduta, para o cristão, tendo por fundamento a Palavra
de Deus. Para nós, crentes em Jesus, o certo e o errado devem ter como base a
Bíblia Sagrada, a nossa “regra de fé e prática”.
O termo ética, ethos,
aparece várias vezes no Novo Testamento, significando conduta, comportamento,
porte e compostura (habituais).
A ética cristã deve
ser fundamentada no conhecimento de Deus como revelado na Bíblia,
principalmente nos ensinos de Cristo, de modo que “...ele morreu por todos,
para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles
morreu e ressuscitou” (2 Co 5.15; Ef 2.10).
II. VISÃO GERAL DA
ÉTICA SECULAR E DA ÉTICA CRISTÃ
1. Antinomismo. Esse
ensino errôneo é humanista e secular. Tudo depende das pessoas, e das
circunstâncias. O filósofo incrédulo e existencialista Jean Paul Sartre, um dos
seus promotores, afirma que o homem é plenamente livre. Num dos seus textos,
ele escreve: “Eu sou minha liberdade; eu sou minha própria lei”.
a) Posicionamento
cristão. Esta teoria não serve para o cristão. Nela, o homem se faz seu próprio
deus. A Bíblia diz: “Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são
os caminhos da morte” (Pv 14.12). “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a
Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem” (Ec
12.13). O antinomismo é relativista, isto é, cada um age como quiser. É o que
ocorria com o povo de Israel quando estava desviado, sem líder e sem pastor (Jz
17.6 e 21.25).
2. Generalismo. Essa
falsa doutrina prega que devem haver normas gerais de conduta, mas não
universais. A conduta de alguém para ser chamada de certa ou errada depende de
seus resultados. É o que ensinava, no século XV, o descrente, político e
filósofo italiano Nicolau Maquiavel: “Os fins justificam os meios”.
a) Posicionamento
cristão. O generalismo não se coaduna com a ética cristã, pois, para o crente
em Jesus, não são os fins, nem os meios, que indicam se uma conduta ou ação é
certa ou errada. A Palavra de Deus é que é a regra absoluta que define se um
ato é certo ou errado. Ela tem aplicação universal. O dever de todo homem é
temer a Deus e guardar seus mandamentos (Ec 12.13). A Palavra de Deus não muda
de acordo com as circunstâncias, os meios ou os resultados. Deus vela para a
cumprir (Jr 1.12b; Mc 13.31).
Há outras modalidades,
formas e expressões da ética secularista, como o situacionismo, o absolutismo e
o hierarquismo, mas nada disso se coaduna ou se enquadra na ética bíblica,
tanto a declarativa, como a tipológica e a ilustrativa. Estamos mencionando
estas formas aqui porque o mundo fala muito nelas, mas não as cumpre.
O cristão ortodoxo na
sua fé, e fiel ao seu Senhor, terá sempre no manancial da Palavra de Deus tudo
o que carece sobre a ética, na sua expressão prática em forma de conduta,
compostura, costumes, usos, hábitos e práticas diuturnas da nossa vida para
agradar a Deus e dar bom testemunho dEle diante dos homens.
As abordagens éticas
humanas são todas contraditórias. Como seus autores, humanos e falhos. Uma,
como vimos, procura suprir as deficiências das outras. As abordagens éticas
conflitam entre si, deixando um rastro de dúvida e confusão em sua aplicação.
Por isso, devemos ficar com a Palavra de Deus, que não confunde o crente, nem
pode ser deixada de lado ao sabor dos meios, dos fins ou das situações. A
Palavra de Deus satisfaz plenamente.
VOCABULÁRIO
Absolutista:
Dominador, tirânica, despótica.
Circunstância:
Situação, estado ou condição de coisa(s) ou pessoa(s), em determinado momento.
Coadunar: Juntar,
incorporar, reunir; conformar, combinar.
Estética:
Tradicionalmente, estudo racional do belo, quer quanto à possibilidade da sua
conceituação, quer quanto à diversidade de emoções e sentimentos que ele
suscita no homem.
Gnosiologia:
Conhecimento, sabedoria.
Induzir: Causar,
inspirar, incutir; inferir, incitar, sugerir, persuadir.
Lógica: Conjunto de
estudos que visam a determinar os processos intelectuais que são condição geral
do conhecimento verdadeiro.
Metafísica: Filosofia,
ou parte da filosofia, cujo objetivo é a investigação da realidade última das
coisas. Seu ramo de estudo é a essência do ser. É o estudo do ser enquanto ser.
A Metafísica é também conhecida como Filosofia Primeira.
Radicalista: Doutrina
ou comportamento dos que visam a combater pela raiz as anomalias sociais
mediante a implantação de reformas absolutas.
Subjetivista:
Tendência a reduzir toda a existência à existência do pensamento em geral;
idealismo subjetivo.
Mais auxilios
Subsídio Teológico
“Princípios morais,
que são os mais abrangentes e importantes conceitos éticos, não se aplicam a
algumas atividades, mas a todas.
São, portanto,
princípios sem exceção, que não cedem a qualquer tipo de conveniência. ‘Que é o
que o Senhor pede de ti... senão que pratiques a justiça, e ames a
beneficência, e andes humildemente com o teu Deus?’ (Mq 6.8). Nunca estamos
dispensados de agir em justiça e amor.
Observe esses dois
princípios neste contexto. Ambos se referem a pessoas, à maneira justa de
tratá-las, e interesse em seu bem (bem mais elevado, e não apenas alegria ou
sucesso na vida). ‘O Senhor faz... justiça a todos os oprimidos’ (Sl 103.6) e
devemos fazê-lo também. Leis justas, governo justo, economia justa, preços
justos, salários justos, relações equânimes entre marido e mulher fiéis um ao
outro, relação pacífica equânime também entre as nações deste mundo. Devem ser
esses os nossos conceitos, pois procedem de Deus (Is 9.2-7; 11.1-5). A justiça
é um princípio distributivo que trata igualmente as pessoas” (Ética: As
Decisões Morais à Luz da Bíblia. CPAD, pág.60).
“A relevância do sal e
da luz pode ser notada pelos efeitos que exercem. Se o sal for insípido,
perderá totalmente o seu valor. Se a luz estiver apagada ou escondida, nenhum
benefício trará ao ambiente. Partindo desse pressuposto, há três aspectos em
que se espera a valorização da relevância cristã.
O primeiro é pelo
exemplo. Atitudes falam mais alto do que mil palavras. Quando o nosso
comportamento não condiz com o que falamos, de nada adianta eloquência e
verbosidade, porque o que fica é a marca do que fazemos. As palavras vão ao
vento, mas os traços do nosso exemplo, bom ou ruim, permanecem. A falta de
lisura e nitidez em nossas ações leva-nos à perda da credibilidade naquilo que
propomos e à consequente ausência de relevância do ponto de vista da fé. Foi o
testemunho de Eliseu que permitiu à sunamita identificá-lo como homem de Deus.
Nossos atos podem ser
positivos ou negativos e sempre terão influência para o bem ou para o mal.
Quanto mais a nossa vida é exposta ao público, os rastros de nossas ações terão
número cada vez mais considerável de seguidores, que, em muitos casos, não
questionarão o que fazemos, mas simplesmente copiarão o nosso modelo tal é a
força do exemplo” (A Transparência da Vida Cristã. CPAD, pp.51,52).
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PAZ DO SENHOR
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